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PUC-Campinas Vestibular de 2005 - Prova Geral e Redação

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n o ganhou sabe que participou e foi essencialmente necess rio para a celebra o do vencedor. N o se pergunta a um atleta da CONHECIMENTOS GERAIS Irlanda se cat lico ou protestante (talvez se deva perguntar se Instru es: Leia atentamente o texto abaixo para responder s n o algum ex-padre com ambi es de profeta...) nem a um sulamericano se prefere a ALCA ou o MERCOSUL, ou a um cubano quest es de n meros 1 a 50. se gostaria de substituir o socialismo por uma cadeia de supermercados: as ideologias e as diferen as culturais quase De volta Gr cia sempre 1. Os gregos n o perderam a oportunidade de lembrar ao mundo que, neste ano, os jogos ol mpicos estavam voltando para casa . De fato, a tecnologia de hoje e os deuses mitol gicos se encontraram num longo arco do tempo, num espet culo de abertura em que os elementos essenciais (a gua, a terra, o ar, o fogo) e os recursos eletr nicos se deram as m os. Um Ulisses menino acenava de um barquinho nada pico, que parecia de papel; por meio de tel es, um atleta em Ol mpia e outro em Atenas comunicavam-se com tambores, num rito ao mesmo tempo primitivo e sofisticado. O deus Eros pairava em suaves acrobacias sobre o O fuso hor rio fez muita gente tresnoitar, no Brasil. s tr s da madrugada, aqui, os barcos de l j enfunavam as velas ao sol, quando os ventos muito fortes ou uma calmaria n o suspendiam a largada. O telespectador brasileiro chegava estropiado ao fim de cada tarde, depois de realizar sua maratona particular. Cada modalidade esportiva traz duros desafios para corpos e mentes levados aos limites da resist ncia e da concentra o. A lei da gravidade desafiada nos saltos; a for a das pernas e dos bra os, nos arremessos e levantamentos; os reflexos e as iniciativas, nas lutas corporais; a explos o e a resist ncia muscular, nas provas de corrida; a disciplina e a t cnica dos movimentos, nas artes gin sticas; o controle de uma bola, com as 3. Qual o sentido disso tudo? Em primeiro lugar, a express o do batalhador do homem, devidamente convertido em jogo; em segundo, o encontro dos povos e das ra as, representados n o por agentes da destrui o, mas por mestres da competi o; e por fim a certeza de que, enquanto brincam, os homens esquecem o despotismo e a tirania. Uma olimp ada n o deixa de canalizar energias que poderiam se manifestar sob a forma de terrorismo, de genoc dio, de lutas olimp adas, um ponto de Atenas lembrava sempre, infelizmente, o estado do mundo em que vivemos. Por outro lado, a cor do mar e do c u gregos faz esquecer por algum tempo a imagem dos ares tomados pelo petr leo em chamas, da chuva cida, da desertifica o e dos desastres ecol gicos. 5. N o deixam de impressionar as voca es de certas etnias e culturas para determinadas competi es: o biotipo de alguns povos africanos um trunfo em corridas de resist ncia; mo as n rdicas, longil neas, saltam sobre a vara como gazelas; a e na peteca; russos, poloneses e b lgaros maci os dominam nos halteres. A decantada mal cia dos brasileiros n o poderia faltar: transparece no surpreendente (e desassistido) futebol feminino e no v lei alegre e criativo. 6. A televis o fica menos chata: em vez das an lises de modelos econ micos, da queda da bolsa e do superavit comercial, h mais espa o para singelas informa es sobre a oliveira e o azeite. Em vez da globaliza o, fala-se de S crates e Plat o; em vez dos saturados cen rios metropolitanos, v em-se as ru nas em m rmore branco em contraste com o mar turquesa. Mesmo alguns conceitos mais t cnicos, como atrito e energia cin tica, metabolismo e doping, quando ocorrem na boca de algum especialista, tipo de salto de uma ginasta, um entendido parecia estar dando uma aula de ex tica geometria. 7. Findos os jogos, a impress o que se tem de que tamb m terminou um per odo de relativo armist cio. Ser preciso esperar mais quatro anos para que boa parte da humanidade possa de novo acessar, via sat lite, imagens de disputas internacionais em que as regras do jogo e o talento humano triunfam sobre a irracionalidade e a viol ncia. (Danilo Assun o) tnicas, de embates religiosos, de suic dios assassinos. Uma festa de encerramento, em que todos os atletas brincam livremente e o mundo se comove, n o realiza de fato a harmonia universal, mas 1. O autor, (A) embora entusiasmado com o evento, critica os gregos por n o terem perdido a oportunidade de lembrar que os jogos ol mpicos estavam voltando para casa. (B) mesmo aprovando a competente associa o entre a tecnologia de hoje e os deuses mitol gicos, manifesta sua d vida sobre a presen a do Amor no evento (presidiria). (C) apesar de se referir abertura dos jogos como um espet culo, censura a utiliza o dos recursos eletr nicos que produziram um barquinho nada pico, que parecia de papel. (D) conquanto reconhe a a beleza dos rituais e a import ncia dos jogos, aponta aspectos da competi o que julga negativos: o hor rio e o rigor excessivo das provas. (E) ainda que cite os desafios que os atletas e uma plat ia distante t m de enfrentar numa olimp ada, reconhece o fasc nio que as competi es exercem. nos lembra a todos que ela um forte desejo de muitos, ainda que utopia inating vel. Com todas as suas contradi es, o legado da democracia da Gr cia antiga ressurge um pouco, e talvez continue inspirador. 4. nas para explicar fen menos ligados s competi es. Ao descrever o m os ou com os p s, em tantos outros jogos. instinto atingir, concentra o e o reflexo dos orientais favorece-os no t nis de mesa est dio, sugerindo que o Amor presidiria todos os eventos. 2. conseguem sublima o. O fort ssimo esquema de seguran a dos jogos de Como atleta ol mpico de poltrona, sinto-me hipnotizado por cada um dos esportes. Tor o pela par bola do dardo, do disco, do peso arremessados. Parece que a indument ria sint tica vestida pelos nadadores ajudar no novo recorde, assim como a nova fibra de que s o feitos os barcos, ou as bicicletas, ou as varas do salto em altura possibilitar novos ndices. Que n o falhem os trajes de prote o desses esgrimistas, que evocam combates medievais e filmes de capa e espada hollywoodianos. E bom lembrar que em nenhuma das modalidades o perdedor punido com a guilhotina revolucion ria, a expatria o ou a perda dos direitos pol ticos: quem PUCCAMP-05-Prova Geral 3

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