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UERJ Vestibular de 2008 - Exame Discursivo - Português e literatura Brasileira

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02/12/2007 2 Fase Exame Discursivo L NGUA PORTUGUESA / LITERATURA BRASILEIRA CADERNO DE PROVA Este caderno, com doze p ginas numeradas seq encialmente, cont m dez quest es de L ngua Portuguesa/Literatura Brasileira. N o abra o caderno antes de receber autoriza o. INSTRU ES 1. Verifique se voc recebeu mais dois cadernos de prova. 2. Verifique se seu nome, seu n mero de inscri o e seu n mero do documento de identidade est o corretos nas sobrecapas dos tr s cadernos. Se houver algum erro, notifique o fiscal. 3. Destaque, das sobrecapas, os comprovantes que t m seu nome e leve-os com voc . 4. Ao receber autoriza o para abrir os cadernos, verifique se a impress o, a pagina o e a numera o das quest es est o corretas. Se houver algum erro, notifique o fiscal. 5. Todas as respostas dever o ser apresentadas nos espa os apropriados, com caneta azul ou preta. N o ser o consideradas as quest es respondidas fora desses locais. INFORMA ES GERAIS O tempo dispon vel para fazer as provas de cinco horas. Nada mais poder ser registrado ap s o t rmino desse prazo. Ao terminar, entregue os tr s cadernos ao fiscal. Ser eliminado do Vestibular Estadual 2008 o candidato que, durante as provas, utilizar m quinas ou rel gios de calcular, aparelhos de reprodu o de som ou imagem com ou sem fones de ouvido, telefones celulares ou fontes de consulta de qualquer esp cie. Ser tamb m eliminado o candidato que se ausentar da sala levando consigo qualquer material de prova. BOA PROVA! 2 l ngua portuguesa / literatura brasileira texto I A lata de lixo ainda n o o t m, mas informar-se dos que j o t m. De resto um homem, antes de ser lixeiro, gar om ou motorista, uma pessoa, quero saber seu nome. A lata de lixo, outrora s rdido caixote (salvo para os vira-latas), transformou-se hoje num elegante objeto de pl stico, em geral azul, perfeita esfera. Embarcar amos at nessa astronave! Manuel Bandeira viu certa vez um homem fu ando uma lata de lixo num p tio. Com esse material m nimo escreveu uma poesia muito admirada tamb m num determinado setor das universidades de Roma e de Pisa. Roma! Os pal cios vermelhos de 10 Roma! Pisa! A l mpada de Galileu! As romanas! As pisanas! 5 N o f cil ver-se o lixeiro. Trata-se de um personagem kafkiano, quase marciano. Deixa-se a lata do lado de fora, e ele, pisando com p s de 15 l , invis vel aos olhos mortais, discreto, obediente, esvazia a esfera azul. S uma vez tive ocasi o de encontrar um lixeiro, aqui em Roma, nas v speras do Natal. Bateu minha porta, subvestido (subnutrido?), sorridente, 20 anunciando: Eu sou o lixeiro. Respondo logo, tamb m sorridente: Bom dia. Como se chama o senhor? N o tolero ignorar os nomes daqueles com quem trato. A fun o ad mica1 do poeta move-o a nomear 25 as coisas e as pessoas. N o s atribuir um nome aos que 30 Eu me chamo, e todos os outros me chamam, Murilo. Dum ponto de vista puramente euf nico2 e visual preferiria chamar-me por exemplo Goya, Vel zquez ou Zurbar n. Malandro e hip crita sou! Bem vejo que n o se trata de um ponto de vista puramente euf nico e visual, 35 trata-se de aten o hierarquia dos valores: mesmo contrariando Ortega y Gasset, mesmo reconhecendo o interesse dum certo lado da obra de Murilo, o lado mais realista, n o o situo no plano dos outros tr s pintores. 40 Vaidade das vaidades: Tudo vaidade, at mesmo a de querer mudar de nome para se elevar, at mesmo a de embarcar numa astronave, percorrer o cosmo que um dia pr ximo ou remoto, n o sei, ser despejado como lixo; e um mundo novo se levantar sobre 45 latas, m quinas de pl stico ou n o, sobre as ru nas dos textos, as ru nas das ru nas: o novo c u, a nova terra, previstos e anunciados pelo transformador e reformador de todas as coisas vis veis e invis veis, o Ser dial tico3 por excel ncia. MURILO MENDES Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. Vocabul rio: 1 ad mica relativo a Ad o, primeiro homem, segundo a B blia 2 euf nico de som agrad vel 3 dial tico em que convivem os contr rios Vestibular Estadual 2008 [Exame Discursivo] 3 quest o 01 De modo geral, a cr nica apresenta uma linguagem simples e despretensiosa, pr xima da conversa de todo dia. Murilo Mendes, por m, elabora a sua cr nica com recursos expressivos comumente associados fun o est tica da linguagem. Observe o trecho abaixo, no qual est o sublinhados dois desses recursos. N o f cil ver-se o lixeiro. Trata-se de um personagem kafkiano, quase marciano. Deixa-se a lata do lado de fora, e ele, pisando com p s de l , invis vel aos olhos mortais, discreto, obediente, esvazia a esfera azul. ( . 12-16) Nomeie cada recurso e caracterize seu valor expressivo. quest o 02 H no primeiro par grafo express es de variado valor conotativo referentes a um mesmo t pico. Relacione essas express es e identifique de que modo o autor estabelece, no texto, um contraste radical entre duas delas. 4 l ngua portuguesa / literatura brasileira quest o 03 Considere a seguinte passagem: mesmo contrariando Ortega y Gasset, mesmo reconhecendo o interesse dum certo lado da obra de Murilo, o lado mais realista, n o o situo no plano dos outros tr s pintores. ( . 35-39) Classifique as ora es reduzidas quanto circunst ncia adverbial que expressam. Em seguida, preservando esse sentido, reescreva as ora es com tempo e modo adequados, coordenando-as por meio de uma conjun o aditiva. texto II O bicho Vi ontem um bicho Na imund cie do p tio Catando comida entre os detritos. 5 Quando achava alguma coisa, N o examinava nem cheirava: Engolia com voracidade. O bicho n o era um c o, N o era um gato, N o era um rato. O bicho, meu Deus, era um homem. MANUEL BANDEIRA Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: Jos Olympio, 1974. Vestibular Estadual 2008 [Exame Discursivo] 5 quest o 04 N o examinava nem cheirava: (....) O bicho n o era um c o, N o era um gato, N o era um rato. O conjunto de versos acima remete a dois conte dos subentendidos, correspondentes a conhecimentos, cren as ou valores do senso comum. Explicite esses dois conte dos. quest o 05 Os textos I e II tomam como ponto de partida, respectivamente, um objeto e uma cena do cotidiano. Apesar desse ponto de partida semelhante, os dois textos desenvolvem avalia es distintas acerca da condi o do homem. Explique essa diversidade de avalia es e transcreva, de cada um dos textos, a passagem que a comprova. 6 l ngua portuguesa / literatura brasileira texto III Maria Cora Uma noite, voltando para casa, trazia tanto sono que n o dei corda ao rel gio. Pode ser tamb m que a vista de uma senhora que encontrei em casa do comendador T. contribu sse para aquele 5 esquecimento; mas estas duas raz es destroem-se. Cogita o tira o sono e o sono impede a cogita o; s uma das causas devia ser verdadeira. Ponhamos que nenhuma, e fiquemos no principal, que o rel gio parado, de manh , quando me levantei, ouvindo dez 10 horas no rel gio da casa. vestida de escuro; entrou s dez horas, acompanhada de uma tia velha. A recep o que lhe fizeram foi mais cerimoniosa que as outras; era a primeira vez 35 que ali ia. Eu era a terceira. Perguntei se era vi va. N o; casada. Com quem? Com um estancieiro do Rio Grande. Chama-se? Morava ent o (1893) em uma casa de pens o no Catete. J por esse tempo este g nero de resid ncia florescia no Rio de Janeiro. Aquela era pequena e tranq ila. Os quatrocentos contos de r is permitiam15 me casa exclusiva e pr pria; mas, em primeiro lugar, j eu ali residia quando os adquiri, por jogo de pra a; em segundo lugar, era um solteir o de quarenta anos, t o afeito vida de hospedaria que me seria imposs vel morar s . Casar n o era menos imposs vel. N o 20 que me faltassem noivas. Desde os fins de 1891 mais de uma dama, e n o das menos belas, olhou para mim com olhos brandos e amigos. Uma das filhas do comendador tratava-me com particular aten o. A nenhuma dei corda; o celibato era a minha alma, 25 a minha voca o, o meu costume, a minha nica ventura. Amaria de empreitada e por desfastio1. Uma ou duas aventuras por ano bastavam a um cora o meio inclinado ao ocaso e noite. Talvez por isso dei alguma aten o senhora que 30 vi em casa do comendador, na v spera. Era uma criatura morena, robusta, vinte e oito a trinta anos, 40 Ele? Fonseca, ela Maria Cora. O marido n o veio com ela? Est no Rio Grande. N o soube mais nada; mas a figura da dama interessou-me pelas gra as f sicas, que eram o oposto 45 do que poderiam sonhar poetas rom nticos e artistas ser ficos2. Conversei com ela alguns minutos, sobre cousas indiferentes, mas suficientes para escutarlhe a voz, que era musical, e saber que tinha opini es republicanas. Vexou3-me confessar que n o as professava 50 de esp cie alguma; declarei-me vagamente pelo futuro do pa s. Quando ela falava, tinha um modo de umedecer os bei os, n o sei se casual, mas gracioso e picante. Creio que, vistas assim ao p , as fei es n o eram t o corretas como pareciam a dist ncia, mas eram mais suas, mais originais. MACHADO DE ASSIS Rel quias de casa velha. Rio de Janeiro: Livraria Garnier, 1990. Vocabul rio: 1 desfastio apetite, desejo 2 ser ficos m sticos 3 vexou envergonhou Vestibular Estadual 2008 [Exame Discursivo] 7 quest o 06 Embora inserido, sob o ponto de vista cronol gico, no per odo do Realismo-Naturalismo, o texto III, de Machado de Assis, n o adota integralmente as t cnicas e procedimentos formais caracter sticos dessa corrente liter ria. Observe as express es destacadas no primeiro par grafo do texto: Uma noite, voltando para casa, trazia tanto sono que n o dei corda ao rel gio. Pode ser tamb m que a vista de uma senhora que encontrei em casa do comendador T. contribu sse para aquele esquecimento; mas estas duas raz es destroem-se. Cogita o tira o sono e o sono impede a cogita o; s uma das causas devia ser verdadeira. Ponhamos que nenhuma, e fiquemos no principal, que o rel gio parado, de manh , quando me levantei, ouvindo dez horas no rel gio da casa. ( . 1-10) Considerando os termos destacados, identifique o recurso narrativo que afasta o fragmento acima da est tica realistanaturalista. Explique tamb m por que esse recurso n o condiz com tal corrente. quest o 07 Observe as formas sublinhadas em: Morava ent o (1893) em uma casa de pens o no Catete. J por esse tempo este g nero de resid ncia florescia no Rio de Janeiro. Aquela era pequena e tranq ila. ( . 11-14) ESSE, ESTE e AQUELA s o formas empregadas como recursos de coes o textual. Indique a classe gramatical a que pertencem essas palavras e justifique a escolha de cada uma no trecho de acordo com a respectiva fun o textual. 8 l ngua portuguesa / literatura brasileira quest o 08 O narrador atribui a Maria Cora tra os que a op em t pica hero na do Romantismo. Aponte dois desses tra os um f sico e um intelectual e justifique por que eles n o s o caracter sticos do perfil feminino rom ntico. texto IV Na minha terra Amo o vento da noite sussurrante A tremer nos pinheiros E a cantiga do pobre caminhante No rancho dos tropeiros; 5 10 15 E os mon tonos sons de uma viola No tardio ver o, E a estrada que al m se desenrola No v u da escurid o; A restinga d areia onde rebenta O oceano a bramir1, Onde a lua na praia macilenta2 Vem p lida luzir; E a n voa e flores e o doce ar cheiroso Do amanhecer na serra, E o c u azul e o manto nebuloso Do c u de minha terra; E o longo vale de florinhas cheio E a n voa que desceu, Como v u de donzela em branco seio, As estrelas do c u. LVARES DE AZEVEDO Vocabul rio: Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000. 1 bramir produzir estrondo macilenta sem brilho ou vi o 2 Vestibular Estadual 2008 [Exame Discursivo] 9 quest o 09 O texto IV, de lvares de Azevedo, evidencia o tratamento concedido natureza pelos poetas do Romantismo. Identifique dois tra os que caracterizam esse tratamento e cite um exemplo do texto para cada um deles. quest o 10 Em E o longo vale de florinhas cheio (v. 17) temos uma forma diminutiva no plural. Este plural pode ser expresso por outras duas formas. Indique-as e caracterize a diferen a entre as tr s de acordo com a variedade de usos da l ngua. 10 l ngua portuguesa / literatura brasileira Rascunho Vestibular Estadual 2008 [Exame Discursivo] 11 2/12/2007 LP - LB PADR O DE RESPOSTAS (VALOR DE CADA QUEST O= 2 PONTOS) 1 Rima kafkiano/marciano: realce do car ter pouco conhecido de uma atividade que desempenhada de forma impercept vel. Met fora: nfase na discri o com que o lixeiro desempenha a sua tarefa. 2 3 4 5 6 7 Lata de lixo / s rdido caixote / elegante objeto de pl stico/ perfeita esfera / astronave Com o uso do adjetivo s rdido, que contrasta com elegante e perfeita. Concessivas. Ainda que (embora, n o obstante, mesmo que) contrarie Ortega y Gasset e reconhe a o interesse dum certo lado da obra de Murilo, o lado mais realista, n o o situo no mesmo plano dos outros tr s pintores. Certos animais cheiram o alimento antes de ingeri-lo. O normal que alimentos jogados no lixo sejam consumidos por c es, gatos e ratos. No texto I, Murilo Mendes procura dar humanidade e individualidade ao homem. No texto II, Manuel Bandeira exp e ou denuncia a condi o desumana ou subumana a que o homem pode chegar. Passagem do texto 1: De resto um homem, antes de ser lixeiro, gar om, ou motorista, uma pessoa, quero saber seu nome. Passagem do texto 2: O bicho, meu Deus, era um homem. Presen a do narrador em primeira pessoa, relativizando as pr prias afirma es. Esse recurso destoa da objetividade preconizada pelo Realismo-Naturalismo. Pronomes demonstrativos. Esse: refere-se ao ano de 1893, mencionado no in cio do trecho. Este: refere-se a uma casa de pens o, mencionada em seguida. Aquela: retoma uma informa o: uma casa de pens o no Catete. Criatura morena, robusta. 8 9 Tinha op es republicanas. A t pica personagem rom ntica idealizada, fr gil, de pele clara e desprovida de id ias pol ticas. Tra o - A vis o subjetiva ou intimista da natureza. Um dos exemplos: Amo o vento da noite sussurrante E os mon tonos sons de uma viola Tra o - A prefer ncia pela noite, pela lua, pelos aspectos nebulosos da natureza. Um dos exemplos: E a estrada que al m se desenrola/No v u da escurid o; Onde a lua na praia macilenta/Vem p lida luzir; E o longo vale de florinhas cheio/E a n voa que desceu, Florzinhas e florezinhas. 10 Florzinhas a forma usual na l ngua falada espont nea; florezinhas a forma considerada padr o e, como tal, recomendada pelas gram ticas normativas; florinhas, por sua vez, forma que praticamente n o se ouve hoje em dia, mas encontrada na l ngua liter ria.

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