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FUVEST Vestibular 2004 Prova - Segunda Fase - Língua Portuguesa

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FUVEST 2004 Segunda Fase Prova de L ngua Portuguesa 04/01/2004 RASCUNHO ESTE CADERNO CONT M 10 (DEZ) QUEST ES E O TEMA DA REDA O. VERIFIQUE SE EST COMPLETO. DURA O DA PROVA: 4 (QUATRO) HORAS. Instru es para Reda o 1. N o ultrapassar, de forma alguma, o espa o de 34 linhas reservado para o texto, dentro do ret ngulo ABCD. O que estiver escrito fora do ret ngulo, ou no verso da p gina, N O SER CORRIGIDO. 2. Usar caneta PRETA ou AZUL. 3. A letra deve ser LEG VEL. 4. Se errar, risque e escreva novamente a palavra. Ver exemplo. ERRADO CERTO Q.01 Capitula o Delivery At pra telepizza um exagero. H quem negue? Um povo com vergonha Da pr pria l ngua J est entregue. (Lu s Fernando Ver ssimo) a) O t tulo dado pelo autor est adequado, tendo em vista o conte do do poema? Justifique sua resposta. b) O exagero que o autor v no emprego da palavra delivery se aplicaria tamb m a telepizza ? Justifique sua resposta. Q.02 Leia com aten o as seguintes frases, extra das do termo de garantia de um produto para emagrecimento: I) Esta garantia ficar automaticamente cancelada se o produto n o for corretamente utilizado. II) N o se aceitar a devolu o do produto caso ele contenha menos de 60% de seu conte do. III) As despesas de transporte ou quaisquer nus decorrente do envio do produto para troca corre por conta do usu rio. a) Reescreva os trechos sublinhados nas frases I e II, substituindo as conjun es que os iniciam por outras equivalentes e fazendo as altera es necess rias. b) Reescreva a frase III, fazendo as corre es necess rias. Q.03 Compare o prov rbio Por fora bela viola, por dentro p o bolorento com a seguinte mensagem publicit ria de um empreendimento imobili rio: Por fora as mais belas rvores. Por dentro a melhor planta. a) Os recursos sonoros utilizados no prov rbio mant m-se na mensagem publicit ria? Justifique sua resposta. b) Aponte o jogo de palavras que ocorre no texto publicit rio, mas n o no prov rbio. Q.04 I. II. III. Desespero meu: leitura obrigat ria de livro indicado... Uma surpresa: t o bom, aquele livro! Nenhum aborrecimento na leitura. a) Respeitando a seq ncia em que est o apresentadas as tr s frases acima, articule-as num nico per odo. Empregue os verbos e os nexos oracionais necess rios clareza, coes o e coer ncia desse per odo. b) Transcreva o per odo abaixo, virgulando-o adequadamente: A obriga o de ler um livro como toda obriga o indisp e-nos contra a tarefa imposta mas pode ocorrer se encontrarmos prazer nessa leitura que o peso da obriga o desapare a. Q.05 Conversa no nibus Sentaram-se lado a lado um jovem publicit rio e um velhinho muito religioso. O rapaz falava animadamente sobre sua profiss o, mas notou que o assunto n o despertava o mesmo entusiasmo no parceiro. Justificou-se, quase desafiando, com o velho chav o: - A propaganda a alma do neg cio. - Sem d vida, respondeu o velhinho. Mas sou daqueles que acham que o sujeito dessa frase devia ser o neg cio. a) A palavra alma tem o mesmo sentido para ambas as personagens? Justifique. b) Seguindo a indica o do velhinho, redija a frase na vers o que a ele pareceu mais coerente. Q.06 No conto A hora e vez de Augusto Matraga, de Guimar es Rosa, o protagonista um homem rude e cruel, que sofre violenta surra de capangas inimigos e abandonado como morto, num brejo. Recolhido por um casal de matutos, Matraga passa por um lento e doloroso processo de recupera o, em meio ao qual recebe a visita de um padre, com quem estabelece o seguinte di logo: - Mas, ser que Deus vai ter pena de mim, com tanta ruindade que fiz, e tendo nas costas tanto pecado mortal? - Tem, meu filho. Deus mede a espora pela r dea, e n o tira o estribo do p de arrependido nenhum... (...) Sua vida foi entortada no verde, mas n o fique triste, de modo nenhum, porque a tristeza aboio de chamar dem nio, e o Reino do C u, que o que vale, ningu m tira de sua algibeira, desde que voc esteja com a gra a de Deus, que ele n o regateia a nenhum cora o contrito. a) A linguagem figurada amplamente empregada pelo padre adequada ao seu interlocutor? Justifique sua resposta. b) Transcreva uma frase do texto que tenha sentido equivalente ao da frase n o regateia a nenhum cora o contrito. Q.07 Considere o seguinte fragmento do antepen ltimo cap tulo de Mem rias de um sargento de mil cias, no qual se narra a visita que D. Maria, Maria Regalada e a comadre fizeram ao Major Vidigal, para interceder por Leonardo (filho): O major recebeu-as de rodaque de chita e tamancos, n o tendo a princ pio suposto o quilate da visita; apenas por m reconheceu as tr s, correu apressado camarinha vizinha, e envergou o mais depressa que p de a farda: como o tempo urgia, e era uma incivilidade deixar s s as senhoras, n o completou o uniforme, e voltou de novo sala de farda, cal as de enfiar, tamancos, e um len o de Alcoba a sobre o ombro, segundo seu uso. A comadre, ao v -lo assim, apesar da afli o em que se achava, mal p de conter uma risada que lhe veio aos l bios. ______________________________ Rodaque = esp cie de casaco. Camarinha = quarto. Cal as de enfiar = cal as de uso dom stico. a) Considerando o fragmento no contexto da obra, interprete o contraste que se verifica entre as pe as do vestu rio com que o major voltou sala para conversar com as visitas. b) Qual a rela o entre o referido vestu rio do major e a sua decis o de favorecer Leonardo (filho), fazendo concess es quanto aplica o da lei? Q.08 Leia atentamente as seguintes afirma es: A vida ntima do brasileiro nem bastante coesa, nem bastante disciplinada, para envolver e dominar toda a sua personalidade e, assim, integr -la, como pe a consciente, no conjunto social. Ele livre, pois, para se abandonar a todo repert rio de id ias, gestos e formas que encontre em seu caminho, assimilando-os freq entemente sem maiores dificuldades. (Adaptado de S rgio Buarque de Holanda, Ra zes do Brasil) a) Essas afirma es aplicam-se personagem Br s Cubas? Justifique sucintamente sua resposta. b) E personagem Macuna ma, essas afirma es se aplicam? Justifique resumidamente sua resposta. Q.09 Tu, s tu, puro amor, com for a crua, Que os cora es humanos tanto obriga, Deste causa molesta morte sua, Como se fora p rfida inimiga. Se dizem, fero Amor, que a sede tua Nem com l grimas tristes se mitiga, porque queres, spero e tirano, Tuas aras banhar em sangue humano. (Cam es, Os Lus adas epis dio de In s de Castro) _________________________________________ Molesta = lastimosa; funesta. P rfida = desleal; traidora. Fero = feroz; sanguin rio; cruel. Mitiga = alivia; suaviza; aplaca. Ara = altar; mesa para sacrif cios religiosos. a) Considerando-se a forte presen a da cultura da Antig idade Cl ssica em Os Lus adas, a que se pode referir o voc bulo Amor , grafado com mai scula, no 5 verso? b) Explique o verso Tuas aras banhar em sangue humano , relacionando-o hist ria de In s de Castro. Q.10 Ao contista de Primeiras est rias, as manifesta es da loucura interessam n o como casos cl nicos, e sim como campo prop cio invas o do extraordin rio, do m tico, do m gico numa palavra, da poesia que irrompem no meio das acomoda es cotidianas, questionando o que considerado normal. (Adaptado de Paulo R nai) a) O questionamento de que se fala na afirma o acima ocorre no conto Darandina (em que se narra a hist ria do homem que sobe em uma palmeira)? Explique sucintamente. b) E no conto Tarant o, meu patr o (no qual se conta a cavalgada do velho Jo o-de-BarrosDiniz-Robertes, com seus acompanhantes, rumo cidade), o referido questionamento ocorre? Justifique resumidamente sua resposta. REDA O Nos tr s textos abaixo, manifestam-se diferentes concep es do tempo; o autor de cada um deles exp e uma determinada rela o com a passagem do tempo. Leia-os com aten o: ____________________________________________________________________________ Texto I Texto III ] Mais do que nunca a hist ria atualmente revista ou inventada por gente que n o deseja o passado real, mas somente um passado que sirva a seus objetivos. (...) Os neg cios da humanidade s o hoje conduzidos especialmente por tecnocratas, resolvedores de problemas, para quem a hist ria quase irrelevante; por isso, ela passou a ser mais importante para nosso entendimento do mundo do que anteriormente. (Eric Hobsbawm, Tempos interessantes: uma vida no s culo XX) ____________________________________ Texto II O que existe o dia-a-dia. Ningu m vai me dizer que o que aconteceu no passado tem alguma coisa a ver com o presente, muito menos com o futuro. Tudo hoje, tudo j . Quem n o se liga na velocidade moderna, quem n o acompanha as mudan as, as descobertas, as conquistas de cada dia, fica parado no tempo, n o entende nada do que est acontecendo. (Herberto Linhares, depoimento) N o se afobe, n o, Que nada pra j , O amor n o tem pressa, Ele pode esperar em sil ncio Num fundo de arm rio, Na posta-restante, Mil nios, mil nios No ar ... E quem sabe, ent o, O Rio ser Alguma cidade submersa. Os escafandristas vir o Explorar sua casa, Seu quarto, suas coisas, Sua alma, desv os ... S bios em v o Tentar o decifrar O eco de antigas palavras, Fragmentos de cartas, poemas, Mentiras, retratos, Vest gios de estranha civiliza o. N o se afobe, n o, Que nada pra j , Amores ser o sempre am veis. Futuros amantes qui Se amar o, sem saber, Com o amor que eu um dia Deixei pra voc . (Chico Buarque, Futuros amantes ) _______________________________________________________________________________ Redija uma DISSERTA O EM PROSA, na qual voc apontar , sucintamente, as diferentes concep es do tempo, presentes nos tr s textos, e argumentar em favor da concep o do tempo com a qual voc mais se identifica. P O RT U GU S 1 Capitula o Delivery At pra telepizza um exagero. H quem negue? Um povo com vergonha Da pr pria l ngua J est entregue. (Lu s Fernando Ver ssimo) a) O t tulo dado pelo autor est adequado, tendo em vista o conte do do poema? Justifique sua resposta. b) O exagero que o autor v no emprego da palavra delivery se aplicaria tamb m a telepizza ? Justifique sua resposta. Resolu o a) O t tulo Capitula o inteiramente adequado ao conte do do poema, que se refere invas o de anglicismos (americanismos) na l ngua portuguesa corrente no Brasil. b) Telepizza um neologismo formado com um empr stimo ling stico j h muito incorporado ao portugu s (italiano pizza) e o prefixo (grego) t ele-, corrente na l ngua. Portanto, n o se trata do mesmo fen meno de capitula o que se v em delivery, pois aqui se substituiu uma palavra corrente na l ngua ( entrega ) por um estrangeirismo da moda. O BJETI V O FU V ES T - ( 2 Fa se ) Ja n e i r o / 2 0 0 4 2 Leia com aten o as seguintes frases, extra das do termo de garantia de um produto para emagrecimento: I) Esta garantia ficar automaticamente cancelada se o produto n o for corretamente utilizado. II) N o se aceitar a devolu o do produto caso ele contenha menos de 60% de seu conte do. III) As despesas de transporte ou quaisquer nus decorrente do envio do produto para troca corre por conta do usu rio. a) Reescreva os trechos sublinhados nas frases I e II, substituindo as conjun es que os iniciam por outras equivalentes e fazendo as altera es necess rias. b) Reescreva a frase III, fazendo as corre es necess rias. Resolu o a) Descrevendo-se os trechos sublinhados nas frases I e II, tem-se: I. caso (contanto que, desde que, a n o ser que) o produto n o seja corretamente utilizado . II. se ele contiver ou desde que (contanto que, a n o ser que) ele contenha . b) Fazendo-se as corre es necess rias, tem-se: As despesas de transporte ou quaisquer nus decorrentes (ou qualquer nus decorrente) do envio do produto para troca correm por conta do usu rio . O BJETI V O FU V ES T - ( 2 Fa se ) Ja n e i r o / 2 0 0 4 3 Compare o prov rbio Por fora bela viola, por dentro p o bolorento com a seguinte mensagem publicit ria de um empreendimento imobili rio: Por fora as mais belas rvores. Por dentro a melhor planta. a) Os recursos sonoros utilizados no prov rbio mant m-se na mensagem publicit ria? Justifique sua resposta. b) Aponte o jogo de palavras que ocorre no texto publicit rio, mas n o no prov rbio. Resolu o a) N o. A alitera o do |p| consoante bilabial surda e do |b| consoante bilabial sonora e asson ncia do |o| e do |e|, configurando rimas internas toantes (fora/viola, dentro/bolorento), presentes no prov rbio, n o ocorrem na mensagem publicit ria. Nesta tamb m n o ocorre o ritmo redondilho (o prov rbio formado por dois redondilhos maiores). b) No texto publicit rio, o efeito de sentido decorre da rela o que existe entre rvore e planta . rvore empregada em sentido denotativo (produto da natureza) e planta significa projeto arquitet nico . Tal jogo de palavras n o ocorre no prov rbio apresentado. 4 I. Desespero meu: leitura obrigat ria de livro indicado... II. Uma surpresa: t o bom, aquele livro! III.Nenhum aborrecimento na leitura. a) Respeitando a seq ncia em que est o apresentadas as tr s frases acima, articule-as num nico per odo. Empregue os verbos e os nexos oracionais necess rios clareza, coes o e coer ncia desse per odo. b) Transcreva o per odo abaixo, virgulando-o adequadamente: A obriga o de ler um livro como toda obriga o indisp e-nos contra a tarefa imposta mas pode ocorrer se encontrarmos prazer nessa leitura que o peso da obriga o desapare a. Resolu o a) Desespero meu: leitura obrigat ria de livro indicado, no entanto (mas, por m, contudo, todavia) foi uma surpresa, pois era muito bom aquele livro, cuja leitura n o causou nenhum aborrecimento. b) A obriga o de ler um livro, como toda obriga o, indisp e-nos contra a tarefa imposta, mas pode ocorrer, se encontrarmos prazer nessa leitura, que o peso da obriga o desapare a. O BJETI V O FU V ES T - ( 2 Fa se ) Ja n e i r o / 2 0 0 4 5 Conversa no nibus Sentaram-se lado a lado um jovem publicit rio e um velhinho muito religioso. O rapaz falava animadamente sobre sua profiss o, mas notou que o assunto n o despertava o mesmo entusiasmo no parceiro. Justificou-se, quase desafiando, com o velho chav o: A propaganda a alma do neg cio. Sem d vida, respondeu o velhinho. M as sou daqueles que acham que o sujeito dessa frase devia ser o neg cio. a) A palavra alma tem o mesmo sentido para ambas as personagens? Justifique. b) Seguindo a indica o do velhinho, redija a frase na vers o que a ele pareceu mais coerente. Resolu o a) Alma, no contexto, pode significar ess ncia ou fator fundamental . O sentido, portanto, o mesmo para ambas as personagens. b) O neg cio a alma da propaganda . O BJETI V O FU V ES T - ( 2 Fa se ) Ja n e i r o / 2 0 0 4 6 No conto A hora e vez de Augusto M atraga, de Guimar es Rosa, o protagonista um homem rude e cruel, que sofre violenta surra de capangas inimigos e abandonado como morto, num brejo. Recolhido por um casal de matutos, M atraga passa por um lento e doloroso processo de recupera o, em meio ao qual recebe a visita de um padre, com quem estabelece o seguinte di logo: M as, ser que Deus vai ter pena de mim, com tanta ruindade que fiz, e tendo nas costas tanto pecado mortal? Tem, meu filho. Deus mede a espora pela r dea, e n o tira o estribo do p de arrependido nenhum... (...) Sua vida foi entortada no verde, mas n o fique triste, de modo nenhum, porque a tristeza aboio de chamar dem nio, e o Reino do C u, que o que vale, ningu m tira de sua algibeira, desde que voc esteja com a gra a de Deus, que ele n o regateia a nenhum cora o contrito. a) A linguagem figurada amplamente empregada pelo padre adequada ao seu interlocutor? Justifique sua resposta. b) Transcreva uma frase do texto que tenha sentido equivalente ao da frase n o regateia a nenhum cora o contrito. Resolu o a) O padre utiliza met foras ( Deus mede a espora pela r dea, e n o tira o estribo do p de arrependido nenhum ) pertencentes a um campo sem ntico ligado ao repert rio cultural de Augusto M atraga, homem rude . Assim, a linguagem do sacerdote, cheia de imagens eq estres e campestres, mostrase adequada ao seu interlocutor, um jagun o perverso. b) A frase que tem sentido equivalente frase proposta n o tira o estribo do p de arrependido nenhum . O BJETI V O FU V ES T - ( 2 Fa se ) Ja n e i r o / 2 0 0 4 7 Considere o seguinte fragmento do antepen ltimo cap tulo de M em rias de um sargento de mil cias, no qual se narra a visita que D. M aria, M aria Regalada e a comadre fizeram ao M ajor Vidigal, para interceder por Leonardo (filho): O major recebeu-as de rodaque de chita e tamancos, n o tendo a princ pio suposto o quilate da visita; apenas por m reconheceu as tr s, correu apressado camarinha vizinha, e envergou o mais depressa que p de a farda: como o tempo urgia, e era uma incivilidade deixar s s as senhoras, n o completou o uniforme, e voltou de novo sala de farda, cal as de enfiar, tamancos, e um len o de Alcoba a sobre o ombro, segundo seu uso. A comadre, ao v -lo assim, apesar da afli o em que se achava, mal p de conter uma risada que lhe veio aos l bios. ______________________________ Rodaque = esp cie de casaco. Camarinha = quarto. Cal as de enfiar = cal as de uso dom stico. a) Considerando o fragmento no contexto da obra, interprete o contraste que se verifica entre as pe as do vestu rio com que o major voltou sala para conversar com as visitas. b) Qual a rela o entre o referido vestu rio do major e a sua decis o de favorecer Leonardo (filho), fazendo concess es quanto aplica o da lei? Resolu o a) O uniforme incompleto do major uma expressiva imagem do rebaixamento do mundo da ordem para o mundo da desordem . O contraste entre a solenidade da farda militar e a informalidade dom stica dos tamancos cria uma aproxima o entre o p blico e o privado, atenuando a imagem habitual de rigor e severidade. Ao olhar perspicaz da comadre n o escapou o aspecto ris vel da figura do tem vel M ajor Vidigal, personagem real do Per odo Joanino, que a cr nica de costumes cariocas fixou como representante da lei e da ordem, no in cio do s culo XIX. b) O fardamento incompleto, a fus o da indument ria militar com a roupa civil e de uso dom stico sugerem, por antecipa o, a ruptura com os r gidos regulamentos que se impunham aos milicianos. Com efeito, ao relevar uma falta grave de Leonardo, eximindo-o da puni o regulamentar, o M ajor Vidigal est projetando, no mbito da atua o p blica, exatamente o que a imagem de sua indument ria sugere: a fus o do p blico e do privado, a mistura de ordem e desordem. O BJETI V O FU V ES T - ( 2 Fa se ) Ja n e i r o / 2 0 0 4 8 Leia atentamente as seguintes afirma es: A vida ntima do brasileiro nem bastante coesa, nem bastante disciplinada, para envolver e dominar toda a sua personalidade e, assim, integr -la, como pe a consciente, no conjunto social. Ele livre, pois, para se abandonar a todo repert rio de id ias, gestos e formas que encontre em seu caminho, assimilando-os freq entemente sem maiores dificuldades. (Adaptado de S rgio Buarque de Holanda, Ra zes do Brasil) a) Essas afirma es aplicam-se personagem Br s Cubas? Justifique sucintamente sua resposta. b) E personagem M acuna ma, essas afirma es se aplicam? Justifique resumidamente sua resposta. Resolu o a) Em Br s Cubas, a assimila o de todo repert rio de id ias e formas , e a utiliza o desse repert rio em causa pr pria, deriva da c nica capacidade de racionaliza o do defunto autor , que se apropria, como lhe conv m, de conceitos filos ficos, preceitos religiosos e morais e interpreta os fatos de sua vida com grande elasticidade. b) O fato de que se trate de personagem sem nenhum car ter faz que a observa o de S rgio Buarque de Holanda seja precisamente adequada a M acuna ma, a quem n o faltam caracter sticas opostas e mesmo contradit rias, pois sua personalidade n o limitada por nenhum tipo de tica ou de coer ncia. O BJETI V O FU V ES T - ( 2 Fa se ) Ja n e i r o / 2 0 0 4 9 Tu, s tu, puro amor, com for a crua, Que os cora es humanos tanto obriga, Deste causa molesta morte sua, Como se fora p rfida inimiga. Se dizem, fero Amor, que a sede tua Nem com l grimas tristes se mitiga, porque queres, spero e tirano, Tuas aras banhar em sangue humano. (Cam es, Os Lus adas epis dio de In s de Castro) _________________________________________ M olesta = lastimosa; funesta. P rfida = desleal; traidora. Fero = f eroz; sanguin rio; cruel. M itiga = alivia; suaviza; aplaca. Ara = altar; mesa para sacrif cios religiosos. a) Considerando-se a forte presen a da cultura da Antig idade Cl ssica em Os Lus adas, a que se pode referir o voc bulo Amor , grafado com mai scula, no 5 verso? b) Explique o verso Tuas aras banhar em sangue humano , relacionando-o hist ria de In s de Castro. Resolu o a) A mai scula inicial de Amor deve-se personifica o, ou melhor, diviniza o do sentimento amoroso. Trata-se de uma alegoria (da falar-se em mai scula alegorizante ), corrente na Antig idade e retomada por poetas classicizantes como Cam es. O amor, na tradi o liter ria, aparece seja divinizado ou personificado, seja transformado em for a c smica, como tamb m ocorre em Cam es. b) O ltimo verso da estrofe transcrita significa que Amor, n o contente com as l grimas que faz os amantes verterem, exige mesmo que seus altares ( aras ) sejam banhados com o sangue de suas v timas, tal como deuses em cujo culto se sacrificavam n o s animais, mas tamb m pessoas. No caso da hist ria relatada por Cam es, Amor teria sido homenageado com o sangue de In s, como se o sacrif cio da amante de Pedro fosse uma exig ncia daquele deus perverso. O BJETI V O FU V ES T - ( 2 Fa se ) Ja n e i r o / 2 0 0 4 10 Ao contista de Primeiras est rias, as manifesta es da loucura interessam n o como casos cl nicos, e sim como campo prop cio invas o do extraordin rio, do m tico, do m gico numa palavra, da poesia que irrompem no meio das acomoda es cotidianas, questionando o que considerado normal. (Adaptado de Paulo R nai) a) O questionamento de que se fala na afirma o acima ocorre no conto Darandina (em que se narra a hist ria do homem que sobe em uma palmeira)? Explique sucintamente. b) E no conto Tarant o, meu patr o (no qual se conta a cavalgada do velho Jo o-de-Barros- DinizRobertes, com seus acompanhantes, rumo cidade), o referido questionamento ocorre? Justifique resumidamente sua resposta. Resolu o a) Darandina prop e um tema an logo ao de O Alienista , conto antol gico de M achado de Assis: se todo mundo louco, ningu m louco, diluindose os limites entre normalidade e loucura. No conto de Guimar es Rosa s o igualmente loucos o homem empalmeirado , que se desnuda e enlouquece as palavras e frases, e os psiquiatras, transeuntes e curiosos que elaboram as mais disparatadas hip teses sobre a ocorr ncia. b) A quixotesca cavalgada de Jo o-de-Barros Dinis Robertes contra o doutor M agrinho, com toda a sua aparente irris o, encerra o triunfo do velho senil, sua ltima cruzada, a vit ria final do bem e da conc rdia, como um rito triunfal de prepara o para a morte. O BJETI V O FU V ES T - ( 2 Fa se ) Ja n e i r o / 2 0 0 4 REDA O Nos tr s textos abaixo, manifestam-se diferentes concep es do tempo; o autor de cada um deles exp e uma determinada rela o com a passagem do tempo. Leia-os com aten o: ________________________________________________ Texto I M ais do que nunca a hist ria atualmente revista ou inventada por gente que n o deseja o passado real, mas somente um passado que sirva a seus objetivos. (...) Os neg cios da humanidade s o hoje conduzidos especialmente por tecnocratas, resolvedores de problemas, para quem a hist ria quase irrelevante; por isso, ela passou a ser mais importante para nosso entendimento do mundo do que anteriormente. (Eric Hobsbaw m, Tempos interessantes: uma vida no s culo XX ) ________________________________________________ Texto II O que existe o dia-a-dia. Ningu m vai me dizer que o que aconteceu no passado tem alguma coisa a ver com o presente, muito menos com o futuro. Tudo hoje, tudo j . Quem n o se liga na velocidade moderna, quem n o acompanha as mudan as, as descobertas, as conquistas de cada dia, fica parado no tempo, n o entende nada do que est acontecendo. (Herberto Linhares, depoimento) ________________________________________________ Texto III N o se afobe, n o, Que nada pra j , O amor n o tem pressa, Ele pode esperar em sil ncio Num fundo de arm rio, Na posta-restante, M il nios, mil nios No ar ... E quem sabe, ent o, O Rio ser Alguma cidade submersa. Os escafandristas vir o Explorar sua casa, Seu quarto, suas coisas, Sua alma, desv os ... S bios em v o Tentar o decifrar O eco de antigas palavras, Fragmentos de cartas, poemas, M entiras, retratos, Vest gios de estranha civiliza o. N o se afobe, n o, O BJETI V O FU V ES T - ( 2 Fa se ) Ja n e i r o / 2 0 0 4 Que nada pra j , Amores ser o sempre am veis. Futuros amantes qui Se amar o, sem saber, Com o amor que eu um dia Deixei pra voc . (Chico Buarque, Futuros amantes ) ________________________________________________ Redija uma DISSERTA O EM PROSA, na qual voc apontar , sucintamente, as diferentes concep es do tempo, presentes nos tr s textos, e argumentar em favor da concep o do tempo com a qual voc mais se identifica. Coment rio Reda o Ela [a hist ria] passou a ser mais importante para nosso entendimento do mundo do que anteriormente . O que existe o dia-a-dia ... tudo hoje, tudo j . N o se afobe, n o, / Que nada pra j . O amor n o tem pressa. Esses fragmentos, extra dos dos tr s textos que ilustram o tema proposto, apresentam diferentes concep es do tempo , que deveriam ser objeto de reflex o por parte do candidato, levando-o, posteriormente, a argumentar em favor da concep o com a qual mais se identificasse. Caso fosse a primeira (passado), seria apropriado lembrar, por exemplo, o valor da experi ncia como forma de aprendizado, de crescimento, de evolu o e at de transforma o. Caso optasse pela vis o que privilegiava o presente, caberia mencionar, dentre outros aspectos, o papel da globaliza o como acelerador de uma sociedade cuja t nica a velocidade. A identifica o com a terceira concep o de tempo (futuro) deve ter levado o estudante mais sens vel a propor, ao menos no que diz respeito s rela es amorosas, o abandono da pressa, da afoba o, uma vez que amores ser o sempre am veis . Embora a Banca Examinadora tenha induzido o candidato a fazer uma escolha, seria poss vel defender a concilia o dessas concep es, tendo em vista o fato de que a mem ria, inerente ao homem, vez por outra resgatada pelo presente, que por seu turno dirige o olhar para o futuro, ainda que apenas para imagin -lo. O BJETI V O FU V ES T - ( 2 Fa se ) Ja n e i r o / 2 0 0 4

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