Popular ▼   ResFinder  

Enade Exame de 2003 - PROVAS - Letras

19 páginas, 27 perguntas, 0 perguntas com respostas, 0 respostas total,    0    0
vestibular
  
+Fave Message
 Página Inicial > vestibular > Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) >

Instantly get Model Answers to questions on this ResPaper. Try now!
NEW ResPaper Exclusive!

Formatting page ...

S SISTEMA DE AVALIA O DA EDUCA O SUPERIOR ENC Exame Nacional de Cursos 2003 PROVA 1 Instru es 1 - Voc est recebendo o seguinte material: a) este caderno com o enunciado das quest es discursivas e respectivos rascunhos, e das quest es relativas s suas impress es sobre a prova, assim distribu das: Prova Quest es P ginas Peso Quest es discursivas e Rascunho 01 a 12 2 a 12 100% Impress es sobre a prova 01 a 20 CADERNO DE QUEST ES 13 b) 1 Caderno de Respostas destinado s respostas das quest es discursivas e de impress es sobre a prova. O desenvolvimento e as respostas das quest es discursivas dever o ser feitos a caneta esferogr fica de tinta preta e dispostos nos espa os especificados. 2 - Verifique se este material est em ordem e se o seu nome no Caderno de Respostas est correto. Caso contr rio, notifique imediatamente a um dos Respons veis pela sala. 3 - Ap s a confer ncia do seu nome no Caderno de Respostas, voc dever assin -lo no espa o pr prio, utilizando caneta esferogr fica de tinta preta. LETRAS 4 - A prova consta de 10 quest es. - As quest es de n meros de 1 a 7 s o obrigat rias. - Dentre as quest es de n meros 8 a 12, voc dever escolher tr s para responder. - No total voc dever ter, na prova, 10 quest es respondidas. 5 - Tenha cuidado com o Caderno de Respostas, para n o o dobrar, amassar ou manchar. 6 - Esta prova individual, sendo vedadas qualquer comunica o e troca de material entre os presentes, consultas a material bibliogr fico, cadernos ou anota es de qualquer esp cie, ou utiliza o de calculadora. 7 - Quando terminar, entregue a um dos Respons veis pela sala o Caderno de Respostas e assine a Lista de Presen a. Cabe esclarecer que nenhum graduando dever retirar-se da sala antes de decorridos 90 (noventa) minutos do in cio do Exame. ATEN O: Voc poder retirar o boletim com seu desempenho individual pela Internet, mediante a utiliza o de uma senha pessoal e intransfer vel, a partir de novembro. A sua senha o n mero de c digo que aparece no lado superior direito do Caderno de Respostas. Guarde bem esse n mero, que lhe permitir conhecer o seu desempenho. Caso voc n o tenha condi es de acesso Internet, solicite o boletim ao Inep no endere o: Esplanada dos Minist rios, Bloco L, Anexo II, Sala 411 Bras lia/DF - CEP 70047-900, juntando solicita o uma fotoc pia de seu documento de identidade. 8 - Voc ter 04 (quatro) horas para responder s quest es discursivas e de impress es sobre a prova. OBRIGADO PELA PARTICIPA O! MEC Minist rio da Educa o INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais "An sio Teixeira" DAES Cons rcio Diretoria de Estat sticas e Avalia o da Educa o Superior Funda o Cesgranrio/Funda o Carlos Chagas 02/06/03 - 15:36 Instru o: A nota total ser atribu da ao aluno que, em sua correta argumenta o, revelar dom nio de conceitos e vocabul rio espec fico, fazendo uso adequado da norma culta. Instru o: As quest es de n meros 1 a 7 s o obrigat rias. Quest o 1 Ainda que n o fosse especialista no assunto, M rio de Andrade tratou, em diversas ocasi es, da quest o da diversidade ling stica, mais especificamente da exist ncia de variedades do Portugu s Brasileiro. Observe suas palavras no texto abaixo, de 1940. A l ngua, no seu sentido, digamos, abstrato, uma propriedade de todo o corpo social que a emprega. Mas isto uma mera abstra o, essa l ngua n o existe. O tempo, os acidentes regionais, as profiss es se encarregam de transformar essa l ngua abstrata numa quantidade de linguagens concretas diversas. Cada grupinho, regional e profissional, se utiliza de uma delas. Deus me livre negar a exist ncia de uma l ngua "culta". Mas esta exclusiva apenas de um dos grupinhos do grande grupo social. (...) E existem as linguagens dos sentimentos, que fazem um burguesinho ter com a mulher um linguajar amoroso muito especial, ou ter tal linguagem nos momentos de c lera que jamais, como vocabul rio e sintaxe, ele empregaria na festa de anivers rio da filhinha. E finalmente existem as linguagens profissionais, a linguagem do carreiro, do sapateiro, do advogado. Transcreva do texto as palavras, express es e frases que permitem reconhecer os diferentes tipos de variedades de uma l ngua. Nomeie esses tipos e caracterize-os. 2 MEC-LETRAS-03 02/06/03 - 15:36 Quest o 2 Considere os textos abaixo, que tratam de quest es relativas aos pronomes pessoais. Texto I A melhor denomina o para as tr s formas portuguesas de um dado pronome pessoal : a) forma isolada; b) forma dependente adverbal; c) forma com preposi o regente. A primeira uma forma t nica ou livre; a segunda, um cl tico que pode ficar em pr clise ou nclise em rela o ao voc bulo verbal; a terceira, uma forma t nica, mas tamb m dependente, porque s aparece, em enuncia o aut noma, associada a uma preposi o. Texto II Coloca o dos pronomes tonos com formas verbais finitas 1. A posi o normal dos pronomes tonos depois do verbo ( nclise). Entretanto, motivos particulares de eufonia ou de nfase podem concorrer para a desloca o do pronome. 2. obrigat ria a pr clise: a) nas ora es negativas; b) nas ora es exclamativas, come adas por palavras exclamativas, bem como nas ora es optativas; c) nas ora es subordinadas. a) As observa es sobre pronomes pessoais contidas nos textos evidenciam duas diferentes concep es de gram tica. Identifique e caracterize cada uma delas. b) Por que se pode afirmar que essas duas concep es de gram tica n o se excluem? MEC-LETRAS-03 3 02/06/03 - 15:36 Quest o 3 Considere este fragmento de uma cr tica publicada pouco depois da estr ia liter ria de Guimar es Rosa: (...) Sagarana n o vale apenas na medida em que nos traz um certo sabor regional, mas na medida em que constr i um certo sabor regional, isto , em que transcende a regi o. A prov ncia do Sr. Guimar es Rosa no caso Minas menos uma regi o do Brasil do que uma regi o da arte, com detalhes e locu es e vocabul rio e geografia cosidos de maneira por vezes quase irreal, tamanha a concentra o com que trabalha o autor. Assim, veremos, numa conversa, os interlocutores gastarem meia d zia de prov rbios e outras tantas par bolas como se algu m falasse no mundo desse jeito. Transcendendo o crit rio regional por meio de uma condensa o do material observado (condensa o mais forte do que qualquer outra em nossa literatura da terra ), o Sr. Guimar es Rosa como que iluminou, de repente, todo o caminho feito pelos seus antecessores. (...) O Sr. Guimar es Rosa construiu um regionalismo muito mais aut ntico e duradouro, porque criou uma experi ncia total em que o pitoresco e o ex tico s o animados pela gra a de um movimento interior, em que se desfazem as rela es de sujeito a objeto total de experi ncia. (Antonio Candido, Sagarana, Di rio de S. Paulo, 11 de julho de 1946) a) No texto acima, o cr tico distingue dois modos de tratamento liter rio da mat ria regional. Identifique esses dois modos e as peculiaridades apontadas pelo cr tico no regionalismo de Guimar es Rosa. b) H quem afirme que as grandes obras da literatura sempre representam uma radical ruptura com toda a tradi o que as precedeu, desligando-se inteiramente dela. Pode-se deduzir do texto sobre Sagarana que o cr tico refor a essa afirma o? Justifique sua resposta e reproduza a frase em que voc se fundamentou para responder. 4 MEC-LETRAS-03 02/06/03 - 15:36 Quest o 4 Numa passagem de Viagens na minha terra, de Almeida Garrett, o narrador anuncia ao leitor que vai descrever a estalagem a que chegara, e explica que n o far uma descri o rom ntica . Depois de citar os tra os que tal descri o rom ntica comportaria, conclui, para justificar sua recusa: nada disso havia l . Diz ainda o narrador: Vou desapontar decerto o leitor ben volo (...). Pois que esperava ele de mim agora, de mim que ousei declarar-me escritor nestas eras de romantismo, s culo das fortes sensa es, das descri es a tra os largos e incisivos, que se entalham na alma e entram com sangue no cora o? ................................. Eu n o sou romanesco. Rom ntico, Deus me livre de o ser ao menos, o que na algaravia* de hoje se entende por essa palavra. * algaravia = linguagem confusa Como se nota, o referido desapontamento associado pelo narrador ao modo como entendido o termo rom ntico . A quest o da incerteza quanto ao significado do termo lembrada, em outro contexto, por Alfredo Bosi: Segundo Paul Val ry, seria necess rio ter perdido todo esp rito de rigor para querer definir o Romantismo . Considerados o car ter difuso da palavra e o contexto da obra de Garrett, acima referidos, a) caracterize o tipo de romantismo recusado pelo narrador; b) avalie a conseq ncia de um estudioso da literatura desconsiderar as distintas tend ncias do Romantismo na interpreta o, por exemplo, de poemas de lvares de Azevedo e de Castro Alves. MEC-LETRAS-03 5 02/06/03 - 15:36 Aten o: As quest es de n meros 5 e 6 referem-se aos textos e foto que seguem. Texto I Fotografia de Mallarm uma foto premeditada como um crime basta reparar no arranjo das roupas os cabelos a barba tudo adrede preparado - um gesto e a manta equilibrada sobre os ombros cair e especialmente a m o com a caneta detida acima da folha em branco: tudo espera da eternidade sabe-se: ap s o clique a cena se desfez na rue de Rome a vida voltou Dispon vel em: (http://www.franceweb.fr/poesie/mallarm2.htm) a fluir imperfeita mas isso a foto n o captou que a foto a pose a suspens o do tempo agora meras manchas no papel raso mas eis que teu olhar encontra o dele (Mallarm ) que ali do fundo da morte olha (Ferreira Gullar) 6 MEC-LETRAS-03 02/06/03 - 15:36 Texto II Fot grafos da categoria de um Cartier-Bresson ou de um Brassai definem sua arte como um aparente paradoxo: o de recortar um fragmento da realidade, fixando-lhe determinados limites, mas de tal modo que esse recorte atue como uma explos o que abra de par em par uma realidade muito mais ampla, como uma vis o din mica que transcende espiritualmente o campo abrangido pela c mara. (Julio Cort zar) Quest o 5 a) Cite duas express es do poema que representam a realidade est tica da imagem fotografada e outras duas express es que representam a vis o din mica dessa mesma imagem. b) As express es no papel raso (pen ltima estrofe) e do fundo da morte ( ltima estrofe) constituem uma ant tese essencial para a significa o desse poema. Demonstre essa afirma o. Quest o 6 Ao se valer de palavras como arranjo, preparado, equilibrada, detida, eternidade, Gullar enumera atributos que tamb m se aplicam po tica de Mallarm , ao modo pelo qual o influente poeta franc s concebeu e produziu seus poemas. J as express es ap s o clique a cena se desfez, a vida voltou a fluir imperfeita e eis que teu olhar encontra sugerem elementos valorizados por um outro tipo de po tica. a) Em que diferem, basicamente, as duas po ticas acima referidas? b) Para qual dessas duas po ticas tenderam os poetas mais representativos do Modernismo de 22? Justifique. MEC-LETRAS-03 7 02/06/03 - 15:36 Quest o 7 Leia a proposta de reda o abaixo e o texto do aluno produzido a partir dela. PROPOSTA: DESCRI O (retirada de um livro did tico) Imagine e descreva com detalhes o quarto de pens o em que vive um jovem solit rio e sonhador, empregado do com rcio. a TEXTO DO ALUNO (2 s rie do Ensino M dio) J nior, um rapaz culto, bem educado, bonito e sonhador, vivia num quarto de pens o pequeno demais, mas com muita criatividade o rapaz havia feito a melhor decora o poss vel, nas paredes quadros de Ayrton Senna, um guarda-roupa com os sapatos por cima. Quando n o estava trabalhando no com rcio de rem dios, onde diga-se de passagem dava-se bem, ele passava o tempo ali sentado na cama alta de len ol branquinho, em frente TV ou ouvindo som do pequeno r dio, que colocou numa estante da parede. Ouvindo som e sonhando, sonhando com um pr mio em dinheiro que o tiraria daquela vida e o faria um dono de firma e dono de sua pr pria casa, com sua fam lia, que ele ainda n o tinha, pois ele n o sa a para lugar algum, s em seus sonhos, onde ele viajava por todo o mundo, come ando pelo Brasil. Ficava olhando para as fotografias de revistas que tinha colado dentro das portas do guarda-roupa, que deixava abertas, porque assim o quarto ficava mais colorido. Ele queria conhecer Natal, Porto Alegre, Foz do Igua u, Salvador, Paris, Nova Iorque, enfim todo o mundo. As produ es verbais s o organizadas por meio de diferentes tipos textuais e respondem a situa es de comunica o. Os tipos mais explorados nos materiais com fins did ticos do ensino fundamental e m dio s o a narra o, a descri o e a argumenta o. Considerando que esses tipos muitas vezes se mesclam numa produ o textual, responda ao que se pede. a) b) 8 A proposta do professor adequada? Justifique. O aluno respondeu adequadamente proposta do professor? Justifique. MEC-LETRAS-03 02/06/03 - 15:36 Instru o: Dentre as quest es de n meros 8 a 12, voc dever escolher tr s para responder. Quest o 8 Considere o fragmento de uma narrativa de Moacyr Scliar, abaixo transcrito. Sonho em grego Cansado depois de um exaustivo dia de trabalho, o varredor de rua que falava grego adormeceu e teve um sonho. Estava de novo na mesma avenida que havia varrido s que, por um ato maligno, o lixo que ele recolhera havia voltado: as sarjetas estavam cheias de pap is, de garrafas vazias, de restos de comida. Desanimado, ele olhava aquilo sem saber o que fazer quando de repente avistou, saindo das sombras da noite, tr s vultos. Tr s homens vestindo t nicas gregas, o que, fora do per odo carnavalesco, n o deixava de chamar a aten o. O primeiro impulso do varredor foi sair correndo. Estudiosos do uso de formas verbais t m mostrado certas afinidades entre tempos verbais e situa es comunicativas, o que justifica n o ser aleat ria a escolha das formas de pret rito perfeito e pret rito imperfeito do indicativo no texto acima. Assim, as formas de pret rito perfeito e imperfeito s o escolhidas de maneira decisiva quando os falantes de l ngua portuguesa narram eventos passados, raz o pela qual podemos dizer que essas formas assumem valores e t m fun es espec ficas no texto narrativo. Com base nesses pressupostos, pergunta-se: Qual o valor aspectual de cada uma dessas formas e qual a sua fun o no que diz respeito ordena o dos eventos na narrativa? Ap ie sua explica o em formas utilizadas no texto. MEC-LETRAS-03 9 02/06/03 - 15:36 Quest o 9 Imagine-se, como simples exerc cio did tico, que nos romances Mem rias p stumas de Br s Cubas, O Ateneu, Dom Casmurro, Menino de engenho, S o Bernardo e Grande sert o: veredas a narra o se desenvolvesse n o na primeira pessoa, mas na terceira. Como os fatos de refer ncia e as personagens seriam os mesmos, n o haveria altera o sens vel na significa o global de cada um desses romances . a) Concorda com o que est afirmado acima? Justifique. b) Baseie-se em um dos romances acima citados para demonstrar e sustentar sua posi o. Quest o 10 Na obra de Fernando Pessoa relevante o caso dos heter nimos, que n o devem ser confundidos com pseud nimos. Tem-se o pseud nimo, por exemplo, na est tica rcade, que preconizava, para o poeta, a ado o de um nome falso, art stico. No caso de Pessoa, a quest o de outra natureza. Uma afirma o do poeta pode ajudar a compreender a necessidade que o levou cria o dos heter nimos: A literatura, como toda arte, uma confiss o de que a vida n o basta. Valendo-se da caracteriza o de dois dos heter nimos, explique a rela o que se pode estabelecer entre a frase citada e o fen meno da heteron mia pessoana. 10 MEC-LETRAS-03 02/06/03 - 15:36 Quest o 11 a Uma professora de L ngua Portuguesa da 8 . s rie decidiu levar seus alunos ao teatro, atendendo proposta curricular da escola, que exigia propiciar-lhes a cada bimestre uma experi ncia extraclasse. Planejou a atividade e a desenvolveu do seguinte modo: procurou saber qual a familiaridade que cada um tinha com o teatro; discutiu, com a participa o de todos, como se estruturava o g nero dram tico, explicitando suas diferentes modalidades; orientou os alunos a procurar nos meios de comunica o (jornais, revistas, internet...) an ncios, sinopses e resenhas das pe as em cartaz, a fim de escolherem aquela a que desejavam assistir. Tendo finalmente chegado a um consenso, foram ao teatro. Na aula que se seguiu, a professora abriu espa o para que todos comentassem livremente o espet culo. A professora soube tirar proveito da atividade exigida pela escola: mediante o desenvolvimento de conte dos espec ficos, criou a oportunidade de uma experi ncia est tica e de aquisi o de conhecimentos. Justifique essa afirma o. MEC-LETRAS-03 11 02/06/03 - 15:36 Quest o 12 Numa aula de Portugu s, os alunos leram uma cr nica de Fernando Sabino, "Vale por dois", e discutiram o tema, que a dificuldade da personagem para tomar decis es, mesmo nas situa es mais simples do dia-a-dia. Na aula seguinte, a professora apresentou esta proposta de reda o: "As pessoas n o s o apenas boas ou m s. s vezes s o ego stas, em outros momentos, am veis; podem ser indecisas ou extremamente autorit rias, t midas ou extrovertidas... H aqueles que gostam muito de si, outros que se depreciam; h os que acham que a sua vida vale a pena, outros, por m, que sua vida n o daria nada, nem uma nota de p de p gina... (Lu s F. Ver ssimo). a D asas a sua imagina o e escreva um texto (em 1 . pessoa), falando de si, do seu jeito de ser e do que acha da sua vida. Agora a sua vez! Seja criativo! N o se esque a do t tulo! Especialistas do ensino de l ngua constatam que, em geral, na escola, a produ o escrita resulta mecanicamente da leitura e da discuss o das id ias contidas no texto utilizado. Esse procedimento, considerado inadequado, pressup e existir na capacidade de produzir textos "um saber que a escola deve encorajar, mas que nasce e se desenvolve fundamentalmente de maneira espont nea, sem que se possa ensin -lo sistematicamente" (adaptado de Dolz e Schneuwly). poss vel reconhecer na proposta da professora a inadequa o apontada pelos cr ticos? Justifique sua resposta. FONTES BIBLIOGR FICAS ANDRADE, M. de.. In: O empalhador de passarinho. S o Paulo: Martins/MEC, 1972. A L ngua radiof nica. p. 205-10 BOSI, A. Hist ria concisa da literatura brasileira. S o Paulo: Cultrix, 1997. p. 91 C MARA J NIOR., J.M. Hist ria e estrutura da l ngua portuguesa. Rio de Janeiro: Padr o, 1972 CANDIDO, A. Sagarana. Di rio de S o Paulo, 11.07.1946 CORT ZAR, J. Valise de cron pio. S o Paulo: Perspectiva, 1974. Alguns aspectos do conto p. 151 DOLZ, J., SCHNEUWLY, B. G neros e progress o em express o oral e escrita. Trad. Roxane Rojo. (manuscrito) GARRET, A. Viagens na minha terra. Lisboa: S da Costa, 1974. p. 22 e 63 GULLAR, F. Muitas vozes. Rio de Janeiro: Jos Olympio, 1999. p.38-9 PERRONE - MOIS S, L.. Flores da escrivaninha, S o Paulo: Companhia das Letras, 1998. A cria o do texto liter rio. ROCHA LIMA, C. H. Gram tica normativa da l ngua portuguesa. S o Paulo: Jos Olympio, 1972 SCLIAR, M. O imagin rio cotidiano. S o Paulo: Global, 2001. p.17 12 MEC-LETRAS-03 02/06/03 - 15:32 6. As quest es da prova apresentam enunciados claros e objetivos? IMPRESS ES SOBRE A PROVA As quest es abaixo visam a levantar sua opini o sobre a qualidade e a adequa o da prova que voc acabou de realizar e tamb m sobre o seu desempenho na prova. Assinale as alternativas correspondentes sua opini o e raz o que explica o seu desempenho nos espa os pr prios (parte inferior) da Folha de Respostas. Agradecemos sua colabora o. (B) Sim, a maioria apresenta. (C) Sim, mas apenas cerca de metade apresenta. N o, poucas apresentam. (E) N o, nenhuma apresenta. Qual o ano de conclus o deste seu curso de gradua o? (A) (B) (C) (D) (E) 2003. 2002. 2001. 2000. Outro. _________________________________________________________ _________________________________________________________ 2. Sim, todas apresentam. (D) 1. (A) 7. Como voc considera as informa es fornecidas em cada quest o para a sua resolu o? Qual o grau de dificuldade desta prova? (A) (B) (C) (D) (E) (A) Sempre excessivas. (B) Sempre suficientes. (C) Suficientes na maioria das vezes. (D) Suficientes somente em alguns casos. (E) Muito f cil. F cil. M dio. Dif cil. Muito Dif cil. Sempre insuficientes. _________________________________________________________ 3. Quanto extens o, como voc considera a prova? (A) (B) (C) (D) (E) Muito longa. Longa. Adequada. Curta. Muito curta. __________________________________________________________________________________________________________________ 4. Para voc , como foi o tempo destinado resolu o da prova? (A) (B) (C) (D) (E) 8. Com que tipo de problema voc se deparou mais freq entemente ao responder a esta prova? Excessivo. Pouco mais que suficiente. Suficiente. Quase suficiente. Insuficiente. (A) Desconhecimento do conte do. (B) Forma de abordagem do conte do diferente daquela a que estou habituado. (C) Falta de motiva o para fazer a prova. (D) Espa o insuficiente para responder s quest es. (E) N o tive qualquer tipo de dificuldade para responder prova. _________________________________________________________ 5. A que horas voc concluiu a prova? (A) (B) (C) (D) (E) Antes das 14h30min. Aproximadamente s 14h30min. Entre 14h30min e 15h30min. Entre 15h30min e 16h30min. Entre 16h30min e 17h. __________________________________________________________________________________________________________________ Como voc explicaria o seu desempenho em cada quest o discursiva da prova? N meros das quest es da prova N meros dos campos correspondentes no CADERNO DE RESPOSTAS O conte do ... (A) (B) (C) (D) (E) Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q6 Q7 Q8 Q9 Q10 Q11 Q12 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 n o foi ensinado; nunca o estudei. n o foi ensinado; mas o estudei por conta pr pria. foi ensinado de forma inadequada ou superficial. foi ensinado h muito tempo e n o me lembro mais. foi ensinado com profundidade adequada e suficiente. MEC-LET-IP 13 ENC 2003 LETRAS Quest o 1 a realidade da diversidade de uma mesma l ngua viva em uso que interessa a M rio de Andrade. As palavras e express es por ele utilizadas no texto permitem reconhecer as seguintes variedades ling sticas: 1. tempo variedade hist rica ou diacr nica as l nguas mudam com o passar do tempo. Tal fato se confirma quando se comparam, pelo menos, dois momentos sucessivos (estados sucessivos) de sua hist ria; 2. acidentes regionais, grupinho regional variedade geogr fica, regional ou diat pica o espa o geogr fico de que prov m o falante explica a variedade que usa. Conforme contraste entre variedade rural e variedade urbana; 3. profiss es, "culta", grupinho profissional, linguagem do carreiro, do sapateiro, do advogado. Variedade social ou diastr tica explicada pelo grupo social a que pertence o falante num determinado momento hist rico. As caracter sticas s o devidas ao estatuto social do falante, isto , idade, sexo, grau de escolaridade e/ou letramento, ocupa o, ra a, posi o social, local em que reside numa comunidade; 4. um burguesinho ter com a mulher um linguajar amoroso muito especial ou ter tal linguagem nos momentos de c lera que jamais ele empregaria na festa de anivers rio da filhinha, linguagens do sentimento, variedade estil stica ou diaf sica cada falante, possuindo uma gama de variedades, escolhe uma entre elas em diferentes situa es de uso. (10 pontos) Quest o 2 1. Os textos apresentam as seguintes concep es de gram tica: I. Gram tica descritiva Resulta da preocupa o do ling ista / gram tico por apresentar o conjunto de regras que efetivamente posto em uso, ou seja, regras que de fato s o utilizadas ou seguidas pelos falantes de uma determinada l ngua; sistema de no es mediante as quais s o descritos os fatos de uma l ngua, bem como suas regras de uso. II. Gram tica normativa ou prescritiva Gram tica o conjunto sistem tico de normas para se falar e se escrever corretamente, que os especialistas estabelecem com base no uso consagrado pelos bons escritores, ou seja, conjunto de normas que devem ser seguidas. 2. As abordagens descritiva e normativa n o se excluem, ao contr rio, elas se complementam na medida em que o estabelecimento de normas exige o processo de descri o da gram tica de uma l ngua em uso, em suas diferentes variedades. Nesse sentido, a gram tica tradicional n o cont m somente normas. Ela tamb m possui um componente descritivo. (10 pontos) Quest o 3 a. Os dois modos de tratamento liter rio da mat ria regional que o cr tico distingue s o o trazer um certo saber regional e o construir um certo saber regional. 1. 2. 3. 4. 5. h uma transcend ncia do crit rio regional por meio de uma condensa o do material explorado; o autor criou com sua linguagem uma regi o da arte, n o se limitando a descrever alguma prov ncia do Brasil; o regionalismo de Sagarana mais aut ntico porque transcendeu o ex tico e o pitoresco por meio de uma for a interior da express o. o autor reelaborou a express o da linguagem falada alterando, concentrando e costurando intensamente elementos do vocabul rio regional o autor concentrou numa nica regi o diferentes elementos geogr ficos. (6 pontos) 1 ENC 2003 LETRAS b. N o. O cr tico considera que Guimar es Rosa n o perdeu de vista a produ o dos escritores de outras pocas (rom nticos, realistas, modernistas, gera o de 30) que se voltaram, fundamentalmente, para a express o de determinadas culturas regionais, incorporando e transcendendo essa tradi o (2 pontos). A frase em que se explicita essa convic o o Sr. Guimar es Rosa como que iluminou, de repente, todo o caminho feito pelos seus antecessores . (4 pontos) Quest o 4 a- O graduando deve reconhecer a rejei o do narrador a um determinado modo de conceber o Romantismo, caracterizado no primeiro par grafo (s culo das fortes sensa es, das descri es a tra os largos e incisivos, que se entalham na alma e entram com sangue no cora o): valoriza o dos estados de excita o dos sentimentos, que se expressam num discurso hiperb lico. Essa concep o, que associa o esp rito rom ntico ao desregramento e que impressiona um certo tipo de leitor, n o corresponde ao ide rio est tico de Garrett. O autor, nem por isso, se assume como defensor da est tica rcade, como afirmam alguns cr ticos. Ao tentar qualificar seu trabalho no contexto do Romantismo a partir da precis o dos termos, revela consci ncia de que n o se insere na est tica anterior assim como n o se sente vontade na concep o do Romantismo como hipertrofia do eu e dos sentimentos. b- O graduando deve reconhecer a necessidade de o estudioso considerar as variantes de um estilo de poca- determinadas por quest es filos ficas, ideol gicas e culturais - na an lise de uma obra, para n o incorrer numa vis o simplificadora, quer da obra, quer do autor. O graduando deve perceber a import ncia das especificidades, evitando o julgamento a partir da ades o total do autor s caracter sticas tidas como determinantes de um estilo de poca. Na argumenta o: o graduando deve apontar a necessidade de o estudioso considerar v rias tend ncias. Pode valer-se das tend ncias que valorizam: 1- a cor local , n o como mero jogo ret rico, mas como presen a efetiva ( culto natureza); 2- a identidade nacional ( nacionalismo), que pode estar associada ao g tico (est tica do horrendo e do terr vel), ao b rbaro, ao crist o, ao irregular, expressos em discurso subjetivo e emocionado; 3- a noite como ref gio banalidade do cotidiano, a solid o como forma de atingir a plenitude existencial; 4- irracionalismo incontido; a fantasia desregrada ( fant stico); a concep o do criador como um g nio ( Sturm und Drang); 5- a revolta contra a sociedade e as institui es, o desejo de fuga e o desprezo vida.; 6- o compromisso com os problemas dos oprimidos. Embora essas linhas de for a estejam associadas a quest o mais ampla - origem francesa, inglesa e germ nica das diferentes tend ncias o aluno pode tirar proveito, no caso espec fico dos autores brasileiros, da quest o dos diferentes momentos ou gera es do Romantismo. necess rio assinalar pelo menos uma distin o entre os dois poetas brasileiros indicados. lvares de Azevedo: egotismo exacerbado; busca da noite como ref gio; o t dio existencial (spleen); presen a da morte; presen a do grotesco e do fant stico; ironia; par dia. Castro Alves: o car ter social, manifesto em discurso oracular e grandiloq ente; sensualismo; erotismo; entusiasmo frente inser o da m quina no meio agreste; explora o de s miles que sugerem a impress o de uma natureza imensa e de um universo infinito; capta o pl stico-musical da natureza. (10 pontos) Quest o 5 a. Duas express es que representam a realidade est tica da imagem fotografada: manta equilibrada, a m o com a caneta detida, tudo espera da eternidade, a foto a pose, a suspens o do tempo Duas express es que representam a vis o din mica dessa mesma imagem: teu olhar encontra o dele, que ali do fundo da morte olha. (4 pontos) 2 ENC 2003 LETRAS b. Com a ant tese entre as express es papel raso e do fundo da morte, Gullar representa dois modos opostos de se olhar para foto, bem como dois modos opostos de se considerar a arte): num, o olhar superficial e se det m t o-somente na imagem, tal e qual ela aparece, aceitando-a em sua estaticidade, no seu equil brio pl stico, tudo num plano espacial-descritivo; no outro modo, o olhar se aprofunda na imagem e a interpreta para al m do que vis vel, extraindo dela uma significa o que incorpora a subjetividade do espectador numa perspectiva cultural e temporal (6 pontos) Quest o 6 a. Na arte po tica referida a Mallarm , os elementos valorizados s o a premedita o (o planejamento) do poema, o ideal de perfei o formal, o esteticismo, a aspira o ao absoluto, o ideal da poesia pura, o equil brio tenso, a conten o emocional. No outro tipo de arte po tica, os elementos valorizados s o o retorno ao fluxo da vida, as imperfei es e a complexidade do cotidiano, a instantaneidade do olhar, a revela o das experi ncias pessoais. (4 pontos) b. Os poetas mais representativos do Modernismo de 22 tenderam para o outro tipo de po tica, contr rio de Mallarm . Na poesia de Oswald de Andrade, M rio de Andrade e Manuel Bandeira, por exemplo, h valoriza o da linguagem coloquial, da informalidade, da poesia de circunst ncia, do poema-piada, das experi ncias pessoais, das cenas urbanas, de aspectos da vida moderna, das refer ncias hist ricas, do verso livre, dos metros e ritmos inumer veis, da fala popular, das par dias. (6 pontos) Quest o 7 a. A proposta do professor pode ser considerada adequada porque respondeu necessidade, no interior do exerc cio did tico, de oferecer elementos de contextualiza o do texto solicitado. No caso, o professor incorporou ndices de uma narrativa (caracter sticas da personagem e cen rio), julgando conveniente inserir a descri o num texto que a englobasse e a contextualizasse. (4 pontos) b. O aluno respondeu adequadamente orienta o da proposta, descrevendo o quarto do rapaz com tra os ling sticos pertinentes (enumera o e caracteriza o dos objetos, uso de adjetivos, verbos de estado, verbos no imperfeito etc.). Inseriu sua descri o no mbito de um texto de car ter narrativo, nesse sentido respondendo aos elementos de contextualiza o encontrados na proposta. Mostrou ter sido capaz de reconhecer as sugest es dadas e, ao subordinar a descri o ao modo de ser da personagem, percebeu a necessidade de mesclar diferentes tipos de texto (ou ainda: diferentes formas de textualiza o, diferentes estruturas ou seq ncias textuais). (6 pontos) Quest o 8 Numa narrativa em l ngua portuguesa, as formas de pret rito perfeito (adormeceu, teve, avistou, foi) correspondem aos eventos singulares que comp em o n cleo da narrativa e que se sucedem uns aos outros, compondo o primeiro plano da narrativa. Assim, a seq encia o indicada por formas de perfectivo. Quanto ao seu valor aspectual, trata-se de forma perfectiva, pois representa eventos passados vistos como conclu dos no presente, enquanto momento de refer ncia. A situa o expressa pelo verbo considerada completa. Quanto s formas de pret rito imperfeito (falava, estava, estavam, olhava, deixava, faltava) servem para compor o segundo plano da narrativa. Os eventos por elas representados n o se apresentam ordenados em seq ncia, mas ocorrem simultaneamente, compondo o plano de fundo da narrativa. O n o seq enciamento e a simultaneidade de eventos no passado s o indicadas pelo pret rito imperfeito. T m valor aspectual de imperfectivo (ou durativo), pois sugerem eventos n o conclu dos no passado, situa es vistas como incompletas. (10 pontos) 3 ENC 2003 LETRAS Quest o 9 a. N o. A significa o dos fatos, numa narrativa ficcional, est intrinsecamente associada ao foco narrativo, perspectiva de quem narra. Na primeira pessoa, a vis o do narrador tamb m a de uma personagem implicada na hist ria, de tal modo que sua subjetividade participa inalienavelmente da narra o. J na terceira pessoa, a vis o a de um narrador afastado das a es, o que abre uma perspectiva em principio mais objetiva e isenta. (4 pontos) b. Escolhido um dos romances, h que se verificar, fundamentalmente, se: 1. o aluno reconhece, de fato, o narrador-personagem e demonstra familiaridade com a narrativa central, identificando os valores subjetivos do narrador-personagem que s o respons veis pela condu o e dire o da narrativa. Exemplos: em Mem rias p stumas de Br s Cubas, o narrador Br s Cubas, um defunto-autor que passa em revista sua vida j completa e acabada, seus amores, suas aspira es, sua condi o de burgu s bem posto. Em tom de galhofa e melancolia, o narrador estrutura caprichosamente seu romance, dialogando com o leitor, filosofando sobre a vida, delirando, fundando um ponto de vista autorit rio e ir nico a um tempo. em O Ateneu, S rgio narra sua vida como aluno interno de um col gio comandado pela m o forte, pelo interesse comercial e pelo apego ao status de seu diretor e propriet rio, o ret rico Aristarco. Em tom de profundo ressentimento e de cr tica a todo tipo de hipocrisia, o narrador desenvolve o processo de suas desilus es, num estilo marcado pelo expressionismo e pelo rebuscamento verbal. em Dom Casmurro o narrador Bento (Bentinho) e relata, fundamentalmente, sua paix o de adolesc ncia, seu casamento e a desventura provocada pelo ci me que tem da mulher, Capitu, a quem acusa de ad ltera. O tom de ressentimento e amargura d o tom ao romance, a que n o faltam caprichos de composi o e excursos. O ponto de vista da narra o o grande respons vel pelas pol micas que envolvem a efetiva o ou n o do alegado adult rio. Em S o Bernardo, Paulo Hon rio conta sua vida de bem sucedido fazendeiro, paup rrimo de nascimento, cuja escalada social se deu por meio do trabalho obstinado e da avareza, do uso da viol ncia, do jogo pol tico, da adequa o s novas t cnicas de produ o. Sua tens o essencial nasce e se desenvolve a partir de sua rela o com Madalena, com quem se casa, de quem se enciuma e a quem submete a um regime de opress o que acaba por mat -la. O tom de reflex o melanc lica e impotente sobre a vida fracassada, servindo a fatura mesma do romance como uma esp cie de espelho cr tico e expia o do passado. Em Grande sert o: veredas, o ex-chefe de jagun os Riobaldo conta a um homem da cidade suas sagas pelo sert o mineiro, marcadas pelo conv vio d bio e amoroso com Reinaldo, depois Diadorim, finalmente revelado como Deodorina, mulher-guerreira travestida de jagun o. Em linguagem extraordinariamente densa e inventiva, as quest es humanas mais profundas a luta entre o Bem e o Mal, a for a e a fraqueza, o materialismo e o espiritulismo v o se desenvolvendo em tom de relato oral, estruturando-se o romance como um longo mon logo testemunhado, esp cie de relato cabal da vida humana, entendida como travessia. Em Menino do engenho, o narrador adulto reconstitui sua inf ncia, vivida no engenho de seu av , o poderoso coronel Jos Paulino. Nessas mem rias, historia o sistema das rela es autorit rias daquele pequeno universo feudal em vias de desagrega o, ao mesmo tempo em que expressa o impacto das descobertas, dos temores e dos prazeres sensuais do menino. O tom da narra o insinua discretamente a nostalgia de um mundo perdido, no qual o protagonista, crian a impression vel e sonhadora, desfrutava os privil gios de um pequeno senhor. O narrador discorre com flu ncia e espontaneidade, aproximando-se do registro oral das personagens e recuperando com for a de pintura as paisagens e a vida natural daquela regi o canavieira. (6 pontos) 4 ENC 2003 LETRAS Quest o 10 Dado que a frase do poeta revela a consci ncia da falta, o aluno dever dirigir sua argumenta o no sentido de assinalar a presen a de v rios poetas num s como expediente de que se valeu Fernando Pessoa na busca de suprir a limita o que um nico ponto de vista representa na apreens o e express o do real. Isso justificaria a constitui o de diferentes personas po ticas na obra do autor. O aluno dever se valer da caracteriza o de dois heter nimos nos quais se inclui Fernando Pessoa ort nimo- para comprovar a exist ncia de diferentes personalidades po ticas que procuram expressar sua t pica vis o do mundo. Heter nimos e principais caracter sticas: 1. Fernando Pessoa, ele mesmo- express o musical e sutil do frio, do t dio, dos anseios d alma, dos estados de esp rito quase inef veis; nostalgia de um bem perdido que n o se sabe qual foi; lirismo puro: tom menor, melanc lico, de resigna o dolorosa, de hesita o entre uma f ocultista e a suspeita de que tudo sonho ou apar ncia; egotismo exacerbado pela sensa o do t dio, da solid o e do desamparo; sedu o pelo mundo fant stico da inf ncia (para suger -lo, vale-se de reminisc ncia de contos de fada, de cantigas de ninar e toadas de romanceiros); contato passageiro com o Saudosismo; tribut rio, entre muitos aspectos, do Simbolismo; sente-se como uma alteridade (confessa sentir t o alheiamente como se um outro sentisse em seu lugar); a realidade interior, na qual o mundo se encerra e onde perde seus contornos, dilui-se numa atmosfera de sono permanente, em que sonho e vig lia se misturam; o lirismo simultaneamente objeto de sentimento e de conhecimento, em rela o tensa ( o que em mim sente est pensando ). 2. Alberto Caeiro (mestre dos demais heter nimos)- h dois Caeiros; 1- o poeta- n o acredita em nada: existe; poeta que foge para o campo, pretendendo ser poeta e nada mais ; homem reconciliado com a natureza (antes do Cristianismo, do trabalho e da Hist ria); assume a consci ncia pr -l gica como modo de estar no mundo; apreens o da realidade pelos sentidos, em especial pela vis o (valorizada por ser o menos sensual de todos os sentidos); concep o da palavra como cone do real apreendido, maneira de apreender o sentido original das coisas ( a palavra com que se nomeia a pedra n o a pedra, mas tem a mesma realidade da pedra); paganismo n o hist rico; poeta deambulante ( pastor ); lirismo instintivo, espont neo, inculto e impessoal, expresso num aparente vontade: versos livres, brancos, pr ximos da prosa; estilo seco e pobre lexicalmente; 2- o pensador-, que suplanta o poeta; presen a constante da metalinguagem; pensador paradoxal: abstrator que, dizendo-se inimigo das abstra es, a elas se dedica continuamente; critica a consci ncia categorial e elege os sentidos como instrumento de apreens o da realidade, por m n o transmite as sensa es, discorre sobre elas; racionalista, filosofa contra a filosofia. 3. Ricardo Reis- cren a na forma; construtor laborioso do seu estilo; vis o liter ria cl ssica; cultivador da ode, do epigrama e da elegia; o mais s brio, o mais contido e severo dos heter nimos; por meio da raz o est ica, reprime o cansa o, resto de uma inquieta o espiritual desfeita; resigna o diante do destino; pag o hist rico, aconselha a aceita o calma da ordem das coisas; se compraz com a passagem do tempo e aceita a paix o do ser; esp rito tr gico , no sentido da Antig idade Cl ssica: atribui aos Fados o Bem e o Mal; investe-se da personalidade dos gregos da decad ncia; cren a de que a verdade do destino humano est acima da ci ncia; id ia tr gica da morte e, mais que isso, a sensa o de que a vida consiste em s rie de mortes sucessivas; embora estoicista, formula filosofia de vida orientada pelo epicurismo (presen a do carpe diem); cristismo ( Cristo um deus a mais ); vis o distanciada da exist ncia ( vis o beira-m goa ). 5 ENC 2003 LETRAS 4. lvaro de Campos- engenheiro moderno, emotivo e sensacionista; aceita o raivosa das m ltiplas contradi es que o dividem. Em Opi rio- (vis o decadentista) saturado da civiliza o, horror vida, embriaguez do pio e dos sonhos, de um Oriente que n o h ; linguagem em que o trivial e o refinado se mesclam; no futurismo whitmaniano- poesia que espelha a civiliza o industrial; apologia de um novo homem prot tipo, isento de sensibilidade, saud vel e amoral; eu que canta a vertigem das sensa es modernas, a vol pia da imagina o e a energia explosiva; no lirismo pessoal (lirismo "distanciado" dos anteriores) homem revoltado, nauseado, exacerba os conflitos de Fernando Pessoa; a n usea, aliada ang stia, o conduz ao mal-estar da consci ncia n o ajustada ao universo (porque se sente existindo sem raz o para existir); tom confessional provocativo, escandalizante, avesso m -f do sentimentalismo e do racionalismo; viv ncia do futuro no instante; cantor da perda da identidade e da gratuidade dos gestos humanos. (10 pontos) Quest o 11 A professora aproveitou a atividade extraclasse para trabalhar com diferentes g neros textuais, o que constitui uma tend ncia forte atualmente, adotada pelas propostas curriculares oficiais de l ngua portuguesa. (2 pontos) Os alunos obtiveram conhecimentos sobre o modo de ser e de funcionar do g nero dram tico, escolhido como objeto principal da atividade, e puderam fru -lo sem que se tornasse unicamente pretexto para outra atividade. (2 pontos) Outros tipos de textos foram mobilizados para subsidiar o trabalho: g neros (ou textos) peculiares m dia puderam ser aproveitados na fun o que lhes pr pria: an ncios, sinopses e resenhas utilizados na sala de aula n o se resumiram ao conhecimento estritamente ling stico, mas tiveram incorporadas tamb m suas fun es de comunica o e de informa o. (2 pontos) A professora estimulou a participa o dos alunos, permitindo que pudessem expressar suas id ias e conhecimento pr vio, para ent o introduzir novos conhecimentos. (2 pontos) A professora tamb m orientou a pesquisa, desse modo levando os alunos a pesquisarem a partir das necessidades ditadas pela pr pria atividade e pelo g nero escolhido. (2 pontos) Quest o 12 A professora discutiu o assunto do texto, mas n o o modo como foi constru do, n o orientou o aluno para o tipo de texto pedido, n o chamou a aten o para sua forma de composi o ou peculiaridade estil stica. O texto que tomou como modelo, a cr nica, g nero que se situa na fronteira da literatura e do jornal, sup e um modo espec fico de captar a realidade, segundo um determinado tipo de organiza o textual. Pode-se considerar que a professora sup s que os alunos possu am a capacidade de espontaneamente construir um texto, n o os orientando para um determinado modo de composi o. (6 pontos) A professora procurou despertar o interesse do aluno por meio de palavras de incentivo, apelando imagina o criativa. Ora, a criatividade pedida pela professora corre o risco de redundar em clich e em banaliza o da escrita, pois o aluno, na r pida passagem da leitura para a escrita, n o teve tempo de interiorizar os par metros do texto lido para construir o seu. (4 pontos) 6

Formatting page ...

Formatting page ...

Formatting page ...

Formatting page ...

Formatting page ...

Formatting page ...

Formatting page ...

Formatting page ...

Formatting page ...

Formatting page ...

Formatting page ...

Formatting page ...

Formatting page ...

Formatting page ...

Formatting page ...

Formatting page ...

Formatting page ...

Formatting page ...

 

  Print intermediate debugging step

Show debugging info


 


Tags : enade provas, enade provas anteriores, enade provas 2009, enade provas e gabaritos, vestibular brasil, vestibular provas, provas de vestibular com gabarito, vestibular provas anteriores, vestibular Gabaritos, provas de vestibular, vestibular provas e gabaritos, provas resolvidas, enem, fuvest, unicamp, unesp, ufrj, ufsc, espm sp, cefet sp, enade, ETECs, ita, fgv-rj, mackenzie, puc-rj, puc minas, uel, uem, uerj, ufv, pucsp, ufg, pucrs  

© 2010 - 2025 ResPaper. Terms of ServiceFale Conosco Advertise with us

 

vestibular chat