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UFBA Vestibular de 2009 - PROVAS 2ª FASE - Português

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INSTRU ES Para a realiza o destas provas, voc recebeu este Caderno de Quest es, uma Folha de Resposta destinada Reda o e uma Folha de Respostas para as quest es discursivas. N O AMASSE, N O DOBRE, N O SUJE, N O RASURE ESTE MATERIAL. 1. Caderno de Quest es Verifique se este Caderno de Quest es cont m as seguintes provas: REDA O 01 quest o subjetiva; PORTUGU S 06 quest es discursivas. Registre seu n mero de inscri o no espa o reservado para esse fim, na capa deste Caderno. Qualquer irregularidade constatada neste Caderno deve ser imediatamente comunicada ao fiscal de sala. Neste Caderno, voc encontra dois tipos de quest o: De Reda o quest o subjetiva, que visa avaliar a capacidade de express o escrita do candidato, com base em tema proposto. Discursiva quest o que permite ao candidato demonstrar sua capacidade de produzir, integrar e expressar id ias a partir de uma situa o ou de um tema proposto e de analisar a interdepend ncia de fatos, fen menos e elementos de um conjunto, explicitando a natureza dessas rela es. Leia cuidadosamente o enunciado de cada quest o, formule suas respostas com objetividade e corre o de linguagem, atendendo ao tema proposto. Em seguida, transcreva cada uma na respectiva Folha de Respostas. O rascunho deve ser feito nos espa os reservados junto das quest es, neste Caderno. 2. Folhas de Respostas As Folhas de Respostas s o pr -identificadas, isto , destinadas exclusivamente a um determinado candidato. Por isso, n o podem ser substitu das , a n o ser em situa o excepcional, com autoriza o expressa da Coordena o dos trabalhos. Confira os dados registrados nos cabe alhos e assine-os com caneta esferogr fica de TINTA PRETA ou AZUL-ESCURA, sem ultrapassar o espa o reservado para esse fim. 2.1 Folha de Resposta destinada Reda o Nessa Folha de Resposta, voc s deve utilizar o espa o destinado Reda o, o suficiente para desenvolver o tema. 2.2 Folha de Respostas destinada s quest es discursivas Nessa Folha de Respostas, voc deve observar a numera o das quest es e UTILIZAR APENAS O ESPA O-LIMITE reservado resposta de cada uma. 3. ATEN O! Ser ANULADA a prova que n o seja respondida na Folha de Respostas correspondente ou que possibilite a identifica o do candidato. Nas Folhas de Respostas, N O ESCREVA na Folha de Corre o, reservada ao registro das notas das quest es. Registre, em APENAS UMA delas, o hor rio da conclus o de suas provas no espa o indicado no final da Folha. ESTAS PROVAS DEVEM SER RESPONDIDAS PELOS CANDIDATOS AOS CURSOS DOS GRUPOS C D. e GRUPO C Administra o Arquivologia Biblioteconomia e Documenta o Ci ncias Cont beis Ci ncias Econ micas Ci ncias Sociais Comunica o Jornalismo Comunica o Produ o em Comunica o e Cultura Direito Estudos de G nero e Diversidade Filosofia Geografia Hist ria Licenciatura em Educa o F sica Museologia Pedagogia Psicologia Secretariado Executivo Servi o Social GRUPO D Letras Vern culas Letras Vern culas e L ngua Estrangeira Moderna L ngua Estrangeira Moderna ou Cl ssica L ngua Estrangeira Ingl s / Espanhol Reda o Escreva sua Reda o, com caneta de tinta AZUL ou PRETA, de forma clara e leg vel. Caso utilize letra de imprensa, destaque as iniciais mai sculas. O rascunho deve ser feito no local apropriado do Caderno de Quest es. Na Folha de Resposta, utilize apenas o espa o a ela destinado. Assine a prova APENAS NO CABE ALHO. A assinatura no campo da resposta ANULAR a sua Reda o! Ser atribu da pontua o ZERO Reda o que n o se atenha ao tema proposto; esteja escrita a l pis, ainda que parcialmente; apresente texto incompreens vel ou letra ileg vel; esteja escrita em verso; apresente texto padronizado, comum a v rios candidatos; N O SEJA RESPONDIDA NA RESPECTIVA FOLHA DE RESPOSTA; ESTEJA ASSINADA FORA DO LOCAL APROPRIADO; POSSIBILITE, DE ALGUMA FORMA, A IDENTIFICA O DO CANDIDATO. Os textos apresentados a seguir dever o servir de base para uma reflex o sobre a fam lia brasileira. I. Para percorrer a trajet ria da fam lia brasileira, o ponto de partida , inevitavelmente, a fam lia patriarcal. No entanto, esta n o pode ser considerada o nico modelo. [...] Sem d vida alguma, a fam lia patriarcal teve um papel fundamental nas formas de organiza o pol tica, nas rela es de trabalho e de poder e nas rela es interpessoais, deixando como heran a o coronelismo, o populismo e, at mesmo, os tra os de cordialidade t picos do brasileiro. [...] Nos ltimos 50 anos, a fam lia brasileira sofreu profundas modifica es. Os processos sociais, culturais e econ micos afetaram significativamente as rela es entre pais e filhos, as do casal, a educa o da crian a, a disciplina no lar, as identifica es estabelecidas pelos jovens. NASCIMENTO, A. B. Quem tem medo da gera o shopping?: uma abordagem psicossocial. Salvador: Secretaria de Cultura e Turismo. EDUFBA, 1999. p. 57-59. UFBA 2009 2a fase Reda o 2 II . No dia em que eu vim-me embora Minha m e chorava em ai Minha irm chorava em ui E eu nem olhava pra tr s No dia em que eu vim-me embora N o teve nada de mais Mala de couro forrada com pano forte brim c qui Minha v j quase morta Minha m e at a porta Minha irm at a rua E at o porto meu pai O qual n o disse palavra durante todo o caminho E quando eu me vi sozinho Vi que n o entendia nada Nem de pro que eu ia indo Nem dos sonhos que eu sonhava Senti apenas que a mala de couro que eu [carregava Embora estando forrada Fedia, cheirava mal Afora isto ia indo, atravessando, seguindo Nem chorando nem sorrindo Sozinho pra Capital Nem chorando nem sorrindo Sozinho pra Capital Sozinho pra Capital. VELOSO, C. No dia em que eu vim-me embora. Dispon vel em: <http://letras.terra.com.br/caetano-veloso/ I44569>. Acesso em: 2 ago. 2008. III . Eu passei muito tempo aprendendo a beijar Outros homens como beijo o meu pai Eu passei muito tempo pra saber que a mulher Que eu amei, que amo, que amarei Quando me vir beijar outro homem qualquer Diga a ele que eu quando beijo um amigo Estou certo de ser algu m como ele Algu m com sua for a pra me proteger Ser sempre a mulher como minha m e Como , minha m e? Como v o seus temores? Meu pai, como vai? Diga a ele que n o se aborre a comigo Algu m com seu carinho pra me confortar Algu m com olhos e cora o bem abertos Para me compreender GIL, G. Pai e m e. Dispon vel em: <http://letras.terra.com.br/gilberto-gil/46231>. Acesso em: 2 ago. 2008. IV. A casa de meu pai, abrigo certo, minha dimens o de mundo. Ali, minha m e se inscrevia, em sil ncios e sussurros. s vezes, quando meu pai n o estava em casa, eu a ouvia cantar, em voz baixa, suspiros e olhar perdido. N o eram as m sicas do r dio, mas cantigas que s ela sabia e falavam de amor ou de dan a, num sal o todo cheio de flores. Minha m e repetia certas frases. Normas de vida. Em primeiro lugar, o marido, em segundo, o marido, em terceiro, o marido. Depois, os filhos. Sim, ela era muito feliz. Toda cheirosa, espera de que meu pai voltasse do trabalho. Ela o esperava. Perfumes, sil ncios, sussurros. Seu sorriso pequeno. Eu olhava. De longe. CUNHA, H. P. Mulher no espelho. S o Paulo: Art Ed. 1985. As escritoras, v. 4. p. 21. UFBA 2009 2a fase Reda o 3 V. GLAUCO. Casal Neuras. Folha de S. Paulo: Revista Fam lia Brasileira. S o Paulo, 7 out. 2007. p. 65. VI. A cena do filme Esqueceram de mim (1992), em que a fam lia enorme lota um nico carro para viajar e logo come a o check-in, se repete final de semana sim, final de semana n o, na casa de um casal e de seus seis filhos. Epa! Seis? Numa poca em que a maioria dos casais tem dois filhos, de onde surgiu tanta crian a? Nada errado com o script dos dois filhos. O fen meno aqui de outra natureza, conectada n o ao passado de proles enormes, e sim , digamos, miscigera o para cunhar um neologismo que tende a dar conta das novas fam lias com filhos de casamentos desfeitos e refeitos. BERGAMASCO, D.; BARBIERI, C. Bem-vindo miscigera o . Folha de S. Paulo: Revista Fam lia Brasileira. S o Paulo, 7 out. 2007. p. 58. A partir da leitura dos textos apresentados e incorporando sua experi ncia de vida, elabore um texto argumentativo em que voc discuta a s diferentes realidades da fam lia brasileira. Aten o! Use a forma de prosa que julgar conveniente, entretanto, se escolher o g nero epistolar, lembre-se de que n o dever utilizar nenhuma identifica o. Para respeitar a estrutura do texto, utilize um Y em lugar da assinatura. UFBA 2009 2a fase Reda o 4 RASCUNHO UFBA 2009 2a fase Reda o 5 Portugu s QUEST ES de 01 a 06 LEIA CUIDADOSAMENTE O ENUNCIADO DE CADA QUEST O, FORMULE SUAS RESPOSTAS COM OBJETIVIDADE E CORRE O DE LINGUAGEM E, EM SEGUIDA, TRANSCREVA COMPLETAMENTE CADA UMA NA FOLHA DE RESPOSTAS. INSTRU ES: Responda s quest es, com caneta de tinta AZUL ou PRETA, de forma clara e leg vel. Caso utilize letra de imprensa, destaque as iniciais mai sculas. O rascunho deve ser feito no espa o reservado junto das quest es. Na Folha de Respostas, identifique o n mero das quest es e utilize APENAS o espa o correspondente a cada uma. Ser atribu da pontua o ZERO quest o cuja resposta n o se atenha situa o apresentada ou ao tema proposto; esteja escrita a l pis, ainda que parcialmente; apresente texto incompreens vel ou letra ileg vel. Ser ANULADA a prova que N O SEJA RESPONDIDA NA RESPECTIVA FOLHA DE RESPOSTAS; ESTEJA ASSINADA FORA DO LOCAL APROPRIADO; POSSIBILITE A IDENTIFICA O DO CANDIDATO. Quest o 01 (Valor: 20 pontos) I. II. III. GOUVEIA, L. A. C. Fala Menino!: asas da imagina o. Colet nea de tiras em quadrinhos publicadas em jornais. Salvador: Fala Menino! Produ es, v. 4, p. 77, 2002. Normalmente, o g nero de um texto que vai determinar a variedade de linguagem que deve ser empregada como suporte na escrita. O autor, atrav s da tirinha, recria o ambiente do bate-papo virtual. Fa a um coment rio sobre a linguagem caracter stica do espa o virtual presente na tirinha focalizando, principalmente, a ortografia utilizada, sua aceitabilidade e o seu entendimento como um novo meio de intera o. UFBA 2009 2a fase Portugu s 6 Quest o 02 (Valor: 15 pontos) Os franceses desprezavam os gregos. Os gregos desprezavam os italianos. Os italianos desprezavam os eg pcios, os eg pcios desprezavam todo mundo e todo mundo desprezava os judeus. A frase de Roger Peyrefitte, descrevendo o ambiente da Universidade do Cairo por ocasi o de uma das crises que envolviam o nacionalismo rabe. Pin o a frase e medito sobre ela. Infelizmente, sempre foi assim, n o apenas em rela o nacionalidade de cada um, mas tamb m em rela o ao sexo, religi o, faixa et ria, prefer ncias liter rias, musicais, entre outras. O desprezo pela opini o do outro, e mais do que pela opini o, pela condi o do outro, acompanha a trajet ria do homem pela hist ria. Fala-se na juventude, espera-se dela um comportamento melhor, ela pr pria se acredita o est gio mais bacana da evolu o do homem na face da Terra. Mas os jovens se formam e informam atrav s do desprezo e desse modo repetem e agravam o incr vel carrossel de burrice e viol ncia que acompanha a humanidade desde que o primeiro macaco descobriu que, com o osso do seu inimigo, podia matar os inimigos. Foi assim que o macaco deu o salto na escala zool gica e se tornou antrop ide, mais tarde homem. No caso daqueles que se acreditam na vanguarda da hist ria, eles apenas mudam o objeto do desprezo, a g ria, o visual, mas continuam a repetir a mesma tolice das gera es anteriores, dividindo primariamente o bem do mal, o vermelho do preto, o sim do n o. Outro dia, reli as cartas que M rio de Andrade insistia em mandar a seus admiradores. Ele rompia com um passado na medida em que criava um novo passado. A condi o de jovem acaba se limitando a uma veste, a c digos que j nascem velhos. bobagem negar o passado, que nada mais do que a sucess o fluida de presentes. CONY, C. H. Passado & Presente. Folha de S. Paulo, S o Paulo, 15 out. 2006. Opini o, p. A2. No texto, Carlos Heitor Cony faz uma reflex o sobre a rela o do homem com o diferente . A partir de sua leitura, aponte o motivo que provocou essa reflex o e comente o ponto de vista do autor. UFBA 2009 2a fase Portugu s 7 Quest o 03 (Valor: 20 pontos) Fechava a fila das primeiras lavadeiras, o Albino, um sujeito afeminado, fraco, cor de espargo cozido e com um cabelinho castanho, deslavado e pobre, que lhe ca a, numa s linha, at ao pescocinho mole e fino. Era lavadeiro e vivia sempre entre as mulheres, com quem j estava t o familiarizado que elas o tratavam como a uma pessoa do mesmo sexo; em presen a dele falavam de coisas que n o exporiam em presen a de outro homem; faziam-no at confidente dos seus amores e das suas infidelidades, com uma franqueza que o n o revoltava, nem comovia. Quando um casal brigava ou duas amigas se disputavam, era sempre Albino quem tratava de reconcili -los, exortando as mulheres conc rdia. Dantes encarregava-se de cobrar o rol das colegas, por amabilidade; mas uma vez, indo a uma rep blica de estudantes, deram-lhe l , ningu m sabia por qu , uma d zia de bolos, e o pobre-diabo jurou ent o, entre l grimas e solu os, que nunca mais se incumbiria de receber os r is. E da em diante, com efeito, n o arredava os pezinhos do corti o, a n o ser nos dias de carnaval, em que ia, vestido de dan arina, passear tarde pelas ruas e noite dan ar nos bailes dos teatros. [...] Naquela manh levantara-se ainda um pouco mais l nguido que do costume, porque passara mal a noite. A velha Isabel, que lhe ficava ao lado esquerdo, ouvindo-o suspirar com insist ncia, perguntou-lhe o que tinha. Ah! muita moleza de corpo e uma pontada do vazio que o n o deixava! A velha receitou diversos rem dios, e ficaram os dois, no meio de toda aquela vida, a falar tristemente sobre mol stias. E, enquanto, no resto da fileira, a Machona, a Augusta, a Leoc dia, a Bruxa, a Marciana e sua filha conversavam de tina a tina, berrando e quase sem se ouvirem, a voz um tanto cansada j pelo servi o, defronte delas, separado pelos jiraus, formava-se um novo renque de lavadeiras, que acudiam de fora, carregadas de trouxas, e iam ruidosamente tomando lugar ao lado umas das outras, entre uma agita o sem tr guas, onde se n o distinguia o que era galhofa e o que era briga. Uma a uma ocupavam-se todas as tinas. E de todos os casulos do corti o sa am homens para as suas obriga es. [...] AZEVEDO, A. O corti o. S o Paulo: tica, 1999. p. 40-41. Edi o Especial. Considerando o fragmento transcrito e a obra de onde foi retirado, identifique os efeitos de sentido que a repeti o do sufixo inho cabelinho; pescocinho; pezinhos produz no entendimento da caracteriza o de Albino; justifique, do ponto de vista da escolha do vocabul rio, a utiliza o do substantivo casulos no texto. UFBA 2009 2a fase Portugu s 8 Quest o 04 (Valor: 15 pontos) Leia, com aten o, os fragmentos a seguir: I. [...] Os condenados, que logo estrebuchariam na forca da Piedade, respondiam por aquele medo e pela inseguran a de todos. D. Fernando Jos de Portugal e Castro, no governo da Bahia, podia compadecer-se dos ladr es e assassinos, mas n o perdoava os inimigos do Rei. E pensar que ele, Valentim dos Anjos, mulato e pequeno negociante sem import ncia, escapara por milagre de envolver-se na conspira o! [...] [...] Trinta e tantos homens implicados na rebeli o, ao que se dizia, estavam nas grades de D. Fernando Jos e dali apenas sairiam para o degredo na frica ou a morte na forca. ADONIAS FILHO. O largo da Palma: novelas. 2. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006. p. 90-91. II . Ent o? Acorda, cabra safado! Acorda, peste ordin rio, cad essa valentia de bandido? Acorda, ordin rio! Filomeno quis mexer o tronco para virar-se na dire o do homem, mas n o conseguiu mover-se, haviam-no deitado de lado e uma corda ligava a amarra dos p s das m os, pelas costas. N o precisa se virar para falar, fique quieto a mesmo! gritou o homem, dando-lhe outro pontap . Que foi que teve? Tu n o tem nada de perguntar nada, cachorro! Desferiu novo pontap , desta vez com muito mais for a do que os anteriores, Filomeno teve um acesso de tosse. Qual dos dois o chefe desse contrabando? perguntou outro homem, que Filomeno n o podia ver. Deve ser este daqui respondeu o que dava os pontap s. o mais velho. , eu sou o chefe, o chefe sou eu! gritou Filomeno, percebendo que tamb m falavam em Caru . Ele nem sabe nada do que eu estou trazendo, isso um menino que eu tratei para cuidar das mulas. , deve ser mesmo, o chefe ele disse o segundo homem. Ent o mate este daqui, s precisamos levar um conosco para ser interrogado, j estamos atrasados. RIBEIRO, J. U. Viva o povo brasileiro. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984. p. 551-552. III . Espreit mos, em v o. As m os estavam vazias. Mas ele, com frio gesto, arrega ou as mangas e tornou vis veis duas cicatrizes, sulcando paralelas cada um dos pulsos. Seus dedos haviam pago caro durante anos se moveram lentos, em arco de tartaruga. Me amarraram nessa rvore. Me prenderam com cordas, deitaram sal nas feridas. Quem? Esses que voc s querem ajudar agora. UFBA 2009 2a fase Portugu s 9 Os argumentos de Sulpl cio eram por mim conhecidos. Quando chegaram os da Revolu o eles disseram que amos ficar donos e mandantes. Todos se contentaram. Minha m e, muito ela se contentou. Sulpl cio, por m, se encheu de medo. Matar o patr o? Mais dif cil matar o escravo que vive dentro de n s. Agora, nem patr o nem escravo. S mud mos de patr o. COUTO, M. O ltimo v o do flamingo. S o Paulo: Companhia das Letras. 2005. p. 137. Os fragmentos transcritos retratam situa es de poder mostradas em obras distintas. Com base no contexto de cada uma das obras, fa a um breve coment rio sobre tais situa es. UFBA 2009 2a fase Portugu s 10 Quest o 05 (Valor: 20 pontos) Como no dia seguinte fosse passear ao ro ado do padrinho, aproveitou a ocasi o para interrogar a respeito o tagarela Felizardo.[...] Olga encontrou o camarada c embaixo, cortando a machado as madeiras mais grossas; Anast cio estava no alto, na orla do mato, juntando, a ancinho, as folhas ca das. Ela lhe falou. Bons dias, s dona . Ent o trabalha-se muito, Felizardo? O que se pode. Estive ontem no Carico, bonito lugar... Onde que voc mora, Felizardo? doutra banda, na estrada da vila. grande o s tio de voc ? Tem alguma terra, sim senhora, s dona . Voc por que n o planta para voc ? Qu s dona! O que que a gente come? O que plantar ou aquilo que a planta o der em dinheiro. S dona t pensando uma coisa e a coisa outra. Enquanto planta cresce, e ent o? Qu , s dona , n o assim. [...] Terra n o nossa... E frumiga ? ... N s n o tem ferramenta... isso bom para italiano ou alem o , que governo d tudo... Governo n o gosta de n s... [...] Ela voltou querendo afastar do esp rito aquele desacordo que o camarada indicara, mas n o p de. Era certo. [...] LIMA BARRETO, A. H. Triste fim de Policarpo Quaresma. S o Paulo: tica, 1996. p. 103. O di logo entre Olga e o afro-descendente Felizardo extra do de uma narrativa ambientada no final do s culo XIX, durante o governo de Floriano Peixoto, revela, a partir do que diz Felizardo, uma concep o de Brasil e dos programas sociais do governo da poca, o que contrasta com a vis o ut pica de Quaresma. O filme A inven o do Brasil , de Guel Arraes, projeta tamb m uma concep o de Brasil. Com base na leitura do livro de Lima Barreto e no enredo do filme citado, fa a um coment rio sobre os tr s pontos de vista em quest o, utilizando sua reflex o sobre a realidade brasileira. Aponte diferen as e semelhan as e justifique sua resposta. UFBA 2009 2a fase Portugu s 11 Quest o 06 (Valor: 10 pontos) Que interesse tinha a mucama, que prazer achava em toldar a candura do cora o da menina, e em encher o seu esp rito de conhecimentos de fun es naturais ainda alheias sua idade, e de pensamentos desonestos? f cil explic -lo. A escrava abandonada aos desprezos da escravid o, crescendo no meio da pr tica dos v cios mais escandalosos e repugnantes, desde a inf ncia, desde a primeira inf ncia testemunhando torpezas de lux ria, e ouvindo a eloq ncia lodosa da palavra sem freio, fica pervertida muito antes de ter consci ncia de sua pervers o, e n o pode mais viver sem violenta imposi o fora da atmosfera empestada de semelhantes costumes, e das suas id ias sensuais; a mucama, pois, colocada ao p da menina inocente, inexperiente e curiosa, leva-a, arrasta-a tanto quanto lhe poss vel, para a conversa o que mais a encanta, para as id ias e os quadros do seu sensualismo brutal. Al m disso a mucama escrava, que sempre escolhida entre as mais inteligentes, compara-se com a senhora, e tendo muitas vezes presun o de exced -la em dotes f sicos, tem inveja da sua pureza e procura manch -la para que ela n o tenha essa aur ola que nunca sentiu em si. Finalmente, a mucama compreende por instinto que essa profana o da inoc ncia, essas conversa es l bricas que s ocultas de seus pais a menina permite, estabelecem maiores condi es de confian a, que lhe aproveitam, e por isso mesmo que humilham a senhora, ensoberbecem a escrava. Lucinda era levada por todos esses sentimentos: mas principalmente pelo imp rio que sobre ela tinha o dem nio da lux ria. MACEDO, J. M. As v timas-algozes: quadros da escravid o. 4 ed. S o Paulo: Zouk, 2005. p. 139-140 . Na constru o da personagem Lucinda, o narrador enunciador p e em evid ncia a lux ria, que contrasta com o comportamento de sua senhora. A partir da an lise do fragmento transcrito e da leitura da obra, comente as raz es apontadas pelo texto para a conduta da mucama. UFBA 2009 2a fase Portugu s 12 Vestibular 2009 2a fase GABARITO PORTUGU S Quest o 01 (Valor: 20 pontos) A escrita no espa o virtual referido na tirinha (espa o do internet s ) configura uma transgress o intencional da norma ortogr fica da l ngua portuguesa. Esse espa o, normalmente utilizado pelos jovens, constitu do de salas de bate-papo, onde o uso da linguagem econ mico, por uma quest o de tempo e por criar um dialeto identificador do discurso eletr nico e do seu usu rio. Quanto ortografia, nota-se a redu o de palavras, bem como a altera o na grafia, criando uma diversidade ling stica que mescla elementos da fala e de uma escrita conson ntica, como blz e vc , para beleza e voc , por exemplo; uso de s mbolos matem ticos, como + , etc. A aceitabilidade e o entendimento desse novo meio de intera o v o depender da adequa o ao meio, ao contexto do uso e sua comunicabilidade. Quest o 02 (Valor: 15 pontos) No texto, a frase de Roger Peyrefitte sobre um ambiente de crise na Universidade do Cairo ponto de partida para a reflex o do autor sobre a rela o do homem com o diferente. Da , o autor estende esse fato intoler ncia do ser humano em rela o ao sexo, religi o, faixa et ria e condi o do outro como uma quest o ideol gica que acompanha o ser humano desde sempre. Esse um comportamento que leva rivalidade destrutiva entre indiv duos e povos e n o solidariedade e ao respeito m tuo. O ideal seria o respeito cultura do outro, ou seja, diversidade cultural, de g nero, religiosa, tnica, sobretudo respeitando as contribui es do passado e promovendo a comunidade humana. Quest o 03 (Valor: 20 pontos) a) No trecho, a repeti o do sufixo inho acentua a fragilidade f sica e social de Albino e, desse modo, demonstra o preconceito com que era vista sua orienta o sexual, como o demonstra a d zia de bolos que lhe aplicaram os estudantes de uma rep blica. b) A escolha do substantivo casulos como met fora das habita es que compunham o corti o aproxima metaforicamente seres humanos e inumanos. Quest o 04 (Valor: 15 pontos) O texto de Adonias Filho, que tem como pano de fundo a revolta dos Alfaiates, ilustra a for a e a prepot ncia do governo da Bahia, implac vel frente aos advers rios pol ticos. Na narrativa, evidencia-se o poder opressor do governo que promove o enforcamento, em pra a p blica, de alguns insurretos, para que sirvam de exemplo a outros que alimentem o desejo de liberta o. Do mesmo modo, o fragmento extra do do romance Viva o Povo Brasileiro , de Jo o Ubaldo Ribeiro, exp e a crueldade da pol cia do governo contra aqueles comprometidos com Ant nio Conselheiro. Em O ltimo V o do Flamingo , o fragmento mostra que a sonhada independ ncia de Mo ambique, Tizangara, n o trouxe harmonia com o mundo para as v timas da coloniza o. A viol ncia e os interesses internos e externos continuam a marcar aquela sociedade no p s-guerra do pa s. A personagem v tima da viol ncia de um grupo que est em posi o dominante pontua que, para haver mudan a, os indiv duos precisam matar as conseq ncias dos desastres, da opress o e da viol ncia na sua subjetividade. Confirma-se, nos tr s epis dios, a l gica do poder estabelecido, cruel, e muitas vezes injusta, diante dos mais fracos. Quest o 05 (Valor: 20 pontos) No romance O Triste Fim de Policarpo Quaresma , percebe-se a vis o id lica do personagem Quaresma sobre o Brasil, alimentada pela leitura de obras passadas que difundiram uma imagem da terra que em se plantando tudo d , onde haveria harmonia e paz social. Nesse contexto, a fala de Felizardo reveladora de uma outra realidade, marcada pela injusti a social, em que os programas de governo visam ao favorecimento da m o-de-obra de origem europ ia. Al m disso, Felizardo chama a aten o para aspectos problem ticos da terra: as pragas naturais e a falta de ferramentas e recursos financeiros. A narrativa f lmica A Inven o do Brasil constitui-se como uma par dia das rela es entre Portugal e Brasil difundidas pela hist ria oficial. No filme, o portugu s Diogo se transforma atrav s do contato com a terra e seus nativos, com destaque para a ndia Paragua u e sua irm Moema, o que permite afirmar que Diogo se integra aos costumes abor gines. O filme reinventa a hist ria da descoberta do pa s pelos portugueses, em forma de par dia, e mostra uma imagem da terra deslumbrante, maravilhosa, cheia de riquezas naturais, logo uma vis o paradis aca, boa para o com rcio de ouro, pau-brasil, etc. Quest o 06 (Valor: 10 pontos) Como ocorre em todas as novelas de As V timas Algozes , a escravid o humilha o ser humano, fortalecendo-lhe comportamentos degradantes. No fragmento citado, fica claro que, por ser escrava, a menina Lucinda cresceu num ambiente marcado pela pr tica dos v cios mais escandalosos e repugnantes , o que justifica a lux ria que a caracteriza. Por outro lado, ao tratar com C ndida de quest es tabus na sociedade da poca, Lucinda comprazia-se de poder macular a pureza da menina, trazendo-a para o seu n vel. Obs.: Outras abordagens poder o ser aceitas desde que sejam pertinentes. Salvador, 14 de dezembro de 2008 Nelson Almeida e Silva Filho Diretor do SSOA/UFBA

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