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UEL Vestibular de 2006 - PROVAS DA 2º FASE : História e Lingua Port/Literaturas

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CONCURSO VESTIBULAR 2006 2 FASE 19/12/2005 INSTRU ES 1. Confira, abaixo, seu nome e n mero de inscri o. Assine no local indicado. 2. Aguarde autoriza o para abrir o caderno de provas. 3. A interpreta o das quest es parte do processo de avalia o, n o sendo permitidas perguntas aos Fiscais. 4. As provas s o compostas por quest es em que h somente uma alternativa correta. 5. Ao receber o Cart o Resposta, examine-o e verifique se os dados nele impressos correspondem aos seus. Caso haja alguma irregularidade, comunique-a imediatamente ao Fiscal. 6. Transcreva para o Cart o Resposta o resultado que julgar correto em cada quest o, preenchendo o ret ngulo correspondente, caneta com tinta preta. 7. No Cart o Resposta, a marca o de mais de uma alternativa em uma mesma quest o, rasuras e preenchimento al m dos limites do ret ngulo destinado para cada marca o anulam a quest o. 8. N o haver substitui o do Cart o Resposta por erro de preenchimento. 9. N o ser o permitidas consultas, empr stimos e comunica o entre os candidatos, tampouco o uso de livros, apontamentos e equipamentos, eletr nicos ou n o, inclusive rel gio. O n o-cumprimento dessas exig ncias implicar a exclus o do candidato deste Concurso. 10. Ao concluir as provas, permane a em seu lugar e comunique ao Fiscal. Aguarde autoriza o para devolver, em separado, o caderno de provas e o Cart o Resposta devidamente assinados. 11. O tempo para preenchimento do Cart o Resposta est inclu do no tempo de dura o desta prova. DURA O DESTA PROVA: 4 HORAS HIST RIA L NGUA PORTUGUESA LITERATURA BRASILEIRA LITERATURA PORTUGUESA 2 HIST RIA 01- Uma das caracter sticas da cultura pol tica grega a no o de cidadania. Tal no o define a vincula o da pessoa a uma determinada p lis, por la os essencialmente familiares, e estabelece, concomitantemente, a permanente obriga o de defesa da cidade, a contribui o para seu bem geral, e o direito de opinar sobre seus destinos. Foi em virtude desta ltima implica o do conceito de cidadania que, em sentido lato, quase todas as cidades gregas tenderam democracia. As diferen as se fazem sentir quanto forma de participa o do cidad o. Com base no texto e nos conhecimentos sobre a cidadania grega, correto afirmar: a) As reformas de P ricles buscaram, entre outras coisas, incorporar todos os cidad os ao processo decis rio da Ecl sia e dos tribunais, tornando poss vel a participa o dos menos abastados, por meio de modesta remunera o. b) Nas p lis que se mantinham institucionalmente olig rquicas, ou sujeitas a modalidades de tirania, era vedado aos cidad os comuns externar suas opini es sobre as decis es p blicas. c) As mulheres, numa cultura patriarcal que reservava a vida p blica exclusivamente aos homens, eram cidad s part cipes da discuss o pol tica, tendo voz ativa e voto na assembl ia. d) Nas cidades gregas, o estrangeiro era um h spede destitu do da cidadania, tendo os seus direitos privados devidamente assegurados, sem restri es quanto propriedade fundi ria e aos direitos c vicos. e) O escravo, que antes de tudo estava exclu do da cidadania, era considerado como parte da comunidade e, portanto, capacitado a opinar sobre os neg cios p blicos. 02- Varr o, escritor romano do per odo republicano (116-27 a.C.), em seu Rerum Rusticarum (Da Coisa R stica), descrevia aos seus contempor neos como deveriam tratar os escravos: Voc n o deve deixar seus escravos muito deprimidos ou animados. N o deixe os capatazes usarem os chicotes, se conseguirem o mesmo resultado com encorajamento. N o compre muitos escravos do mesmo pa s, pois eles conversam entre si. Se voc os tratar bem, lhes der alimentos e roupas extras e permiss o para seus animais pastarem no seu terreno eles trabalhar o melhor . (RODRIGUES, Joelza Ester. Hist ria em Documento: imagem e texto. 2. ed. S o Paulo: FTD, 2002. p. 235.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre a escravid o romana, considere as afirmativas a seguir. I. Varr o prop e abrir m o da viol ncia no tratamento dos escravos visando a obter um rendimento maior de seu trabalho. II. Varr o procura demonstrar a inviabilidade da compra de escravos de um mesmo pa s, posto que propiciaria a realiza o de processos comunicativos e poss veis revoltas. III. Os capatazes romanos, na vis o de Varr o, deveriam usar estrat gias sutis de repress o para obter um trabalho consentido. IV. Varr o compartilha das id ias de Columela, autor da poca que apregoa a redu o dos custos do trabalho escravo para obten o de maior produtividade. Est o corretas apenas as afirmativas: a) I e II. b) II e IV. c) III e IV. d) I, II e III. e) I, III e IV. 03- Os homens da Idade M dia procuravam na B blia um modelo que lhes guiasse o comportamento em rela o usura. [...] As transforma es da sociedade ocidental crist nos s culos XII e XIII tornavam a realidade da pr tica usur ria poss vel e muitas vezes socialmente til. [...] s v speras do nascimento dos grandes movimentos econ micos que preparam o advento do capitalismo moderno, a teologia medieval salvar o usur rio do inferno ao inventar o purgat rio. O usur rio ter assim atingido seu duplo objetivo: salvaguardar sua bolsa na terra sem perder a vida eterna. (FRANCO Jr. Hil rio. A Bolsa e a vida: a usura na Idade M dia. 2. ed. S o Paulo: Brasiliense, 1989. s.p.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, considere as afirmativas a seguir. I. Esse momento hist rico caracteriza-se pelo in cio do processo de acumula o de riquezas monet rias. II. Na Idade M dia, as pr ticas da vida material estavam separadas das pr ticas da vida religiosa. III. Nesse per odo da hist ria, a sociedade medieval tornava a pr tica da usura socialmente aceit vel. IV. O fen meno da usura era tanto econ mico, quanto moral, clerical ou religioso. Est o corretas apenas as afirmativas: a) I e II. b) II e III. c) III e IV. d) I, II e IV. e) I, III e IV. 04- A capela proporciona uma clara percep o do espa o contido dentro de suas paredes [...]. O tra ado geom trico do conjunto enfatiza a clareza e a funcionalidade que se deve esperar das decis es de um capitulo. A famosa fachada da capela Pazzi, que repousa, esbelta e gil, sobre seis colunas cor ntias, um modelo de eleg ncia, de comedimento decorativo e de sutil manipula o de espa os. Tamb m exemplifica o apre o, t o comum nos primeiros tempos do Renascimento, pela clareza e pela simplicidade, pela ordem e pela medida, na mente e no corpo. O artista dividiu a fachada numa s rie de quadrados relacionados entre si por suas propor es geom tricas. [...] Os quadrados inferiores dessa rea tamb m s o subdivididos em quatro pain is. A lateral desses pain is o chamado n mero de ouro do edif cio, ou seja, a unidade de medida em que se divide exatamente qualquer outra parte dele [...]. (LETTS, Rosa Maria. O Renascimento. Rio de Janeiro: Zahar, 1982. p. 48-49.) 3 Com base na descri o da Capela Pazzi, obra arquitet nica de Filippo Brunelleschi, e nos conhecimentos sobre o tema, considere as afirmativas a seguir. I. Os elementos utilizados na descri o da capela Pazzi (equil brio, harmonia e clareza) comp em as representa es culturais t picas da Europa Renascentista. II. A Capela Pazzi, em Floren a, um exemplo t pico da arquitetura g tica, cuja forma era envolvida por uma dimens o mais m tica do que racional. III. Na arquitetura renascentista, o edif cio ocupa o espa o baseando-se em rela es matem ticas estabelecidas de tal forma que o observador possa compreender a lei que o organiza, de qualquer ponto que se coloque. IV. A harmonia renascentista na arquitetura, representada pela complexidade e rebuscamento das formas, objetivava suscitar emo es que fortalecessem a religiosidade medieval. Est o corretas apenas as afirmativas: a) I e III. b) II e IV. c) III e IV. d) I, II e III. e) I, II e IV. 05- Dada a diversidade dos povos, a relativa escassez de fontes e a natureza das circunst ncias em que foram produzidas, seria temer rio afirmar que os registros que chegaram at n s d o-nos a perspectiva ind gena da conquista. Mas fornecem, na verdade, uma s rie de evoca es pungentes, filtradas pelas lentes da derrota, do impacto que provocou em certas regi es a s bita erup o de invasores estrangeiros, cuja apar ncia e comportamento estavam t o distantes da expectativa normal. (ELLIOTT, J. H. A conquista espanhola e a coloniza o da Am rica. In: BETHELL, L. (Org.) Hist ria da Am rica Latina. S o Paulo: USP, 1998. p. 160.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema , correto afirmar: a) Os marinheiros espanh is, logo que chegaram ao Novo Mundo , constitu ram fam lias com as ndias com o objetivo de introduzi-las, bem como a seus filhos, nas cortes europ ias. b) A viol ncia e a destrui o causadas pela conquista espanhola impediram a sobreviv ncia f sica dos nativos americanos, obstaculizando, tamb m, a manuten o de rela es coletivas de trabalho. c) A unidade tnica e pol tica dos pa ses americanos resultou do movimento ind gena de resist ncia domina o dos pa ses colonizadores. d) A perspectiva ind gena da conquista da Am rica pelos europeus um conjunto homog neo de registros, porque as a es dos colonizadores, guiadas pelo respeito diversidade, preservaram os escritos das popula es nativas. e) Um dos efeitos danosos da conquista da Am rica Latina diz respeito forma como o sistema colonial estruturou-se, com a introdu o do gado e do cultivo agr cola de produtos europeus, desorganizando as atividades e os modos de vida anteriores. 06- A an lise das economias americana e africana durante os s culos XVI, XVII e maior parte do XVIII s pode ser feita levando-se em considera o a exist ncia de um sistema maior, o comercial europeu. Esse sistema d sentido e completa um ciclo econ mico, mediante a realiza o de suas tr s etapas constitutivas a produ o, a distribui o e o consumo. (Adaptado de: REZENDE FILHO, Cyro Barros. Hist ria Econ mica Geral. S o Paulo: Contexto, 2001. p. 89.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre a expans o comercial europ ia, correto afirmar: a) b) c) d) e) As rela es econ micas desenvolvidas na Am rica e na frica devem ser compreendidas parte do sistema comercial europeu. A economia americana difere da africana, porque esta ltima, em fun o de seu processo produtivo ainda comunit rio, ficou exclu da de uma das tr s etapas constitutivas do sistema comercial europeu: a produ o. As etapas do ciclo econ mico de produ o, distribui o e consumo do sistema comercial europeu tiveram autonomia em rela o expans o comercial para a Am rica e a frica. Uma das pe as-chave da economia europ ia do per odo foi o chamado sistema colonial , que tinha entre seus eixos fundamentais a explora o de col nias por meio do estabelecimento de monop lios. A influ ncia do sistema comercial europeu nas economias americana e africana limitou-se ao per odo colonial em ambos os continentes. 07- Na ltima parte do s culo XVIII, as necessidades de coes o e efici ncia estatais, bem como o evidente sucesso internacional do poderio capitalista, levaram a maioria dos monarcas a tentar programas de moderniza o intelectual, administrativa, social e econ mica. (Adaptado de: HOBSBAWM, Eric. A Era das Revolu es. S o Paulo: Paz e Terra, 1997. p. 39.) Assinale a alternativa que apresenta corretamente como ficou conhecida a moderniza o referida pelo autor. a) b) c) d) e) Anarquismo, porque os reis perderam a autoridade nos setores administrativo, social e econ mico. Socialismo ut pico, porque os reis desejavam transforma es imposs veis de serem realizadas. Despotismo esclarecido, visto que os monarcas se apropriaram de alguns preceitos iluministas. Socialismo crist o, pois os monarcas desejavam reformas administrativas e econ micas com base nos preceitos religiosos. Totalitarismo, uma vez que os reis almejavam o poder absoluto nas inst ncias intelectual, administrativa, social e econ mica. 4 08- Igualdade social, liberdade de pensamento, a o e soberania popular s o manifesta es do Iluminismo que basicamente se caracterizou como: a) Um movimento de retorno aos valores m sticos e transcendentes, anteriores ao Renascimento. b) Uma substitui o da religi o, da tradi o e da ordem absolutista, pelo pensamento racional em prol dos liberalismos pol tico e econ mico. c) Uma utopia social fundada na ideologia crist , base das correntes humanistas do Ocidente. d) Uma rea o contr ria sistematiza o do saber e soberania popular. e) Um movimento art stico com nfase na express o livre da vontade criadora dos artistas. b) c) d) e) 09- Revolu o sempre um tema fascinante. Comumente vem impregnado dos ideais de liberdade e igualdade que, atrav s dos tempos, acalentam gera es e permanecem presentes no ide rio das sociedades, tendo a possibilidade de se cristalizarem em algum momento da hist ria. No processo de constru o de uma revolu o sobressaem personagens que passam a povoar o imagin rio social e tendem a serem tomados como modelos, porquanto o seu agir parece converter a utopia em realidade. S o portadores do sonho: representam a universalidade daqueles ideais, tentando forj -los no cotidiano, nem sempre harmonioso, dos confrontos revolucion rios. (SAINT-JUST, Louis Antoine Leon. O Esp rito da Revolu o e da Constitui o na Fran a. S o Paulo: UNESP, 1989. p. 9.) Sobre a Revolu o Francesa de 1789, correto afirmar que defendia: a) A soberania da aristocracia da Fran a com base no sistema eleitoral censit rio. b) As institui es democr ticas para a renova o da monarquia. c) A es revolucion rias para a consecu o de um ide rio da nobreza. d) Os ideais anarquistas que, posteriormente, foram amplamente disseminados pelo mundo. e) Valores universais visando a construir uma sociedade mais justa e igualit ria. 10- Joseph Strayer defende que a forma o dos Estados Nacionais americanos teve como modelo o Estado Moderno Europeu. Para ele, existem premissas b sicas para o surgimento dos Estados Nacionais: o aparecimento de unidades pol ticas persistentes no tempo e geograficamente est veis, o desenvolvimento de institui es permanentes e impessoais e o consenso com rela o necessidade de uma autoridade suprema (Estado). (STRAYER Joseph R. As origens medievais do Estado Moderno. Lisboa: Gradina, 1969. p. 11-15.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, correto afirmar: a) A forma o dos Estados Nacionais nas col nias portuguesas e espanholas s o exemplos de modelos que romperam com a moderna concep o de Estado Europeu. A forma o dos Estados Nacionais nas Am ricas portuguesa e espanhola se deu por meio de movimentos contra o colonizador e acompanhou o processo de desenvolvimento do capitalismo nesses espa os. No s culo XVIII os espa os nacionais americanos j estavam definidos e delimitados, com governos pr prios e burguesias constitu das, facilitando a ruptura dos v nculos entre essas col nias e suas respectivas metr poles. Os Estados constitu dos nas Am ricas portuguesa e espanhola s o considerados amplamente democr ticos por terem como fundamento id ias liberais. Os movimentos sociais latino-americanos se colocaram frente das lutas pela independ ncia e pela forma o dos Estados Nacionais, apesar de negarem a necessidade de uma autoridade suprema de institui es permanentes e impessoais. 11- Os estrangeiros que chegavam ao Rio de Janeiro ou outras cidades costeiras ficavam espantados com os milhares de negros que viam carregando gua, mercadorias e produtos, transportando seus senhores e senhoras em liteiras ou redes pelas ruas da cidade, ou vendendo uma grande variedade de produtos. Os propriet rios de escravos exigiam seu trabalho, servi o e obedi ncia totalmente amparados por uma complexa estrutura legal, pelo costume oficializado e pela doutrina da Igreja cat lica . (CONRAD, Robert Edgar. Os Tumbeiros. S o Paulo: Brasiliense, 1985. p. 7- 8.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre a escravid o no Brasil, considere as afirmativas a seguir. I. O fluxo crescente do tr fico de escravos da frica para o Brasil, at a primeira metade do s culo XIX, indica que a elite fundi ria se negava a optar pelo sistema de trabalho livre. II. As mortes freq entes de escravos, por fugas, doen as, maus-tratos, entre outros, reduziram a m o-de-obra dispon vel e inviabilizaram o lucro proveniente do tr fico. III. O discurso liberal de franceses e angloamericanos demonstrava forte oposi o id ia de posse de seres humanos por outros da mesma esp cie. IV. Os propriet rios de escravos brasileiros, durante a primeira metade do s culo XIX, concebiam a escravid o como um direito concedido pelo imperador e por Deus, defendendo-o como um privil gio natural. Est o corretas apenas as afirmativas: a) b) c) d) e) I e II. I e IIII. II e IV. I, III e IV. II, III e IV. 5 12- Analise a imagem a seguir. (VIANNA, Marly de Almeida Gomes. Revolucion rios de 35: sonho e realidade. S o Paulo: Companhia das Letras, 1999. p. 561.) Os versos transcritos foram cantados pelos aliancistas , nos primeiros anos da Era Vargas (1930-1945). Com base nos versos e nos conhecimentos sobre a Era Vargas, considere as afirmativas a seguir. I. Jo o Batista Debret. In: Retrato do Brasil, n. 22, 1984, p. 254. O pintor franc s Jo o Batista Debret, que viveu no Brasil entre 1816 e 1831, registrou, como cronista e ilustrador, a vida do Rio de Janeiro colonial. Na imagem em destaque, que retrata o passeio de uma fam lia abastada, est o registrados alguns elementos da diferencia o social no pa s. Com base na imagem e nos conhecimentos sobre escravismo no Brasil, considere as afirmativas a seguir. I. A freq ente integra o dos escravos negros s fam lias de brancos abastados garantiu, ap s a aboli o da escravid o, um melhor posicionamento dos libertos na economia urbana, como m o-de-obra qualificada. II. Ap s a Independ ncia, o escravismo continuou sendo a base do sistema produtivo, embora a estrutura o do Estado Nacional tenha fortalecido a burocracia estatal e a camada de profissionais liberais urbanos. III. Com a imin ncia do fim do escravismo, a implanta o de pequenas e m dias propriedades converteu-se na preocupa o fundamental tanto dos homens p blicos quanto dos fazendeiros. IV. A interdi o das terras somada inser o de um n mero crescente de imigrantes estrangeiros na economia brasileira foram fundamentais no processo de marginaliza o dos escravos libertos. Est o corretas apenas as afirmativas: a) b) c) d) e) I e IV. II e III. II e IV. I, II e III. I, III, e IV. 13- Leia o poema a seguir. Governo mais avacalhado O Geg sempre sorrindo Por causa da nossa Alian a Acabar caindo, acabar caindo. O Geg t de cal as na m o Por causa da nossa revolu o O povo todo j est cansado De ser explorado Por este ladr o! O Geg entrou num botequim Bebeu cacha a e saiu assim... Levando um tamanho chute Foi tomar vermute Com amendoim. Teve como um de seus aspectos marcantes a tend ncia democratiza o do Estado. II. A Alian a Nacional Libertadora (ANL) foi um movimento que congregou diversos atores sociais: partidos pol ticos, sindicatos, associa es e entidades diversas, sendo suas principais for as pol ticas os Tenentes e os comunistas. III. O suposto Plano Cohen, imputado aos comunistas pelos oficiais do ex rcito, auxiliou no recrudescimento da repress o anticomunista no pa s e foi uma das justificativas para a implanta o do Estado Novo. IV. Com a aquiesc ncia dos comunistas, o governo Vargas preparou os instrumentos de apoio ANL, primeira tentativa de organiza o da sociedade civil no Brasil, aprovando a Lei de Seguran a Nacional, visando ao combate dos crimes contra a ordem pol tica e social. Est o corretas apenas as afirmativas: a) b) c) d) e) I e IV. II e III. III e IV. I, II e III. I, II e IV. 14- A guerra europ ia que se iniciou no 1 de setembro de 1939 foi a guerra de Hitler. Historiadores continuar o a discutir as for as sociais, econ micas e pol ticas que o levaram a assumir uma s rie de riscos calculados que culminaram em uma guerra em grande escala. (KITCHEN, Martin. Um mundo em chamas. Rio de janeiro: Zahar, 1993. p. 11.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, considere as afirmativas a seguir. I. Hitler, apesar do poder absoluto que detinha no Estado Maior Alem o, foi for ado a agir em um contexto s cioecon mico, no qual era dependente do apoio ativo de seus subordinados. II. Hitler se encontrava em pleno comando da pol tica externa alem , e suas a es levaram em conta as circunst ncias sociais hist ricas e culturais de sua poca. III. A guerra implementada por Hitler resultou de sua insanidade e de seus interesses pessoais, o que isenta, assim, a sociedade alem de qualquer responsabilidade sobre os resultados da empreitada. IV. As decis es de Hitler bem como a pol tica interna e externa por ele encetada foram respaldadas pelas elites diplom ticas e militares e pelas classes hegem nicas alem s. 6 Est o corretas apenas as afirmativas: a) I e III. b) I e IV. c) II e III. d) I, II e IV. e) II, III e IV. 15- Em um de seus discursos, o presidente Juscelino Kubitschek afirmou: O puro, o nobre e inteligente nacionalismo n o se confunde com xenofobia. Da mesma maneira que a independ ncia pol tica de uma na o n o significa animosidade contra os estrangeiros, nem a recusa aos interc mbios econ micos ou rela es financeiras com os pa ses mais ricos ou mais favorecidos em valores econ micos. (In: CARDOSO, Miriam Limoeiro. Ideologia do Desenvolvimento. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977. p. 158.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o per odo JK, correto afirmar: a) O discurso nacionalista sob a tica desenvolvimentista de JK possu a conte do semelhante quele estabelecido na Era Vargas: ambos minimizaram a import ncia do capital externo. b) A ideologia do desenvolvimentismo no per odo JK assumiu a entrada de capitais estrangeiros no pa s como um recurso leg timo que expressava o verdadeiro patriotismo. c) O desenvolvimentismo do per odo JK objetivou a consolida o da voca o agr cola da economia brasileira, promovendo a Marcha para Oeste , pol tica que alavancou a agricultura de exporta o. d) Para a ind stria brasileira, que passava por uma fase de retra o, o desenvolvimentismo de JK foi pernicioso, pois propunha um nacionalismo xen fobo. e) O Plano de Metas , programa de governo do ent o candidato JK, colocado em pratica logo ap s sua elei o, visava primordialmente ao desenvolvimento da agricultura de exporta o, instituindo, para esse fim, o confisco cambial . 16- A penetra o intensa da televis o no Brasil est inscrita na paisagem urbana e rural, nas p ginas de revista, na profus o de aparelhos nos interiores das casas, nas mans es de alto luxo, nos barracos das favelas das cidades grandes, nas casas modestas e nas pra as p blicas de cidades pequenas. Os recordes nas vendas de televisores se explicam pela presen a de diversos aparelhos por domic lio, cuidadosamente dispostos em v rios c modos das resid ncias, s vezes em meio a altares dom sticos. (HAMBURGER, Esther. Diluindo fronteiras: a televis o e as novelas no cotidiano. In: SCHAWRCZ, Lilia Moritz (Org.) Hist ria da vida privada no Brasil: contrastes da intimidade contempor nea. S o Paulo: Companhia das Letras, 1998. p. 440.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre a rela o da televis o com a sociedade moderna, considere as afirmativas a seguir. I. A penetra o intensa da televis o no Brasil rompeu as fronteiras das diferen as sociais e gerou uma sociedade livre da exclus o social. II. O ato alienado de assistir televis o promove uma falsa id ia de inclus o social e de equidade entre as etnias. III. A difus o do sistema de TV por assinatura express o do apartheid social, pois permite a poucos o acesso a informa es sobre outras culturas. IV. Nas sociedades capitalistas, a televis o incita ao consumismo devido a sua forma de atra o e seu poder de penetra o junto s diversas classes sociais. Est o corretas apenas as afirmativas: a) I e II. b) I e IV. c) II e III. d) I, III e IV. e) II, III e IV. 17- Analise a imagem a seguir. Chico Caruso. In: Retrato do Brasil, n. 12, p. 144, s.d. Com base na charge e nos conhecimentos sobre a Ditadura Militar no Brasil, considere as afirmativas a seguir. I. O regime instaurado em 1964 submeteu a pol tica cultural aos preceitos da doutrina de Seguran a Nacional contando, para isso, com a atua o da Escola Superior de Guerra. II. A partir das disposi es legais de 1967, a censura ficou circunscrita ao mbito municipal, da a ado o de m todos, diversificados em todo o pa s, que foram ratificados posteriormente pelo Ato Institucional n 5. III. A Censura Pr via no regime militar brasileiro estava focada na m sica e no teatro, produtos culturais mais consumidos no Brasil, da serem poupados a m dia impressa e os livros. IV. A partir de 1978, os protestos de amplos segmentos da sociedade sindicatos oper rios, professores, entre outros contra as a es da censura, resultaram em pol ticas de distens o e de abertura no governo Geisel, apesar de a legisla o pertinente permanecer quase intocada. Est o corretas apenas as afirmativas: a) b) c) d) e) I e III. I e IV. II e III. I, II e IV. II, III e IV. 7 18- O sentimento que experimento ao avistar de longe a favela da Rocinha esparramada no morro id ntico ao de ter visto pela primeira vez, na frica do Sul, o bantust o de Soweto, o gueto formado a pulso pelo regime racista do apartheid a partir dos anos de 1950. L est a sudoeste de Joanesburgo, o aglomerado de barracos tamb m de madeira, zinco e papel o, l est o gigantesco Soweto, o maior n cleo urbano da frica do Sul, t o s lido quanto a Rocinha parece definitiva. No Rio de Janeiro, meu medo n o da viol ncia nem do crime : medo da estratifica o social e da pobreza irredut vel. (FELINTO, Marilene. Movimento Viva Rio ou a calamidade p blica no Rio de Janeiro. In: Caros Amigos, ano VIII, n. 7, p. 6, abr. 2005.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, correto afirmar: a) A exclus o na cidade do Rio de Janeiro difere daquela que ocorre no sistema do apartheid da frica do Sul, pois, nessa cidade brasileira, seu fundamento est circunscrito quest o racial. b) Soweto e Rocinha constituem-se em exemplos de bairros de maioria negra, cujos altos ndices de pobreza foram equacionados pela forte atua o de pol ticas p blicas. c) A autora adverte sobre a exist ncia de situa es sociais similares entre o Brasil e a frica do Sul, apesar de a Legisla o brasileira ser politicamente oposta sul-africana no que se refere aos dispositivos legais relativos discrimina o. d) A frica do Sul e o Brasil foram os ltimos pa ses a extinguir a escravid o, processo resultante de pol ticas p blicas internacionais que elevou a situa o econ mica da popula o negra. e) A autora defende a necessidade de elimina o do regime de apartheid brasileiro como solu o para os problemas de exclus o social no pa s. 19- Analise a imagem a seguir. b) c) d) e) 20- Sobre a cera dos corpos femininos, o s culo XXI vai imprimindo suas primeiras marcas. Produto social, produto cultural e hist rico, nossa sociedade os fragmentou e recomp s, regulando seus usos, normas e fun es. Nos ltimos anos, a mulher brasileira viveu diversas transforma es f sicas. Viu ser introduzida a higiene corporal que, alimentada pela revolu o microbiol gica, transformou-se numa radicaliza o compulsiva e ansiosa. [...]. O corpo feminino passou tamb m por uma revolu o silenciosa nas ltimas tr s d cadas. A p lula anticoncepcional permitiu-lhe fazer do sexo n o mais uma quest o moral, mas de bem-estar e prazer. A mulher tornou-se, assim, mais exigente em rela o ao seu parceiro, vivendo uma sexualidade mais ativa e prolongada. Entre ambos, surgiram normas e pr ticas mais igualit rias. A corrente da igualdade n o varreu, contudo, a dissimetria profunda entre homens e mulheres na atividade sexual. Quando da realiza o do ato f sico, desejo e excita o f sica continuam percebidos como dom nio e espa o de responsabilidade masculina. (DEL PRIORE, Mary. Corpo a Corpo com a mulher. S o Paulo: SENAC, 2000. p. 9 -11.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o corpo feminino e as rela es entre g neros, correto afirmar: a) b) c) Dispon vel em: <http//www.tc.umn.edul/~kama0044/my20photo album.html>. Acesso em: 10 out. 2005. Com base na charge e nos conhecimentos sobre o processo de globaliza o, correto afirmar: a) A heterogeneidade cultural foi fator determinante no processo de amplia o da desigualdade social planet ria, visto que alimenta pr ticas repulsivas incorpora o dos benef cios da globaliza o. A globaliza o resultou no aumento do n mero de empregos, na amplia o do mercado formal de trabalho, na melhoria dos contratos de trabalho e na amplia o das conquistas sindicais. A charge demonstra que, com os processos de globaliza o, os exclu dos no planeta foram brindados com um irrevers vel processo de incorpora o ao mercado consumidor. Com o processo de globaliza o, apesar da abertura de novos mercados, uma parcela significativa da popula o mundial encontra-se margem do consumo de produtos b sicos. A charge retrata a pr tica conhecida do dumping (rebaixamento) comercial, estrat gia inerente globaliza o econ mica que equalizou o acesso s mercadorias no planeta. d) e) A sexualidade ativa e prolongada vivenciada pelas mulheres brasileiras est isenta de discrimina es e de preconceitos por parte da sociedade. No s culo XXI, o discurso sobre o corpo feminino distanciou-se de suas transforma es f sicas que foram fomentadas pela revolu o microbiol gica. No que se refere atividade sexual entre os g neros, as pr ticas tornaram-se igualit rias, rompendo com as dissimetrias entre homens e mulheres. Com o uso dos contraceptivos, a gravidez passou a ser uma quest o de op o, possibilitando mulher experienciar a sexualidade como fonte de bem-estar e prazer. A revolu o silenciosa do corpo feminino decorrente do uso dos contraceptivos levou a mulher a conceber o sexo a partir de uma perspectiva moralista. 8 L NGUA PORTUGUESA LITERATURA BRASILEIRA LITERATURA PORTUGUESA c) d) As quest es de 21 a 24 referem-se ao primeiro cap tulo de Quincas Borba (1892), de Machado de Assis (1839-1908). Rubi o fitava a enseada, - eram oito horas da manh . Quem o visse, com os polegares metidos no cord o do chambre, janela de uma grande casa de Botafogo, cuidaria que ele admirava aquele peda o de gua quieta; mas, em verdade, vos digo que pensava em outra coisa. Cotejava o passado com o presente. Que era, h um ano? Professor. Que agora? Capitalista. Olha para si, para as chinelas (umas chinelas de T nis, que lhe deu recente amigo, Cristiano Palha), para a casa, para o jardim, para a enseada, para os morros e para o c u; e tudo, desde as chinelas at o c u, tudo entra na mesma sensa o de propriedade. Vejam como Deus escreve direito por linhas tortas, pensa ele. Se mana Piedade tem casado com Quincas Borba, apenas me daria uma esperan a colateral. N o casou; ambos morreram, e aqui est tudo comigo; de modo que o que parecia uma desgra a... (ASSIS, Joaquim Maria Machado de. Quincas Borba. Rio de Janeiro: Jackson, 1959. p. 7.) 21- Com base no primeiro par grafo do texto, considere as afirmativas a seguir. I. O narrador, no presente, dirige suas palavras ao leitor de seu texto, conforme se pode deduzir do emprego de vos digo . II. As palavras do narrador dizem respeito a um momento de medita o de Rubi o sobre sua mudan a de classe social, momento este do qual o narrador onisciente tem pleno conhecimento. III. O emprego de olha e entra no tempo presente reflete o apego que o protagonista tem sua nova condi o econ mica, tentando esquecer o passado. IV. Visse e cuidaria a est o para registrar uma possibilidade de interpreta o que, na verdade, condiz com o que realmente relatado pelo narrador. Est o corretas apenas as afirmativas: a) b) c) d) e) I e II. I e IV. III e IV. I, II e III. II, III e IV. 22- H , na passagem citada, um narrador a situar a personagem, Rubi o, no espa o e no tempo. H , concomitantemente, o discurso direto atrav s do qual a pr pria personagem se apresenta. Neste jogo entre o que o narrador diz de Rubi o e o registro do que o pr prio Rubi o pensa, correto afirmar que a personagem : a) b) Um novo rico a oscilar entre os valores determinados pelo capital e os valores determinados pela fam lia. Um novo rico a encarar a si mesmo, ao mundo que o rodeia e pr pria fam lia pela tica do capital. e) Um ex-professor que, embora rico, continua encarando a si mesmo, aos familiares e ao universo circundante pela tica da humildade. Um ex-professor deslumbrado com sua nova situa o de capitalista a encarar a fam lia pelos valores religiosos. Um capitalista esquecido de sua antiga situa o de professor e, desta forma, renegando seu pr prio passado. 23- Considerando os trechos transcritos nas alternativas a seguir, assinale a que apresenta maior distanciamento temporal do presente no qual o narrador nos relata que Rubi o est janela de sua casa em Botafogo. a) b) c) d) e) Cotejava o passado com o presente. Rubi o fitava a enseada, - eram oito horas da manh . (umas chinelas de T nis, que lhe deu recente amigo, Cristiano Palha) . mas, em verdade, vos digo que pensava em outra coisa. Olha para si, para as chinelas (...) para a casa, para o jardim, para a enseada, para os morros e para o c u . 24- Com base na passagem: Olha para si, para as chinelas (umas chinelas de T nis, que lhe deu recente amigo, Cristiano Palha), para a casa, para o jardim, para a enseada, para os morros e para o c u; e tudo, desde as chinelas at o c u, tudo entra na mesma sensa o de propriedade , considere as afirmativas a seguir. I. O olhar da personagem registrado pelo narrador vai do mais perto para o mais longe, do mais baixo para o mais alto. II. O emprego dos artigos definidos mostra seguran a no olhar da personagem, pois conhece bem aquilo que por ele olhado. III. Ao registrar a origem das chinelas entre par nteses, o narrador procura depreci las, apartando-as do restante das realidades enumeradas. IV. Todos os elementos enumerados s o sintetizados por tudo que, por sua vez, colocado sob a denomina o de propriedade . Est o corretas apenas as afirmativas: a) b) c) d) e) I e II. I e III. III e IV. I, II e IV. II, III e IV. As quest es de 25 a 27 referem-se passagem a seguir transcrita do conto Feliz Anivers rio (La os de Fam lia, 1960), de Clarice Lispector (1920-1977). Na cabeceira da mesa, a toalha manchada de coca-cola, o bolo desabado, ela era a m e. A aniversariante piscou. Eles se mexiam agitados, rindo, a sua fam lia. E ela era a m e de todos. E se de repente n o se ergueu, como um morto se levanta devagar e obriga mudez e terror aos vivos, a aniversariante ficou mais dura na cadeira, e mais alta. Ela era a m e de todos. E como a presilha a 9 sufocasse, ela era a m e de todos e, impotente cadeira, desprezava-os. E olhava-os piscando. Todos aqueles seus filhos e netos e bisnetos que n o passavam de carne de seu joelho, pensou de repente como se cuspisse. Rodrigo, o neto de sete anos, era o nico a ser a carne de seu cora o. Rodrigo, com aquela carinha dura, viril e despenteada, cad Rodrigo? Rodrigo com olhar sonolento e intumescido naquela cabecinha ardente, confusa. Aquele seria um homem. Mas, piscando, ela olhava os outros, a aniversariante. Oh o desprezo pela vida que falhava. Como?! como tendo sido t o forte pudera dar luz aqueles seres opacos, com bra os moles e rostos ansiosos? Ela, a forte, que casara em hora e tempo devidos com um bom homem a quem, obediente e independente, respeitara; a quem respeitara e que lhe fizera filhos e lhe pagara os partos, lhe honrara os resguardos. O tronco fora bom. Mas dera aqueles azedos e infelizes frutos, sem capacidade sequer para uma boa alegria. Como pudera ela dar luz aqueles seres risonhos fracos, sem austeridade? O rancor roncava no seu peito vazio. Uns comunistas, era o que eram; uns comunistas. Olhou-os com sua c lera de velha. Pareciam ratos se acotovelando, a sua fam lia. Incoerc vel, virou a cabe a e com for a insuspeita cuspiu no ch o. (LISPECTOR, Clarice. Feliz Anivers rio. In: La os de Fam lia. 28. ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1995. p. 78-79.) 25- Ainda que Clarice Lispector tenha morrido um dia antes de completar cinq enta e sete anos, a problem tica das mulheres de terceira idade faz-se presente em muitos de seus contos. Feliz Anivers rio registra tal tema. Neste conto, sentada cabeceira da mesa preparada para a comemora o de seu octag simo-nono anivers rio, D. Anita: a) b) c) d) e) V , horrorizada, sua descend ncia constitu da por seres mesquinhos. Lembra-se, saudosa, da poca em que seu marido era vivo e com ela dividia as dificuldades cotidianas. Contempla seu neto, Rodrigo, a trazer-lhe ao presente a imagem do falecido marido quando jovem. Rememora, com rancor, sua vida de mulher, seja enquanto esposa, seja enquanto m e, mostrando-se indignada com a atual falta de afeto de filhos, netos e bisnetos. Mistura presente e passado, deixando emergir a saudade que h tempo domina seu cotidiano. 26- Com base no texto e nos conhecimentos sobre a obra, considere as afirmativas a seguir. I. A a o dos membros da fam lia de D. Anita caracteriza-se por constante movimento, como revela a seguinte passagem: eles se mexiam agitados . II. As lembran as do tempo vivido com o marido s o marcadas atrav s de um passado mais remoto registrado nos seguintes verbos: casara ; respeitara ; fizera ; pagara ; honrara ; fora ; dera ; pudera . III. O verbo cuspir aparece duas vezes, sendo que na primeira delas atua como desejo reprimido; na segunda, como manifesta o conclusiva de seu sentimento de desprezo em rela o fam lia. IV. A reitera o da express o ela era a m e marca o sentimento de culpa que acompanha o dia-a-dia da personagem frente desintegra o de sua fam lia. Est o corretas apenas as afirmativas: a) b) c) d) e) I e IV. II e III. III e IV. I, II e III. I, II e IV. 27- Ela, a forte, que casara em hora e tempo devidos com um bom homem a quem, obediente e independente, ela respeitara; a quem respeitara e que lhe fizera filhos e lhe pagara os partos e lhe honrara os resguardos. Com base no trecho, correto afirmar: a) b) c) d) e) casara em hora e tempo devidos significa que seu casamento foi planejado com muita anteced ncia. A caracteriza o entre v rgulas obediente e independente refere-se pessoa representada por quem que a antecede. O uso do adjetivo forte corresponde a uma ironia, visto que assim se justificam a fraqueza dos familiares e sua identifica o com a aniversariante. As ora es lhe fizera filhos e lhe pagara os partos s o reveladoras dos valores patriarcais da protagonista. O emprego dos adjetivos obediente e independente aplicados a D. Anita revelador da improbidade da matriarca. As quest es de 28 a 32 referem-se ao conto ltimo Aviso , de Dalton Trevisan (1925 - ), presente em O vampiro de Curitiba (1965). Duas da tarde, Nelsinho viu a fulana descer do nibus. Na esquina o tal M cio, com quem trocou olhares. Entrou no cinema, o sujeito atr s. Apagada a luz, sentaram-se na ltima fila, a conversar em voz baixa. De sua cadeira Nelsinho n o os podia ouvir. Certo que n o prestavam aten o ao filme. No meio da sess o, M cio levantou-se e saiu. O her i pediu licen a, sentou-se ao lado, precisava falar com ela. - Est louco? Sabe que sou casada. Por ele n o fazia diferen a. - Olhe que chamo o guarda. - A , safadinha, pensa que n o vi? - N o tem nada com minha vida. - Eu n o. Teu marido pode ter. - Se disser alguma coisa, conto que me perseguiu. - Isso velho. De voc eu sei coisas do arco-da-velha. Ofendida, Odete ergueu-se e, subindo a escada, foi para o balc o. Minutos depois, o rapaz surgiu ao lado. - Como ? Posso falar com voc ? Sabia que teu marido tem amante? Sabia que eles se encontram noite? Ainda n o sabe, n o ? J vi os dois juntinhos em tantos lugares. Sei que ele pouco demora em casa. Trata voc aos gritos quando lhe pede dinheiro. Foi seduzido por essa tipa. Me d i o cora o ver voc desprezada. a nica de quem gostei na vida. Tire a m scara dessa sem-vergonha. Tamb m casada. M e de filhos, quem sabe do teu marido... O homem dela 10 viaja muito. Na sua aus ncia, ela se mostra o que : uma sirigaita. Pode que aconte a uma trag dia quando o marido volte e algu m conte. bobagem brigar com o teu. Sabe como s o os homens. S o fracos n o resistem a um palminho de cara bonita. Cuidado com essa aventureira, que se entrega a ele de olho fechado. Quer um conselho, Odete? Olhe, voc d o desprezo. Fa a com ele o mesmo que lhe faz. Sem responder, a bela foi para a plat ia, seguida de Nelsinho. Amea ou contar ao marido assim que chegasse. Ora, se falasse qualquer coisa, n o a surpreendera com outro? Odete saiu furiosa, esqueceu at a sombrinha. Em casa, descreveu o incidente sua velha m e: - N o se pode ir sozinha ao cinema. Aconselhada pela velha a nada revelar ao marido. Muito nervoso, alguma desgra a. Odete insistia, olhos sonhadores, na loucura do rapaz. Intrig -la com o marido n o era vingan a de um doente de paix o? quela hora o nosso her i telefonava para o marido: - Boa tarde, seu Artur. Como foi de viagem? Viajar bom quando a mulher fica em casa. - Que hist ria essa? Quem est falando? N o estou entendendo. - Aqui um amigo. O nome n o interessa. O caso t o delicado. N o sei o que diga. Por onde comece. O marido viaja, a mulher fica de namoro. O senhor merece essa falseta? Vou contar o que sei... A sua mulher... Ela tem um amante! - Canalha! Dou um tiro na boca. Voc prova, seu patife? Ent o, diga. Quem que anda com minha mulher? - Um tal doutor M cio. No s bito sil ncio, e antes que o palavr o explodisse, Nelsinho desligou. Da folha branca alisou as rugas. Grande sorriso at o fim da carta, em letra de forma, com a m o esquerda: Dr. M cio Grande filho da m e Previno-te cuidado! Cuidado! De hoje em diante vou te perseguir J n o fiz asneira porque n o quis manchar o meu nome De hoje em diante farei meus pensamentos J considerei tua mulher e teus filhos Mas como voc covarde s merece uma bala na cabe a E te previno pense bem na tua mulher e teus filhos E outros inocentes que andam sofrendo no mundo por tua causa Covarde sem-vergonha descarado Pense no futuro do teu lar porque tua vida curta Se continuar tirando a honra das mulheres casadas Voc tamb m casado e anda corneando os maridos N o s com a minha tem muitas outras N o pense que eu sou um covarde como voc Tenho coragem para tirar teu miolo fora Talvez voc n o alcance o Ano Novo Farei uma limpeza em Curitiba Eu s desejo a vingan a Derramarei o sangue deste desgra ado na rua Cuide do teu p lo o ltimo aviso. (TREVISAN, Dalton. ltimo aviso. In: O vampiro de Curitiba. Rio de Janeiro: Record, 2003. p. 30-33.) 28- Analise a frase a seguir, presente no primeiro par grafo, e assinale a alternativa correta. Entrou no cinema, o sujeito atr s. a) b) c) d) e) Na frase, o verbo refere-se a Nelsinho; o sujeito M cio. Na frase, o verbo refere-se a M cio; o sujeito Nelsinho. Na frase, o verbo refere-se a Odete; o sujeito M cio. Na frase, o verbo refere-se a Odete; o sujeito Nelsinho. Na frase, o verbo refere-se a M cio; o sujeito algu m an nimo. 29- Analise, a seguir, as frases presentes no conto e assinale a alternativa correta. Amea ou contar ao marido assim que chegasse. Ora, se falasse qualquer coisa, n o a surpreendera com outro? . a) b) c) d) e) Nelsinho o sujeito de amea ou ; o marido Artur; Odete o sujeito de falasse ; Nelsinho o sujeito de surpreendera ; e o outro M cio. Odete o sujeito de amea ou ; o marido Artur; Nelsinho o sujeito de falasse ; a refere-se a Odete; e o outro Nelsinho. Odete o sujeito de amea ou ; o marido Artur; Odete o sujeito de falasse ; a referese a Odete; e o outro M cio. Nelsinho o sujeito de amea ou ; o marido n o nomeado; Odete o sujeito de falasse ; a refere-se a Odete; e o outro algu m an nimo. Odete o sujeito de amea ou ; o marido an nimo; Nelsinho o sujeito de falasse ; o complemento omitido de contar a persegui o; e o outro M cio. 30- Assinale a alternativa cuja personagem apresentada a nica a quem n o se faz refer ncia de uma trai o a seu c njuge. a) b) c) d) e) M cio. Odete. Artur. A amante de Artur. A esposa de M cio. 31- Com base no conto ltimo aviso e no conjunto de contos de O vampiro de Curitiba , considere as afirmativas a seguir. I. A presen a de Nelsinho ostensiva neste conto e em outros, na condi o de uma personagem que circula pela cidade em busca de se aproveitar de mulheres. II. O uso de uma linguagem agressiva aparece neste conto e em outros como demonstra o de rela es interpessoais marcadas pela deteriora o dos afetos. III. A narra o de cenas com tonalidades er ticas um recurso que neste conto n o aparece com o mesmo detalhamento como em outros contos em que h refer ncias a seios desnudos e beijos ardentes em epis dios com a participa o de Nelsinho. IV. A viol ncia prometida neste conto, atrav s da amea a de morte a tiros presente na carta, concretiza-se em outros contos quando o protagonista assume a condi o de justiceiro, assassinando mulheres e homens rivais. 11 Est o corretas apenas as afirmativas: a) b) c) d) e) I e II. II e IV. III e IV. I, II e III. I, III e IV. 32- Assinale a alternativa que explica corretamente a refer ncia a Nelsinho como um her i. a) b) c) d) e) A figura do her i e o uso desse termo sobressaem como um recurso ir nico para dar destaque caracteriza o de uma personagem que se diferencia das demais, tentando pervert -las. A caracteriza o do protagonista como her i decorre de uma estrat gia narrativa que o apresenta como algu m imbu do de boas inten es para combater comportamentos desajustados, ainda que atrav s de m todos pouco ortodoxos. A atua o do protagonista como algu m que n o tem participa o direta na rede de trai es apresentada neste conto e em outros justifica sua condi o de her i, uma vez que ele se distancia da degrada o do amor. A apresenta o do protagonista como her i provoca um descompasso com outras figuras her icas do romantismo pela demonstra o de um comportamento vulgar, mas se sustenta pela iniciativa de converter v timas da decad ncia da sociedade. A alus o ao protagonista como her i uma forma de retratar comportamentos que diferem dos padr es de her i tradicionais, como a busca de obter vantagens e prazeres num ambiente desprovido de valores rom nticos quanto ao amor e ao sexo. As quest es de 33 a 36 referem-se ao texto a seguir. Filho de Eriberto, o motorista que desmontou o esquema PC Farias e foi pe a chave no impeachment do presidente Fernando Collor de Mello, Andr Vin cius colheu bem mais elogios do que hostilidades. Na poca, ele tinha cinco anos e n o entendia o que acontecia. Sofria, apenas, porque os pais o levavam para dormir com os av s, por precau o. Eu n o gostava da noite porque me separava deles. Era triste , relembra. Com o tempo, ele passou a ser cumprimentado pela atitude her ica do pai. Tenho orgulho. Ele foi corajoso. Mexeu com gente importante e era a parte mais fraca. Normalmente, as pessoas falam dele de forma respeitosa. Exceto um seu pai dedo-duro! , dito de brincadeira, o resto elogio. (Os filhos do pa s dos esc ndalos. In: Isto , n. 1868, p. 40, 30 ago. 2005.) 33- Assinale a alternativa que apresenta uma vers o plaus vel para a frase: [...] ele tinha cinco anos e n o entendia o que acontecia , sem altera o substancial de sentido. a) [...] visto que ele tinha cinco anos, n o entendia o que acontecia. b) [...] ele tinha cinco anos, porque n o entendia o que acontecia. c) [...] ele tinha cinco anos, mas n o entendia o que acontecia. d) [...] embora ele tivesse cinco anos, n o entendia o que acontecia. e) [...] como ele tinha cinco anos, entendia o que n o acontecia. 34- Assinale a alternativa que transmite apenas id ias de a es realizadas no passado, de forma duradoura e repetitiva. a) b) c) d) e) O motorista que desmontou o esquema PC Farias e foi pe a chave ... Tenho orgulho. Ele foi corajoso . Eu n o gostava da noite porque me separava deles. Era triste. Normalmente, as pessoas falam dele de forma respeitosa. Mexeu com gente importante e era a parte mais fraca. 35- Assinale a alternativa que apresenta a correta justificativa para a pontua o no texto. a) b) c) d) e) A primeira v rgula serve para introduzir um trecho que cont m informa es sobre o termo antecedente. A segunda v rgula justifica-se pela enumera o dos termos representados pelos substantivos pr prios. O ponto de exclama o representa o car ter imperativo da frase em que o sinal utilizado. As aspas duplas decorrem da mudan a de interlocutor no di logo travado no texto. As aspas simples aparecem em fun o da ironia que se associa ao trecho. 36- Com base no texto, considere as afirmativas a seguir. I. A express o o motorista que desmontou o esquema PC Farias transmite uma informa o mais precisa sobre o filho de Eriberto. II. O uso da express o na poca , no segundo per odo do texto, deve-se necessidade de distinguir dois momentos focalizados no texto. III. A express o dito de brincadeira , ao final do texto, explica que ainda no presente Andr v tima de hostilidades. IV. A express o por precau o , no terceiro per odo do texto, constitui a justificativa para o fato de os pais levarem Andr Vinicius para dormir com os av s. Est o corretas apenas as afirmativas: a) b) c) d) e) I e IV. II e III. II e IV. I, II e III. I, III e IV. As quest es de 37 a 40 referem-se passagem transcrita do conto Famigerado (Primeiras Est rias, 1962), de Jo o Guimar es Rosa (19081967). [...] Vosmec agora me fa a a boa obra de querer me ensinar o que mesmo que : fasmisgerado... faz-megerado... falmisgeraldo... familhas-gerado...? Disse, de golpe, trazia entre dentes aquela frase. Soara com riso seco. Mas, o gesto, que se seguiu, imperava-se 12 de toda a rudez primitiva, de sua presen a dilatada. Detinha minha resposta, n o queria que eu a desse de imediato. E j a outro susto vertiginoso suspendia-me: algu m podia ter feito intriga, invencionice de atribuir-me a palavra de ofensa quele homem; que muito, pois, que aqui ele se famanasse, vindo para exigir-me, rosto a rosto, o fatal, a vexat ria satisfa o? Saiba vosmec que sa ind hoje da Serra, que vim, sem parar, essas seis l guas, expresso direto pra mor de lhe preguntar a pregunta, pelo claro... Se s rio, se era. Transiu-se-me. L , e por estes meios de caminho, tem nenhum ningu m ciente, nem tem o leg timo o livro que aprende as palavras... gente pra informa o torta, por se fingirem de menos ignor ncias... S se o padre, no S o o, capaz, mas com padres n o me dou: eles logo engambelam... A bem. Agora, se me faz merc , vosmec me fale, no pau da peroba, no aperfei oado: o que que , o que j lhe perguntei? Se simples. Se digo. Transfoi-se-me. Esses trizes: Famigerado? Sim senhor... e, alto, repetiu, vezes, o termo, enfim nos vermelh es da raiva, sua voz fora de foco. E j me olhava, interpelador, intimativo apertava-me. Tinha eu que descobrir a cara. Famigerado? Habitei pre mbulos. Bem que eu me carecia noutro nterim, em ind cias. Como por socorro, espiei os tr s outros, em seus cavalos, intugidos at ent o, mumumudos. Mas, Dam zio: Vosmec declare. Estes a s o de nada n o. S o da Serra. S vieram comigo, pra testemunho... S tinha de desentalar-me. O homem queria estrito o caro o: o veriv rbio. Famigerado in xio, c lebre , not rio , not vel ... Vosmec mal n o veja em minha grossaria no n o entender. Mais me diga: desaforado? ca o vel? de arrenegar? Fars ncia? Nome de ofensa? Vilta nenhuma, nenhum doesto. S o express es neutras, de outros usos... Pois... e o que que , em fala de pobre, linguagem de em dia-de-semana? Famigerado? Bem. : importante , que merece louvor, respeito... Vosmec agarante, pra a paz das m es, m o na Escritura? Se certo! Era para se empenhar a barba. Do que o diabo, ent o eu sincero disse: Olhe: eu, como o sr. me v , com vantagens, hum, o que eu queria uma hora destas era ser famigerado bem famigerado, o mais que pudesse!... Ah, bem!... soltou, exultante. (ROSA, Jo o Guimar es. Primeiras Est rias. 14. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985. p. 15-16.) Com base nessa elucida o, na passagem do conto rosiano transcrita e no conto como um todo, considere as afirmativas a seguir. I. Damazio, o jagun o, procura o m dico no arraial para esclarecimento a respeito da palavra famigerado porque acha que foi ofendido pelo mo o do Governo que assim o denominou. II. A resposta oferecida pelo m dico quest o levantada pelo jagun o n o foi motivada pelo medo de poss vel viol ncia por parte do jagun o, mas antes pelo seu conhecimento da l ngua portuguesa restrito aos registros da norma culta. III. Damazio s foi procurar pelo m dico no arraial porque no sert o, embora existam dicion rios dispon veis, o leg timo o livro que aprende as palavras , n o h quem possa resolver quest es desta esp cie. IV. Quando questionado pelo jagun o, o m dico, para evitar maiores problemas, oferece-lhe o primeiro significado da palavra, engambelando, desta forma, o homem do sert o e evitando poss vel viol ncia. Est o corretas apenas as afirmativas: a) b) c) d) e) 38- As palavras de Dam zio s o registradas de maneira condizente com sua origem sertaneja. Assim, l -se, no texto, entre muitas outras express es similares, pra mor de lhe preguntar a pregunta . Tal fato revela: a) b) c) d) 37- De acordo com o Novo Dicion rio Aur lio da L ngua Portuguesa, o adjetivo famigerado significa que tem fama; muito not vel; c lebre; famoso; fam gero . Acontece que, tendo sido utilizado in meras vezes associado palavra malfeitor, famigerado malfeitor , acabou por adquirir o significado negativo do substantivo ao qual esteve reiteradamente ligado. Da resultou uma segunda acep o: mal afamado, perverso . O segundo significado resultante de desvio em rela o ao significado primeiro. I e II. I e IV. III e IV. I, II e III. II, III e IV. e) Preconceito do autor com rela o ao sertanejo iletrado, marginalizando-o atrav s da fiel transcri o de sua fala em desacordo com a norma ling stica vigente e incompreens vel para o homem culto da cidade. Descaso do autor com o registro da fala do homem do sert o, somando-se, desta forma, com a pol tica brasileira dominante em 1962, quando seu livro foi escrito, que pouco se ateve problem tica destes seres marginalizados. Consci ncia pol tica do autor que, atrav s do registro da fala arcaica de seus sertanejos, objetiva trazer tona problemas concernentes marginalidade e subservi ncia experimentadas por esses homens incapazes de ostentar alguma forma de poder. V nculo da obra rosiana com obras regionalistas brasileiras que a antecederam nas quais h o registro concomitante de duas falas muito diferentes entre si, a do sertanejo e a do homem da cidade, como o caso, por exemplo, de S o Bernardo, de Graciliano Ramos. Conhecimento, por parte do autor, da exist ncia de um ser outro, ainda que tamb m brasileiro, distinto daquele que se faz presente na cidade, sendo que sua especificidade registra-se de diferentes maneiras, inclusive na maneira como fala. 13 39- Assinale a alternativa em que os termos substituem, respectivamente, os neologismos se famanasse e veriv rbio , sem alterar o sentido das frases no texto transcrito. a) b) c) d) e) Ficasse contente; a vis o clara da verdade. Se sentisse enaltecido; a etimologia da palavra. Estivesse saciado; a opini o sincera do narrador. Ficasse famoso; a necessidade da palavra. Agisse como valent o; o sentido preciso da palavra. 40- Sobre os contos presentes em Primeiras Est rias (1962), de Jo o Guimar es Rosa (19081967), considere as afirmativas a seguir. I. Em Os Irm os Dagob , a norma, considerando-se os valores do sert o, seria o assassinato de Liojorge, uma vez que a a vingan a a lei. Acontece que Liojorge n o assassinado, pois os irm os sertanejos resolvem mudar de vida, optando pelos valores da cidade. II. Em Fatalidade , a norma seria o assassinato de Herculi o Soc , uma vez que a est ria se passa no sert o. Z Centeralfe prefere, no entanto, esquecer o acontecido, n o chegando sequer a dirigirse delegacia de Amparo, onde certamente contaria com o aux lio da pol cia. III. No final do conto Sor co, sua m e, sua filha , a comunidade acompanha Sor co a sua casa, assumindo o canto de loucura dele, canto este que foi por ele tomado da m e louca, que, por sua vez, em ato de solidariedade, tomou-o da neta em estado de completo del rio. O canto une a comunidade. IV. Em A terceira margem do rio , o sentimento de fracasso do filho deriva do fato de n o ter amparado sua m e no momento de infort nio, deixando-a, juntamente com seus irm os, merc do destino e de um padrasto cruel. Est o corretas apenas as afirmativas: a) b) c) d) e) I e II. I e III. II e IV. I, III e IV. II, III e IV. 14 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA VESTIBULAR UEL 2006 Gabarito das Quest es Objetivas da Prova do dia 19/12/2005 HIST RIA 01 - 21 02 - 22 03 - 23 04 - 24 05 - 25 06 - 26 07 - 27 08 - 28 09 - 29 10 - 30 11 - 31 12 - 32 13 - 33 14 - 34 15 - 35 16 - 36 17 - 37 18 - 38 19 - 39 20 - 40 A D E A E D C B E B D C B D B E B C D D L NGUA PORTUGUESA 01 - 21 02 - 22 03 - 23 04 - 24 05 - 25 06 - 26 07 - 27 08 - 28 09 - 29 10 - 30 11 - 31 12 - 32 13 - 33 14 - 34 15 - 35 16 - 36 17 - 37 18 - 38 19 - 39 20 - 40 A B C D A D D C C E D E A C A C B E E B

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Additional Info : PROVA DA 2ª FASE DIA - 19/12/2005
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