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FUVEST Vestibular 2005 Prova - Segunda Fase - Língua Portuguesa

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Q.01 Leia o seguinte texto: Ver o excessivo Eu sei que uma andorinha n o faz ver o, filosofou a andorinha-de-barriga-branca. Est certo, mas agora n s somos tantas, no beiral, que faz um calor terr vel, e eu n o ag ento mais! (Carlos Drummond de Andrade Contos plaus veis) a) Com base na queixa da andorinha-de-barriga-branca, reformule o prov rbio Uma andorinha n o faz ver o . b) Est adequado o emprego do verbo filosofou , tendo em vista que ele se refere ao prov rbio citado no texto? Justifique sucintamente sua resposta. Q.02 Leia o seguinte texto: Os irm os Villas B as n o conseguiram criar, como queriam, outros parques ind genas em outras reas. Mas o que criaram dura at hoje, neste pa s juncado de ru nas novas. a) Identifique o recurso expressivo de natureza sem ntica presente na express o ru nas novas . b) Que pr tica brasileira criticada no trecho pa s juncado (=coberto) de ru nas novas ? Q.03 Costuma-se exaltar a cabe a como fonte da raz o e denunciar o cora o como sede da insensatez, como m sculo incapaz de ter autocr tica e de ser original. Que seja assim. E da ? Nada pior do que uma id ia feita, mas nada melhor do que um sentimento usado. A cabe a pode gostar de novidade, mas o cora o adora repetir o j provado. Se as id ias vivem da originalidade, os sentimentos gostam da redund ncia. N o por acaso que o prazer procura repeti o. (Zuenir Ventura. Cr nicas de fim de s culo) a) Substitua a express o Que seja assim por outra de sentido equivalente, tendo em vista o contexto. b) Explique por que o autor considera que tanto a novidade quanto a redund ncia podem ser desej veis. Q.04 Sobre o emprego do ger ndio em frases como N s vamos estar analisando os seus dados e vamos estar dando um retorno assim que poss vel , um jornalista escreveu uma cr nica intitulada Em 2004, gerundismo zero! , da qual extra mos o seguinte trecho: Quando a teleatendente diz: O senhor pode estar aguardando na linha, que eu vou estar transferindo a sua liga o , ela pensa que est falando bonito. Por sinal, ela n o entende por que eu vou estar transferindo errado e ela est falando bonito certo. a) Voc concorda com a afirma o do jornalista sobre o que certo e o que errado no emprego do ger ndio? Justifique sucintamente sua resposta. b) Identifique qual de seus v rios sentidos assume o sufixo empregado na forma o da palavra gerundismo . Cite outra palavra em que se utiliza o mesmo sufixo com esse mesmo sentido. Q.05 Graciliano Ramos, em seu livro INF NCIA, reflete sobre uma de suas marcantes impress es de menino. Bem e mal ainda n o existiam, faltava raz o para que nos afligissem com pancadas e gritos. Contudo as pancadas e os gritos figuravam na ordem dos acontecimentos, partiam sempre de seres determinados, como a chuva e o sol vinham do c u. E o c u era terr vel, e os donos da casa eram fortes. Ora, sucedia que a minha m e abrandava de repente e meu pai, silencioso, explosivo, resolvia contar-me hist rias. Admirava-me, aceitava a lei nova, ing nuo, admitia que a natureza se houvesse modificado. Fechava-se o doce par ntese e isso me desorientava. a) Ao se referir s viol ncias sofridas quando menino, o autor compara-as a elementos da natureza (chuva, sol, c u). O que mostra ele, ao estabelecer tal compara o? b) Esclare a o preciso significado, no contexto, da express o fechava-se o doce par ntese . Q.06 s seis da tarde s seis da tarde as mulheres choravam no banheiro. N o choravam por isso ou por aquilo choravam porque o pranto subia garganta acima mesmo se os filhos cresciam com boa sa de se havia comida no fogo e se o marido lhes dava do bom e do melhor choravam porque no c u al m do basculante o dia se punha porque uma nsia uma dor uma gastura era s o que sobrava dos seus sonhos. Agora s seis da tarde as mulheres regressam do trabalho o dia se p e os filhos crescem o fogo espera e elas n o podem n o querem chorar na condu o. (Marina Colasanti Gargantas abertas) ______________________________ Basculante = um tipo de janela. Gastura = inquieta o nervosa, afli o, mal-estar. a) O texto faz ver que mudan as hist ricas ocorridas na situa o de vida das mulheres n o alteraram substancialmente sua condi o subjetiva. Concorda com essa afirma o? Justifique sucintamente. b) No poema, o emprego dos tempos do imperfeito e do presente do indicativo deixa claro que apenas um deles capaz de indicar a es repetidas, durativas ou habituais. Concorda com essa afirma o? Justifique sucintamente. Q.07 Leia o seguinte poema de Manuel Bandeira: PORQUINHO-DA- NDIA Quando eu tinha seis anos Ganhei um porquinho-da- ndia. Que dor de cora o me dava Porque o bichinho s queria estar debaixo do fog o! Levava ele pra sala Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos Ele n o gostava: Queria era estar debaixo do fog o. N o fazia caso nenhum das minhas ternurinhas ... O meu porquinho-da- ndia foi a minha primeira namorada. a) Aponte, no poema, dois aspectos de estilo que estejam relacionados ao tema da inf ncia. Explique sucintamente. b) Qual o elemento comum entre a experi ncia infantil e a experi ncia mais adulta presentes no poema? Explique sucintamente. Q.08 Considere os seguintes versos, que fazem parte de um poema em que Carlos Drummond de Andrade fala de Guimar es Rosa e de sua obra: (...) ou ele mesmo [Guimar es Rosa] era a parte de gente servindo de ponte entre o sub e o sobre que se arcabuzeiam de antes do princ pio, que se entrela am para melhor guerra, para maior festa? (arcabuzeiam = lutam com arcabuzes, espingardas) a) A luta entre Augusto Matraga e Jo ozinho Bem-Bem (do conto A hora e vez de Augusto Matraga ) apresenta, conjugados, os aspectos de guerra e de festa referidos nos versos de Drummond. Voc concorda com esta afirma o? Justifique sucintamente. b) O conflito entre Tur bio Todo e Cassiano Gomes (do conto Duelo ) apresenta essa mesma jun o de aspectos de guerra e de festa? Justifique sucintamente. Q.09 Leia este trecho de A hora da estrela, de Clarice Lispector, no qual Macab a, depois de receber o aviso de que seria despedida do emprego, olha-se ao espelho: Depois de receber o aviso foi ao banheiro para ficar sozinha porque estava toda atordoada. Olhou-se maquinalmente ao espelho que encimava a pia imunda e rachada, cheia de cabelos, o que tanto combinava com sua vida. Pareceu-lhe que o espelho ba o e escurecido n o refletia imagem alguma. Sumira por acaso a sua exist ncia f sica? Logo depois passou a ilus o e enxergou a cara toda deformada pelo espelho ordin rio, o nariz tornado enorme como o de um palha o de nariz de papel o. Olhou-se e levemente pensou: t o jovem e j com ferrugem. a) Neste trecho, o fato de parecer, a Macab a, n o se ver refletida no espelho liga-se imediatamente ao aviso de que seria despedida. Projetando essa aus ncia de reflexo no contexto mais geral da obra, como voc a interpreta? b) Tamb m no contexto da obra, explique por que o narrador diz que Macab a pensou levemente . Q.10 Leia o seguinte poema de Alberto Caeiro: Ponham na minha sepultura Aqui jaz, sem cruz, Alberto Caeiro Que foi buscar os deuses... Se os deuses vivem ou n o isso convosco. A mim deixei que me recebessem. a) Identifique, no poema, a modalidade religiosa que o poeta rejeita e aquela com que tem maior afinidade. Explique sucintamente. b) Relacione a refer ncia a deuses (plural), no poema, com o seguinte verso, extra do de outro poema de Alberto Caeiro: A natureza partes sem um todo . REDA O Considere a foto e os textos abaixo: Catraca invis vel ocupa lugar de est tua Sem que ningu m saiba como e muito menos o por qu uma catraca enferrujada foi colocada em cima de um pedestal no largo do Arouche (centro de S o Paulo). o monumento catraca invis vel , informa uma placa preta com moldura e letras douradas, colocada abaixo do objeto, onde ainda se l : Programa para a descatracaliza o da vida, Julho de 2004 . (Foto ao lado) (Adaptado de Folha de S. Paulo, 04 de setembro de 2004) [Catraca = borboleta: dispositivo geralmente formado por tr s ou quatro barras ou al as girat rias, que impede a passagem de mais de uma pessoa de cada vez, instalado na entrada e/ou sa da de nibus, esta es, est dios etc. para ordenar e controlar o movimento de pessoas, cont -las etc.] Grupo assume autoria da catraca invis vel Um grupo art stico chamado Contra Fil assumiu a responsabilidade pela coloca o de uma catraca enferrujada no largo do Arouche (regi o central). A i nterven o elevou a catraca ao s tatus d e monumento descatracaliza o da vida e fez parte de um programa apresentado no Sesc da Avenida Paulista, paralelamente ao F rum das Cidades. No site do Sesc, o grupo afirma que a catraca representa um objeto de controle biopol tico do capital e do governo sobre os cidad os. (Adaptado de Folha de S. Paulo, 09 de setembro de 2004) Em site sobre o assunto, assim foi explicado o projeto do grupo Contra Fil : O Contra Fil desenvolveu o PROGRAMA PARA A DESCATRACALIZA O DA PR PRIA VIDA. A catraca representa um signo revelador do controle biopol tico, atrav s de for as vis veis e/ou invis veis. Por quantas catracas passamos diariamente? Por quantas n o passamos, apesar de termos a sensa o de passar? (http://lists.indymedia.org/pipemail/cmi-brasil-video/2004-july/0726-ct.html) INSTRU O. Como voc p de verificar, observando o notici rio da imprensa e o texto da Internet aqui reproduzidos, a catraca que apareceu em uma pra a de S o Paulo era, na verdade, um Monumento catraca invis vel , ali instalado pelo grupo art stico Contra Fil , como parte de seu Programa para a descatracaliza o da vida . Tudo indica, portanto, que o grupo respons vel por este programa acredita que h um excesso de controles, dos mais variados tipos, que se exercem sobre os corpos e as mentes das pessoas, submetendo-as a constantes limita es e constrangimentos. Tendo em vista as motiva es do grupo, voc julga que o programa por ele desenvolvido se justifica? Considerando essa quest o, al m de outras que voc ache pertinentes, redija uma DISSERTA O EM PROSA, argumentando de modo a apresentar seu ponto de vista sobre o assunto. 1 Leia o seguinte texto: Ver o excessivo Eu sei que uma andorinha n o faz ver o, filosofou a andorinha-de-barriga-branca. Est certo, mas agora n s somos tantas, no beiral, que faz um calor terr vel, e eu n o ag ento mais! (Carlos Drummond de Andrade Contos plaus veis) a) Com base na queixa da andorinha-de-barriga-branca, reformule o prov rbio Uma andorinha n o faz ver o . b) Est adequado o emprego do verbo filosofou , tendo em vista que ele se refere ao prov rbio citado no texto? Justifique sucintamente sua resposta. Resolu o a) Uma andorinha n o faz ver o; muitas, por m, produzem juntas um calor terr vel. b) O emprego do verbo f ilosofar se justifica por ter ele, no texto, o sentido coloquial de meditar, raciocinar, formular uma reflex o de sentido geral ou, para usar um brasileirismo, matutar . O prov rbio citado exprime o conte do da reflex o da andorinha. O BJETI V O FUVEST - (2 Fa se) J nei ro / 2 0 0 5 a 2 Leia o seguinte texto: Os irm os Villas B as n o conseguiram criar, como queriam, outros parques ind genas em outras reas. M as o que criaram dura at hoje, neste pa s juncado de ru nas novas. a) Identifique o recurso expressivo de natureza sem ntica presente na express o ru nas novas . b) Que pr tica brasileira criticada no trecho pa s juncado (=coberto) de ru nas novas ? Resolu o a) A express o ru nas novas parece conter um paradoxo ou, em outros termos, parece confirmar um ox moro. Com efeito, ru nas palavra que conota antig idade ou, em outro registro, velharia , o oposto do adjetivo nova. O ox moro consiste, justamente, na rela o contradit ria entre palavras de sentido antit tico ou conflitivo. Ocorre, por m, que a express o pode ser entendida de outra forma, literal, pois uma ru na pode ser recente, nova, como foram as ru nas de Tr ia logo ap s a destrui o da cidade pelos gregos e como s o tantos pr dios que embrutecem uma cidade como S o Paulo. b) Critica-se, no texto, a inc ria brasileira que leva falta de conserva o tanto do patrim nio material do pa s (edifica es, monumentos, cidades inteiras) quanto de suas institui es. O BJETI V O FUVEST - (2 Fa se) J nei ro / 2 0 0 5 a 3 Costuma-se exaltar a cabe a como fonte da raz o e denunciar o cora o como sede da insensatez, como m sculo incapaz de ter autocr tica e de ser original. Que seja assim. E da ? Nada pior do que uma id ia feita, mas nada melhor do que um sentimento usado. A cabe a pode gostar de novidade, mas o cora o adora repetir o j provado. Se as id ias vivem da originalidade, os sentimentos gostam da redund ncia. N o por acaso que o prazer procura repeti o. (Zuenir Ventura. Cr nicas de fim de s culo) a) Substitua a express o Que seja assim por outra de sentido equivalente, tendo em vista o contexto. b) Explique por que o autor considera que tanto a novidade quanto a redund ncia podem ser desej veis. Resolu o a) O sentido da frase Que seja assim , no texto, concessivo, equivalente a Admitase que seja assim . b) A novidade desej vel no que se refere s id ias, pois lhes confere originalidade; a redund ncia, por sua vez, desej vel no mbito dos sentimentos, pois estes tenderiam a refor ar-se ou a comprazer-se com a repeti o. Nos termos do texto, o cora o adora repetir o j provado e o prazer procura repeti o . O BJETI V O FUVEST - (2 Fa se) J nei ro / 2 0 0 5 a 4 Sobre o emprego do ger ndio em frases como N s vamos estar analisando os seus dados e vamos estar dando um retorno assim que poss vel , um jornalista escreveu uma cr nica intitulada Em 2004, gerundismo zero! , da qual extra mos o seguinte trecho: Quando a teleatendente diz: O senhor pode estar aguardando na linha, que eu vou estar transferindo a sua liga o , ela pensa que est falando bonito. Por sinal, ela n o entende por que eu vou estar transferindo errado e ela est falando bonito certo. a) Voc concorda com a afirma o do jornalista sobre o que certo e o que errado no emprego do ger ndio? Justifique sucintamente sua resposta. b) Identifique qual de seus v rios sentidos assume o sufixo empregado na forma o da palavra gerundismo . Cite outra palavra em que se utiliza o mesmo sufixo com esse mesmo sentido. Resolu o a) M elhor do que errado , o emprego do ger ndio exemplificado na fala da mo a e hoje lamentavelmente freq ente em pessoas de escolaridade deficiente que tentam falar bem poderia ser apodado de inadequado ou impreciso . A constru o do auxiliar estar seguido do ger ndio do verbo principal justifica-se quando se trata de enfatizar o aspecto cont nuo da a o, como em ela est falando bonito . J em vou estar transferindo o emprego da per frase verbal, em lugar do infinitivo simples (vou transferir), inepto, pois o que vem ao caso o car ter futuro da a o (vou transferir = transferirei), e n o seu aspecto cont nuo. b) O sufixo -ismo, em gerundismo, tem o sentido de pr tica, h bito , no caso, pr tica ou h bito de uso abusivo do ger ndio, pois, no contexto, pode haver tamb m uma nuance pejorativa neste sufixo. O mesmo sentido do sufixo se encontra em m odismo, alcoolismo, clientelismo. O BJETI V O FUVEST - (2 Fa se) J nei ro / 2 0 0 5 a 5 Graciliano Ramos, em seu livro INF NCIA, reflete sobre uma de suas marcantes impress es de menino. Bem e mal ainda n o existiam, faltava raz o para que nos afligissem com pancadas e gritos. Contudo as pancadas e os gritos figuravam na ordem dos acontecimentos, partiam sempre de seres determinados, como a chuva e o sol vinham do c u. E o c u era terr vel, e os donos da casa eram fortes. Ora, sucedia que a minha m e abrandava de repente e meu pai, silencioso, explosivo, resolvia contar-me hist rias. Admirava-me, aceitava a lei nova, ing nuo, admitia que a natureza se houvesse modificado. Fechava-se o doce par ntese e isso me desorientava. a) Ao se referir s viol ncias sofridas quando menino, o autor compara-as a elementos da natureza (chuva, sol, c u). O que mostra ele, ao estabelecer tal compara o? b) Esclare a o preciso significado, no contexto, da express o fechava-se o doce par ntese . Resolu o a) A compara o exprime a concep o infantil para a qual bem e mal ainda n o existiam e, portanto, as pancadas e os gritos pareciam t o imotivados e incompreens veis quanto fen menos naturais como a chuva. b) A express o refere-se a altera es na atitude dos pais, que se tornavam subitamente brandos e af veis. O doce par ntese , portanto, era o momento de afabilidade que funcionava como interrup o incompreens vel da tamb m incompreens vel seq ncia de puni es ( pancadas e gritos ) infligida s crian as. O BJETI V O FUVEST - (2 Fa se) J nei ro / 2 0 0 5 a 6 s seis da tarde s seis da tarde as mulheres choravam no banheiro. N o choravam por isso ou por aquilo choravam porque o pranto subia garganta acima mesmo se os filhos cresciam com boa sa de se havia comida no fogo e se o marido lhes dava do bom e do melhor choravam porque no c u al m do basculante o dia se punha porque uma nsia uma dor uma gastura era s o que sobrava dos seus sonhos. Agora s seis da tarde as mulheres regressam do trabalho o dia se p e os filhos crescem o fogo espera e elas n o podem n o querem chorar na condu o. (M arina Colasanti Gargantas abertas) ________________________________________ Basculante = um tipo de janela. Gastura = inquieta o nervosa, afli o, mal-estar. a) O texto faz ver que mudan as hist ricas ocorridas na situa o de vida das mulheres n o alteraram substancialmente sua condi o subjetiva. Concorda com essa afirma o? Justifique sucintamente. b) No poema, o emprego dos tempos do imperfeito e do presente do indicativo deixa claro que apenas um deles capaz de indicar a es repetidas, durativas ou habituais. Concorda com essa afirma o? Justifique sucintamente. Resolu o a) Sim. Em que pesem mudan as hist ricas importantes, as mulheres de antes e de agora mant m a mesma condi o subjetiva. Apesar de condi es objetivas opostas antes, eram submetidas a uma vida famiO BJETI V O FUVEST - (2 Fa se) J nei ro / 2 0 0 5 a liar castradora; agora, s o figuras ativas em mbito social mais amplo (trabalham fora ) as mulheres cumprem um cotidiano que n o satisfaz suas expectativas essenciais, suas necessidades subjetivas. b) N o, a afirma o n o se justifica porque os verbos no presente, no texto, tamb m s o indicativos de a es repetidas e habituais, sugerindo que a condi o feminina, no que diz respeito ao aspecto tratado, n o sofreu nenhuma altera o significativa do passado ao presente. O BJETI V O FUVEST - (2 Fa se) J nei ro / 2 0 0 5 a 7 Leia o seguinte poema de M anuel Bandeira: PORQUINHO-DA- NDIA Quando eu tinha seis anos Ganhei um porquinho-da- ndia. Que dor de cora o me dava Porque o bichinho s queria estar debaixo do [fog o! Levava ele pra sala Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos Ele n o gostava: Queria era estar debaixo do fog o. N o fazia caso nenhum das minhas [ternurinhas ... O meu porquinho-da- ndia foi a minha [primeira namorada. a) Aponte, no poema, dois aspectos de estilo que estejam relacionados ao tema da inf ncia. Explique sucintamente. b) Qual o elemento comum entre a experi ncia infantil e a experi ncia mais adulta presentes no poema? Explique sucintamente. Resolu o a) Entre os aspectos de estilo relacionados ao tema da inf ncia, podem ser apontados a utiliza o do diminutivo ( bichinho , limpinhos , ternurinhas ), a repeti o de termos que simula uma reda o prim ria e certos desvios da norma culta, como Levava ele pra sala . b) O elemento comum entre a experi ncia infantil e a adulta a frustra o afetiva. O eu-l rico realiza um amplo exerc cio de ternurinhas , de demonstra es afetivas que n o foram valorizadas pelo porquinho-da ndia quando crian a e assim como n o o seriam, depois, por suas namoradas. O BJETI V O FUVEST - (2 Fa se) J nei ro / 2 0 0 5 a 8 Considere os seguintes versos, que fazem parte de um poema em que Carlos Drummond de Andrade fala de Guimar es Rosa e de sua obra: (...) ou ele mesmo [Guimar es Rosa] era a parte de gente servindo de ponte entre o sub e o sobre que se arcabuzeiam de antes do princ pio, que se entrela am para melhor guerra, para maior festa? (arcabuzeiam = lutam com arcabuzes, espingardas) a) A luta entre Augusto M atraga e Jo ozinho Bem-Bem (do conto A hora e vez de Augusto M atraga ) apresenta, conjugados, os aspectos de guerra e de festa referidos nos versos de Drummond. Voc concorda com esta afirma o? Justifique sucintamente. b) O conflito entre Tur bio Todo e Cassiano Gomes (do conto Duelo ) apresenta essa mesma jun o de aspectos de guerra e de festa? Justifique sucintamente. Resolu o a) Esta afirma o se justifica ao considerarmos a passagem em que Augusto M atraga, n o conseguindo deter a a o violenta de Jo ozinho Bem-Bem contra uma fam lia inocente, come a a enfrentar o bando de Jo ozinho com o grito festivo e entusi stico: gostosura de fim-demundo! b) Sim, pois, no conflito entre o marido tra do, Tur bio Todo, e o amante de Silivana, Cassiano Gomes, est o conjugados aspectos de guerra e de festa. Os aspectos de guerra est o no pr prio jogo que envolve o perseguidor (Tur bio) e o perseguido (Cassiano). Os aspectos de festa est o na rela o amorosa com Silivana e na aparente vit ria de Tur bio. O BJETI V O FUVEST - (2 Fa se) J nei ro / 2 0 0 5 a 9 Leia este trecho de A hora da estrela, de Clarice Lispector, no qual M acab a, depois de receber o aviso de que seria despedida do emprego, olha-se ao espelho: Depois de receber o aviso foi ao banheiro para ficar sozinha porque estava toda atordoada. Olhou-se maquinalmente ao espelho que encimava a pia imunda e rachada, cheia de cabelos, o que tanto combinava com sua vida. Pareceu-lhe que o espelho ba o e escurecido n o refletia imagem alguma. Sumira por acaso a sua exist ncia f sica? Logo depois passou a ilus o e enxergou a cara toda deformada pelo espelho ordin rio, o nariz tornado enorme como o de um palha o de nariz de papel o. Olhou-se e levemente pensou: t o jovem e j com ferrugem. a) Neste trecho, o fato de parecer, a M acab a, n o se ver refletida no espelho liga-se imediatamente ao aviso de que seria despedida. Projetando essa aus ncia de reflexo no contexto mais geral da obra, como voc a interpreta? b) Tamb m no contexto da obra, explique por que o narrador diz que M acab a pensou levemente . Resolu o a) A aus ncia da reflex o de M acab a no espelho simboliza a insignific ncia existencial e social dessa personagem alheia a tudo e a si mesma. um ser de exist ncia rala , metaforizada nas express es: capim , feto jogado no lixo , caf frio . b) M acab a, mo a que representa a inoc ncia pisada e a mis ria an nima , n o tem consci ncia da sua condi o. Ela n o reflete sobre a precariedade da sua vida, relacionada, no fragmento, pia imunda e rachada . Da a express o levemente pensou , indicando a fragilidade da sua constata o. O BJETI V O FUVEST - (2 Fa se) J nei ro / 2 0 0 5 a 10 Leia o seguinte poema de Alberto Caeiro: Ponham na minha sepultura Aqui jaz, sem cruz, Alberto Caeiro Que foi buscar os deuses... Se os deuses vivem ou n o isso convosco. A mim deixei que me recebessem. a) Identifique, no poema, a modalidade religiosa que o poeta rejeita e aquela com que tem maior afinidade. Explique sucintamente. b) Relacione a refer ncia a deuses (plural), no poema, com o seguinte verso, extra do de outro poema de Alberto Caeiro: A natureza partes sem um todo . Resolu o a) Ao pedir que o sepultem sem cruz , Alberto Caeiro explicita sua rejei o ao Cristianismo, do qual a cruz s mbolo e meton mia (o s mbolo pela coisa simbolizada). Ao dizer, na seq ncia, que foi buscar os deuses , a pluraliza o da palavra deus implica uma recusa do monote smo e uma aceita o impl cita do paganismo, mas de um paganismo at pico, relativizado pelo verso Se os deuses vivem ou n o isso convosco , que transfere para o hipot tico leitor a quest o da exist ncia ou inexist ncia dos deuses. Caeiro professa um paganismo essencial, anterior cultura, ou formula o das representa es dos deuses pag os da Antig idade. b) A palavra deuses , al m da aproxima o polite sta e pag a que fizemos men o na resposta ao quesito anterior, envolve tamb m a recusa de Caeiro no o de um princ pio unit rio, abstrato, antecedente. Vai nessa mesma dire o o sentido do verso A natureza partes sem um todo . Vale dizer, Caeiro recusa a pr pria id ia de natureza como formula o da mente humana, como abstra o indicadora do conjunto das coisas naturais. O que interessa a Caeiro s o as coisas em si, concretas e singulares, as flores, as rvores, os rios, e n o o conceito generalizante que as engloba sob o nome de natureza . O BJETI V O FUVEST - (2 Fa se) J nei ro / 2 0 0 5 a Re d a o Considere a foto e os textos abaixo: Catraca invis vel ocupa lugar de est tua Sem que ningu m saiba como e muito menos o por qu uma catraca enferrujada foi colocada em cima de um pedestal no largo do Arouche (centro de S o Paulo). o monumento catraca invis vel , informa uma placa preta com moldura e letras douradas, colocada abaixo do objeto, onde ainda se l : Programa para a descatracaliza o da vida, Julho de 2004 . (Foto acima) (Adaptado de Folha de S. Paulo, 04 de setembro de 2004) [Catraca = borboleta: dispositivo geralmente formado por tr s ou quatro barras ou al as girat rias, que impede a passagem de mais de uma pessoa de cada vez, instalado na entrada e/ou sa da de nibus, esta es, est dios etc. para ordenar e controlar o movimento de pessoas, cont -las etc.] Grupo assume autoria da catraca invis vel Um grupo art stico chamado Contra Fil assumiu a responsabilidade pela coloca o de uma catraca enferrujada no largo do Arouche (regi o central). A interven o elevou a catraca ao status de O BJETI V O FUVEST - (2 Fa se) J nei ro / 2 0 0 5 a monumento descatracaliza o da vida e fez parte de um programa apresentado no Sesc da Avenida Paulista, paralelamente ao F rum das Cidades. No site do Sesc, o grupo afirma que a catraca representa um objeto de controle biopol tico do capital e do governo sobre os cidad os. (Adaptado de Folha de S. Paulo, 09 de setembro de 2004) Em site sobre o assunto, assim foi explicado o projeto do grupo Contra Fil : O Contra Fil desenvolveu o PROGRAM A PARA A DESCATRACALIZA O DA PR PRIA VIDA. A catraca representa um signo revelador do controle biopol tico, atrav s de for as vis veis e/ou invis veis. Por quantas catracas passamos diariamente? Por quantas n o passamos, apesar de termos a sensa o de passar? (http://lists.indymedia.org/pipemail/cmi-brasilvideo/2004-july/0726-ct.html) __________________ ______________________ INSTRU O. Como voc p de verificar, observando o notici rio da imprensa e o texto da Internet aqui reproduzidos, a catraca que apareceu em uma pra a de S o Paulo era, na verdade, um M onumento catraca invis vel , ali instalado pelo grupo art stico Contra Fil , como parte de seu Programa para a descatracaliza o da vida . Tudo indica, portanto, que o grupo respons vel por este programa acredita que h um excesso de controles, dos mais variados tipos, que se exercem sobre os corpos e as mentes das pessoas, submetendo-as a constantes limita es e constrangimentos. Tendo em vista as motiva es do grupo, voc julga que o programa por ele desenvolvido se justifica? Considerando essa quest o, al m de outras que voc ache pertinentes, redija uma DISSERTA O EM PROSA, argumentando de modo a apresentar seu ponto de vista sobre o assunto. Coment rio sobre a Reda o Oferecendo como ponto de partida uma foto, seguida de tr s textos, a Banca Examinadora solicitou ao candidato que se posicionasse em rela o a um projeto denominado Programa para a descatracaliza o da vida, simbolizado por uma catraca enferrujada que foi colocada, em setembro do ano pasO BJETI V O FUVEST - (2 Fa se) J nei ro / 2 0 0 5 a sado, em cima de um pedestal, na regi o central da capital paulista, em que se podia ler: M onumento catraca invis vel . O pr prio enunciado da Banca induziu o candidato a refletir sobre a exist ncia de v rios tipos de catraca no espa o urbano contempor neo, representando diversas formas de controle sobre os corpos e as mentes das pessoas . Para ilustrar suas considera es, o candidato poderia mencionar as restri es econ micas, pol ticas ou sociais a que os cidad os v m sendo submetidos, e que, em maior ou menor grau, cerceiam sua liberdade. Tamb m os sistemas de vigil ncia evidentes ou velados instalados em espa os p blicos e privados, constituiriam um exemplo de constrangimento cada vez mais freq ente no cotidiano. Ontem, o totalitarismo, t o bem descrito em fic es como 1984, de George Orw ell, e Admir vel mundo novo, de Aldous Huxley; hoje, o controle exercido por um sistema globalizado e informatizado, no qual Governo e capital controlam os cidad os, cerceando, muitas vezes de forma sutil, suas a es. O BJETI V O FUVEST - (2 Fa se) J nei ro / 2 0 0 5 a Coment rio A prova de Portugu s da 2 Fase , em 2005, uma reafirma o do que a Fuvest tem adotado como norma e tradi o nos ltimos anos: exigir, sem exorbitar. uma prova que n o se pode rotular como f cil, pois exigiu a compreens o clara dos enunciados e dos textos envolvidos, a observa o de alguns fatos ling sticos essenciais e a capacidade de articular uma resposta pertinente qualidades m nimas que se esperam de um aspirante ao grau universit rio. As quest es de teor ling stico ou estil stico ter o oferecido menor dificuldade ao candidato bem preparado. J as quest es de interpreta o de texto e literatura requereram, al m do conhecimento, alguma sensibilidade para a leitura do texto liter rio, o que premia os candidatos com melhor repert rio de leitura e experi ncia liter ria. O BJETI V O FUVEST - (2 Fa se) J nei ro / 2 0 0 5 a

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