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UFC Vestibular de 2010 - 2ª ETAPA - Língua portuguesa

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L ngua Portuguesa e Literatura Quer entre a boca da noite e a madrugada, quer entre o crep sculo matutino e o vespertino, a leitura das cr nicas de Milton Dias constantes na obra Entre a boca da noite e a madrugada tudo aumenta o prazer de ler, o conhecimento dos bichos, do tempo, das mulheres, dos homens, do mar, do sert o... Convidamos voc a fruir do rico universo das madrugadas insones de Milton Dias. 01. A. Acerca da vida e da obra de Milton Dias, assinale V ou F conforme seja verdadeiro ou falso o que se afirma. A.1. ( ) A linguagem utilizada por Milton Dias, nas suas cr nicas e nos seus poemas, deve-se forma o cl ssico-parnasiana do autor. A.2. ( ) A maioria das personagens que aparecem nas cr nicas de Entre a boca da noite e a madrugada faz parte da fam lia e do grupo de amigos de Milton Dias. A.3. ( ) O tempo evocado nos textos de Entre a boca da noite e a madrugada compreende o da vida de Milton Dias, pois as cr nicas tratam, sobretudo, das experi ncias por ele vividas da inf ncia maturidade. A.4. ( ) Em Entre a boca da noite e a madrugada , h cr nicas que deixam entrever ter Milton Dias conhecido outros lugares do Brasil, o que certamente o ajudou a caracterizar, com bastante propriedade, o Nordeste e as demais regi es brasileiras. B. Escolha uma assertiva que voc considerou FALSA, identifique-a e reescreva-a, alterando as informa es que a tornam falsa por outras que a tornem verdadeira. Item ____ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ Quest o 01 Respostas: F V V V. Coment rio: A quest o 01 explora conhecimentos acerca da vida e da obra de Milton Dias. No item A, apresentam-se afirma es que devem ser julgadas verdadeiras ou falsas. A afirma o A.1 falsa, pois Milton Dias escreveu contos e cr nicas, mas n o escreveu poemas. Al m disso, tamb m falsa no tocante forma o liter ria do autor, pois era modernista, o que se pode perceber pela linguagem por ele utilizada e pelos temas recorrentes em sua obra, geralmente ligados ao cotidiano. A afirma o A.2 verdadeira, visto que a maioria das personagens que aparece nas suas cr nicas faz parte, de fato, da sua fam lia ou do seu grupo de amigos. Por exemplo, sabe-se que Alba Frota, personagem da cr nica Alba , era sua amiga particular, e que Ana Gerviz era, al m de prima, amiga. A afirma o A.3 verdadeira, pois o tempo que vem tona, nos textos de Milton Dias, o mesmo da vida do cronista, ou seja, coincide com seu per odo de vida: vai da inf ncia maturidade. A afirma o A.4 verdadeira, porque se sabe que, al m de ele ter morado em S o Paulo, onde foi professor do ensino secund rio, algumas de suas cr nicas d o conta de que esteve em outros lugares do Brasil, como se verifica em Guardai-vos da rainha e O menino Valdir , em que afirma ter estado em Minas Gerais. No item B, o candidato deve apontar como falsa a afirma o A.1 e corrigi-la da seguinte maneira: A linguagem utilizada por Milton Dias, nas suas cr nicas e nos seus contos, deve-se forma o modernista do autor. Pontua o: A quest o vale dez pontos, assim distribu dos: o item A vale oito pontos, ou seja, dois pontos para cada resposta marcada corretamente; o item B vale dois pontos, ou seja, um para cada corre o dos dois erros presentes em A.1. Vestibular 2010 2 Etapa - L ngua Portuguesa P g. 1 de 13 02. Em Entre a Boca da Noite e a Madrugada, algumas cr nicas remetem a versos, poemas ou can es de nomes consagrados da literatura e da m sica. Esse di logo entre obras de diferentes autores chama-se intertextualidade. Geralmente, o produtor do texto faz essas refer ncias para se posicionar favoravelmente (intertextualidade corroboradora), ou n o (intertextualidade contestat ria), ao que escreveram outras pessoas sobre o mesmo assunto. A seguir h duas colunas: na primeira, h excertos de cr nicas de Milton Dias; na segunda, trechos de composi es art sticas de nomes importantes da m sica e da literatura. A. Numere a coluna 2 de modo a correlacionar os excertos das obras nela constantes aos trechos das cr nicas de Milton Dias transcritos na coluna 1. COLUNA 1 (1) A noite de lua minguante num c u tranq ilo, sem estrelas, com algumas poucas nuvens brancas, paradas, decorando o azul p lido feito cen rio de papel o e uma ins nia generosa que eu guardo e cultivo me traz de presente a madrugada envolta em mist rio, animada por um vento leve, ameno, que vem do mar, enquanto a maldade humana dorme, tem direito a algumas horas de relaxamento, de intervalo e de repouso . COLUNA 2 ( ) Em Pas rgada tem tudo outra civiliza o Tem um processo seguro De impedir a concep o Tem telefone autom tico Tem alcal ide vontade Tem prostitutas bonitas Para a gente namorar Manuel Bandeira (2) muito bom sair, viajar, quebrar a rotina, mas muito bom tamb m voltar, retomar o canto em casa, no quarto, na cadeira de embalo, na rede de corda ( ). Passado o alvoro o da volta, quando a rotina se instala, fa o uma revis o do que deixei em casa, como quem d um balan o: conto primeiro os p ssaros, e verifico, com alegria, que est o vivos, passando muito bem . ( ) doce morrer no mar Nas ondas verdes do mar A noite que ele n o veio foi, Foi de tristeza pra mim Saveiro voltou sozinho Triste noite foi pra mim (3) Tem Minas, sim, e eu estive l , cercado de ( ) Quem n o nos quer bem que nos deixa. E quem n o nos quer bem, deix -los ir . Minas por todos os lados, at por cima, do lado do c u, que tamb m mineiro e lindo. Tem Minas, sim, verde e tranq ila, na paz amor vel das suas guas e dos seus campos e das suas montanhas . (4) E depois das gra as a Deus Nosso Senhor, quando fordes entregues reincid ncia da vida, quando pedirdes um sorriso de flor cumprimentando o mundo, quando, vers o atual de Mois s, come ardes a contar mem rias deum-quase-afogado, uma conclus o inevit vel vos acorrer por certo: n o doce morrer no mar . (5) Vou-me embora pro sert o, e l onde eu vou ( ficar ainda tem bica, um jacar bem na esquina da casa, esperando a gente para um banho de chuva (...). Tem gra na, tem can rio, tem galode-campina, tem pintassilgo est tudo cantando l . Tem muito mais, depois eu conto . Dorival Caymmi Carlos de Queir s ( ) E agora, Jos ? (...) Quer ir para Minas, Minas n o h mais. Jos , e agora? Carlos Drummond de Andrade ) Quando uma virgem morre, uma estrella apparece Nova, no velho engaste azul do firmamento, E a alma da que morreu de momento a momento, Na luz da que nasceu palpita e resplandece . Olavo Bilac (6) Pois uma tarde destas, inesperadamente, o Golinha voltou sozinho. O papa-capim se mandou duma vez, n o deu a menor not cia e desta atitude n o nos ficou nenhuma m goa . (7) Terr vel essa planta o de cruzes ao longo do caminho (...). Terr vel essa silenciosa e melanc lica marcha para a solid o maior (...). Assim como agora, com a morte de Alba Frota (...). E outras miradas n o sabem ter nossos olhos sen o procurar entre as estrelas a que partiu (...) . Vestibular 2010 2 Etapa - L ngua Portuguesa P g. 2 de 13 B. Classifique em corroboradora ou contestat ria a intertextualidade estabelecida pela cr nica de Milton Dias com: B.1. o poema de Manuel Bandeira: ____________________________________. B.2. a can o de Dorival Caymmi: ____________________________________. B.3. o poema de Carlos de Queir s: ___________________________________. B.4. o poema de Carlos Drummond de Andrade: _________________________. B.5. o poema de Olavo Bilac: ________________________________________. Quest o 02 Resposta: item A: 5 4 6 3 7; item B: B.1) intertextualidade corroboradora; B.2) intertextualidade contestat ria; B.3) intertextualidade corroboradora; B.4) intertextualidade contestat ria; B.5) intertextualidade corroboradora. Coment rio: A quest o 02 exige do vestibulando conhecimentos em torno do fen meno da intertextualidade. Espera-se que o candidato seja capaz n o s de relacionar corretamente, com base em determinados elementos textuais (nomeadamente voc bulos e senten as, mas tamb m com base nas principais ideias trazidas pelo texto), os excertos das cr nicas de Milton Dias selecionados para esta quest o aos das produ es de Carlos de Queir s, Carlos Drummond de Andrade, Olavo Bilac, Dorival Caymmi e Manuel Bandeira, como tamb m de classificar em corroboradora ou em constestat ria a rela o intertextual que foi estabelecida no contato entre esses textos. Para V tor Manuel de Aguiar e Silva (Teoria da Literatura. 8. ed. Coimbra: Livraria Almedina, 2006, p. 632.), a intertextualidade exerce fun o corroboradora quando imita-se o texto modelar, cita-se o texto can nico, reitera-se o permanente, cultua-se a beleza e a sabedoria sub specie aeternitatis ou, pelo menos, sub specie continuitatis , em suma, quando o pensamento do autor est de acordo com o que disseram outras pessoas sobre o mesmo assunto. A intertextualidade exerce fun o contestat ria, por sua vez, quando funciona como um meio de desqualificar, de contestar e destruir a tradi o liter ria, o c digo liter rio vigente: a cita o pode ser pejorativa e ter prop sitos caricaturais; sob o signo da ironia e do burlesco, a par dia contradita, muitas vezes desprestigia e lacera, tanto formal como semanticamente, um texto relevante numa comunidade liter ria, procurando por conseguinte corroer ou ridicularizar o c digo liter rio subjacente a esse texto, bem como os c digos culturais correlatos, e intentando assim modificar o alfabeto, o c digo e a din mica do sistema liter rio , enfim, quando o pensamento do autor discorda do que disse outra pessoa sobre o mesmo assunto. Com base no que foi dito, o excerto Tem Minas, sim, e eu estive l , cercado de Minas por todos os lados (...) , da cr nica de Milton Dias, estabelece uma intertextualidade contestat ria com o poema E agora, Jos ? , de Carlos Drummond de Andrade. constestat ria porque, ao contr rio do que afirma Drummond, ao dizer que Minas n o h mais , Milton Dias afirma ter estado l . O excerto E depois das gra as a Deus Nosso Senhor, quando fordes entregues reincid ncia da vida (...) , da cr nica de Milton Dias, tamb m estabelece uma intertextualidade contestat ria com a can o de Dorival Caymmi. constestat ria porque, ao contr rio do que diz Caymmi ( doce morrer no mar ), Milton Dias diz, na sua cr nica, justamente o oposto: n o doce morrer no mar . O excerto Vou-me embora pro sert o, e l onde eu vou ficar ainda tem bica (...) , da cr nica de Milton Dias, estabelece uma intertextualidade corroboradora com o poema Vou-me embora pra Pas rgada , de Manuel Bandeira. corroboradora porque Milton Dias, assim como Manuel Bandeira, acredita na exist ncia de um lugar onde possa existir a felicidade sempiterna e para onde se deva fugir, em momentos de tristeza: Manuel Bandeira iria embora para Pas rgada, j a Pas rgada de Milton Dias seria o sert o, justamente o sert o do seu tempo de menino. O excerto Pois uma tarde destas, inesperadamente, o Golinha voltou sozinho (...) , da cr nica de Milton Dias, estabelece uma intertextualidade corroboradora com os versos de Carlos de Queir s, porque Milton Dias inclusive utiliza os dois versos do poeta ( Quem n o nos quer bem que nos deixa. E quem n o nos quer bem, deix -los ir ) para indicar o comportamento do papa-capim, que, diferentemente do Golinha, se mandou duma vez, n o deu a menor not cia e, garante o cronista: desta atitude n o nos ficou nenhuma m goa . Aqui aprendemos todos a li o do poeta Carlos de Queir s: Quem n o nos quer bem que nos deixa. E quem n o nos quer bem, deix -los ir (QUEIR S apud DIAS, 2008, p. 14.). O excerto Terr vel essa planta o de cruzes ao longo do caminho (...) , da cr nica de Milton Dias, estabelece uma intertextualidade corroboradora com o poema Virgens mortas , de Olavo Bilac, porque Milton Dias, a exemplo da homenagem que fez Bilac, em seu poema, s virgens ( Quando uma virgem morre, uma estrella apparece, Nova, no velho engaste azul do firmamento ), exalta sua amiga Alba Frota, devido ao comportamento e ao car ter dela, ao ponto de coloc -la, ap s sua morte, entre as estrelas do firmamento. Os excertos A noite de lua minguante num c u tranq ilo (...) e muito bom sair, viajar, quebrar a rotina, mas muito bom tamb m voltar (...) n o estabelecem rela o intertextual com nenhum dos Vestibular 2010 2 Etapa - L ngua Portuguesa P g. 3 de 13 trechos dos poemas selecionados, bem como n o realizam intertextualidade com a can o de Dorival Caymmi. Pontua o: A quest o vale dez pontos, assim distribu dos: o item A vale cinco pontos, ou seja, um ponto para cada resposta marcada corretamente; o item B vale cinco pontos, um para cada indica o correta do tipo de intertextualidade. 03. A cr nica uma express o liter ria mista, em termos de forma e de conte do; pode assemelhar-se a g neros, como a ep stola, o memorial, a ora o etc. Considere o c digo que segue e preencha os par nteses com o n mero referente ao g nero textual ao qual corresponde, quanto configura o, o excerto transcrito da cr nica de Milton Dias. (1) conto (2) poema (3) memorial (4) ep stola (5) ora o ( ) Um inesperado cheiro de caf torrado em casa me agrediu agradavelmente, impunemente, na tarde de ontem, numa rua sossegada e distante desta cidade, quando eu buscava localizar um endere o desconhecido e me devolveu de repente ao sert o antigo outrora e outras tardes preguicentas como esta, longas, tranq ilas, intermin veis tardes de ver o, de sol medonho e calor grande. (...) O cheiro de caf torrado me trouxe de volta nossa casa da esquina . ( ) De todas as outras, Senhor, as que n o queremos ver com os olhos do corpo nem do pensamento, as amargas, as tristes, as infi is, as hip critas, as impudicas, as inimigas, as loucas, livrai-nos, Senhor. Dai-lhes muitas alegrias, concedei-lhes a paz, a prosperidade, a boa sorte e as conservai longe de n s . ( ) Infeliz Inoc ncio, t o cheio de obriga o, carregado de filhos, sofrendo cobran as di rias, amargurejava uma pobreza lamurienta, pegajosa, vizinha da mis ria propriamente dita, s encontrando algum consolo no dio incans vel aos patr es, que ele dissimulava com habilidade e hipocrisia (...). Felizmente, no protesto contra os patr es, encontrava a solidariedade dos colegas da firma, explorados como ele (...). Recorriam, diariamente, ao jogo-do-bicho e loteria (...). Cada manh , quando esperavam a hora de entrar, discutiam not cias pol ticas (...). Inoc ncio n o perdia oportunidade de se queixar, ca a num plano quase masoquista . ( ) J foi aurora, foi manh e foi tarde, agora crep sculo, e o homem que assistiu a tudo e n o semeou bem est cheio de desespero diante da noite pr xima. O homem s encontrou tempo para se encher de dinheiro e de ego smo. Nas candeias do pensamento, queima o leo do pessimismo devorante e da ang stia assassina, usa melancolia no cora o inquieto e em torno de si s descobre amargura. Porque n o fez amigo nem entre os seus mais seus. (...) fonte dos desejos compareceu vido e ass duo, mas cedo a avareza lhe quebrou o encanto, como o c ntaro da lenda . ( ) Amiga, recebi finalmente sua carta, com as not cias boas da temporada europ ia, esnobando, falando de frio, de vinho tinto ao p da lareira e me matando de inveja. Distribu tudo com os amigos e lhe informo honestamente que as saudades ainda n o baixaram, continuam como rio cheio em tempo de inverno bom . ( ) Depois da hora neutra que separa um dia do outro, o mo o se deu conta (...) da (...) bonita presen a no ambiente festivo (...) do clube (...), e os seus olhos n o viram mais nada (...). Mas havia uma legi o de cavalheiros (...) fazendo Bela uma corte fidalga. Ficou-se o mo o na sua mesa, (...) naquela atitude silenciosa, de discreta observa o (...), at que ocorreu o instante m gico (...), aquele em que a Bela deixou a festa, tamb m como nas est rias antigas, e foi levada a dormir. Mas (...) o mo o seguia o carro da sua Bela (...). Havia um gesto a cumprir. E foi cumprido, ent o, um grande, belo, nobre gesto . ( ) Abro [a caderneta] ao acaso, muito adiante, vejo o nome de Maria Alice Guimar es e me comovo, dentro da madrugada. N o faz tr s dias, li a not cia de sua morte. E eu me lembro de Maria Alice ao tempo em que, mal sa da professora do Col gio da Imaculada Concei o, gordinha, pequena, de longas tran as que lhe batiam na cintura, o sorriso de menina ing nua, o andar mi do, a fala r pida, instalara um curso de admiss o ali na esquina Santos Dumont com a Dom Manuel . ( ) Ah meu Deus, se repetir esta manh , como ouso lhe pedir, n o esque a a cor do tempo, que esta cor exclusiva do Cear , feita duma tinta que s o Senhor reserva s para n s, t o especial e ao mesmo tempo t o surpreendente, que parece sempre in dita . Vestibular 2010 2 Etapa - L ngua Portuguesa P g. 4 de 13 ( ) Este sol crepuscular me conduz a Recife, s tristes, belas tardes domingueiras do Recife os ltimos raios tirando reflexos do Capibaribe, as mo as chegando para sentar no quem-me-quer , a ponte Buarque de Macedo falando de holandeses e, por entre coqueiros de Olinda distante, a silenciosa sugest o duma cantiga de antigamente, em que havia palmeiras bizarras por onde cantavam todas as cigarras, sob o p de ouro do sol . ( ) Devia estar beirando os sessenta anos (...). Chamavam-no Janot (...). Diziam que se desligara da prov ncia quando enviuvou sem filhos. Cortou amarras como quem bate o p dos sapatos (...). s vezes desaparecia. Um m s, dois, sem vir aos bares da antiga conviv ncia (...). Um dia apareceu acompanhado de Alice (...). Pouco depois foi o dem nio da mol stia que o prostrou. Foi Alice quem cuidou dele, (...) quem comunicou a morte aos amigos, numa carta de choro enxuto, digno, mas muito sentido . Quest o 03 Resposta: 3 5 1 2 4 1 3 5 3 1. Coment rio: A quest o 03 exige do vestibulando conhecimentos em torno dos g neros textuais, principalmente no que concerne aos subg neros liter rios. Espera-se que o candidato seja capaz de perceber a cr nica como uma express o liter ria mista, ou seja, com caracter sticas de v rios g neros textuais, e, a partir disso, que possa indicar o g nero textual ou o subg nero liter rio a que cada uma das cr nicas de Milton Dias corresponde, considerando a configura o. O car ter plural da cr nica j foi atestado por muitos cr ticos liter rios; dentre esses, est Massaud Mois s, que, no seu Dicion rio de termos liter rios (9. ed. S o Paulo: Cultrix, 1999.), diz: Na verdade, classifica-se como express o liter ria h brida, ou m ltipla, de vez que pode assumir a forma de alegoria, necrol gio, entrevista, invectiva, apelo, resenha, confiss o, mon logo, di logo, em torno de personagens reais e/ou imagin rias, etc. A an lise dessas v rias facetas permite inferir que a cr nica constitui o lugar geogr fico entre a poesia (l rica) e o conto: implicando sempre a vis o pessoal, subjetiva, ante um fato qualquer do cotidiano, a cr nica estimula a veia po tica do prosador; ou d margem a que este revele seus dotes de contador de hist rias. No primeiro caso, o resultado pode ser um aut ntico poema em prosa; no segundo, um conto. Quando n o se define completamente por um dos extremos, a cr nica oscila (...) numa das numerosas posi es intermedi rias (p. 133). Com rela o s tem ticas abordadas pelas cr nicas, Massaud Mois s, em A cria o liter ria Prosa II: prosa po tica, ensaio, cr nica, teatro, jornalismo, cr tica liter ria (17. ed. S o Paulo: Cultrix, 2001.), afirma: qualquer tema serve[-lhe] de assunto (at a falta de assunto, tema glosado praticamente por todos os cronistas), quer de pol tica, economia, sociologia, quer de futebol, tr nsito, viagens, amizade, etc., e desenvolvido em variegada clave emocional, desde a tr gica at a c mica, passando pela humor stica, pessimista, depressiva, otimista, etc. (p. 110). Nesta obra, Massaud Mois s afirma que toda cr nica liter ria oscila, por conseguinte, entre a poesia e o conto (p. 110); o que faria com que uma cr nica fosse tida como conto ou como poema seria a preponder ncia, no seu bojo, do aspecto narrativo ou do contemplativo, como se pode ler ainda neste trecho d A cria o liter ria Prosa II: E quando o car ter liter rio assume a primazia, a cr nica deriva para o conto ou a poesia, conforme se acentue o aspecto narrativo ou o contemplativo (p. 108). Nos excertos das cr nicas de Milton Dias selecionadas para esta quest o, tr s apresentam um car ter predominantemente narrativo: Infeliz Inoc ncio, t o cheio de obriga o, carregado de filhos (...) ; Depois da hora neutra que separa um dia do outro, o mo o se deu conta (...) da (...) bonita presen a no ambiente festivo (...) do clube (...) e Devia estar beirando os sessenta anos (...). Chamavam-no Janot (...) , pois, como disse Massaud Mois s, prima[m] pela nfase posta no n o-eu , no acontecimento que provocou a aten o do escritor. (...) N o significa que o escritor se alheia do acontecimento, pois que a pr pria cr nica testemunha uma ades o interessada mas que o acontecimento t o-somente requer o seu cronista, inclusive no sentido etimol gico do termo, ou seja, o seu historiador (p. 115). Al m de terem sido escritas com verbos em terceira pessoa , o que serve para refor ar o fato de estarem voltadas para o n o-eu , essas tr s cr nicas apresentam todos os elementos comuns ao conto ou s demais narrativas: enredo, tempo, espa o, personagens e narrador. O excerto J foi aurora, foi manh e foi tarde, agora crep sculo (...) , por seu teor contemplativo, ou seja, por se concentrar longamente (...) em algo ou por se tratar de uma profunda aplica o da mente em abstra es; medita o, reflex o (Dicion rio Houaiss da L ngua Portuguesa), aproxima-se da poesia metaf sica, ou do poema metaf sico. Milton Dias, ao pensar sobre o Homem, aproxima bastante essa cr nica aos poemas metaf sicos, filos ficos ou contemplativos de Cam es e de lvaro de Campos, por exemplo. Al m disso, a alta carga de figuras de linguagem presentes nessa cr nica, sobretudo met foras ( aurora , manh , tarde , crep sculo e noite para se referir a cada uma das fases da vida: nascimento, inf ncia, adolesc ncia, maturidade, velhice e morte) e compara es ( mas cedo a avareza lhe quebrou o encanto, como o c ntaro da lenda ), d -lhe status de poema; da poder ser a cr nica chamada de prosa poem tica , cr nica-poema ou Vestibular 2010 2 Etapa - L ngua Portuguesa P g. 5 de 13 poema em prosa e de ser inserida no mbito da prosa po tica (MOIS S, 2001, p. 112.). N o que n o haja met foras nas cr nicas que se aproximam de contos, uma vez que a met fora inerente ao texto liter rio, mas, quando a cr nica aproxima-se do poema, percebe-se que ela possui uma carga de figuras de linguagem (sobretudo met foras e compara es) infinitamente superior, pois, como disse Ezra Pound, em ABC da Literatura (9. ed. S o Paulo: Cultrix, 2001.), Literatura linguagem carregada de significado [leia-se de plurissignifica o; de metaforiza es ] (p. 32); mas Grande literatura [leia-se Poesia ] simplesmente linguagem carregada de significado [leia-se de plurissignifica o; de metaforiza es ] at o m ximo grau poss vel . Os excertos Um inesperado cheiro de caf torrado em casa me agrediu agradavelmente, impunemente, na tarde de ontem (...) ; Abro [a caderneta] ao acaso, muito adiante, vejo o nome de Maria Alice Guimar es e me comovo, dentro da madrugada (...) e Este sol crepuscular me conduz a Recife, s tristes, belas tardes domingueiras do Recife aproximam-se de memoriais ou de mem rias. Massaud Mois s (1999, p. 50.) afirma ser dif cil tra ar o limite exato entre a biografia, as mem rias, o di rio ntimo e as confiss es, visto conterem, cada qual, a seu modo, o mesmo extravasamento do eu . Enquanto a biografia permite supor o relato objetivo e completo de uma exist ncia, tendo ela pr pria como centro, as mem rias implicam um -vontade na reestrutura o dos acontecimentos e a inclus o de pessoas com as quais o bi grafo teria entrado em contacto . Assim sendo, esses tr s excertos de cr nicas aproximam-se do memorial por cumprirem estas tr s caracter sticas b sicas: tratarem-se de um extravasamento do eu, reestruturarem acontecimentos e inclu rem pessoas com as quais o cronista entrou em contato. Exatamente por isso que se pode perceber com facilidade que as cr nicas que se aproximam de memoriais s o escritas em primeira pessoa ( abro , vejo , me comovo , li , me lembro ), com verbos no pret rito ( me agrediu , me devolveu ), e fazem alus es a lugares ( sert o antigo ; Recife ) e a pessoas ( Maria Alice Guimar es ) que o cronista conheceu ao longo de sua vida. O excerto Amiga, recebi finalmente sua carta, com as not cias boas da temporada europ ia aproxima-se, como n o poderia deixar de ser, do g nero epistolar. Duas palavras do excerto corroboram com o que foi dito: Amiga , vocativo, para quem o cronista reporta-se, ou seja, a quem se destina a cr nica em forma de correspond ncia; e carta , sin nimo de ep stola . Os excertos De todas as outras, Senhor, as que n o queremos ver com os olhos do corpo nem do pensamento (...) e Ah meu Deus, se repetir esta manh , como ouso lhe pedir, n o esque a a cor do tempo (...) aproximam-se da ora o: os vocativos Senhor e meu Deus , aliados aos verbos no imperativo ( livrai-nos , Dai-lhes , concedei-lhes , conservai , n o esque a ), que demonstram exorta o, constituem-se caracter sticas desse g nero textual. Os excertos foram transcritos, respectivamente, das cr nicas Tarde antiga , Salmo do homem s , Touro na 0084 , R quiem , Ac cias, gatos e p ssaros , Rosas da madrugada , Madrugada III , Antes que maio termine , Domingo tarde , No outono . Pontua o: A quest o vale dez pontos, sendo um ponto para cada indica o correta do g nero textual ao qual o excerto da cr nica de Milton Dias se aproxima. Leia o texto a seguir, que servir s quest es de 04 a 08. Touro, na 0084 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 Uma tarde, quela hora angustiosa da espera do bicho, praticamente desligado da realidade, perdido em sonhos e projetos, o telefone tocou, na mesa vizinha, ele atendeu. Era uma voz de rapazote chamando Vivaldo, que se ausentara um momento: Olhe aqui! Seu Vivaldo pediu para informar a milhar assim que corresse. Por favor, diga a ele que deu o touro na 0084. Inoc ncio empalideceu, pediu que repetisse, que aguardasse um minuto. Arrancou do bolso a pule, num gesto nervoso, conferindo, constatou: era a milhar que tinha jogado, n o havia d vida. E rep s violentamente o fone no gancho. A pele mulata retomou sangue subitamente, passou da palidez ao rubor, e Inoc ncio anunciou aos gritos para os companheiros: Deu o touro, ganhei! Deu o touro na 0084, n s ganhamos, eu e o Vivaldo! E apopl tico, as veias do pesco o saltadas, o olhar esgazeado, caminhou, como um aut mato, em dire o ao gabinete da ger ncia, abriu a porta intempestivamente, sem se anunciar. E diante do gerente gordo, at nito, lento, instalado como um rei, abanou-lhe o queixo com a pule, gritou triunfante: T vendo isto aqui? a minha carta de alforria! N o preciso mais desta droga nem uma hora! V o-se todos pro inferno, magote de miser vel! J ouviu? Pro inferno! E saiu, batendo a porta com estr pito. Deixou o gerente incapaz de entender aquele destampat rio ins lito, da parte de quem sempre se manifestara aparentemente d cil, quase servil, junto aos chefes. Voltou, em seguida, ao escrit rio, riu para os colegas o riso da vit ria e ainda excitado, agitando a pule como bandeira da vit ria, comentou, quase aos gritos, entre aliviado e superior: Eu sabia! Eu sabia que havia de me livrar desta corja... Nisto, Vivaldo entrou na sala. Inoc ncio encaminhou-se para ele, abriu-lhe os bra os num gesto de Vestibular 2010 2 Etapa - L ngua Portuguesa P g. 6 de 13 22 23 24 25 26 27 confraterniza o e de alegria, num convite t cito para a comemora o em comum do grande momento, a boca rasgada num riso amplo, os olhos faiscando de felicidade. De repente, numa fra o de segundo, surpreendeu no olhar do companheiro uma express o velhaca, um raio matreiro, de intelig ncia e de mofa, acompanhado dum riso inesquec vel, ir nico, quase zombeteiro. O qual riso, crescendo numa crise incontida, explodiu numa gargalhada achincalhante, revelando, sem palavras, que Vivaldo lhe pregara uma pe a e que a est ria toda da milhar n o passava de um trote. DIAS, Milton. Entre a boca da noite e a madrugada. Fortaleza: Edi es UFC, 2008, p. 24-25. Cole o Literatura no Vestibular. 04. Analise o que se pede em cada subitem a seguir e assinale a nica alternativa correta para cada um. A escolha de mais de uma alternativa por item anula a resposta. 4.1. Da leitura do texto, depreende-se que Inoc ncio esperava vir, do sucesso no jogo, sua reden o financeira e, por consequ ncia, sua alforria da Companhia para a qual trabalhava; por isso, a hora da espera do bicho era angustiosa (linha 01). Nessa hora, Inoc ncio desligava-se da realidade e perdia-se em sonhos e projetos (linha 02). Essa atitude de Inoc ncio vai de encontro ao dito popular: ( ) Quem n o arrisca n o petisca. ( ) N o confie na sorte, o triunfo nasce da luta. ( ) Aproveite a sorte, enquanto ela est a seu favor. 4.2. Ao acreditar que ganhara no jogo-do-bicho, Inoc ncio invade a sala do gerente da Companhia onde trabalha e diz tudo o que pensa (linhas 11-16). Logo depois, por m, toma conhecimento de que a est ria toda da milhar n o passava de um trote (linha 27). Inoc ncio teria poupado a si mesmo do rid culo caso tivesse aplicado a li o do seguinte dito popular: ( ) O que guarda sua boca conserva sua alma. ( ) N o deixes para amanh o que podes fazer hoje. ( ) O sol nasce para todos, a lua para quem merece. 4.3. A rea o de Inoc ncio deixou o gerente incapaz de entender aquele destampat rio ins lito, da parte de quem sempre se manifestara aparentemente d cil, quase servil, junto aos chefes (linhas 17-18). Aplica-se ao caso de Inoc ncio o dito popular: ( ) As apar ncias enganam. ( ) Quem espera sempre alcan a. ( ) Depois da tormenta, sempre vem a bonan a. 4.4. Em rela o a Inoc ncio, Vivaldo mostrou ser um amigo ao qual se aplica o dito popular: ( ) Amigos, amigos; neg cios, parte. ( ) Amigo disfar ado, inimigo dobrado. ( ) na necessidade que se conhece o amigo. 4.5. Quando ainda n o sabia que a est ria toda da milhar n o passava de um trote (linha 27), Inoc ncio riu para os colegas o riso da vit ria (linhas 18-19). Na continuidade, l -se sobre a rea o de Vivaldo ao revelar o trote: O qual riso, crescendo numa crise incontida, explodiu numa gargalhada achincalhante. (linhas 25-26). Aplica-se ao riso de Inoc ncio o dito popular: ( ) Muito riso, pouco siso. ( ) Rir o melhor rem dio. ( ) Quem ri por ltimo ri melhor. Quest o 04 Respostas: 4.1. N o confie na sorte. O triunfo nasce da luta; 4.2. O que guarda sua boca conserva sua alma. 4.3. As apar ncias enganam. 4.4. Amigo disfar ado, inimigo dobrado. 4.5. Muito riso, pouco siso. Coment rio: A quest o 04 explora compreens o leitora, requerendo do vestibulando a habilidade de lidar com a intertextualidade exoliter ria, na medida em que solicita ao candidato que, em cada subitem, assinale o dito popular que se aplica ao aspecto, em destaque, do enredo do texto da prova. O item 4.1. solicita que o candidato assinale o dito popular que vai de encontro, ou seja, que contraria a atitude da personagem Inoc ncio quanto cren a na pr tica do jogo como meio de reden o financeira. O dito popular N o confie na sorte, o triunfo nasce da luta vai de encontro a essa atitude de Inoc ncio. Os dois outros ditos s o inadequados, como resposta, porque os ditos populares Quem n o arrisca n o petisca e Aproveite a sorte, enquanto ela est a seu favor v o ao encontro, ou seja, corroboram a atitude de Inoc ncio em rela o ao jogo como mecanismo de conquista do padr o financeiro almejado. O item 4.2. solicita ao candidato que assinale o dito popular cuja orienta o, se seguida por Inoc ncio, ter-lhe-ia poupado do vexame decorrente de sua atitude intempestiva junto aos chefes da Companhia para a qual trabalhava. Segundo se l no texto, ao acreditar que lograra xito no jogo-do-bicho, Inoc ncio invade a sala do gerente da Companhia e diz tudo o que pensa (linhas 11-16). Logo, por m, toma conhecimento de que a est ria toda da milhar n o passava de um trote (linha 27). correto afirmar que Inoc ncio teria Vestibular 2010 2 Etapa - L ngua Portuguesa P g. 7 de 13 poupado a si mesmo do rid culo caso tivesse aplicado a li o do dito popular O que guarda sua boca conserva sua alma . Depreende-se deste dito que preciso pensar antes de falar, pois a fala irrefletida gera muitos problemas; exp e desnecessariamente a pessoa ao vexame. O prov rbio N o deixes para amanh o que podes fazer hoje n o deve ser assinalado porque Inoc ncio caiu no rid culo exatamente por n o ter deixado seu desabafo para o dia de amanh ; ele agiu intempestivamente. Da , por n o ter averiguado a veracidade do telefonema que o informou de seu suposto xito no jogo-do-bicho, ele realiza hoje o que amanh o encheria de vergonha. O prov rbio O sol nasce para todos, a lua para quem merece tamb m n o se aplica ao caso mencionado. Inoc ncio caiu no rid culo exatamente por ter passado a considerar a si mesmo como merecedor da lua , como algu m superior, uma vez achar que agora era um homem rico e, assim, estava em condi es de enfrentar e destratar os chefes da Companhia, pois n o precisaria mais trabalhar nela. O item 4.3. solicita que o candidato assinale o dito popular que se aplica a Inoc ncio no que concerne sua mudan a brusca de atitude de algu m que sempre se manifestara aparentemente d cil, quase servil, junto aos chefes, para algu m agressivo, que demonstra profundo desprezo pelos chefes. O dito popular As apar ncias enganam aplica-se ao caso de Inoc ncio. A sensa o de estar rico fez Inoc ncio revelar seus verdadeiros sentimentos, os quais ele camuflava por medo de perder o emprego. Os dois outros prov rbios Quem espera sempre alcan a e Depois da tormenta sempre vem a bonan a n o se aplicam a essa mudan a brusca de Inoc ncio. Nem Inoc ncio foi recompensado com algo de positivo por ter exercido a paci ncia, conforme o dito Quem espera sempre alcan a , tampouco a bonan a sobreveio a Inoc ncio, uma vez que a est ria toda da milhar n o passava de um trote . O item 4.4. solicita ao candidato que assinale o dito popular que se aplica ao tipo de amigo que Vivaldo revela ser para Inoc ncio. correto afirmar que o dito popular Amigo disfar ado, inimigo dobrado aplica-se a Vivaldo. Segundo se l no texto, Vivaldo prega uma pe a em Inoc ncio. Este amigo de trabalho retira-se da sala no hor rio em que habitualmente sai o resultado do jogo-do-bicho, da o telefone de sua mesa toca e, tendo em vista sua aus ncia, Inoc ncio quem atende ao telefone. No outro lado da linha, uma voz informa um suposto resultado do jogo-do-bicho, que condiz com a aposta feita por Inoc ncio e Vivaldo: ambos acertaram a milhar. O fato que tudo n o passava de um trote que Vivaldo pregara em Inoc ncio. Esta brincadeira, por m, leva Inoc ncio a atitudes irrevers veis, uma vez que, como um aut mato, ele invade a sala do seu chefe e o agride verbalmente, estendendo seu destampat rio ins lito a todos os chefes da empresa. Quando se tem um amigo como Vivaldo, inimigos s o desnecess rios. O dito popular Amigos, amigos; neg cios, parte n o se aplica ao tipo de amigo que Vivaldo. N o h , no texto, men o a rela es de neg cios entre Vivaldo e Inoc ncio, ambos s o funcion rios de uma mesma companhia. O dito popular na necessidade que se conhece o amigo tamb m n o se aplica a Vivaldo. N o h , no texto, refer ncias a Vivaldo como amigo na hora da necessidade. A solidariedade demonstrada por Vivaldo era apenas para fazer coro s queixas contra os patr es. O item 4.5. solicita ao candidato que assinale o dito popular que se aplica ao riso de Inoc ncio, em uma refer ncia direta ao excerto do texto em que se l Voltou em seguida, ao escrit rio, riu para os colegas o riso da vit ria, comentou, quase aos gritos, entre aliviado e superior: Eu sabia! Eu sabia que havia de me livrar desta corja... (linhas 18-20). correto afirmar que o dito popular Muito riso, pouco siso aplica-se ao riso de Inoc ncio, que, naquele momento, se sente superior em rela o a seus colegas em decorr ncia do suposto sucesso no jogo-dobicho e que evidencia, com o seu riso, pouco siso, ou seja, pouco ju zo. O dito popular Rir o melhor rem dio n o se aplica ao riso de Inoc ncio. Desse prov rbio depreende-se que, em situa es dif ceis, encarar os obst culos de modo positivo o melhor rem dio. Esse prov rbio tamb m cristaliza o que hoje um conhecimento com respaldo emp rico, pois a ci ncia j constatou que o riso tem poder curativo. O dito popular Quem ri por ltimo ri melhor n o pode ser associado ao riso de Inoc ncio; aplicar-se-ia, sim, ao riso de Vivaldo, que ri por ltimo, comprazendo-se do rid culo de Inoc ncio. Pontua o: A quest o vale dez pontos, sendo dois pontos para cada indica o da resposta correta. Vestibular 2010 2 Etapa - L ngua Portuguesa P g. 8 de 13 05. A seguir, na coluna da esquerda, h express es transcritas do texto; na da direita, palavras que semanticamente equivalem s empregadas por Milton Dias na sua cr nica. Associe as duas colunas de modo a relacionar as express es de acordo com o valor sem ntico que abonado pelo contexto da cr nica. (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) apopl tico (linha 11) esgazeado (linha 11) como um aut mato (linha 11) estr pito (linha 16) destampat rio (linha 17) velhaca (linha 24) matreiro (linha 25) achincalhante (linha 26) ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) furioso ardiloso trapaceira destempero desnorteado ludibriadora escarnecedora ridicularizante maquinalmente ru do estrondoso Quest o 05 Respostas: (1) (7) (6) (5) (2) (6) (8) (8) (3) (4) Coment rio: A quest o 05 explora vocabul rio, requerendo que o candidato associe corretamente as duas colunas constantes na quest o de modo a relacionar as express es de acordo com o valor sem ntico que abonado pelo contexto da cr nica Touro, na 0084 , na qual se l que Inoc ncio, ap s acreditar ter-se tornado um homem rico, em decorr ncia do xito no jogo-do-bicho, d vaz o a todo o dio que sentira pelos patr es. Assim, apopl tico (furioso), as veias do pesco o saltadas (o que um ind cio f sico de extrema exalta o), com o olhar esgazeado (desnorteado), ele caminhou como um aut mato (maquinalmente), em dire o ao gabinete da ger ncia. Ap s extravasar, ou seja, revelar seus reais sentimentos quanto aos seus patr es, Inoc ncio sai da sala do gerente, batendo a porta com estr pito (ru do estrondoso). Obviamente, o gerente n o compreendeu aquele destampat rio (destempero) ins lito da parte de quem sempre se manifestara aparentemente d cil, quase servil, junto aos chefes. Por m a felicidade de Inoc ncio fugaz, passageira. Logo, o olhar do colega Vivaldo revela algo terr vel: a hist ria toda da milhar n o passava de um trote. Essa revela o como o crep sculo matutino, que clareia progressivamente: principia-se no olhar de Vivaldo, no qual Inoc ncio nota uma express o velhaca (trapaceira, ludibriadora), um raio matreiro (ardiloso); prossegue no riso ir nico e culmina em uma gargalhada achincalhante (escarnecedora, ridicularizante). Nesse contexto, as palavras s o desnecess rias: Vivaldo pregara uma pe a em Inoc ncio. Pontua o: A quest o vale dez pontos, sendo um para cada preenchimento correto. 06. Analise o que se pede em cada subitem a seguir e assinale a NICA alternativa correta para cada item. A escolha de mais de uma alternativa por item anula a resposta. 6.1 . Em Inoc ncio anunciou aos gritos para os companheiros: Deu o touro, ganhei! (linhas 09-10), os dois pontos s o usados para: ( ) sugerir explica o. ( ) indicar quebra na sequ ncia de ideias. ( ) introduzir declara o em estilo direto. 6.2 . Em Eu sabia! Eu sabia que havia de me livrar desta corja... (linha 20), as retic ncias s o usadas para: ( ) denotar interrup o do pensamento. ( ) indicar a n o-resposta do interlocutor. ( ) denotar hesita o em anunciar o pensamento. 6.3 . Em V o-se todos pro inferno, magote de miser vel! (linha 15), a v rgula usada para: ( ( ( ) ) ) isolar o vocativo. isolar o adjunto adnominal. separar termos coordenados. Vestibular 2010 2 Etapa - L ngua Portuguesa P g. 9 de 13 6.4 . Em Era uma voz de rapazote chamando Vivaldo, que se ausentara um momento (linhas 02-03), a v rgula usada para separar ora o: ( ) adverbial consecutiva. ( ) adjetiva explicativa. ( ) intercalada. 6.5 . Em Olhe aqui! Seu Vivaldo pediu para informar a milhar assim que corresse. (linha 04), o travess o usado para: ( ) denotar pausa mais forte. ( ) indicar mudan a de interlocutor. ( ) assinalar uma express o intercalada. Quest o 06 Respostas: 6.1. introduzir declara o em estilo direto. 6.2. denotar interrup o do pensamento. 6.3. isolar o vocativo. 6.4. adjetiva explicativa. 6.5 indicar mudan a de interlocutor. Coment rio: A quest o 06 explora a compreens o do uso da pontua o na tessitura do texto, especificamente o uso dos dois-pontos (item 6.1), das retic ncias (item 6.2), da v rgula (itens 6.3 e 6.4) e do travess o (item 6.5). Acerca do uso dos dois-pontos na constru o textual, lemos em Bechara (1999, p. 611) que usam-se dois pontos na: 1) enumera o, explicita o, not cia subsidi ria (...); 2) nas express es que se seguem aos verbos dizer, retrucar, responder (e semelhantes) e que encerram a declara o textual, ou que assim julgamos, de outra pessoa (...). s vezes, para caracterizar textualmente o discurso do interlocutor, vem acompanhada de aspas a transcri o, e raras vezes de travess o (...); 3) nas express es que, enunciadas com entona o especial, sugerem, pelo contexto, causa, explica o ou conseq ncia (...) . Com base nesse conhecimento, tem-se que, em A pele mulata retomou sangue subitamente, passou da palidez ao rubor, e Inoc ncio anunciou aos gritos para os companheiros: Deu o touro, ganhei! Deu o touro na 0084, n s ganhamos, eu e o Vivaldo! (linhas 09-11), os dois-pontos s o usados para caracterizar textualmente o discurso da personagem. Acerca do uso das retic ncias na constru o textual, l -se em Bechara (1999, p. 608) que elas denotam interrup o ou incompletude do pensamento (ou porque se quer deixar em suspenso, ou porque os fatos se d o com breve espa o de tempo intervalar, ou porque o nosso interlocutor nos toma a palavra) ou hesita o em enunci -lo. Servem tamb m para indicar uma enumera o inconclusa e para indicar a n o-reposta do interlocutor . Com base nesse conhecimento, tem-se que, em Eu sabia! Eu sabia que havia de me livrar desta corja... (linha 20), as retic ncias s o usadas para denotar interrup o do pensamento. No texto, l -se que, quando Inoc ncio est se vangloriando de sua suposta vit ria no jogo-do-bicho, Vivaldo entra na sala. A entrada de Vivaldo interrompe a fala de Inoc ncio, que vai ao encontro do amigo a fim de dar-lhe um abra o. Acerca do uso da v rgula, Bechara (1999, p. 609-610) diz que ela empregada para separar vocativos, repeti es, termos coordenados, ora o adjetiva de valor explicativo, ora es coordenadas aditivas proferidas com pausa, ora es coordenadas alternativas proferidas com pausa etc. Com base nesse conhecimento, tem-se que, em V o-se todos pro inferno, magote de miser vel! (linha 15), a v rgula usada para separar vocativo, visto tratar-se de um vocativo a express o magote de miser vel . Acerca do vocativo, diz Bechara (1999, p. 460): Desligado da estrutura argumental da ora o e desta separado por curva de entona o exclamativa, o vocativo cumpre a fun o apelativa de 2 pessoa, pois, por seu interm dio, chamamos ou pomos em evid ncia a pessoa ou coisa a que nos dirigimos: Jos , vem c ! Tu, meu irm o, precisas estudar! Felicidade, onde te escondes? Em Era uma voz de rapazote chamando Vivaldo, que se ausentara um momento (linhas 02-03), a v rgula usada para separar ora o adjetiva de valor explicativo, que se ausentara um momento traduz uma explica o sobre a personagem Vivaldo. Acerca do uso do travess o, l -se em Bechara (1999, p.612) que o travess o pode denotar pausa mais forte, assinalar intercala o de express o, indicar mudan a de interlocutor na transcri o de um di logo. Com base nesse conhecimento, tem-se que, em Olhe aqui! Seu Vivaldo pediu para informar a milhar assim que corresse. (linha 04), o travess o usado para indicar que se est transcrevendo a fala do interlocutor de Inoc ncio no momento em que este atende ao telefone. Pontua o: A quest o vale dez pontos, sendo dois para cada indica o de resposta correta. Vestibular 2010 2 Etapa - L ngua Portuguesa P g. 10 de 13 07. As formas da l ngua assumem, nos textos, fun es sint tico-sem nticas diversas: sujeito, predicado, adjunto adnominal, adjunto adverbial, complemento verbal, entre outras. A. Preencha os par nteses com V ou F, conforme seja verdadeiro ou falso o que se afirma sobre as fun es sint tico-sem nticas exercidas pelos elementos destacados nos itens que seguem. A.1. ( ) O pronome lhe (linha 13) exerce a mesma fun o que a express o desta droga (linha 14). A.2 . ( ) O pronome lhe (linha 27) exerce a mesma fun o que o nome Vivaldo (linha 03). A.3 . ( ) O pronome ele (linha 02) exerce a mesma fun o que o pronome ele (linha 04). A.4 . ( ) A ora o que se ausentara um momento (linha 03) exerce a mesma fun o que a ora o que deu o touro na 0084 (linhas 04-05). A.5 . ( ) A express o num gesto nervoso (linha 07) exerce a mesma fun o que aos gritos (linhas 09- 10). A.6 . ( ) A express o o riso da vit ria (linha 19) exerce a mesma fun o que uma express o velhaca (linha 24). B. Dos par grafos do texto indicados nos par nteses, em cada item, transcreva uma ora o: B.1. com fun o adverbial, que exprime no o de tempo (2 par grafo). B.2 . com fun o adjetiva (3 par grafo). B.3 . reduzida, com fun o adverbial (6 par grafo). B.4 . com fun o substantiva (8 par grafo). Quest o 07 Respostas do item A: A.1.(F); A.2.(F); A.3. (F); A.4. (F); A.5. (V); A.6. (V). Respostas do item B: B.1. assim que corresse ; B.2. que tinha jogado ; B.3. agitando a pule como bandeira da vit ria ; B.4. que Vivaldo lhe pregara uma pe a ou que a est ria toda da milhar n o passava de um trote . Coment rio: A quest o 07 explora fun es sint tico-sem nticas. O que se afirma em A.1 falso. O pronome lhe (linha 13) exerce fun o de adjunto adnominal. No contexto, l -se que E adiante do gerente gordo, at nito, lento, instalado como um rei, abanou-lhe o queixo com a pule (linha 13), ou seja, Inoc ncio abanou o queixo do gerente com a pule. Por sua vez, a express o desta droga (linha 14) exerce a fun o de objeto indireto do verbo precisar . No contexto, l -se: N o preciso mais desta droga nem uma hora! (linha 14). O que se afirma em A.2 falso. O pronome lhe (linha 27) exerce fun o de objeto indireto. No contexto, l -se que O qual riso, crescendo numa crise incontida, explodiu numa gargalhada achincalhante, revelando, sem palavras, que Vivaldo lhe pregara uma pe a e que a est ria toda da milhar n o passava de um trote (linhas 28-30), ou seja, Vivaldo em Inoc ncio (objeto indireto) pregara uma pe a (objeto direto). Por sua vez, o nome pr prio Vivaldo (linha 03) exerce fun o de objeto direto. No contexto, l -se: Era uma voz de rapazote chamando Vivaldo, que se ausentara um momento (linhas 02-03). O que se afirma em A.3 falso. O pronome ele (linha 02) exerce fun o de sujeito do verbo atender ( atendeu ). No contexto, l -se que o telefone tocou, na mesa vizinha, ele atendeu. (linha 02). Por sua vez, o pronome ele (linha 04) exerce fun o de objeto indireto do verbo dizer ( diga ). No contexto, l -se que Por favor, diga a ele que deu o touro na 0084. (linhas 04-05), ou seja, diga a Vivaldo (objeto indireto) isto. O que se afirma em A.4 falso. A ora o que se ausentara um momento (linha 03) exerce fun o adjetiva com valor explicativo, o que justifica a v rgula que a separa da ora o principal. Por sua vez, a ora o que deu o touro Vestibular 2010 2 Etapa - L ngua Portuguesa P g. 11 de 13 na 0084 (linhas 04-05) exerce fun o de objeto direto do verbo dizer ( diga ). No contexto, l -se que Por favor, diga a ele que deu o touro na 0084. (linhas 04-05), ou seja, diga a Vivaldo (objeto indireto) isto (que deu o touro na 0084 objeto direto. O que se afirma em A.5 verdadeiro. A express o num gesto nervoso (linha 07) exerce fun o adverbial. Trata-se de um adjunto adverbial de modo. A express o aos gritos (linhas 09-10) tamb m exerce fun o adverbial, acrescendo ora o da qual parte no o de modo. O que se afirma em A.6 verdadeiro. A express o o riso da vit ria (linha 19) exerce fun o de objeto direto do verbo rir ( riu ). A constru o uma express o velhaca (linha 24) tamb m exerce fun o de objeto direto do verbo surpreender ( surpreendeu ). O item B da quest o, por seu turno, solicita ao candidato que transcreva, do texto, ora es que exer am, respectivamente, as seguintes fun es: adverbial (itens B.1 e B.3), adjetiva (item B.2) e substantiva (item B.4). Obteve xito o candidato que transcreveu, respectivamente, as ora es assim que corresse (linha 04), para o item B.1; que tinha jogado (linha 07), para o item B.2; agitando a pule como bandeira da vit ria (linha 19), para o item B.3; que Vivaldo lhe pregara uma pe a (linha 27) ou que a est ria toda da milhar n o passava de um trote (linha 27), para o item B.4. Pontua o: A quest o vale dez pontos e composta de dois itens: o A vale seis pontos, um para cada preenchimento correto; o B vale quatro pontos, um para cada transcri o correta. 08. No quadro que segue, registram-se voc bulos da cr nica Touro, na 0084 . Assinale, na coluna da direita, apenas as cinco palavras que atendam, ao mesmo tempo, aos dois crit rios que seguem: i) a palavra deve ser formada por deriva o sufixal; ii) a palavra deve ter o n mero de letras diferente do n mero de fonemas. ANGUSTIOSA ( ) DESLIGADO ( ) RAPAZOTE ( ) INCAPAZ ( ) TRIUNFANTE ( ) VELHACA ( ) SERVIL ( ) VIOLENTAMENTE ( ) INESQUEC VEL ( ) COMPANHEIRO ( ) Quest o 08 Respostas: angustiosa; velhaca; triunfante; violentamente; companheiro. Coment rio: A quest o 08 avalia os conhecimentos de morfologia e fon tica dos candidatos, requerendo que o candidato assinale, na coluna da direita, apenas as cinco palavras formadas por deriva o sufixal, nas quais o n mero de letras seja diferente do n mero de fonemas. Atendem simultaneamente aos dois requisitos: angustiosa, velhaca, triunfante, violentamente e companheiro. Essas cinco unidades s o formadas por deriva o sufixal, pois se constata, respectivamente, a presen a dos sufixos -osa , -aca , -ante , -mente e -eiro na forma o destas palavras derivadas. Al m disso, todas elas apresentam d grafos, da possu rem o n mero de letras maior que o de fonemas. Acerca do d grafo, l -se em Bechara (1999, p.72) que n o h de confundir d grafo com encontro consonantal. D grafo o emprego de duas letras para a representa o gr fica de um s fonema: paSSo, CH , maNH , paLHa, ENviar, mANdar. H d grafos para representar consoantes e vogais nasais. Os d grafos para consoantes s o ch, lh, nh, sc, s , xc, rr, ss, qu, gu, todos insepar veis, com exce o de rr e ss, sc, s , xc. Para as vogais nasais: am ou an; em ou en; im ou in; om ou on; um ou un. Assim, tem-se que a unidade lexical angustiosa formada por deriva o sufixal e tem dez letras e nove fonemas. A palavra velhaca formada por deriva o sufixal e tem sete letras e seis fonemas. Em triunfante, formada por deriva o sufixal, h dez letras e oito fonemas. Por sua vez, violentamente formada por deriva o sufixal e constitu da de treze letras e onze fonemas. A unidade lexical companheiro formada por deriva o sufixal e apresenta onze letras e nove fonemas. Quanto s unidades lexicais rapazote, servil e palidez, embora formadas por deriva o sufixal, o n mero de letras igual ao n mero de fonemas. Em rapazote h oito letras e oito fonemas; servil tem seis letras e seis fonemas, palidez tem sete letras e sete fonemas. Quanto palavra inesquec vel, ela formada por deriva o prefixal e sufixal e constitu da de doze Vestibular 2010 2 Etapa - L ngua Portuguesa P g. 12 de 13 letras e onze fonemas. Por fim, incapaz formada por deriva o prefixal e tem sete letras e seis fonemas. Pontua o: A quest o vale dez pontos, sendo dois para cada preenchimento correto: angustiosa (2 pontos); velhaca (2 pontos); triunfante (2 pontos); violentamente (2 pontos); companheiro (2 pontos). s respostas que atendem a apenas um dos crit rios, atribuir-se- somente um ponto. Assim, rapazote (1 ponto); servil (1 ponto); inesquec vel (1 ponto); palidez (1 ponto) incapaz (1 ponto). Vestibular 2010 2 Etapa - L ngua Portuguesa P g. 13 de 13

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