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UFG Vestibular de 2009 - Segunda fase - 2° dia : Grupo 2

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Processo Seletivo 2009-1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOI S PR -REITORIA DE GRADUA O CENTRO DE SELE O GRUPO 2 UFG CADERNO DE QUEST ES 15/12/2008 Biologia Qu mica Reda o S ABRA QUANDO AUTORIZADO LEIA ATENTAMENTE AS INSTRU ES 1. Ap s autoriza o, verifique se este caderno est completo ou se cont m imperfei es gr ficas. Caso contenha defeito, solicite ao aplicador a sua troca. 2. Este caderno cont m as provas de Biologia, com 6 quest es, de Qu mica, com 6 quest es e a prova de Reda o. Utilize os espa os em branco para rascunho. 3. O desenvolvimento das quest es dever ser feito com caneta esferogr fica de tinta preta ou azul, nos respectivos Cadernos de Respostas. Resolu es a l pis n o ser o corrigidas e ter o pontua o zero. 4. A dura o das provas ser de 5 horas, j inclu das nesse tempo a leitura dos avisos e a coleta de impress o digital. 5. A tabela peri dica dos elementos qu micos est dispon vel, para consulta, na segunda-capa deste caderno. 6. Voc s poder se retirar definitivamente da sala e do pr dio a partir das 17h30min. 7. AO TERMINAR, DEVOLVA OS CADERNOS DE RESPOSTAS E A FOLHA DE REDA O AO APLICADOR DE PROVA. Mg 20 Na 19 3 137,3 88 132,9 87 7 Ba Cs Ra (223) A S mbolo Z (226) Fr 87,6 56 Sr 6 85,5 55 Rb 40,1 38 5 39,1 37 Ca K 24,3 9,01 12 Be 4 23,0 6,94 11 Li 4 2 1,008 3 2 S rie dos Actin dios 89 - 103 Hf (262) Db 180,9 105 Ta 92,9 73 Nb 50,9 41 V 23 5 (263) Sg 183,8 106 W 95,9 74 Mo 52,0 42 Cr 24 6 Ce 140,1 58 Pr 140,9 59 Ac (227) 89 232,0 Th 90 Pa (231) 91 S rie dos Actin dios La 138,9 57 S rie dos Lantan dios (261) Rf 178,5 104 S rie dos Lantan dios Zr 91,2 72 Y 47,9 40 Ti 22 4 88,9 57 - 71 44,9 39 Sc 21 3 U 238,0 92 144,2 Nd 60 (264) Bh 186,2 107 Re 98,9 75 Tc 54,9 43 Mn 25 7 (237) Np 93 (145) Pm 61 (265) Hs 190,2 108 Os 101,1 76 Ru 55,8 44 Fe 26 8 Pu (244) 94 150,4 Sm 62 (266) Mt 192,2 109 Ir 102,9 77 Rh 58,9 45 Co 27 9 (243) Am 95 152,0 Eu 63 195,1 Pt Pd 106,4 78 58,7 46 Ni 28 10 (247) Cm 96 157,3 Gd 64 197,0 Au Ag 107,9 79 63,5 47 Cu 29 11 (247) Bk 97 158,9 Tb 65 200,6 Hg 112,4 80 Cd 65,4 48 30 Zn 12 15 16 17 Cf (251) 98 162,5 Dy 66 204,4 Tl In 114,8 81 69,7 49 Ga 31 27,0 Al B 10,8 13 5 Es (252) 99 164,9 Ho 67 207,2 Pb Sn 118,7 82 72,6 50 Ge 32 Si 28,1 C 12,0 14 6 (257) Fm 100 Er 167,3 68 209,0 Bi Sb 121,8 83 74,9 51 As 33 P 31,0 N 14,0 15 7 (258) Md 101 168,9 Tm 69 209 Po Te 127,6 84 78,9 52 Se 34 S 32,1 O 16,0 16 8 (259) No 102 173,0 Yb 70 (210) At I 126,9 85 79,9 53 Br 35 35,5 Cl F 19,0 17 9 Lr (260) 103 175,0 Lu 71 (222) Rn Xe 131,3 86 83,8 54 Kr 36 39,9 Ar 20,2 18 Ne 4,00 10 He 2 14 1 H 1 13 18 1 CLASSIFICA O PERI DICA DOS ELEMENTOS (com massas at micas referidas ao is topo 12 do carbono) UFG PROCESSO SELETIVO/2009-1 GRUPO-2 BIOLOGIA QUEST O 1 Os cientistas sugerem que os primeiros seres vivos da Terra eram os procariotos primitivos e que seres mais complexos evolu ram a partir destes organismos. Duas hip teses s o propostas para explicar essa evolu o: (a) hip tese heterotr fica e (b) hip tese autotr fica. Construa um argumento que defenda a hip tese heterotr fica e outro que defenda a hip tese autotr fica. (5,0 pontos) QUEST O 2 Leia o texto a seguir. A ciclagem da gua na Amaz nia um fen meno natural importante para todo o Brasil e pa ses vizinhos, sendo respons vel por grande parte da oferta de vapor de gua para a regi o centro-sul. Os ventos prevalecentes na Amaz nia, oriundos do Oceano Atl ntico, trazem a cada ano uma quantidade de gua, na forma de vapor, calculada em 10 trilh es de m3. Entretanto, a precipita o local 50% maior do que esse total. FEARNSIDE, Philip M. Acta Amaz nica, v. 36, n. 3, 2006, p. 397. (Adaptado). a) Considerando que n o haja corrente de ventos no sentido oeste-leste e com base no ciclo hidrol gico, explique o processo respons vel pela diferen a entre a quantidade de vapor de gua que (2,5 pontos) chega Amaz nia e a quantidade de precipita o local. b) Apresente uma a o antr pica na Amaz nia que pode afetar negativamente a oferta do vapor de gua para a regi o Centro-Sul. (2,5 pontos) QUEST O 3 Durante visita ao Parque Nacional das Emas, situado no estado de Goi s, um grupo de estudantes do Ensino M dio observou e anotou algumas caracter sticas da vegeta o t pica da regi o, tais como: esp cies arb reas e arbustivas com ra zes profundas, caules com casca grossa suberizada e folhas cori ceas cutinizadas. Explique como essas caracter sticas, observadas pelo grupo, contribuem para manter a hidrata o dos tecidos vegetais. (5,0 pontos) RASCUNHO UFG PROCESSO SELETIVO/2009-1 GRUPO-2 QUEST O 4 Leia o trecho do poema a seguir. A seca de setenta O sertanejo assistido N o quer guerra, s paz N o carece fugir da seca Sua terra lhe satisfaz Molhada, nela d tudo Com labuta lhe d mais. Chove, por exemplo, hoje eis o festim do agreste canta o sapo na lagoa e o passarinho no cipreste cupim cria asa e voa com pouco o mato se veste. BANDEIRA, Pedro Francisco. Dispon vel em: <http://www.jangadabrasil.com.br/marco43/cn43030.htm>. Acesso em: 29 set. 2008. a) O trecho do poema apresenta v rios organismos do Reino Animalia. Identifique quais s o esses organismos e classifique-os pelas classes, destacando duas caracter sticas t picas de cada uma (2,5 pontos) delas. b) Explique a import ncia da lagoa para o sucesso reprodutivo do sapo, referido no poema. (2,5 pontos) QUEST O 5 Em 2008, comemora-se o centen rio da morte de Machado de Assis, o Bruxo do Cosme Velho. O trecho abaixo usa di logos presentes na obra machadiana e retrata uma informa o biol gica interessante. Pena ir nica molhada na tinta de melancolia li es de um bruxo Perd o, mas o senhor n o tem filhos? verdade. N o transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa mis ria. Mas evitou-se por inten o ou acaso? O velho inclina a cabe a e medita um pouco. Creio que por acaso. Ou por for a da natureza, que tudo pode e tudo transforma. N o v pensar que Carolina e eu recorremos ao rem dio que previne a concep o para sempre, e de que ou o falar na rua do Ouvidor. P LVORA, H lio. Dispon vel em: <http://www.vidaslusofonas.pt/machado_de_assis.htm>. Acesso em: 29 set. 2008. a) Considerando que as personagens do texto n o possuam nenhuma altera o cromoss mica ou muta o nas c lulas germinativas, cite duas causas biol gicas da infertilidade. (2,5 pontos) b) Na poca em que estas frases foram escritas, a p lula anticoncepcional feminina ainda n o havia sido desenvolvida, contudo a t cnica da vasectomia j era conhecida. Descreva como esses dois (2,5 pontos) m todos podem prevenir a concep o. UFG PROCESSO SELETIVO/2009-1 GRUPO-2 QUEST O 6 As figuras abaixo representam dois padr es eletrofor ticos de RNA mensageiro (mRNA) e prote na, expressos por um mesmo gene. A seta indica que a migra o do mRNA e da prote na est ocorrendo no sentido decrescente de massa molecular. mRNA Prote na Figura A mRNA Prote na Figura B Considerando que o padr o representado na figura A corresponde a um gene selvagem, explique por que somente o conte do de prote na foi alterado no padr o apresentado na figura B. (5,0 pontos) RASCUNHO UFG PROCESSO SELETIVO/2009-1 GRUPO 2 QU MICA QUEST O 7 As usinas nucleares s o importantes fontes de energia em v rios pa ses. O processo de obten o de energia das usinas nucleares consiste no bombardeamento de tomos de ur nio com n utrons. Esta rea o leva fiss o do ur nio e forma o de tel rio, zirc nio e um n utron com pequena varia o de massa e grande libera o de energia. A rea o em cadeia acontece quando o n utron resultante da rea o atinge outro n cleo de ur nio. Dados: Elementos ou part culas 235 92 Massa por tomo (kg) U 3,9028x10-25 135 52 Te 2,2403x10-25 100 40 Zr 1,6591x10-25 n 1,6749x10-27 1 0 Considere todas as casas decimais. Velocidade da luz = 3,0 x 108 m/s; n mero de Avogadro = 6,02x1023. a) Escreva a equa o da rea o balanceada do processo de fiss o do ur nio descrito acima. (1,0 ponto) b) Calcule a energia, em joules (J), liberada por um mol de ur nio atrav s da rela o de massaenergia de Einstein. (4,0 pontos) QUEST O 8 Anti cidos s o medicamentos que cont m em sua f rmula, como princ pio ativo, bicarbonato de s dio e cido c trico. A fun o do cido c trico produzir uma rea o que consome bicarbonato liberando g s carb nico, o que causa efervesc ncia quando dissolvido em gua. Ap s essa rea o, a concentra o de bicarbonato diminui; entretanto, o medicamento mant m seu efeito anti cido inalterado. OH HO OH O O O OH pKa1 = 3,14 pKa2 = 4,77 cido c trico pKa3 = 6,40 HCO3- pKa = 6,37 Tendo em vista as informa es apresentadas, a) indique o hidrog nio que tem o menor pKa; b) escreva a equa o qu mica que representa a rea o que produz efervesc ncia; c) explique a raz o pela qual o efeito anti cido permanece inalterado. (2,0 pontos) (1,0 ponto) (2,0 pontos) UFG PROCESSO SELETIVO/2009-1 GRUPO 2 QUEST O 9 Recentemente, a ind stria automobil stica vem apostando no uso de motores h bridos, que funcionam a gasolina e a lcool, para obter maior fatia de mercado. A possibilidade do uso de lcool e/ou de gasolina em um mesmo motor deve-se inje o eletr nica que pode controlar de maneira eficiente a quantidade de combust vel injetada na c mara de combust o do cilindro. Considere que a o temperatura do motor seja a mesma na combust o dos dois combust veis (> 100 C) e que as densi3 3 dades do etanol e do isoctano sejam 0,8 g/cm e 0,7 g/cm , respectivamente. a) Escreva as equa es de combust o para o etanol e o isoctano devidamente balanceadas. (2,0 pontos) b) Qual o volume, em mL, de etanol necess rio para gerar a mesma for a que 1 mol de isoctano? (3,0 pontos) QUEST O 10 Alguns sapos da floresta amaz nica s o min sculos, belos e mortais. Eles produzem um veneno chamado histrionicotoxina, cuja estrutura apresentada abaixo: H N HO Com base nessa estrutura, determine: a) a f rmula molecular da histrionicotoxina; b) os grupos funcionais presentes na histrionicotoxina; (1,0 ponto) (2,0 pontos) c) a condi o reacional e quantos mols de H2 s o necess rios para reduzir completamente as (2,0 pontos) liga es m ltiplas (duplas e triplas). QUEST O 11 Em um experimento fisiol gico, um estudante tem o pH de seu sangue monitorado continuamente. Inicialmente, o estudante encontra-se em repouso. Durante 50 segundos, ele fica sem respirar e, ap s esse tempo, permanece em repouso durante 5 minutos. Finalmente, o estudante respira durante 50 segundos em uma frequ ncia duas vezes acima do normal. a) Explique qual a causa da varia o do pH sangu neo. (2,0 pontos) b) Esboce um gr fico da varia o do pH em fun o do tempo, de acordo com o experimento (3,0 pontos) descrito no suporte da quest o. UFG PROCESSO SELETIVO/2009-1 GRUPO 2 QUEST O 12 O 1-metil-cicloexeno pode ser convertido em tr s subst ncias diferentes, conforme esquema abaixo: x 1) PhCO3H 2) H2O A) diol trans H3C 1) KMnO4 B) 2) H2O/HO- diol cis H3C H2O/H+ C) lcool H3C a) Represente as f rmulas estruturais planas dos produtos em A e B. (3,0 pontos) b) Represente a f rmula estrutural plana do produto em C. (2,0 pontos) RASCUNHO UFG PROCESSO SELETIVO/2009-1 REDA O REDA O Instru es A prova de reda o apresenta tr s propostas de constru o textual. Para produzir o seu texto, voc deve escolher um dos g neros indicados abaixo: A Editorial B Carta aberta C Conto de fic o cient fica O tema nico para os tr s g neros e deve ser desenvolvido segundo a proposta escolhida. A fuga do tema anula a reda o. A leitura da colet nea obrigat ria. Ao utiliz -la, voc n o deve copiar trechos ou frases sem que essa transcri o esteja a servi o do seu texto. Independentemente do g nero escolhido, o seu texto N O deve ser assinado. Tema As formas de vigil ncia e o controle do corpo Colet nea 1. Quando o belo ganha a m scara da pl stica Pouco tempo atr s, a escritora americana Stacy Schiff desfrutava uma linda tarde ao lado de um amigo franc s que visitava Nova York pela primeira vez. No fim do dia, por m, ele mostrou-se intrigado. Queria saber o que havia acontecido com as pessoas mais velhas na cidade. Seus rostos eram esticados demais, lustrosos demais. Em Paris, disse ele, os velhos pareciam velhos e n o havia nada de errado nisso. A idade do amigo franc s de Stacy: 8 anos. Sim, at mesmo uma crian a mais observadora pode perceber que algo estranho vem ocorrendo. E n o s em Nova York, claro. Basta ir a shoppings e restaurantes de qualquer grande cidade brasileira, como S o Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, para deparar com pessoas de pele alaranjada (sess es de bronzeamento artificial podem dar esse efeito), ma s do rosto salientes, testa estirada, l bios inflados e dentes branqu ssimos, de uma alvura inexistente na natureza. um contingente que, pelo jeito, tende a aumentar, gra as aos avan os t cnicos e ao barateamento dos procedimentos est ticos. Ficou mais f cil, enfim, fazer uma interven o atr s da outra e isso d vaz o obsess o doentia pela manuten o da beleza e juventude. O resultado dessa obsess o s o bizarrices produzidas por falta de bom senso n o s dos pacientes, como dos pr prios m dicos , diz o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Pl stica Regional S o Paulo, Jo o de Moraes Prado Neto. N o h nada de errado em querer consertar uma falta de acabamento cong nita, melhorar a silhueta castigada pelo excesso de comida e pelo sedentarismo ou atenuar as marcas do tempo. uma forma perfeitamente compreens vel e leg tima de conservar (ou restaurar) a auto-estima. Um nariz menos adunco, uma ruguinha cancelada, uns quilinhos aspirados e eis que a beleza deixa de ser apenas a promessa de felicidade, para citar a frase do escritor franc s Stendhal. A quest o quando se exagera na dose. Tem-se a uma patologia. [...] O argumento por tr s do tratamento preventivo mexer um pouco j para evitar grandes interven es l na frente. O resultado? Mulheres de 30 anos que se parecem com mulheres de 40 tentando aparentar 30. Esquisito? Sim, esquisit ssimo, mas o que vem ocorrendo. Quanto mais interven es s o feitas, mais r gida fica a pele. A paciente adquire as fei es de uma est tua, deixa de ter uma express o natural , disse Veja o m dico franc s Yves-G rard Illouz, o inventor da lipoaspira o. Ficam todos porque h in meros homens que se enquadram nesse caso assustadoramente iguais uns aos outros. Como se tivessem sa do (com defeito de fabrica o) da mesma linha de produ o. a m scara da pl stica. BUCHALLA, A. P. Veja. S o Paulo, 2 jul. 2008. Especial, p. 110-114. (Adaptado). UFG PROCESSO SELETIVO/2009-1 REDA O 2. Se a magreza apresenta-se como a forma mais representativa de sucesso social, a gordura encarada como desleixo e falta de controle pessoal sendo considerada, conforme pesquisas de Novaes (2006), como o verdadeiro sin nimo de fei ra. [...] A vigil ncia do corpo desdobra-se na pr pria auto-vigil ncia. Desse modo, n o se trata de uma vigil ncia exercida somente a partir do exterior, mas que tamb m exercida pelo pr prio indiv duo que precocemente aprende a se controlar. [...] Para Foucault o que caracteriza a modernidade o advento de uma era normativa. Podemos ent o constatar que todos os indiv duos est o submetidos s regras e recomenda es da magreza. Mas, ao constatar que todos os sujeitos se encontram de acordo com essa refer ncia, como podemos compreender que somente alguns s o levados a serem reconhecidos como anor xicos e bul micos? O anormal neste caso entendido n o como uma aus ncia de normas, mas sim como uma inflexibilidade e restri o da pr pria norma. Ent o, poder amos dizer que lutar pela beleza do corpo, seja com dietas, gin sticas, drenagens linf ticas para a conquista de um corpo magro, que, por sua vez, condiz com a conquista do sucesso social, por si s n o configuram um aprisionamento. Sem d vida, trata-se de estrat gias encontradas por alguns para incluir, adaptar e adequar o corpo na suposta normatividade s ciocultural. IDA, S. W. Anorexia e bulimia: uma perspectiva social. Dispon vel em: <www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle>. Acesso em: 03 nov. 2008. 3. As m quinas falantes Qual a rela o entre o corpo e o Eu: o corpo propriedade do Eu costumamos dizer: meu corpo ou se confunde com ele? [...] afirmo que nosso corpo nos pertence muito menos do que costumamos imaginar. Ele pertence ao universo simb lico que habitamos, pertence ao Outro; o corpo formatado pela linguagem e depende do lugar social que lhe atribu do para se constituir. [...] Se os corpos n o existem fora da linguagem, as pr ticas da linguagem determinam a apar ncia, a expressividade e at mesmo a sa de dos corpos. [...] Observamos que os corpos se modificam por efeito do que se diz sobre eles. Nossos corpos n o s o independentes da rede discursiva em que estamos inseridos, como n o s o independentes da rede de trocas trocas de olhares, de toques, de palavras e de subst ncias que estabelecemos. [...] O sujeito moderno, cercado e amparado por t cnicas e saberes cient ficos que visam lhe proporcionar sa de, bem-estar corporal e um adiamento indefinido da morte, est ao mesmo tempo cada vez mais distante de saber escutar as demandas e manifesta es de seu corpo pulsional. Acostumado a adiar o prazer e a satisfa o de necessidades, j n o capaz de desfrutar da sexualidade, do repouso, do cio e das pequenas sensa es provocadas pelo contato com a natureza. KEHL, M. R. As m quinas falantes. In: NOVAES, A. O homem-m quina: a ci ncia manipula o corpo. S o Paulo: Companhia das Letras, 2003. p. 243-256. UFG PROCESSO SELETIVO/2009-1 REDA O 4. O corpo dos candidatos Arnold Schwarzenegger, o fisioculturista e ator que hoje governador da Calif rnia, participou de um com cio de John McCain, em Ohio. Schwarzenegger, republicano, ap ia McCain. Sem se afastar muito do seu estilo habitual de governo, que feito de respeito e di logo com a oposi o, ele tentou ser engra ado e disse: Quero convidar o senador Obama para a academia. Temos que fazer alguma coisa para suas pernas magras. Ele tem que fazer agachamentos... . Tudo isso para chegar conclus o que dif cil mesmo vai ser desenvolver os m sculos do pensamento do senador. Ao relatar essa hist ria, o New York Post (jornal popular, a favor de McCain) publicou, no s bado, lado a lado, uma foto de Obama em cal o de banho e uma de Schwarzenegger quando ele ganhou o t tulo de Mr. Olympia, em 1975. A piada capenga, visto que 1) Schwarzenegger, hoje, est longe da forma f sica de seus 20 anos (circulam, na net, fotos dele em 1996 que n o s o lisonjeiras); 2) Obama n o puxa muito ferro, mas, num jogo de basquete, ele provavelmente daria uma lavada at no Schwarzenegger de 1975; 3) mais importante, o pr prio Schwarzenegger, quando entrou na pol tica, sofreu bastante por ser considerado uma massa de carne (eventualmente bem definida) com pouco c rebro... [...] McCain tem 72 anos, n o puxa ferro nem joga basquete e, como todos sabemos, carrega as seq elas dos anos passados nas pris es do Vietn sem que seus ferimentos fossem curados de maneira adequada. Mesmo de terno, a postura de McCain estranha, caminha como um pato de asas cortadas. Mas isso n o tem relev ncia, sequer sat rica, pois o corpo de McCain n o um corpo real, um corpo simb lico: ele s tem valor por carregar os estigmas de seu servi o na o. A bem dizer, Obama poderia lembrar que, na idade em que Schwarzenegger puxava ferro cinco horas por dia, ele estava sentando na biblioteca da faculdade de direito ou, ent o, batia pernas pelas ruas de Chicago organizando comunidades de cidad os; isso tamb m servir na o. Ele poderia acrescentar que a escolha de seu esporte preferido um jeito de manter o contato com os jovens dos guetos, que, pelos EUA afora, re nem-se nas in meras quadras p blicas de basquete. Mas n o faria muita diferen a. H uma outra raz o pela qual o corpo de McCain respeitado como corpo simb lico (um registro hist rico de seus feitos e m ritos) e o de Obama pode ser apresentado e apreciado como corpo real (eventualmente er tico). Obama n o um descendente de escravos africanos levados para as col nias que se tornariam os EUA; Obama filho de um africano livre, que chegou aos EUA como estudante. Mas pouco importa: ser negro nos EUA significa carregar o peso da escravid o como uma heran a inevit vel. E a escravid o o momento em que milh es de indiv duos foram privados de qualquer estatuto simb lico (perderam nomes, tradi es, hist ria, l nguas, direitos) e reduzidos simples e totalmente a seus corpos. Na escravid o, importava que os homens fossem fortes, bons reprodutores, com todos os dentes. S isso. coisa do passado? Nem tanto. A id ia do negro sexual e atleticamente superdotado vinga at hoje e tem esta origem: o escravo s pode mostrar seu valor pelo corpo, que tudo o que lhe resta. CALLIGARIS, C. O corpo dos candidatos. Dispon vel em:<www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft0311200809.htm>. Acesso em: 04 nov. 2008. UFG PROCESSO SELETIVO/2009-1 REDA O 5. Vaidade Nosso corpo n o pode ser modelado e remodelado apenas para satisfazer nossa vaidade. Isso pode nos levar loucura, ao fanatismo. As pessoas s o diferentes entre si e aceitar essas diferen as um grande passo para que n o fa amos do corpo um estere tipo de beleza. SILVA, F. M. da. Isto . S o Paulo, 23 jan. 2008, Cartas, p. 14. 6. Velhice? Fica para mais tarde ROGAR, S.; BRASIL, S. Veja. S o Paulo, 9 jul. 2008. p. 98-100. UFG PROCESSO SELETIVO/2009-1 REDA O 7. Desvendando os segredos dos genes da longevidade [...] Embora tenham procurado retardar o envelhecimento por dezenas de milhares de anos sem sucesso, algumas pessoas achar o dif cil aceitar que o processo possa ser controlado pela manipula o de um grupo de genes. No entanto, sabemos que poss vel evitar o envelhecimento em mam feros mediante uma simples mudan a diet tica: a restri o cal rica funciona. E mostramos que os genes da sirtu na controlam muitos dos mesmos caminhos moleculares de restri o alimentar. Sem realmente conhecermos as causas precisas, e potencialmente m ltiplas, do envelhecimento, j demonstramos, em uma variedade de formas de vida, que ele pode ser retardado pela manipula o de alguns reguladores e deixando que eles cuidem da sa de dos organismos. [...] Nossos laborat rios est o realizando experimentos controlados com camundongos que em breve dever o informar se o gene SIRT1 controla a sa de e o tempo de vida nos mam feros. Levaremos d cadas at saber como os genes da sirtu na afetam a longevidade humana. Quem espera tomar uma p lula e viver 130 anos talvez tenha nascido um s culo cedo demais. Mesmo assim, quem est vivo hoje poder ver o emprego de rem dios moduladores da atividade das enzimas sirtu nas no tratamento de Alzheimer, c ncer, diabetes e doen as card acas. Testes cl nicos de v rias dessas drogas para o tratamento de diabetes, herpes e doen as neurodegenerativas est o em andamento. A longo prazo, esperamos que o desvendamento dos segredos dos genes da longevidade permitir n o s tratar as doen as da velhice, mas impedir que apare am. Pode ser dif cil imaginar a vida quando as pessoas puderem se sentir jovens e viver relativamente livres das doen as atuais at quase cem anos. Alguns poder o indagar se vale a pena manipular o tempo de vida humano. Mas no in cio do s culo XX, a expectativa de vida era de uns 40 anos. Ela quase dobrou, para cerca de 75 anos, gra as ao advento dos antibi ticos e da sa de p blica. A sociedade adaptouse a essa mudan a dr stica da longevidade m dia, e poucos gostariam de retornar vida sem esses avan os. Sem d vida, as gera es futuras, acostumadas a viver al m dos 100 anos, ver o nossos m todos atuais de melhorar a sa de como rel quias primitivas de uma era passada. SINCLAIR, D. A.; GUARENTE, L. Scientific American Brasil. S o Paulo, n. 47, abr. 2006, p. 47. 8. Garotos se penduram em barra, onde ficam por cinco minutos como parte do treino na Universidade de Esportes de Xangai. FOLHA DE S. PAULO. S o Paulo, 6 jul. 2008. Pequim 2008 especial, p. 5. UFG PROCESSO SELETIVO/2009-1 REDA O Propostas de reda o A Editorial O editorial um g nero do discurso argumentativo que tem a finalidade de manifestar a opini o de um jornal, de uma revista, ou de qualquer outro rg o de imprensa, a respeito de acontecimentos importantes no cen rio nacional ou internacional. N o assinado porque n o deve ser associado a um ponto de vista individual. Deve ser enf tico, equilibrado e informativo. Al m de apresentar opini es assumidas pelo ve culo de imprensa, costuma tamb m resumir opini es contr rias, para refut -las. Imagine que voc seja o editor-chefe de um jornal de grande circula o nacional e, diante das mat rias divulgadas por uma revista, motivado a escrever o editorial do pr ximo n mero do jornal. A motiva o para a produ o do editorial centra-se, principalmente, na fala do presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Pl stica (excerto 1) e na pesquisa a respeito da velhice (excerto 6). O editorial deve defender a posi o do jornal quanto s pr ticas de controle do corpo desencadeadas pelas formas de vigil ncia constantes que determinam os padr es de sa de, beleza, longevidade, como garantias para o bem-estar f sico e mental. Mobilize argumentos que sustentem o ponto de vista do jornal, refutando argumentos contr rios ao seu posicionamento. B Carta aberta De natureza persuasivo-argumentativa, o g nero carta aberta manifesta publicamente, por meio de rg os de imprensa, a opini o de uma pessoa ou de um grupo de pessoas a respeito de um problema. Tem a finalidade de persuadir um interlocutor espec fico a tomar consci ncia do problema e se mobilizar para solucion -lo. O texto denuncia os fatos, analisando-os, sugere e reivindica a es resolutivas, mobilizando a opini o p blica para a ades o ao ponto de vista do locutor. Para isso, o locutor deve construir a imagem do interlocutor e as estrat gias adequadas para convenc -lo. Observe a imagem da mat ria sobre o treinamento dos atletas chineses (excerto 8) e considere a seguinte situa o: um dos garotos da imagem, depois de adulto e j tendo participado de tr s olimp adas, resolve escrever uma carta aberta ao Comit Ol mpico Internacional (COI), denunciando o excesso de disciplina imposto aos atletas pelos treinadores e reivindicando solu o para o problema. Com base nessa situa o, voc vai escrever uma carta aberta em que o atleta chin s ser o locutor, o COI ser o interlocutor espec fico e a sociedade, o p blico leitor da den ncia. Al m de denunciar os problemas desencadeados pelas pr ticas disciplinares e de controle do corpo, a carta deve analisar os fatos ocorridos nas pr ticas de treinamento e na vida cotidiana dos atletas. O locutor deve utilizar estrat gias argumentativas e persuasivas para convencer o COI a adotar a es que solucionem o problema e para mobilizar a opini o p blica a acatar o seu ponto de vista em rela o s formas de vigil ncia e de controle do corpo nas competi es esportivas. Para escrever sua carta, considere as caracter sticas interlocutivas pr prias desse g nero. C Conto de fic o cient fica O g nero conto de fic o cient fica mant m certas caracter sticas do conto. Trata-se de uma narrativa curta que apresenta narrador, personagens, enredo, tempo e espa o. O conto constr i uma hist ria focada em um conflito nico e apresenta o desenvolvimento e a resolu o desse conflito. A fic o cient fica lida principalmente com o impacto da ci ncia, tanto verdadeira como imaginada, sobre a sociedade ou sobre os indiv duos. Por isso, inclui o fator ci ncia como componente essencial. Como g nero liter rio, o conto de fic o cient fica apresenta hist rias fict cias e fant sticas, mas cuja fantasia prop e-se a ser plaus vel, quer em uma poca e local distantes ou pr ximos, quer mesmo no aqui e agora. H uma tentativa de convencer o p blico leitor de que as id ias que apre- UFG PROCESSO SELETIVO/2009-1 REDA O senta podem n o ser poss veis no contexto atual, mas poderiam ser no futuro, valendo-se de uma explica o cient fica ou pelo menos racional. Escreva um conto de fic o cient fica no qual voc seja o narrador-personagem. Imagine que, numa tentativa de prolongar sua vida e de se manter eternamente jovem no futuro, voc se submeta a uma t cnica de congelamento at o ano de 2100. Ap s esse per odo, seu corpo ser descongelado e integrado sociedade. Construa um conflito que envolva id ias e valores sobre o seu corpo e o das outras personagens com as quais voc se relaciona no futuro. Apresente justificativas para a a o de manipular o tempo na tentativa de atingir a imortalidade. Por meio das a es e dos di logos entre as personagens, discuta as diferentes formas de vigil ncia e de controle do corpo nos dois tempos vividos por voc (antes do congelamento e ap s o descongelamento). A trama deve basear-se em explica es cient ficas ou racionais que assegurem plausibilidade fantasia constru da no conto. RASCUNHO Para uso do Centro de Sele o UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOI S PR -REITORIA DE GRADUA O CENTRO DE SELE O PROCESSO SELETIVO/2009-1 FOLHA DE REDA O RASCUNHO Assinale sua op o: A EDITORIAL B CARTA ABERTA C CONTO DE FIC O CIENT FICA Assine somente no espa o indicado, no rodap desta folha, mesmo se voc optar pela carta. T TULO: SE NECESS RIO, USE O VERSO ASSINATURA DO CANDIDATO N O UTILIZE ESTE ESPA O

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