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Unesp Vestibular de 2008 - PROVAS ESPECIFICAS 1° SEMESTRE - Português

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VESTIBULAR 2008 PROVA DE L NGUA PORTUGUESA CADERNO DE QUEST ES INSTRU ES 1. PREENCHER COM SEU NOME E N MERO DA CARTEIRA OS ESPA OS INDICADOS NA CAPA DESTE CADERNO. 2. ASSINAR COM CANETA DE TINTA AZUL OU PRETA A CAPA DO SEU CADERNO DE RESPOSTAS, NO LOCAL INDICADO. 3. ESTA PROVA CONT M 10 QUEST ES E UM TEMA DE REDA O E TER DURA O DE 4 HORAS. 4. O CANDIDATO SOMENTE PODER ENTREGAR O CADERNO DE RESPOSTAS E SAIR DO PR DIO DEPOIS DE TRANSCORRIDAS 2 HORAS, CONTADAS A PARTIR DO IN CIO DA PROVA. 5. AO SAIR, O CANDIDATO LEVAR ESTE CADERNO. LPort.indd 1 23/11/2007 17:56:14 L NGUA PORTUGUESA INSTRU O: As quest es de n meros 04 a 07 se baseiam num soneto de Cruz e Sousa (1861-1898) e num trecho de uma carta de M rio de Andrade (1893-1945) a Manuel Bandeira (1886-1968). INSTRU O: As quest es de n meros 01 a 03 tomam por base uma cr nica de Fernando Pessoa (1888-1935). Alma fatigada Cr nica da vida que passa Nem dormir nem morrer na fria Eternidade! mas repousar um pouco e repousar um tanto, os olhos enxugar das convuls es do pranto, enxugar e sentir a ideal serenidade. s vezes, quando penso nos homens c lebres, sinto por eles toda a tristeza da celebridade. A celebridade um plebe smo. Por isso deve ferir uma alma delicada. um plebe smo porque estar em evid ncia, ser olhado por todos inflige a uma criatura delicada uma sensa o de parentesco exterior com as criaturas que armam esc ndalo nas ruas, que gesticulam e falam alto nas pra as. O homem que se torna c lebre fica sem vida ntima: tornam-se de vidro as paredes de sua vida dom stica; sempre como se fosse excessivo o seu traje; e aquelas suas m nimas a es ridiculamente humanas s vezes que ele quereria invis veis, c a-as a lente da celebridade para espetaculosas pequenezes, com cuja evid ncia a sua alma se estraga ou se enfastia. preciso ser muito grosseiro para se poder ser c lebre vontade. Depois, al m dum plebe smo, a celebridade uma contradi o. Parecendo que d valor e for a s criaturas, apenas as desvaloriza e as enfraquece. Um homem de g nio desconhecido pode gozar a vol pia suave do contraste entre a sua obscuridade e o seu g nio; e pode, pensando que seria c lebre se quisesse, medir o seu valor com a sua melhor medida, que ele pr prio. Mas, uma vez conhecido, n o est mais na sua m o reverter obscuridade. A celebridade irrepar vel. Dela como do tempo, ningu m torna atr s ou se desdiz. E por isto que a celebridade uma fraqueza tamb m. Todo o homem que merece ser c lebre sabe que n o vale a pena s -lo. Deixar-se ser c lebre uma fraqueza, uma concess o ao baixoinstinto, feminino ou selvagem, de querer dar nas vistas e nos ouvidos. Penso s vezes nisto coloridamente. E aquela frase de que homem de g nio desconhecido o mais belo de todos os destinos, torna-se-me ineg vel; parece-me que esse n o s o mais belo, mas o maior dos destinos. A gra a do consolo e da tranq ilidade de um c u de carinhoso e perfumado encanto, mas sem nenhum carnal e m rbido quebranto, sem o t dio senil da v perpetuidade. Um sonho lirial d estrelas desoladas, onde as almas febris, exaustas, fatigadas possam se recordar e repousar tranq ilas! Um descanso de Amor, de celestes miragens, onde eu goze outra luz de m sticas paisagens e nunca mais pressinta o remexer de argilas! (CRUZ E SOUSA. Obra completa. Rio de Janeiro: Editora Jos Aguilar, 1961, p. 191-192.) Carta a Manuel Bandeira, S.Paulo, 28-III-31 Man , bom-dia. Amanh domingo p -de-cachimbo, e levarei sua carta, (isto vou ainda rele-la pra ver si a posso levar tal como est , ou n o podendo contarei) pra Alcantara com Lolita que tambem ficar o satisfeitos de saber que voc j est mais fagueirinho e o acidente n o ter consequencia nenhuma. Esse caso de voc ter medo duma possivel doen a comprida e chupando lentamente o que tem de perceptivel na gente, pro lado l da morte, mesmo um caso serio. Deve ser danado a gente morrer com lentid o, mas em todo caso sempre me parece inda, n o mais danado, mas semvergonhamente pueril, a gente morrer de repente. Eu jamais que imagino na morte, creio que voc sabe disso. Aboli a morte do mecanismo da minha vida e embora j esteja com meus trinteoito anos, fa o projetos pra daqui a dez anos, quinze, como si pra mim a morte n o tivesse de vim ... como todos pronunciam. A idea da morte desfibra danadamente a atividade, d logo vontade da gente deitar na cama e morrer, irrita. Aboli a no o de morte pr minha vida e tenho me dado bem regularmente com sse pragmatismo inocente. Mas levado pela sua carta, n o sei, mas acho que n o me desagradava n o me p r em contacto com a morte, ver ela de perto, ter tempo pra botar os meus trabalhos do mundo em ordem que me satisfa a e diante da infalivel vencedora, regularisar pra com Deus o que em mim sobrar de inutil pro mundo. (FERNANDO PESSOA. P ginas ntimas e de auto-interpreta o. Lisboa: Edi es tica, [s.d.], p. 66-67.) 01. Na cr nica apresentada, Fernando Pessoa atribui tr s caracter sticas negativas celebridade, descrevendo-as no segundo, terceiro e quarto par grafos. Releia esses par grafos e aponte os tr s substantivos empregados pelo poeta que sintetizam essas caracter sticas negativas da celebridade. 02. Considerando que os dicion rios apontam diversas acep es para obscuridade , nem todas limitadas ao plano sensorial, verifique atentamente os empregos dessa palavra que Fernando Pessoa faz no terceiro par grafo de sua cr nica e, em seguida, identifique a acep o mobilizada pelo autor. 03. Explique, com base no texto como um todo, a imagem empregada por Pessoa no segundo par grafo: tornam-se de vidro as paredes de sua vida dom stica . VNSP/L ngua Portuguesa LPort.indd 2 (M RIO DE ANDRADE. Cartas de M rio de Andrade a Manuel Bandeira. Rio de Janeiro: Organiza o Sim es, 1958, p. 269-270.) 2 23/11/2007 17:56:14 04. Os dois textos apresentados focalizam, sob pontos de vista distintos, a rela o entre a vida e a morte ou entre a vida e a eternidade. Releia atentamente o soneto de Cruz e Sousa e, partindo do pressuposto de que o Simbolismo brasileiro desenvolveu e ampliou algumas caracter sticas do Romantismo, identifique no desenvolvimento do conte do do soneto, sobretudo no desejo manifestado nos ltimos tr s versos, uma caracter stica t pica do Romantismo. Talvez o que eu presumo irradia o divina, Minha nobre paix o, meu fervoroso afeto, Por sua vez o sinta o verme da campina, O inseto ao p do inseto... (ALBERTO DE OLIVEIRA. Poesias segunda s rie (1898-1903). Rio de Janeiro: H. Garnier, 1906, p. 20-21.) 05. Embora procure manifestar para seu amigo Man (Manuel Bandeira) uma vis o pr tica e uma preocupa o maior com a vida, M rio de Andrade deixa escapar certa preocupa o com a vida ap s a morte. Releia a carta e, a seguir, explique em que passagem se pode verificar essa preocupa o. (AD O ITURRUSGARAI, O mundo maravilhoso de Ad o Iturrusgarai, www.adao.blog.uol.com.br/images/tira-pro-site.gif. Adaptado.) 06. Envolvido, como declara mais de uma vez em suas cartas, na cria o de um discurso liter rio pr prio, culto, mas com aproveitamentos de recursos e solu es da linguagem coloquial, M rio de Andrade apresenta nos textos de suas cartas solu es de ortografia, pontua o, varia es coloquiais de voc bulos e de reg ncia que podem surpreender um leitor desavisado. Escreve, por exemplo, no ltimo per odo do trecho citado, ver ela de perto , tal como se usa coloquialmente. Aponte a forma que teria essa passagem em discurso formal, culto. 08. No poema de Alberto de Oliveira, encontram-se reflex es sobre a natureza e a intensidade do amor. Particularmente na ltima estrofe apresentada, a considera o do amor como irradia o divina , apesar da beleza po tica, deixa entrever a exist ncia de um preconceito do eu-poem tico com rela o diferen a entre o homem e outros animais. Aponte esse preconceito ou essa diferen a de julgamento de valor. 09. No terceiro verso da quarta estrofe, o eu-poem tico escreve o mesmo fluido estranho . Considerando que o voc bulo fluido foi adequadamente empregado, explique por que o poeta n o poderia ter usado a forma acentuada flu do . 07. Tomando por base o soneto como um todo e considerando que Cruz e Sousa foi um poeta simbolista, aponte a rela o de sentido que h entre os termos carnal (s timo verso) e argilas (d cimo-quarto verso). 10. As tiras freq entemente nos surpreendem pela profundidade das reflex es que provocam em sua s ntese visual e ling stica. o que ocorre na de Ad o Iturrusgarai, que nos leva a refletir sobre as motiva es dos desabafos da personagem. Embora pare a contradit ria e inconseq ente sob o ponto de vista psicol gico a atitude da personagem, no ltimo quadrinho, de se declarar insatisfeita com a nova apar ncia obtida, podemos encontrar, numa releitura mais atenta da tira, uma causa objetiva para essa insatisfa o. Aponte essa causa, levando em considera o o jogo de palavras que ocorre entre apar ncia pessoal e apar ncia impessoal . INSTRU O: As quest es de n meros 08 a 10 tomam por base um fragmento de um poema de Alberto de Oliveira (1857-1937) e uma tira de Ad o Iturrusgarai (1965-). O que eu lhe dizia N o sei se certo ou n o o que eu li outro dia, Onde, j n o me lembra, minha noiva amada: A posse faz perder metade da valia cousa desejada. N o sei se ap s haver saciado no meu peito, Quando houver de possuir-te, esta ardente paix o, Eu sentirei em mim, de gozo satisfeito, Menor o cora o. REDA O INSTRU O: Leia atentamente os seguintes fragmentos de textos. Sei que te amo, e a teus p s a minh alma abatida Beija humilde e feliz o grilh o que a tortura; Sei que te amo, e este amor toda a minha vida, Toda a minha ventura. 1. Fragmento de confer ncia de Olavo Bilac (1865-1918) sobre a obra do poeta Bocage (1765-1805): t o f cil ser popular! terr veis assassinos, ex mios ladr es, grandes devassos alcan am facilmente uma celebridade mais vasta do que a que logram os mais altos benfeitores da humanidade e os mais claros servidores da arte. Nem preciso para ganhar notoriedade ser um chapado criminoso, nem um rematado louco; para subir ao galarim, n o necess rio ser Nero, nem Er strato; Talvez haja entre mim que os passos te acompanho, E a abelha que a zumbir vai procurar a flor, Alma ou asas movendo o mesmo fluido estranho, seja instinto ou amor; 3 LPort.indd LPort.indd 3 VNSP/L ngua Portuguesa 23/11/2007 17:56:14 a escalada para o fast gio n o requer sublimidades de crueldade nem de megalomania: nem a carnificina de cem mil crist os, nem o inc ndio do templo de Diana. Para guindar um homem ao Capit lio, bastam tolices vulgares, extravag ncias jocosas ou escandalosas, e pequeninas inf mias (...). Ibope n o d prazer. D dividendos. Voc tem o futuro garantido, se for sempre d cil s exig ncias do sistema. N o deve bobear. Esteja sempre perto de uma objetiva, um gravador, uma passarela. Preferia viver a vida, com a sensa o de ter uma vida realmente minha. Quem tem isso hoje em dia, meus-encantos? S os loucos, isso mesmo apenas certos loucos, n o marcados pela psicose de governar o mundo. Loucos mansos, vamos dizer assim. S o raros, a maioria agitada, e n o s recebe a influ ncia da comunica o delirante como, por sua vez, influi sobre esta, aumentando-lhe o del rio. De sorte que bom voc renunciar ao ideal individualista e anacr nico. Vida particular da gente j era. Agora vivemos a vida dos outros, em bloco, ou melhor, a de ningu m. (OLAVO BILAC. ltimas confer ncias e discursos. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves, 1927, p. 84.) 2. Fragmento de entrevista do ator Pedro Cardoso (1962-) revista Isto GENTE: Isto GENTE Encontrou sucesso no teatro e ficou famoso na tev . bom ser famoso? Pedro Cardoso Gosto do sucesso, n o gosto da fama. Quando minha imagem est vinculada ao meu trabalho, n o h problema. Do contr rio, inc modo para a individualidade. Tenho horror a rea vip. Voc j me viu em algum lugar? N o, n ? Eu n o vou. Compro ingresso, entro na fila, vou onde todos v o. rid culo ir a lugares vip. Num pa s como o Brasil, falta de educa o. (CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE. De not cias & n o not cias faz-se a cr nica hist rias, di logos, divaga es. 2 ed. Rio de Janeiro: Jos Olympio Editora, 1975, p. 133-134.) 4. Fragmento de fala do velho do Restelo, do canto IV de Os Lus adas de Lu s de Cam es (1525-1580): (www.terra.com.br/istoegente/290/entrevista/index.htm. Acesso: 11.09.2007.) gl ria de mandar! v cobi a Desta vaidade, a quem chamamos Fama! fraudulento gosto, que se ati a C uma aura popular, que honra se chama! Que castigo tamanho e que justi a Fazes no peito v o que muito te ama! Que mortes, que perigos, que tormentas, Que crueldades neles exp rimentas! 3. Fragmento de cr nica de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987): Fama Ningu m se espante com o di logo que mantive com um beb de 15 dias de exist ncia. Hoje, a comunica o n o conhece fronteiras espaciais ou et rias. O beb n o fala o portugu s de Portugal nem o portugu s brasileiro, ensinado pelo saudoso professor Stanislaw Ponte Preta. Mas fala a seu modo, desde que se saiba interrog -lo, e eu, n o por me gabar, tenho meus macetes. Perguntei-lhe de sa da: Ent o, satisfeita de vir ao mundo? Respondeu-me com rabugem, em termos que traduzirei assim: Como posso estar satisfeita, se ainda bem n o cheguei a este lugar, j me televisionaram e est o me entrevistando? a era tecnol gico-aldeiglobal-consum stica, minha querida. Desde o primeiro minuto de vida extra-uterina voc participa da sociedade eletr nico-difusoro-c smica ilimitada. , estou vendo mas n o acho gra a nenhuma. N o para achar gra a nem desgra a, para se integrar, entende? Voc tem de aderir ao processo. O processo irrevers vel. Melhor voc n o dar uma de contestadora, e entrar na jogada. Mas eu nem tive tempo de contestar, me botaram diante das c maras, fechei os olhos para n o me ofuscar com aquelas luzes, chorei em sinal de protesto, riram de mim, e agora, pelo que vejo, estou em todas. De fato. Seu ndice de publicidade um dos mais altos. Em duas semanas voc varou o Brasil, fez concorr ncia a Elizabeth Taylor, aos terroristas palestinos e aos n o palestinos, governos que caem, governos que sobem, t cnicas de exorcismo... E da ? Pensa que o meu Ibope me d prazer? VNSP/L ngua Portuguesa LPort.indd 4 (LU S DE CAM ES. Os Lus adas, canto IV, 95.) Proposi o Celebridade, renome, nomeada, notoriedade, conceito, reputa o, prest gio, gl ria, fama. S o numerosas as palavras para rotular um mesmo status social: ser conhecido, ser reconhecido, ter nome, ter renome, ter nomeada, ter prest gio, ter gl ria, ser c lebre, ser famoso, ser glorioso, ser conhecido por todas as pessoas no mundo todo. Os artistas antigos representavam alegoricamente a Fama como uma deusa dotada de cem bocas e cem orelhas, com olhos que surgiam por baixo de suas asas. Consta que o obscuro ef sio Er strato, no af de imortalizar seu nome, incendiou em 356 a.C. o grande templo de rtemis, considerado uma das maravilhas do mundo antigo. Mas preciso buscar a fama a qualquer custo? vital para um homem ser conhecido/reconhecido por todos? Artistas, atletas, escritores, pensadores, intelectuais de modo geral n o t m a mesma resposta para essas indaga es. Tomando por base o texto das quest es 01 a 03, bem como os fragmentos apresentados acima, tente dar a sua resposta, fazendo uma reda o em prosa, de g nero dissertativo, sobre o tema PRECISO SER FAMOSO? 4 23/11/2007 17:56:16

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