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ITA Vestibular de 2007 - Português

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As quest es de 21 a 38 referem-se aos dois textos seguintes. TEXTO 1 1 5 10 15 20 O ritual brasileiro do trote Estamos na poca dos trotes em calouros de universidade, um ritual coletivo t o brasileirinho quanto o Carnaval e a carnavaliza o da Justi a nas CPIs. O trote medieval como a universidade e quase deixou de existir em lugar civilizado. No Brasil, um meio de reafirmar, na passagem para a vida adulta, que o jovem estudante pertence mesmo a uma sociedade autorit ria, violenta e de privil gio. Submiss o e humilha o s o a ess ncia do rito, mas expressivas mesmo s o suas formas: o calouro muita vez obrigado a assumir o papel de pobre brasileiro. A humilha o tamb m faz parte da inicia o universit ria americana, embora nesse caso o rito marque a entrada na irmandade, sinal de exclusivismo e viv ncia de segredos de uma elite que se ressente da falta de aristocracia e de mist rios em sua sociedade ideologicamente igualit ria e laica. De in cio, como em muito ritual, o jovem descaracterizado e marcado fisicamente. sujo de tinta, de lama, at de porcarias excrement cias; raspam sua cabe a. Ao mesmo tempo que apaga simbolicamente sua identidade, a picha o do calouro lhe confere a marca do privilegiado universit rio (s o poucos e t m cadeia especial!). Pais e estudantes se orgulham da marca suja e da viol ncia. Na m mica da humilha o dos servos, o jovem colocado em fila, amarrado ou de m os dadas, e conduzido pelas ruas, como se fazia com escravos, como a pol cia faz com favelados. jogado em fontes imundas, como garotos de rua. Deve esmolar para seu veterano-cafet o. Na aula-trote, o veterano vinga-se do professor autorit rio ao encenar sua raiva e descarreg -la no calouro, com o que a estupidez se reproduz. Como universidade at outro dia era privil gio olig rquico, o trote nasceu na oligarquia, imitada pelos arrivistas. Da oligarquia veio ainda o ritual universit rio do assalto a restaurantes ( pindura ), rito de inicia o pelo qual certa elite indica que se exclui da ordem legal dos comuns. De vez em quando, ferem, aleijam ou matam um garoto na cretinice do trote. Ningu m punido. Os oligarcas velhos relevam: acidente . N o, n o: tudo de prop sito. (Vinicius Torres Freire. In: Folha de S. Paulo, 13/02/2006.) Arrivista. Pessoa inescrupulosa, que quer vencer na vida a todo custo. (Dicion rio Aur lio Eletr nico. Vers o 2.0.) TEXTO 2 1 5 10 15 20 25 30 Vagabundagem universit ria come a no trote Todo come o de ano a mesma cena: calouros de universidades, as cabe as raspadas e as caras pintadas, incitados ou obrigados por veteranos, ocupam os sinais de tr nsito pedindo dinheiro aos motoristas. uma das formas do chamado trote , o mais artificial dos ritos de inicia o da mais artificial das institui es contempor neas a universidade. O trote nada mais do que o retrato da aliena o em que vivem esses adolescentes das classes favorecidas. Com tempo de sobra, eles n o t m em que empregar tanta liberdade. Ou querem dizer que essas simples caras pintadas t m qualquer simbologia semelhante das m scaras de dan a das tribos primitivas estudadas por L vi-Strauss? Para aquelas tribos ndias, as m scaras eram o atestado da onipresen a do sobrenatural e da pujan a dos mitos. Mas esses adolescentes urbanos n o t m tanta complexidade. Movido a MTV e shopping centers, o esp rito deles vive nas trevas. A aus ncia de conhecimento e saber limita-lhes os desejos e as atitudes. Em tempos mais admir veis, ou em sociedades mais ideais, essa massa de vagabundos estaria ajudando a cortar cana nos campos, envolvidos com a reforma agr ria, em programas de assist ncia social nas favelas ou com crian as de rua, ou mesmo explorando os sert es e florestas do pa s, como faziam os estudantes do extinto projeto Rondon. Hoje, mais do que nunca, h uma tend ncia caracter stica da mentalidade das elites da economia capitalista de adula o da adolesc ncia, de excessivo prolongamento da mesma e da excessiva indulg ncia para com esse per odo tido como de intensos processos conflituosos e persistentes esfor os de auto-afirma o . Desde adolescente, sempre olhei com desprezo esse tratamento que se pretende dar adolesc ncia (ou pelo menos a certa camada social adolescente): um cuidado especial, semelhante ao que se d s mulheres gr vidas. Pois exatamente esse pisar em ovos da sociedade que acaba por transformar a adolesc ncia num grande vazio, numa gravidez do nada, numa angustiante fase de absor o dos valores sociais e de integra o social. Se os adolescentes se ocupassem mais, sofreriam menos ou pelo menos amadureceriam de verdade, solid rios, ocupados com o sofrimento real dos outros. Mas n o, ficam vagabundando pelos sem foros das cidades, catando moedas para festas e outras leviandades. E o que pior, sentindo-se deuses por terem conseguido decorar um punhado de f rmulas e datas e resumos de livros que os fizeram passar no teste para entrar na universidade. A mim que trabalhava e estudava ao mesmo tempo desde os 15 anos causava alarme o esp rito de vagabundagem que, cultuado na adolesc ncia, vi prolongar-se na realidade alienada de uma universidade p blica. Na Universidade de S o Paulo, onde estudei, os filhos dos ricos ainda passam anos na hiberna o adolescente sustentada pelo dinheiro p blico. (Marilene Felinto. In: Folha de S. Paulo, 25/02/1997.)

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