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UFBA Vestibular de 2007 - PROVAS 2ª FASE - Português

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Portugu s QUEST ES de 01 a 06 LEIA CUIDADOSAMENTE O ENUNCIADO DE CADA QUEST O, FORMULE SUAS RESPOSTAS COM OBJETIVIDADE E CORRE O DE LINGUAGEM E, EM SEGUIDA, TRANSCREVA COMPLETAMENTE CADA UMA NA FOLHA DE RESPOSTAS. INSTRU ES: Responda s quest es, com caneta de tinta AZUL ou PRETA, de forma clara e leg vel. Caso utilize letra de imprensa, destaque as iniciais mai sculas. O rascunho deve ser feito no espa o reservado junto das quest es. Na Folha de Respostas, identifique o n mero das quest es e utilize APENAS o espa o correspondente a cada uma. Ser atribu da pontua o ZERO quest o cuja resposta n o se atenha situa o ou ao tema proposto; esteja escrita a l pis, ainda que parcialmente; apresente texto incompreens vel ou letra ileg vel. Ser ANULADA a prova que n o seja respondida na respectiva Folha de Respostas; esteja assinada fora do local apropriado; possibilite a identifica o do candidato. Quest o 01 (Valor: 20 pontos) FRAGILIDADE Este verso, apenas um arabesco em torno do elemento essencial inating vel. Fogem nuvens de ver o, passam aves, navios, ondas, e teu rosto quase um espelho onde brinca o incerto movimento, ai! j brincou, e tudo se fez im vel, quantidades e quantidades de sono se depositam sobre a terra esfacelada. N o mais o desejo de explicar, e m ltiplas palavras em feixe subindo, e o esp rito que escolhe, o olho que visita, a m sica feita de depura es e depura es, a delicada modelagem de um cristal de mil suspiros l mpidos e fr gidos: n o mais que um arabesco, apenas um arabesco abra a as coisas, sem reduzi-las. ANDRADE, Carlos Drummond de. A rosa do povo. In: COUTINHO, Afr nio (Org.). Carlos Drummond de Andrade: obra completa: poesia. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964. p. 154-155. Na sele o dos signos verbais, o sujeito po tico cria met foras estabelecendo analogias entre elementos distintos. Na linguagem de Drummond, isso aquilo . UFBA / UFRB 2007 2a fase Portugu s 6 Identifique e transcreva uma das analogias referidas, explicando-a com base no contexto do poema. Quest o 02 5 (Valor: 15 pontos) Seixas era homem honesto; mas ao atrito da secretaria e ao calor das salas, sua honestidade havia tomado essa t mpera flex vel da cera que se molda s fantasias da vaidade e aos reclamos da ambi o. Era incapaz de apropriar-se do alheio, ou de praticar um abuso de confian a; mas professava a moral f cil e c moda, t o cultivada atualmente em nossa sociedade. Segundo essa doutrina, tudo permitido em mat ria de amor; e o interesse pr prio tem plena liberdade, desde que transija com a lei e evite o esc ndalo. ALENCAR, Jos de. Senhora. In: Jos de Alencar: fic o completa e outros escritos. 3. ed. Rio de Janeiro: Aguilar, 1965. v. I. p. 696. Os conectores mas (l. 1), mas (l. 5) e desde que (l. 8) introduzem nos enunciados argumentos que restringem as declara es anteriores. Justifique essa afirmativa, explicitando o valor sem ntico desses conectores. UFBA / UFRB 2007 2a fase Portugu s 7 Quest o 03 (Valor: 15 pontos) I. CIDADE DE DEUS filme de Fernando Meirelles. Em um dos locais mais violentos do Rio de Janeiro, um jovem pobre e negro consegue escapar do mundo do crime, tornando-se fot grafo profissional. Recorte do p ster do filme Cidade de Deus. Dispon vel em: <http://adorocinema.cidadeinternet.com.br/filmes/cidade-dedeus/cidade-de-deus.htm>. Acesso em 23 ago. 2006. II. Como n o sabia falar direito, o menino balbuciava express es complicadas, repetia as s labas, imitava os berros dos animais, o barulho do vento, o som dos galhos que rangiam na catinga, ro ando-se. Agora tinha tido a id ia de aprender uma palavra, com certeza importante porque figurava na conversa de sinha Terta. Ia decor -la e transmiti-la ao irm o e cachorra. Baleia permaneceria indiferente, mas o irm o se admiraria invejoso. Inferno, inferno. N o acreditava que um nome t o bonito servisse para designar coisa ruim. E resolvera discutir com sinha Vit ria. Se ela houvesse dito que tinha ido ao inferno, bem. Sinha Vit ria impunha-se, autoridade vis vel e poderosa. Se houvesse feito men o de qualquer autoridade invis vel e mais poderosa, muito bem. Mas tentara convenc -lo dando-lhe um cocorote, e isto lhe parecia absurdo. Achava as pancadas naturais quando as pessoas grandes se zangavam, pensava at que a zanga delas era a causa nica dos cascudos e puxavantes de orelhas. Esta convic o tornava-o desconfiado, fazia-o observar os pais antes de se dirigir a eles. RAMOS, Graciliano. Vidas secas. 74. ed. Rio de Janeiro: Record, 1998. p. 59-60. Do ponto de vista social, n o poderia ser maior a dist ncia entre os meninos do grupo de Z Pequeno Cidade de Deus e os meninos da fam lia de Fabiano Vidas Secas. Em ambas as obras, eles s o produtos de espa os e momentos hist ricos distintos. Justifique essa afirma o, apoiando o seu ponto de vista em elementos das duas obras, demonstrando que elas representam leituras distintas da realidade brasileira. UFBA / UFRB 2007 2a fase Portugu s 8 Quest o 04 (Valor: 15 pontos) A decep o, por m, demorou dias. Cavalcanti, o noivo de Ism nia, informou que nas imedia es morava um literato, teimoso cultivador dos contos e can es populares do Brasil. Foram a ele. Era um velho poeta que teve sua fama a pelos setenta e tantos, homem doce e ing nuo que se deixara esquecer em vida, como poeta, e agora se entretinha em publicar cole es que ningu m lia, de contos, can es, ad gios e ditados populares. Foi grande a sua alegria quando soube o objeto da visita daqueles senhores. Quaresma estava animado e falou com calor; e Albernaz tamb m, porque via na sua festa, com um n mero de folklore, meio de chamar a aten o sobre sua casa, atrair gente e... casar as filhas. A sala em que foram recebidos, era ampla; mas estava t o cheia de mesas, estantes, pejadas de livros, pastas, latas, que mal se podia mover nela. Numa lata lia-se: Santa Ana dos Tocos; numa pasta: S o Bonif cio do Cabresto. Os senhores n o sabem, disse o velho poeta, que riqueza a nossa poesia popular! que surpresas ela reserva!... Ainda h dias recebi uma carta de Urubu-de-Baixo com uma linda can o. Querem ver? O colecionador revolveu pastas e afinal trouxe de l um papel onde leu: Se Deus enxergasse pobre N o me deixaria assim: Dava no cora o dela Um lugarzinho pra mim. O amor que tenho por ela J n o cabe no meu peito; Sai-me pelos olhos afora Voa s nuvens direito. N o bonito?... Muito! Se os senhores conhecessem ent o o ciclo do macaco, a cole o de hist rias que o povo tem sobre o s mio?... Oh! Uma verdadeira epop ia c mica! UFBA / UFRB 2007 2a fase Portugu s 9 Quaresma olhava para o velho poeta com o espanto satisfeito de algu m que encontrou um semelhante no deserto; e Albernaz, um momento contagiado pela paix o do folclorista, tinha mais intelig ncia no olhar com que o encarava. BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. 15. ed. S o Paulo: tica, 1996. p. 35. Com base na leitura da obra, comente o fragmento destacado, relacionando-o com o projeto de Reformas radicais do Major Quaresma. Quest o 05 I. (Valor: 20 pontos) A MO A DOS P EZINHOS DE QUEIJO Na vizinhan a de tr s quarteir es, se alguns se referem aos p ezinhos de queijo do Largo da Palma, todos comentam a delicadeza de quem os vende. Mo a de dezoito anos, cabelos de carv o que chegam aos ombros, olhos tamb m negros que combinam com a pele amorenada, C lia sempre usa blusas apertadas que denunciam os pequenos seios. A parede de fundo, atr s do balc o, branca porque pintada de cal. Frente a essa parede, a vender no balc o os p ezinhos de queijo, C lia mais embeleza a sua pr pria beleza. E para muitos, talvez por causa do riso alegre, a sua voz t o macia quanto os p ezinhos de queijo. Doce e macia, ao lado do riso alegre, a voz da mo a m sica melhor de ouvir-se, nas manh s de domingo, que o pr prio rg o da igreja. Todos dizem, no sobrado inteiro, que como um trinado de p ssaro. [...] ADONIAS FILHO. A mo a dos p ezinhos de queijo. In: O Largo da Palma: novelas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005. p. 10. II. O LARGO DE BRANCO O pacote com farelos de milho. Voam os pombos quando Eliane, aproximando-se, abre o pacote com as m os tr mulas. O sol anuncia dia claro na manh de junho. Tamanho o nervosismo que rasga o pacote e, lan ando os farelos no p tio da Igreja da Palma, v que UFBA / UFRB 2007 2a fase Portugu s 10 os pombos retornam para apanh -los. Bom, como seria bom se fosse um pombo! N o ter que falar, esconder-se como uma ladra, n o depender de ningu m. N o ter principalmente qualquer consci ncia e muito menos buscar explica o para as coisas da vida. E, sobretudo, de sua vida de mulher. Comer os farelos de milho no passeio, voar acima das ruas e da multid o, abrigar-se nas rvores e nos beirais. [...] ADONIAS FILHO. O largo de branco. In: O Largo da Palma: novelas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005. p. 31. Compare os fragmentos I e II, considerando-os no contexto do qual foram extra dos, e comente os perfis de C lia e Eliane, explicitando, inclusive, o foco narrativo que apresenta as duas personagens. Quest o 06 I. (Valor: 15 pontos) O PENSADOR. (1879-1889). Auguste Rodin. RODIN, A. O Pensador. Bronze. In: JANSON, H. W. Hist ria da arte. 6. ed. Lisboa: Funda o Calouste Gulbenkian, 1998. p. 638. UFBA / UFRB 2007 2a fase Portugu s 11 I I. Penso em pessoas que sobreviveram ao que experimentei na cadeia e tento adivinhar o que estaria passando nas suas cabe as e o que estaria acontecendo nas suas vidas. Perco tempo a multiplicar o n mero de pessoas em estado semelhante ao meu. Fa o-o com intuito de minimizar a import ncia que querem dar minha vida de perseguido pol tico. Essa import ncia o privil gio que serviria para diferen ar-me dos demais intelectuais brasileiros. S o os meus amigos (e agora companheiros de luta ) que querem agigantar o meu valor com o intuito de tornar-me l der, bandeira a arregimentar pessoas insatisfeitas com a persegui o aos comunistas, orientada pelos militares fascistas desde a revolu o de 35. N o quero desapont -los. N o quero endeusar-me. Vejo que t m o direito de falar o que falam e at mesmo de exigirem de mim, comportamento, palavras e cr ticas, compat veis com o sofrimento por que passei injustamente. N o sou homem de fugir s responsabilidades. Receio, e chego a temer nos piores momentos, que queiram no fundo reduzir-me condi o de eterno enjaulado, de v tima para todo o sempre. Dizem que lutaram pela minha liberdade (e eu lhes agrade o de todo o cora o), mas n o querem deixar-me goz -la. contra isso que me insurjo, lutando para n o acreditar nos elogios descabidos. Toda e qualquer luta pol tica que repousa sobre a pris o e o ressentimento conduz a nada, no m ximo a uma ideologia de crucificados e m rtires, que terminam por ser os fracassados her is da causa. SANTIAGO, Silviano. Em liberdade: uma fic o de Silviano Santiago. 4. ed. Rio de janeiro: Rocco, 1994. p. 56-57. A partir da leitura das duas obras O Pensador , de Rodin, e o romance Em liberdade , de Silviano Santiago, indique os aspectos em que elas se aproximam quanto tem tica. Justifique o seu ponto de vista, embasando-se, sobretudo, no fragmento transcrito (II). *** UFBA / UFRB 2007 2a fase Portugu s 12 VESTIBULAR 2007 2a FASE GABARITO PORTUGU S Quest o 01 (Valor 20 pontos) Espera-se que o candidato identifique uma das met foras verso e arabesco , rosto e espelho , cristal . Em seguida dever atribuir sentidos como: poesia e realidade, linguagem po tica e ess ncia da poesia, fragilidade do homem, do verso, da palavra em face da capta o da ess ncia das coisas. Quest o 02 (Valor 15 pontos) mas (l. 1) restringe a id ia de honestidade ao foc -la como algo flex vel, sujeita vaidade e ambi o. uma honestidade relativa. mas (l. 5) relativiza a declara o anterior (Seixas era incapaz de roubar ou de trair a confian a de algu m), apontando para a flexibilidade moral do comportamento da personagem. desde que (l. 8) estabelece uma condi o para o que afirmado anteriormente, limitando a plena liberdade de defesa do pr prio interesse do indiv duo. Quest o 03 (Valor 15 pontos) Os meninos do grupo de Z Pequeno e os da fam lia de Fabiano vivem em pocas diferentes, mas se defrontam com a aus ncia de condi es m nimas para uma vida cidad . Entretanto os do filme vivem nos dias atuais, na periferia da cidade, na zona urbana, convivem em espa os maiores, mais populosos, mais pr ximos da viol ncia e da marginalidade do tr fico. Os outros vivem na zona rural, percorrem o interior das cidades pequenas do Nordeste, n o vivem a contemporaneidade, t m um conv vio social mais limitado, quase n o falam, s conhecem a viol ncia dos adultos. N o s o expostos cotidianamente viol ncia. Quest o 04 (Valor 15 pontos) O projeto de reforma cultural de Quaresma, incluso nas reformas radicais , tinha por objetivo recuperar aspectos esquecidos da tradi o cultural e popular do Brasil. Achando que havia uma pureza cultural, ele buscava a ess ncia da nacionalidade nos textos/can es populares que resistiam nas mem rias e lembran as dos velhos. No trecho, ele encontra al m de algu m com quem partilhar id ias, material a ser utilizado para substituir os h bitos e costumes, m sicas e contos considerados, por ele, modernos e prejudiciais ao esp rito nacional. Para Quaresma, resgatar a cultura popular, valoriz -la o caminho para o reconhecimento da grandeza do pa s. Quest o 05 (Valor 20 pontos) C lia e Eliane s o apresentadas por narrador onisciente. C lia vista como uma jovem bonita, atraente, de voz melodiosa, e desprovida de preconceito. A sua rela o com Gustavo (um rapaz mudo) atesta isso. J Eliane focalizada pelo narrador em dois momentos: o primeiro o da rela o com Odilon, que a revela como uma jovem pobre que busca no casamento a seguran a e n o consegue enxergar o interior de seu marido (v apenas o desleixo na apar ncia de Odilon) nem compreende a forma que ele tem de am la; o segundo o do reencontro com o marido de quem se separou, atra da pelo porte e pela beleza de Geraldo. Esse segundo momento mostra Eliane como uma mulher fr gil, envelhecida e desejosa de escapar da realidade. Quest o 06 (Valor 15 pontos) Tanto o texto I quanto o texto II evidenciam o homem e seu car ter reflexivo e o estado de tens o gerado por esse ato. No texto I , isso visto no semblante do homem e na sua postura corporal. No texto II, o narrador personagem reflete sobre a sua situa o de ex-perseguido pol tico, v tima de um regime opressor e rejeita a a o dos amigos que querem aprision -lo nessa condi o, transform -lo em bandeira de luta . Graciliano Ramos reflete sobre o real sentido, para ele, de liberdade. Obs: Outras abordagens poder o ser aceitas, desde que sejam pertinentes. Em 17 de dezembro de 2006 Nelson Almeida e Silva Filho Diretor do SSOA/UFBA

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