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Enem Exame de 2002 - PROVAS - Versão Amarela

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ENEM 2002 Exame Nacional do Ensino M dio Minist rio da Educa o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais PROVA 1 - AMARELA LEIA ATENTAMENTE AS SEGUINTES INSTRU ES 01. Voc deve receber do fiscal o material abaixo: a) este caderno, com a proposta de reda o e 63 quest es objetivas, sem repeti o ou falha. b) 1 CART O-RESPOSTA destinado s respostas da parte objetiva da prova. c) 1 FOLHA DE REDA O para desenvolvimento da reda o. 02. Verifique se este material est em ordem, se o seu nome e n mero de inscri o conferem com os que aparecem a) no CART O-RESPOSTA destinado s respostas das quest es objetivas; b) na FOLHA DE REDA O; e se a cor de seu CADERNO DE QUEST ES coincide com a mencionada no alto da capa e nos rodap s de cada p gina. Caso contr rio, notifique IMEDIATAMENTE o fiscal. 03. Ap s a confer ncia, o participante dever assinar, nos espa os pr prios a) do CART O-RESPOSTA destinado s respostas das quest es objetivas; e b) da FOLHA DE REDA O; utilizando, preferivelmente, caneta esferogr fica de tinta preta. 04. No CART O-RESPOSTA, a marca o das letras, correspondentes s respostas de sua op o, deve ser feita preenchendo todo o espa o compreendido no c rculo, a l pis preto n 2 ou caneta esferogr fica de tinta preta, com um tra o cont nuo e denso. A LEITORA TICA sens vel a marcas escuras, portanto, preencha os campos de marca o completamente, sem deixar claros. 05. No CART O-RESPOSTA, o participante dever assinalar tamb m, no espa o pr prio, o gabarito correspondente cor de sua prova (Amarela - 1, Branca - 2, Rosa - 3 ou Verde - 4). Se assinalar um gabarito que n o corresponda cor de sua prova ou deixar de assinal -lo, sua prova objetiva ser anulada. 06. Tenha muito cuidado com o CART O-RESPOSTA e com a FOLHA DE REDA O, para n o DOBRAR, AMASSAR, ou MANCHAR. O CART O-RESPOSTA e a FOLHA DE REDA O SOMENTE poder o ser substitu dos caso estejam danificados na BARRA DE RECONHECIMENTO PARA LEITURA TICA. 07. Para cada uma das quest es s o apresentadas 5 alternativas classificadas com as letras (A), (B), (C), (D) e (E); s uma responde adequadamente ao quesito proposto. Voc s deve assinalar UMA ALTERNATIVA PARA CADA QUEST O: a marca o em mais de uma alternativa anula a quest o, MESMO QUE UMA DAS RESPOSTAS ESTEJA CORRETA. As quest es s o identificadas pelo n mero que se situa acima e esquerda de seu enunciado. 08. 09. SER EXCLU DO DO EXAME o participante que: a) se utilizar, durante a realiza o da prova, de m quinas e/ou de rel gios de calcular, bem como de r dios gravadores, de headphones , de telefones celulares ou de fontes de consulta de qualquer esp cie; b) se ausentar da sala em que se realiza a prova levando consigo o CADERNO DE QUEST ES e/ou o CART ORESPOSTA; c) deixar de assinalar corretamente o gabarito correspondente cor de sua prova. 10. Reserve os 30 (trinta) minutos finais para marcar seu CART O-RESPOSTA. Os rascunhos e as marca es assinaladas no CADERNO DE QUEST ES N O SER O LEVADOS EM CONTA. 11. Quando terminar, entregue ao fiscal o CADERNO DE QUEST ES, o CART O-RESPOSTA, a FOLHA DE REDA O e ASSINE A LISTA DE PRESEN A. 12. O TEMPO DISPON VEL PARA ESTA PROVA, INCLUINDO A REDA O, DE CINCO HORAS. Recomendamos que voc n o ultrapasse o per odo de uma hora e meia para elaborar sua reda o. 13. Por motivos de seguran a, voc somente poder ausentar-se do recinto de prova ap s decorridas 2 horas do in cio da mesma. Caso voc permane a na sala, no m nimo, 4 horas ap s o in cio da prova, poder levar este CADERNO DE QUEST ES. FUNDA O CESGRANRIO PROVA 1 - AMARELA ENEM 2002 REDA O Para que existam hoje os direitos pol ticos, o direito de votar e ser votado, de escolher seus governantes e representantes, a sociedade lutou muito. www.iarabernardi.gov.br. 01/03/02. Com cio pelas Diretas J , em S o Paulo, 1984. A pol tica foi inventada pelos humanos como o modo pelo qual pudessem expressar suas diferen as e conflitos sem transform -los em guerra total, em uso da for a e exterm nio rec proco. (...) A pol tica foi inventada como o modo pelo qual a sociedade, internamente dividida, discute, delibera e decide em comum para aprovar ou reiterar a es que dizem respeito a todos os seus membros. A democracia subversiva. subversiva no sentido mais radical da palavra. Em rela o perspectiva pol tica, a raz o da prefer ncia pela democracia reside no fato de ser ela o principal rem dio contra o abuso do poder. Uma das formas (n o a nica) o controle pelo voto popular que o m todo democr tico permite p r em pr tica. Vox populi vox dei. Norberto Bobbio. Qual socialismo? Discuss o de uma alternativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. Texto adaptado. Marilena Chau . Convite filosofia. S o Paulo: tica, 1994. Se voc tem mais de 18 anos, vai ter de votar nas pr ximas elei es. Se voc tem 16 ou 17 anos, pode votar ou n o. O mundo exige dos jovens que se arrisquem. Que alucinem. Que se metam onde n o s o chamados. Que sejam encrenqueiros e barulhentos. Que, enfim, exijam o imposs vel. Resta construir o mundo do amanh . Parte desse trabalho votar. N o s cumprir uma obriga o. Tem de votar com horm nios, com ambi o, com sangue fervendo nas veias. Para impor aos vitoriosos suas exig ncias antes e principalmente depois das elei es. Andr Forastieri. Muito al m do voto. poca. 6 de maio de 2002. Texto adaptado. Considerando a foto e os textos apresentados, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema O direito de votar: como fazer dessa conquista um meio para promover as transforma es sociais de que o Brasil necessita? Ao desenvolver o tema, procure utilizar os conhecimentos adquiridos e as reflex es feitas ao longo de sua forma o. Selecione, organize e relacione argumentos, fatos e opini es, e elabore propostas para defender seu ponto de vista. Observa es: Lembre-se de que a situa o de produ o de seu texto requer o uso da modalidade escrita culta da l ngua portuguesa. O texto n o deve ser escrito em forma de poema (versos) ou narra o. O texto dever ter no m nimo 15 (quinze) linhas escritas. A reda o dever ser apresentada a tinta e desenvolvida na folha pr pria. O rascunho poder ser feito na ltima p gina deste Caderno. 2 PROVA 1 - AMARELA ENEM 2002 PARTE OBJETIVA ANTES DE MARCAR SUAS RESPOSTAS, ASSINALE, NO ESPA O PR PRIO DO CART O-RESPOSTA, A COR DE SEU CADERNO DE QUEST ES. CASO CONTR RIO, AS QUEST ES DA PARTE OBJETIVA DA SUA PROVA SER O ANULADAS. 1 Miguilim De repente l vinha um homem a cavalo. Eram dois. Um senhor de fora, o claro de roupa. Miguilim saudou, pedindo a b n o. O homem trouxe o cavalo c bem junto. Ele era de culos, corado, alto, com um chap u diferente, mesmo. Deus te aben oe, pequenino. Como teu nome? Miguilim. Eu sou irm o do Dito. E o seu irm o Dito o dono daqui? N o, meu senhor. O Ditinho est em gl ria. O homem esbarrava o avan o do cavalo, que era zelado, mante do, formoso como nenhum outro. Redizia: Ah, n o sabia, n o. Deus o tenha em sua guarda... Mas que que h , Miguilim? Miguilim queria ver se o homem estava mesmo sorrindo para ele, por isso que o encarava. Por que voc aperta os olhos assim? Voc n o limpo de vista? Vamos at l . Quem que est em tua casa? M e, e os meninos... Estava M e, estava tio Terez, estavam todos. O senhor alto e claro se apeou. O outro, que vinha com ele, era um camarada. O senhor perguntava M e muitas coisas do Miguilim. Depois perguntava a ele mesmo: Miguilim, espia da : quantos dedos da minha m o voc est enxergando? E agora? ROSA, Jo o Guimar es. Manuelz o e Miguilim. 9 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984. Esta hist ria, com narrador observador em terceira pessoa, apresenta os acontecimentos da perspectiva de Miguilim. O fato de o ponto de vista do narrador ter Miguilim como refer ncia, inclusive espacial, fica explicitado em: (A) (B) (C) (D) (E) O homem trouxe o cavalo c bem junto. Ele era de culos, corado, alto (...) O homem esbarrava o avan o do cavalo, (...) Miguilim queria ver se o homem estava mesmo sorrindo para ele, (...) Estava M e, estava tio Terez, estavam todos 2 O mercado financeiro mundial funciona 24 horas por dia. As bolsas de valores est o articuladas, mesmo abrindo e fechando em diferentes hor rios, como ocorre com as bolsas de Nova Iorque, Londres, Pequim e S o Paulo. Todas as pessoas que, por exemplo, est o envolvidas com exporta es e importa es de mercadorias precisam conhecer os fusos hor rios para fazer o melhor uso dessas informa es. Considerando que as bolsas de valores come am a funcionar s 09:00 horas da manh e que um investidor mora em Porto Alegre, pode-se afirmar que os hor rios em que ele deve consultar as bolsas e a seq ncia em que as informa es s o obtidas est o corretos na alternativa: (A) (B) (C) (D) (E) Pequim (20:00 horas), Nova Iorque (07:00 horas) e Londres (12:00 horas). Nova Iorque (07:00 horas), Londres (12:00 horas) e Pequim (20:00 horas). Pequim (20:00 horas), Londres (12:00 horas) e Nova Iorque (07:00 horas). Nova Iorque (07:00 horas), Londres (12:00 horas), Pequim (20:00 horas). Nova Iorque (07:00 horas), Pequim (20:00 horas ), Londres (12:00 horas). 3 PROVA 1 - AMARELA ENEM 2002 3 O excesso de peso pode prejudicar o desempenho de um atleta profissional em corridas de longa dist ncia como a maratona (42,2 km), a meia-maratona (21,1 km) ou uma prova de 10 km. Para saber uma aproxima o do intervalo de tempo a mais perdido para completar uma corrida devido ao excesso de peso, muitos atletas utilizam os dados apresentados na tabela e no gr fico: Usando essas informa es, um atleta de ossatura grande, pesando 63 kg e com altura igual a 1,59m, que tenha corrido uma meiamaratona, pode estimar que, em condi es de peso ideal, teria melhorado seu tempo na prova em (A) 0,32 minuto. (B) 0,67 minuto. (C) 1,60 minuto. 4 (D) 2,68 minutos. (E) 3,35 minutos. 5 A chuva em locais n o polu dos levemente cida. Em locais onde os n veis de polui o s o altos, os valores do pH da chuva podem ficar abaixo de 5,5, recebendo, ent o, a denomina o de chuva cida . Este tipo de chuva causa preju zos nas mais diversas reas: constru o civil, agricultura, monumentos hist ricos, entre outras. O Protocolo de Kyoto uma conven o das Na es Unidas que marco sobre mudan as clim ticas, estabelece que os pa ses mais industrializados devem reduzir at 2012 a emiss o dos gases causadores do efeito estufa em pelo menos 5% em rela o aos n veis de 1990. Essa meta estabelece valores superiores ao exigido para pa ses em desenvolvimento. At 2001, mais de 120 pa ses, incluindo na es industrializadas da Europa e da sia, j haviam ratificado o protocolo. No entanto, nos EUA, o presidente George W. Bush anunciou que o pa s n o ratificaria Kyoto , com os argumentos de que os custos prejudicariam a economia americana e que o acordo era pouco rigoroso com os pa ses em desenvolvimento. A acidez da chuva est relacionada ao pH da seguinte forma: concentra o de ons hidrog nio = 10-pH , sendo que o pH pode assumir valores entre 0 e 14. Ao realizar o monitoramento do pH da chuva em Campinas (SP) nos meses de mar o, abril e maio de 1998, um centro de pesquisa coletou 21 amostras, das quais quatro t m seus valores mostrados na tabela: Adaptado do Jornal do Brasil, 11/04/2001 Na tabela encontram-se dados sobre a emiss o de CO2 A an lise da f rmula e da tabela permite afirmar que: I. II. III. IV. da 6 para a 14 amostra ocorreu um aumento de 50% na acidez. a 18 amostra a menos cida dentre as expostas. a 8 amostra dez vezes mais cida que a 14 . as nicas amostras de chuvas denominadas cidas s o a 6 e a 8 . Considerando os dados da tabela, assinale a alternativa que representa um argumento que se contrap e justificativa dos EUA de que o acordo de Kyoto foi pouco rigoroso com pa ses em desenvolvimento. (A) A emiss o acumulada da Uni o Europ ia est pr xima dos EUA. (B) Nos pa ses em desenvolvimento as emiss es s o equivalentes s dos EUA. (C) A emiss o per capita da R ssia assemelha-se da Uni o Europ ia. (D) As emiss es de CO2 nos pa ses em desenvolvimento citados s o muito baixas. (E) A frica do Sul apresenta uma emiss o anual per capita relativamente alta. S o corretas apenas as afirmativas (A) (B) (C) (D) (E) I e II II e IV. I, II e IV. I, III e IV. II, III e IV. 4 PROVA 1 - AMARELA ENEM 2002 6 A tabela mostra a evolu o da frota de ve culos leves, e o gr fico, a emiss o m dia do poluente mon xido de carbono (em g/km) por ve culo da frota, na regi o metropolitana de S o Paulo, no per odo de 1992 a 2000. Comparando-se a emiss o m dia de mon xido de carbono dos ve culos a gasolina e a lcool, pode-se afirmar que I. II. III. no transcorrer do per odo 1992-2000, a frota a lcool emitiu menos mon xido de carbono. em meados de 1997, o ve culo a gasolina passou a poluir menos que o ve culo a lcool. o ve culo a lcool passou por um aprimoramento tecnol gico. correto o que se afirma apenas em (A) I. (B) I e II. (C) II. (D) III. 7 8 rico Ver ssimo relata, em suas mem rias, um epis dio da adolesc ncia que teve influ ncia significativa em sua carreira de escritor. Lembro-me de que certa noite eu teria uns quatorze anos, quando muito encarregaram-me de segurar uma l mpada el trica cabeceira da mesa de opera es, enquanto um m dico fazia os primeiros curativos num pobre-diabo que soldados da Pol cia Municipal haviam carneado . (...) Apesar do horror e da n usea, continuei firme onde estava, talvez pensando assim: se esse caboclo pode ag entar tudo isso sem gemer, por que n o hei de poder ficar segurando esta l mpada para ajudar o doutor a costurar esses talhos e salvar essa vida? (...) Desde que, adulto, comecei a escrever romances, tem-me animado at hoje a id ia de que o menos que o escritor pode fazer, numa poca de atrocidades e injusti as como a nossa, acender a sua l mpada, fazer luz sobre a realidade de seu mundo, evitando que sobre ele caia a escurid o, prop cia aos ladr es, aos assassinos e aos tiranos. Sim, segurar a l mpada, a despeito da n usea e do horror. Se n o tivermos uma l mpada el trica, acendamos o nosso toco de vela ou, em ltimo caso, risquemos f sforos repetidamente, como um sinal de que n o desertamos nosso posto. Artemia um camar o primitivo que vive em guas salgadas, sendo considerado um f ssil vivo. Surpreendentemente, possui uma propriedade semelhante dos vegetais que a diapausa, isto , a capacidade de manter ovos dormentes (embri es latentes) por muito tempo. Fatores clim ticos ou altera es ambientais podem subitamente ativar a eclos o dos ovos, assim como, nos vegetais, tais altera es induzem a germina o de sementes. V rios estudos t m sido realizados com artemias, pois estes animais apresentam caracter sticas que sugerem um potencial biol gico: possuem alto teor de prote na e s o capazes de se alimentar de part culas org nicas e inorg nicas em suspens o. Tais caracter sticas podem servir de par metro para uma avalia o do potencial econ mico e ecol gico da artemia. Em um estudo possibilidades: I. II. VER SSIMO, rico. Solo de Clarineta. Tomo I. Porto Alegre: Editora Globo, 1978. III. IV. Neste texto, por meio da met fora da l mpada que ilumina a escurid o, rico Ver ssimo define como uma das fun es do escritor e, por extens o, da literatura, (A) (B) (C) (D) (E) (E) II e III. foram consideradas as seguintes A varia o da popula o de artemia pode ser usada como um indicador de polui o aqu tica. A artemia pode ser utilizada como um agente de descontamina o ambiental, particularmente em ambientes aqu ticos. A eclos o dos ovos um indicador de polui o qu mica. Os camar es podem ser utilizados como fonte alternativa de alimentos de alto teor nutritivo. correto apenas o que se afirma em (A) (B) (C) (D) (E) criar a fantasia. permitir o sonho. denunciar o real. criar o belo. fugir da n usea. 5 I e II. II e III. I, II e IV. II, III e IV. I, II, III e IV. PROVA 1 - AMARELA ENEM 2002 9 Narizinho correu os olhos pela assist ncia. N o podia haver nada mais curioso. Besourinhos de fraque e flores na lapela conversavam com baratinhas de mantilha e mios tis nos cabelos. Abelhas douradas, verdes e azuis, falavam mal das vespas de cintura fina achando que era exagero usarem coletes t o apertados. Sardinhas aos centos criticavam os cuidados excessivos que as borboletas de toucados de gaze tinham com o p das suas asas. Mamangavas de ferr es amarrados para n o morderem. E can rios cantando, e beija-flores beijando flores, e camar es camaronando, e caranguejos caranguejando, tudo que pequenino e n o morde, pequeninando e n o mordendo. LOBATO, Monteiro. Reina es de Narizinho. S o Paulo: Brasiliense, 1947. No ltimo per odo do trecho, h uma s rie de verbos no ger ndio que contribuem para caracterizar o ambiente fant stico descrito. Express es como camaronando , caranguejando e pequeninando e n o mordendo criam, principalmente, efeitos de (A) (B) (C) (D) (E) esvaziamento de sentido. monotonia do ambiente. estaticidade dos animais. interrup o dos movimentos. dinamicidade do cen rio. Nativas do Brasil, as v rias esp cies das plantas conhecidas como fava-d anta t m lugar garantido no mercado mundial de produtos cosm ticos e farmac uticos. Elas praticamente n o t m concorrentes, pois apenas uma outra planta chinesa produz os elementos cobi ados pela ind stria mundial. As plantas acham-se dispersas no cerrado e a sua explora o feita pela coleta manual das favas ou, ainda, com instrumentos r sticos (garfos e forquilhas) que retiram os frutos das pontas dos galhos. Alguns catadores quebram galhos ou arbustos para facilitar a coleta. Depois da coleta, as vagens s o vendidas aos atacadistas locais que as revendem a atacadistas regionais, estes sim, os revendedores de fava para as ind strias. Depois de processados, os produtos s o exportados. Embora os moradores da regi o tenham um vasto conhecimento sobre h bitos e usos da fauna e flora locais, pouco ou nada sabem sobre a produ o de mudas de esp cies nativas e, ainda, sobre o destino e o aproveitamento da mat ria-prima extra da da fava d anta. Adaptado de: Extrativismo e biodiversidade: o caso da fava-d anta. Ci ncia Hoje, junho, 2000. 10 Ainda que a extra o das vagens n o seja prejudicial s rvores, a estrat gia usada na sua coleta, aliada eventual press o de mercado, s o fatores que podem prejudicar a renova o natural da fava d anta. Uma proposta vi vel para que estas plantas nativas n o corram nenhum risco de extin o (A) (B) (C) (D) (E) introduzir a coleta mecanizada das favas, reduzindo tanto as perdas durante a coleta quanto os eventuais danos s plantas. conservar o solo e aumentar a produtividade dessas plantas por meio de irriga o e reposi o de sais minerais. domesticar a esp cie, introduzindo viveiros que possam abastecer a regi o de novas mudas, caso isto se torne necess rio. proibir a coleta das favas, aplicando pesadas multas aos infratores. diversificar as atividades econ micas na regi o do cerrado para aumentar as fontes de renda dos trabalhadores. 11 A coleta de favas feita por fam lias inteiras de trabalhadores rurais (n o-propriet rios). Enquanto o jovem apanhador de favas pode ganhar at R$7,50 por dia, os demais trabalhadores adultos ganham, em m dia, R$5,12 por dia, podendo dedicar-se a outras atividades extrativistas: a coleta de pequis e pan s, frutos vendidos beira da estrada, e de lenha, vendida a pequenos compradores. A tabela apresenta a renda m dia anual dos jovens e adolescentes de uma cidade de Minas Gerais, com essas atividades extrativistas. Foram feitas as seguintes afirma es sobre a import ncia socioecon mica do extrativismo da fava-d anta: I. II. III. IV. A desinforma o impede qualquer controle da situa o por parte dos coletores, aos quais cabe apenas o papel de trabalhadores bra ais. O retorno financeiro para a popula o compat vel com a import ncia dos produtos derivados da fava. A atividade menos rent vel porque, entre os compradores de favas, existem atravessadores, ao contr rio do que acontece na venda do pequi. A atividade eleva o sal rio di rio do trabalhador, representando a fonte mais importante de sua renda anual. Est correto apenas o que se afirma em (A) (B) (C) (D) (E) I, III e IV. II, III e IV. I e III. II e IV. I e IV. 6 PROVA 1 - AMARELA ENEM 2002 12 Os seres humanos podem tolerar apenas certos intervalos de temperatura e umidade relativa (UR), e, nessas condi es, outras vari veis, como os efeitos do sol e do vento, s o necess rias para produzir condi es confort veis, nas quais as pessoas podem viver e trabalhar. O gr fico mostra esses intervalos: A tabela mostra temperaturas e umidades relativas do ar de duas cidades, registradas em tr s meses do ano. Com base nessas informa es, pode-se afirmar que condi es ideais s o observadas em (A) (B) (C) (D) (E) Curitiba com vento em mar o, e Campo Grande, em outubro. Campo Grande com vento em mar o, e Curitiba com sol em maio. Curitiba, em outubro, e Campo Grande com sol em mar o. Campo Grande com vento em mar o, Curitiba com sol em outubro. Curitiba, em maio, e Campo Grande, em outubro. 13 No gr fico est o representados os gols marcados e os gols sofridos por uma equipe de futebol nas dez primeiras partidas de um determinado campeonato. Considerando que, neste campeonato, as equipes ganham 3 pontos para cada vit ria, 1 ponto por empate e 0 ponto em caso de derrota, a equipe em quest o, ao final da d cima partida, ter acumulado um n mero de pontos igual a (A) (B) (C) (D) (E) 15. 17. 18. 20. 24. 7 PROVA 1 - AMARELA ENEM 2002 14 O Globo, 01/09/2001. Na charge, a arrog ncia do gato com rela o ao comportamento alimentar da minhoca, do ponto de vista biol gico, (A) (B) (C) (D) (E) n o se justifica, porque ambos, como consumidores, devem cavar diariamente o seu pr prio alimento. justific vel, visto que o felino possui fun o superior da minhoca numa teia alimentar. n o se justifica, porque ambos s o consumidores prim rios em uma teia alimentar. justific vel, porque as minhocas, por se alimentarem de detritos, n o participam das cadeias alimentares. justific vel, porque os vertebrados ocupam o topo das teias alimentares. 15 Na constru o civil, muito comum a utiliza o de ladrilhos ou azulejos com a forma de pol gonos para o revestimento de pisos ou paredes. Entretanto, n o s o todas as combina es de pol gonos que se prestam a pavimentar uma superf cie plana, sem que haja falhas ou superposi es de ladrilhos, como ilustram as figuras: Figura 1: Ladrilhos retangulares pavimentando o plano Figura 2: Hept gonos regulares n o pavimentam o plano (h falhas ou superposi o) A tabela traz uma rela o de alguns pol gonos regulares, com as respectivas medidas de seus ngulos internos. Se um arquiteto deseja utilizar uma combina o de dois tipos diferentes de ladrilhos entre os pol gonos da tabela, sendo um deles octogonal, o outro tipo escolhido dever ter a forma de um (A) tri ngulo. (B) quadrado. (C) pent gono. (D) hex gono. (E) ene gono. 16 Segundo uma organiza o mundial de estudos ambientais, em 2025, duas de cada tr s pessoas viver o situa es de car ncia de gua, caso n o haja mudan as no padr o atual de consumo do produto. Uma alternativa adequada e vi vel para prevenir a escassez, considerando-se a disponibilidade global, seria (A) (B) (C) (D) (E) desenvolver processos de reutiliza o da gua. explorar leitos de gua subterr nea. ampliar a oferta de gua, captando-a em outros rios. captar guas pluviais. importar gua doce de outros estados. 8 PROVA 1 - AMARELA ENEM 2002 17 O milho verde rec m-colhido tem um sabor adocicado. J o milho verde comprado na feira, um ou dois dias depois de colhido, n o mais t o doce, pois cerca de 50% dos carboidratos respons veis pelo sabor adocicado s o convertidos em amido nas primeiras 24 horas. Para preservar o sabor do milho verde pode-se usar o seguinte procedimento em tr s etapas: 1 2 3 descascar e mergulhar as espigas em gua fervente por alguns minutos; resfri -las em gua corrente; conserv -las na geladeira. A preserva o do sabor original do milho verde pelo procedimento descrito pode ser explicada pelo seguinte argumento: (A) O choque t rmico converte as prote nas do milho em amido at a satura o; este ocupa o lugar do amido que seria formado espontaneamente. (B) A gua fervente e o resfriamento impermeabilizam a casca dos gr os de milho, impedindo a difus o de oxig nio e a oxida o da glicose. (C) As enzimas respons veis pela convers o desses carboidratos em amido s o desnaturadas pelo tratamento com gua quente. (D) Microrganismos que, ao retirarem nutrientes dos gr os, convertem esses carboidratos em amido, s o destru dos pelo aquecimento. (E) O aquecimento desidrata os gr os de milho, alterando o meio de dissolu o onde ocorreria espontaneamente a transforma o desses carboidratos em amido. 18 Os n veis de irradi ncia ultravioleta efetiva (IUV) indicam o risco de exposi o ao Sol para pessoas de pele do tipo II pele de pigmenta o clara. O tempo de exposi o segura (TES) corresponde ao tempo de exposi o aos raios solares sem que ocorram queimaduras de pele. A tabela mostra a correla o entre riscos de exposi o, IUV e TES. Uma das maneiras de se proteger contra queimaduras provocadas pela radia o ultravioleta o uso dos cremes protetores solares, cujo Fator de Prote o Solar (FPS) calculado da seguinte maneira: TPP = tempo de exposi o m nima para produ o de vermelhid o na pele protegida (em minutos). TPD = tempo de exposi o m nima para produ o de vermelhid o na pele desprotegida (em minutos). O FPS m nimo que uma pessoa de pele tipo II necessita para evitar queimaduras ao se expor ao Sol, considerando TPP o intervalo das 12:00 s 14:00 h, num dia em que a irradi ncia efetiva maior que 8, de acordo com os dados fornecidos, (A) 5. (B) 6. (C) 8. (D) 10. (E) 20. 19 Um estudo realizado com 100 indiv duos que abastecem seu carro uma vez por semana em um dos postos X, Y ou Z mostrou que: Se um dos postos encerrar suas atividades, e os 100 consumidores continuarem se orientando pelas prefer ncias descritas, poss vel afirmar que a lideran a de prefer ncia nunca pertencer a (A) (B) (C) (D) (E) X. Y. Z. X ou Y. Y ou Z. 9 PROVA 1 - AMARELA ENEM 2002 20 O autor da tira utilizou os princ pios de composi o de um conhecido movimento art stico para representar a necessidade de um mesmo observador aprender a considerar, simultaneamente, diferentes pontos de vista. Das obras reproduzidas, todas de autoria do pintor espanhol Pablo Picasso, aquela em cuja composi o foi adotado um procedimento semelhante : 21 Em 1958, a sele o brasileira foi campe mundial pela primeira vez. O texto foi extra do da cr nica A alegria de ser brasileiro , do dramaturgo Nelson Rodrigues, publicada naquele ano pelo jornal ltima Hora. Agora, com a chegada da equipe imortal, as l grimas rolam. Convenhamos que a sele o as merece. Merece por tudo: n o s pelo futebol, que foi o mais belo que os olhos mortais j contemplaram, como tamb m pelo seu maravilhoso ndice disciplinar. At este Campeonato, o brasileiro julgava-se um cafajeste nato e heredit rio. Olhava o ingl s e tinha-lhe inveja. Achava o ingl s o sujeito mais fino, mais s brio, de uma polidez e de uma cerim nia inenarr veis. E, s bito, h o Mundial. Todo mundo baixou o sarrafo no Brasil. Suecos, brit nicos, alem es, franceses, checos, russos, davam botinadas em penca. S o brasileiro se mantinha ferozmente dentro dos limites r gidos da esportividade. Ent o, se verificou o seguinte: o ingl s, tal como o conceb amos, n o existe. O nico ingl s que apareceu no Mundial foi o brasileiro. Por tantos motivos, vamos perder a vergonha (...), vamos sentar no meio-fio e chorar. Porque uma alegria ser brasileiro, amigos . Al m de destacar a beleza do futebol brasileiro, Nelson Rodrigues quis dizer que o comportamento dos jogadores dentro do campo (A) foi prejudicial para a equipe e quase p s a perder a conquista da copa do mundo. (B) mostrou que os brasileiros tinham as mesmas qualidades que admiravam nos europeus, principalmente nos ingleses. (C) ressaltou o sentimento de inferioridade dos jogadores brasileiros em rela o aos europeus, o que os impediu de revidar as agress es sofridas. (D) mostrou que o choro poderia aliviar o sentimento de que os europeus eram superiores aos brasileiros. (E) mostrou que os brasileiros eram iguais aos europeus, podendo comportar-se como eles, que n o respeitavam os limites da esportividade. 10 PROVA 1 - AMARELA ENEM 2002 22 Um terreno com o formato mostrado na figura foi herdado por quatro irm os e dever ser dividido em quatro lotes de mesma rea. Um dos irm os fez algumas propostas de divis o para que fossem analisadas pelos demais herdeiros. Dos esquemas abaixo, onde lados de mesma medida t m s mbolos iguais, o nico em que os quatro lotes n o possuem, necessariamente, a mesma rea : 23 24 Quando definem mol culas, os livros geralmente apresentam conceitos como: a menor parte da subst ncia capaz de guardar suas propriedades . A partir de defini es desse tipo, a id ia transmitida ao estudante a de que o constituinte isolado (mol culas) cont m os atributos do todo. A palavra tatuagem relativamente recente. Toda a gente sabe que foi o navegador Cook que a introduziu no Ocidente, e esse escrevia tattou, termo da Polin sia de tatou ou tu tahou, desenho . (...) Desde os mais remotos tempos, vemo-la a transformarse: distintivo honor fico entre uns homens, ferrete de ignom nia entre outros, meio de assustar o advers rio para os bret es, marca de uma classe de selvagens das ilhas marquesas (...) sinal de amor, de desprezo, de dio (...). H tr s casos de tatuagem no Rio, completamente diversos na sua significa o moral: os negros,os turcos com o fundo religioso e o bando de meretrizes, dos rufi es e dos humildes, que se marcam por crime ou por ociosidade. como dizer que uma mol cula de gua possui densidade, press o de vapor, tens o superficial, ponto de fus o, ponto de ebuli o, etc. Tais propriedades pertencem ao conjunto, isto , manifestam-se nas rela es que as mol culas mant m entre si. Adaptado de OLIVEIRA, R. J. O Mito da Subst ncia. Qu mica Nova na Escola, n. 1, 1995. RIO, Jo o do. Os Tatuadores. Revista Kosmos. 1904, apud: A alma encantadora das ruas, SP: Cia das Letras, 1999. O texto evidencia a chamada vis o substancialista que ainda se encontra presente no ensino da Qu mica. Abaixo est o relacionadas algumas afirmativas pertinentes ao assunto. Com base no texto s o feitas as seguintes afirma es: I. II. III. I. O ouro dourado, pois seus tomos s o dourados. II. Uma subst ncia macia n o pode ser feita de mol culas r gidas . III. Uma subst ncia pura possui pontos de ebuli o e fus o constantes, em virtude das intera es entre suas mol culas. IV. Jo o do Rio revela como a tatuagem j estava presente na cidade do Rio de Janeiro, pelo menos desde o in cio do s culo XX, e era mais utilizada por alguns setores da popula o. A tatuagem, de origem polin sia, difundiu-se no ocidente com a caracter stica que permanece at hoje: utiliza o entre os jovens com fun o estritamente est tica. O texto mostra como a tatuagem uma pr tica que se transforma no tempo e que alcan a in meros sentidos nos diversos setores das sociedades e para as diferentes culturas. A expans o dos objetos com a temperatura ocorre porque os tomos se expandem. Est correto o que se afirma apenas em Dessas afirmativas, est o apoiadas na vis o substancialista criticada pelo autor apenas (A) (B) (C) (D) (E) (A) (B) (C) (D) (E) I. II. III. I e II. I e III. 11 I e II. III e IV. I, II e III. I, II e IV. II, III e IV. PROVA 1 - AMARELA ENEM 2002 25 Em reportagem sobre crescimento da popula o brasileira, uma revista de divulga o cient fica publicou tabela com a participa o relativa de grupos et rios na popula o brasileira, no per odo de 1970 a 2050 (proje o), em tr s faixas de idade: abaixo de 15 anos; entre 15 e 65 anos; e acima de 65 anos. Admitindo-se que o t tulo da reportagem se refira ao grupo et rio cuja popula o cresceu sempre, ao longo do per odo registrado, um t tulo adequado poderia ser: (A) (B) (C) (D) (E) O Brasil de fraldas Brasil: ainda um pa s de adolescentes O Brasil chega idade adulta O Brasil troca a escola pela f brica O Brasil de cabelos brancos 26 Na compara o entre diferentes processos de gera o de energia, devem ser considerados aspectos econ micos, sociais e ambientais. Um fator economicamente relevante nessa compara o a efici ncia do processo. Eis um exemplo: a utiliza o do g s natural como fonte de aquecimento pode ser feita pela simples queima num fog o (uso direto), ou pela produ o de eletricidade em uma termoel trica e uso de aquecimento el trico (uso indireto). Os rendimentos correspondentes a cada etapa de dois desses processos est o indicados entre par nteses no esquema. Na compara o das efici ncias, em termos globais, entre esses dois processos (direto e indireto), verifica-se que (A) (B) (C) (D) (E) a menor efici ncia de P2 deve-se, sobretudo, ao baixo rendimento da termoel trica. a menor efici ncia de P2 deve-se, sobretudo, ao baixo rendimento na distribui o. a maior efici ncia de P2 deve-se ao alto rendimento do aquecedor el trico. a menor efici ncia de P1 deve-se, sobretudo, ao baixo rendimento da fornalha. a menor efici ncia de P1 deve-se, sobretudo, ao alto rendimento de sua distribui o. 27 O c digo de barras, contido na maior parte dos produtos industrializados, consiste num conjunto de v rias barras que podem estar preenchidas com cor escura ou n o. Quando um leitor ptico passa sobre essas barras, a leitura de uma barra clara convertida no n mero 0 e a de uma barra escura, no n mero 1. Observe abaixo um exemplo simplificado de um c digo em um sistema de c digo com 20 barras. Se o leitor ptico for passado da esquerda para a direita ir ler: 01011010111010110001 Se o leitor ptico for passado da direita para a esquerda ir ler: 10001101011101011010 No sistema de c digo de barras, para se organizar o processo de leitura ptica de cada c digo, deve-se levar em considera o que alguns c digos podem ter leitura da esquerda para a direita igual da direita para a esquerda, como o c digo 00000000111100000000, no sistema descrito acima. Em um sistema de c digos que utilize apenas cinco barras, a quantidade de c digos com leitura da esquerda para a direita igual da direita para a esquerda, desconsiderando-se todas as barras claras ou todas as escuras, (A) 14. (B) 12. (C) 8. (D) 6. 12 (E) 4. PROVA 1 - AMARELA ENEM 2002 28 1 - (...) O recurso ao terror por parte de quem j det m o poder dentro do Estado n o pode ser arrolado entre as formas de terrorismo pol tico, porque este se qualifica, ao contr rio, como o instrumento ao qual recorrem determinados grupos para derrubar um governo acusado de manter-se por meio do terror . 2 - Em outros casos os terroristas combatem contra um Estado de que n o fazem parte e n o contra um governo (o que faz com que sua a o seja conotada como uma forma de guerra), mesmo quando por sua vez n o representam um outro Estado. Sua a o aparece ent o como irregular, no sentido de que n o podem organizar um ex rcito e n o conhecem limites territoriais, j que n o prov m de um Estado Dicion rio de Pol tica (org.) BOBBIO, N., MATTEUCCI, N. e PASQUINO, G., Bras lia: Edunb,1986. De acordo com as duas afirma es, poss vel comparar e distinguir os seguintes eventos hist ricos: I. II. III. Os movimentos guerrilheiros e de liberta o nacional realizados em alguns pa ses da frica e do sudeste asi tico entre as d cadas de 1950 e 70 s o exemplos do primeiro caso. Os ataques ocorridos na d cada de 1990, como s embaixadas de Israel, em Buenos Aires, dos EUA, no Qu nia e Tanz nia, e ao World Trade Center em 2001, s o exemplos do segundo caso. Os movimentos de liberta o nacional dos anos 50 a 70 na frica e sudeste asi tico, e o terrorismo dos anos 90 e 2001 foram a es contra um inimigo invasor e opressor, e s o exemplos do primeiro caso. correto o que se afirma apenas em (A) (B) (C) (D) (E) I. II. I e II. I e III. II e III. 29 Os n meros e cifras envolvidos, quando lidamos com dados sobre produ o e consumo de energia em nosso pa s, s o sempre muito grandes. Apenas no setor residencial, em um nico dia, o consumo de energia el trica da ordem de 200 mil MWh. Para avaliar esse consumo, imagine uma situa o em que o Brasil n o dispusesse de hidrel tricas e tivesse de depender somente de termoel tricas, onde cada kg de carv o, ao ser queimado, permite obter uma quantidade de energia da ordem de 10 kWh. Considerando que um caminh o transporta, em m dia, 10 toneladas de carv o, a quantidade de caminh es de carv o necess ria para abastecer as termoel tricas, a cada dia, seria da ordem de (A) 20. (B) 200. (C) 1.000. (D) 2.000. (E) 10.000. 30 S falta o Senado aprovar o projeto de lei [sobre o uso de termos estrangeiros no Brasil] para que palavras como shopping center , delivery e drive-through sejam proibidas em nomes de estabelecimentos e marcas. Engajado nessa valorosa luta contra o inimigo ianque, que quer fazer rea de livre com rcio com nosso inculto e belo idioma, venho sugerir algumas outras medidas que ser o de extrema import ncia para a preserva o da soberania nacional, a saber: ........ ! Nenhum cidad o carioca ou ga cho poder dizer Tu vai em espa os p blicos do territ rio nacional; ! Nenhum cidad o paulista poder dizer Eu lhe amo e retirar ou acrescentar o plural em senten as como Me v um chopps e dois pastel ; .......... ! Nenhum dono de borracharia poder escrever cartaz com a palavra borraxaria e nenhum dono de banca de jornal anunciar Vende-se cigarros ; .......... ! Nenhum livro de gram tica obrigar os alunos a utilizar coloca es pronominais como casar-me-ei ou ver-se- o . PIZA, Daniel. Uma proposta imodesta. O Estado de S. Paulo, S o Paulo, 8/04/2001. No texto acima, o autor (A) (B) (C) (D) (E) mostra-se favor vel ao teor da proposta por entender que a l ngua portuguesa deve ser protegida contra deturpa es de uso. ironiza o projeto de lei ao sugerir medidas que inibam determinados usos regionais e socioculturais da l ngua. denuncia o desconhecimento de regras elementares de concord ncia verbal e nominal pelo falante brasileiro. revela-se preconceituoso em rela o a certos registros ling sticos ao propor medidas que os controlem. defende o ensino rigoroso da gram tica para que todos aprendam a empregar corretamente os pronomes. 13 PROVA 1 - AMARELA ENEM 2002 A corvina um peixe carn voro que se alimenta de crust ceos, moluscos e pequenos peixes que vivem no fundo do mar. bastante utilizada na alimenta o humana, sendo encontrada em toda a costa brasileira, embora seja mais abundante no sul do Pa s. A tabela registra a concentra o m dia anual de merc rio no tecido muscular de corvinas capturadas em quatro reas. KEHRIG, H. A. & MALM, O. Merc rio: uma avalia o na costa brasileira. Ci ncia Hoje, outubro, 1997. 31 Comparando as caracter sticas das quatro reas de coleta s respectivas concentra es m dias anuais de merc rio nas corvinas capturadas, pode-se considerar que, primeira vista, os resultados (A) correspondem ao esperado, uma vez que o n vel de contamina o proporcional ao aumento da atividade industrial e do volume de esgotos dom sticos. (B) n o correspondem ao esperado, especialmente no caso da Lagoa da Concei o, que n o apresenta contamina o industrial por merc rio. (C) n o correspondem ao esperado no caso da Ba a da Ilha Grande e da Lagoa da Concei o, reas nas quais n o h fontes industriais de contamina o por merc rio. (D) correspondem ao esperado, ou seja, corvinas de regi es menos polu das apresentam as maiores concentra es de merc rio. (E) correspondem ao esperado, exce o aos resultados da Ba a de Sepetiba, o que exige novas investiga es sobre o papel das mar s no transporte de merc rio. 32 Segundo a legisla o brasileira, o limite m ximo permitido para as concentra es de merc rio total de 500 nanogramas por grama de peso mido. Ainda levando em conta os dados da tabela e o tipo de circula o do merc rio ao longo da cadeia alimentar, pode-se considerar que a ingest o, pelo ser humano, de corvinas capturadas nessas regi es, (A) n o compromete a sua sa de, uma vez que a concentra o de merc rio sempre menor que o limite m ximo permitido pela legisla o brasileira. (B) n o compromete a sua sa de, uma vez que a concentra o de poluentes diminui a cada novo consumidor que se acrescenta cadeia alimentar. (C) n o compromete a sua sa de, pois a concentra o de poluentes aumenta a cada novo consumidor que se acrescenta cadeia alimentar. (D) deve ser evitada, apenas quando entre as corvinas e eles se interponham outros consumidores, como, por exemplo, peixes de maior porte. (E) deve ser evitada sempre, pois a concentra o de merc rio das corvinas ingeridas se soma j armazenada no organismo humano. 33 Segundo mat ria publicada em um jornal brasileiro, Todo o lixo (org nico) produzido pelo Brasil hoje cerca de 20 milh es de toneladas por ano seria capaz de aumentar em 15% a oferta de energia el trica. Isso representa a metade da energia produzida pela hidrel trica de Itaipu. O segredo est na celulignina, combust vel s lido gerado a partir de um processo qu mico a que s o submetidos os res duos org nicos . O Estado de S o Paulo, 01/01/2001. Independentemente da viabilidade econ mica desse processo, ainda em fase de pesquisa, na produ o de energia pela t cnica citada nessa mat ria, a celulignina faria o mesmo papel (A) (B) (C) (D) (E) do g s natural em uma usina termoel trica. do vapor d gua em uma usina termoel trica. da queda d gua em uma usina hidrel trica. das p s das turbinas em uma usina e lica. do reator nuclear em uma usina termonuclear. 14 PROVA 1 - AMARELA ENEM 2002 34 36 Numa rea de praia, a brisa mar tima uma conseq ncia da diferen a no tempo de aquecimento do solo e da gua, apesar de ambos estarem submetidos s mesmas condi es de irradia o solar. No local (solo) que se aquece mais rapidamente, o ar fica mais quente e sobe, deixando uma rea de baixa press o, provocando o deslocamento do ar da superf cie que est mais fria (mar). A chuva determinada, em grande parte, pela topografia e pelo padr o dos grandes movimentos atmosf ricos ou metereol gicos. O gr fico mostra a precipita o anual m dia (linhas verticais) em rela o altitude (curvas) em uma regi o em estudo. noite, ocorre um processo inverso ao que se verifica durante o dia De uma an lise ambiental desta regi o concluiu-se que: Como a gua leva mais tempo para esquentar (de dia), mas tamb m leva mais tempo para esfriar ( noite), o fen meno noturno (brisa terrestre) pode ser explicado da seguinte maneira: I. Ventos oce nicos carregados de umidade depositam a maior parte desta umidade, sob a forma de chuva, nas encostas da serra voltadas para o oceano. (A) II. Como resultado da maior precipita o nas encostas da serra, surge uma regi o de poss vel desertifica o do outro lado dessa serra. III. Os animais e as plantas encontram melhores condi es de vida, sem per odos prolongados de seca, nas reas distantes 25km e 100km, aproximadamente, do oceano. O ar que est sobre a gua se aquece mais; ao subir, deixa uma rea de baixa press o, causando um deslocamento de ar do continente para o mar. (B) O ar mais quente desce e se desloca do continente para a gua, a qual n o conseguiu reter calor durante o dia. (C) O ar que est sobre o mar se esfria e dissolve-se na gua; forma-se, assim, um centro de baixa press o, que atrai o ar quente do continente. (D) O ar que est sobre a gua se esfria, criando um centro de alta press o que atrai massas de ar continental. (E) O ar sobre o solo, mais quente, deslocado para o mar, equilibrando a baixa temperatura do ar que est sobre o mar. correto o que se afirma em: (A) (B) (C) (D) (E) 35 Entre as in meras recomenda es dadas para a economia de energia el trica em uma resid ncia, destacamos as seguintes: I, apenas. I e II, apenas. I e III, apenas. II e III, apenas. I, II e III. 37 O continente africano em seu conjunto apresenta 44% de suas fronteiras apoiadas em meridianos e paralelos; 30% por linhas retas e arqueadas, e apenas 26% se referem a limites naturais que geralmente coincidem com os de locais de habita o dos grupos tnicos Substitua l mpadas incandescentes por fluorescentes compactas. Evite usar o chuveiro el trico com a chave na posi o inverno ou quente . Acumule uma quantidade de roupa para ser passada a ferro el trico de uma s vez. Evite o uso de tomadas m ltiplas para ligar v rios aparelhos simultaneamente. Utilize, na instala o el trica, fios de di metros recomendados s suas finalidades. MARTIN, A. R. Fronteiras e Na es. Contexto, S o Paulo, 1998. Diferente do continente americano, onde quase que a totalidade das fronteiras obedecem a limites naturais, a frica apresenta as caracter sticas citadas em virtude, principalmente, A caracter stica comum a todas essas recomenda es a proposta de economizar energia atrav s da tentativa de, no diaa-dia, reduzir (A) da sua recente demarca o, que contou com t cnicas cartogr ficas antes desconhecidas. (B) dos interesses de pa ses europeus preocupados com a partilha dos seus recursos naturais. (C) das extensas reas des rticas que dificultam a demarca o dos limites naturais . (D) da natureza n made das popula o africanas, especialmente aquelas oriundas da frica Subsaariana. (E) da grande extens o longitudinal, o que demandaria enormes gastos para demarca o. (A) a pot ncia dos aparelhos e dispositivos el tricos. (B) o tempo de utiliza o dos aparelhos e dispositivos. (C) o consumo de energia el trica convertida em energia t rmica. (D) o consumo de energia t rmica convertida em energia el trica. (E) o consumo de energia el trica atrav s de correntes de fuga. 15 PROVA 1 - AMARELA ENEM 2002 38 A capa de uma revista de grande circula o trazia a seguinte informa o, relativa a uma reportagem daquela edi o: O brasileiro diz que feliz na cama, mas debaixo dos len is 47% n o sentem vontade de fazer sexo . O texto abaixo, no entanto, adaptado da mesma reportagem, mostra que o dado acima est errado: Outro problema predominantemente feminino a falta de desejo 35% das mulheres n o sentem nenhuma vontade de ter rela es. J entre os homens, apenas 12% se queixam de falta de desejo . Considerando que o n mero de homens na popula o seja igual ao de mulheres, a porcentagem aproximada de brasileiros que n o sentem vontade de fazer sexo, de acordo com a reportagem, (A) 12%. (B) 24%. (C) 29%. (D) 35%. (E) 50%. 39 Considere o papel da t cnica no desenvolvimento da constitui o de sociedades e tr s inven es tecnol gicas que marcaram esse processo: inven o do arco e flecha nas civiliza es primitivas, locomotiva nas civiliza es do s culo XIX e televis o nas civiliza es modernas. A respeito dessas inven es s o feitas as seguintes afirma es: I. II. III. A primeira ampliou a capacidade de a o dos bra os, provocando mudan as na forma de organiza o social e na utiliza o de fontes de alimenta o. A segunda tornou mais eficiente o sistema de transporte, ampliando possibilidades de locomo o e provocando mudan as na vis o de espa o e de tempo. A terceira possibilitou um novo tipo de lazer que, envolvendo apenas participa o passiva do ser humano, n o provocou mudan as na sua forma de conceber o mundo. Est correto o que se afirma em: (A) (B) (C) (D) (E) I, apenas. I e II, apenas. I e III, apenas. II e III, apenas. I, II e III. 40 Para testar o uso do algicida sulfato de cobre em tanques para cria o de camar es, estudou-se, em aqu rio, a resist ncia desses organismos a diferentes concentra es de ons cobre (representados por Cu2+). Os gr ficos relacionam a mortandade de camar es com a concentra o de Cu2+ e com o tempo de exposi o a esses ons. Se os camar es utilizados na experi ncia fossem introduzidos num tanque de cria o contendo 20.000 L de gua tratada com sulfato de cobre, em quantidade suficiente para fornecer 50 g de ons cobre, estariam vivos, ap s 24 horas, cerca de (A) 1/5. (B) 1/4. (C) 1/2. (D) 2/3. 16 (E) 3/4. PROVA 1 - AMARELA ENEM 2002 Existem muitas diferen as entre as culturas crist e isl mica. Uma das principais diz respeito ao Calend rio. Enquanto o Calend rio Crist o (Gregoriano) considera um ano como o per odo correspondente ao movimento de transla o da Terra em torno do Sol aproximadamente 365 dias, o Calend rio Mu ulmano se baseia nos movimentos de transla o da Lua em torno da Terra aproximadamente 12 por ano, o que corresponde a anos intercalados de 254 e 255 dias. 44 Uma nova preocupa o atinge os profissionais que trabalham na preven o da AIDS no Brasil. Tem-se observado um aumento crescente, principalmente entre os jovens, de novos casos de AIDS, questionando-se, inclusive, se a preven o vem sendo ou n o relaxada. Essa tem tica vem sendo abordada pela m dia: Medicamentos j n o fazem efeito em 20% dos infectados pelo v rus HIV. 41 An lises revelam que um quinto das pessoas rec m-infectadas n o haviam sido submetidas a nenhum tratamento e, mesmo assim, n o responderam s duas principais drogas anti-AIDS. Dos pacientes estudados, 50% apresentavam o v rus FB, uma combina o dos dois subtipos mais prevalentes no pa s, F e B . Considerando que o Calend rio Mu ulmano teve in cio em 622 da era crist e que cada 33 anos mu ulmanos correspondem a 32 anos crist os, poss vel estabelecer uma correspond ncia aproximada de anos entre os dois calend rios, dada por: Adaptado do Jornal do Brasil, 02/10/2001. (C = Anos Crist os e M = Anos Mu ulmanos) (A) (B) (C) (D) (E) Dadas as afirma es acima, considerando o enfoque da preven o, e devido ao aumento de casos da doen a em adolescentes, afirma-se que C = M + 622 (M/33). C = M 622 + (C - 622/32). C = M 622 (M/33). C = M 622 + (C - 622/33). C = M + 622 (M/32). I. 42 II. O ano mu ulmano composto de 12 meses, dentre eles o Ramad , m s sagrado para os mu ulmanos que, em 2001, teve in cio no m s de novembro do Calend rio Crist o, conforme a figura que segue. III. O sucesso inicial dos coquet is anti-HIV talvez tenha levado a popula o a se descuidar e n o utilizar medidas de prote o, pois se criou a id ia de que estes rem dios sempre funcionam. Os v rios tipos de v rus est o t o resistentes que n o h nenhum tipo de tratamento eficaz e nem mesmo qualquer medida de preven o adequada. Os v rus est o cada vez mais resistentes e, para evitar sua dissemina o, os infectados tamb m devem usar camisinhas e n o apenas administrar coquet is. Est correto o que se afirma em (A) (B) (C) (D) (E) I, apenas. II, apenas. I e III, apenas. II e III, apenas. I, II e III. 45 Um jornalista publicou um texto do qual est o transcritos trechos do primeiro e do ltimo par grafos: Mam ezinha, minhas m ozinhas v o crescer de novo? Jamais esquecerei a cena que vi, na TV francesa, de uma menina da Costa do Marfim falando com a enfermeira que trocava os curativos de seus dois cotos de bra os. (...) . . ...................................................................................................... Como manter a paz num planeta onde boa parte da humanidade n o tem acesso s necessidade b sicas mais elementares? (...) Como reduzir o abismo entre o campon s afeg o, a crian a faminta do Sud o, o Severino da cesta b sica e o corretor de Wall Street? Como explicar ao menino de Bagd que morre por falta de rem dios, bloqueados pelo Ocidente, que o mal se abateu sobre Manhattan? Como dizer aos chechenos que o que aconteceu nos Estados Unidos um absurdo? Vejam Grozny, a capital da Chech nia, arrasada pelos russos. Algu m se incomodou com os sofrimentos e as milhares de v timas civis, inocentes, desse massacre? Ou como explicar menina da Costa do Marfim o sentido da palavra civiliza o quando ela descobrir que suas m os n o crescer o jamais? . Considerando as caracter sticas do Calend rio Mu ulmano, poss vel afirmar que, em 2001, o m s Ramad teve in cio, para o Ocidente, em (A) (B) (C) (D) (E) 01 de novembro. 08 de novembro. 16 de novembro. 20 de novembro. 28 de novembro. 43 Em usinas hidrel tricas, a queda d gua move turbinas que acionam geradores. Em usinas e licas, os geradores s o acionados por h lices movidas pelo vento. Na convers o direta solar-el trica s o c lulas fotovoltaicas que produzem tens o el trica. Al m de todos produzirem eletricidade, esses processos t m em comum o fato de (A) (B) (C) (D) (E) UTZERI, Fritz. Jornal do Brasil, 17/09/2001. Apresentam-se, abaixo, algumas afirma es tamb m retiradas do mesmo texto. Aquela que explicita uma resposta do autor para as perguntas feitas no trecho citado : (A) tristeza e indigna o s o grandes porque os atentados ocorreram em Nova Iorque . (B) ao longo da hist ria, o homem civilizado globalizou todas as suas mazelas . (C) a Europa nos explorou vergonhosamente . (D) o neoliberalismo institui o deus mercado que tudo resolve . (E) os neg cios das ind strias de armas continuam de vento em popa . n o provocarem impacto ambiental. independerem de condi es clim ticas. a energia gerada poder ser armazenada. utilizarem fontes de energia renov veis. dependerem das reservas de combust veis f sseis. 17 PROVA 1 - AMARELA ENEM 2002 46 A leitura do poema Descri o da guerra em Guernica traz lembran a o famoso quadro de Picasso. Entra pela janela o anjo campon s; com a terceira luz na m o; minucioso, habituado aos interiores de cereal, aos utens lios que dormem na fuligem; os seus olhos rurais n o compreendem bem os s mbolos desta colheita: h lices, motores furiosos; e estende mais o bra o; planta no ar, como uma rvore a chama do candeeiro. (...) Carlos de Oliveira in ANDRADE, Eug nio. Antologia Pessoal da Poesia Portuguesa. Porto: Campo das Letras, 1999. Uma an lise cuidadosa do quadro permite que se identifiquem as cenas referidas nos trechos do poema. Podem ser relacionadas ao texto lido as partes: (A) a1, a2, a3 (B) f1, e1, d1 (C) e1, d1, c1 (D) c1, c2, c3 (E) e1, e2, e3 47 O diagrama mostra a utiliza o das diferentes fontes de energia no cen rio mundial. Embora aproximadamente um ter o de toda energia prim ria seja orientada produ o de eletricidade, apenas 10% do total s o obtidos em forma de energia el trica til. A pouca efici ncia do processo de produ o de eletricidade deve-se, sobretudo, ao fato de as usinas (A) nucleares utilizarem processos de aquecimento, nos quais as temperaturas atingem milh es de graus Celsius, favorecendo perdas por fiss o nuclear. (B) termel tricas utilizarem processos de aquecimento a baixas temperaturas, apenas da ordem de centenas de graus Celsius, o que impede a queima total dos combust veis f sseis. (C) hidrel tricas terem o aproveitamento energ tico baixo, uma vez que parte da gua em queda n o atinge as p s das turbinas que acionam os geradores el tricos. (D) nucleares e termel tricas utilizarem processos de transforma o de calor em trabalho til, no qual as perdas de calor s o sempre bastante elevadas. (E) termel tricas e hidrel tricas serem capazes de utilizar diretamente o calor obtido do combust vel para aquecer a gua, sem perda para o meio. 18 PROVA 1 - AMARELA ENEM 2002 48 Em mar o de 2001, o presidente dos Estados Unidos da Am rica, George W. Bush, causou pol mica ao contestar o pacto de Kyoto, dizendo que o acordo prejudicial economia norteamericana em um momento em que o pa s passa por uma crise de energia (...) O protocolo de Kyoto prev que os pa ses industrializados reduzam suas emiss es de CO2 at 2012 em 5,2%, em rela o aos n veis de 1990. Adaptado da Folha de S o Paulo, 11/04/2001. O gr fico mostra o total de CO2 emitido nos ltimos 50 anos por alguns pa ses, juntamente com os valores de emiss o m xima de CO2 por habitante no ano de 1999. Dados populacionais aproximados (n de habitantes): - EUA: 240 milh es - BRASIL: 160 milh es Se o Brasil mantivesse constante a sua popula o e o seu ndice anual m ximo de emiss o de CO2, o tempo necess rio para o Brasil atingir o acumulado atual dos EUA seria, aproximadamente, igual a (A) 60 anos. (B) 230 anos. (C) 460 anos. (D) 850 anos. (E) 1340 anos. 49 Nos peixamentos designa o dada introdu o de peixes em sistemas aqu ticos, nos quais a qualidade da gua reduziu as popula es nativas de peixes podem ser utilizados peixes importados de outros pa ses, peixes produzidos em unidades de piscicultura ou, como o caso da grande maioria dos peixamentos no Brasil, de peixes capturados em algum ambiente natural e liberados em outro. Recentemente come aram a ser utilizados peixes h bridos, como os paquis , obtidos por cruzamentos entre pacu e tambaqui; tamb m h brida a esp cie conhecida como surubim ou pintado, pisc voro de grande porte. Em alguns julgamentos de crimes ambientais, as senten as, de modo geral, condenam empresas culpadas pela redu o da qualidade de cursos d gua a realizarem peixamentos. Em geral, os peixamentos tendem a ser repetidos muitas vezes numa mesma rea. A respeito da realiza o de peixamentos pelas empresas infratoras, pode-se considerar que essa penalidade (A) (B) (C) (D) (E) n o leva mais em conta os efeitos da polui o industrial, mas sim as suas causas. faz a devida diferencia o entre quantidade de peixes e qualidade ambiental. indutora de a o que reverte uma das causas b sicas da polui o. confunde quantidade de peixes com boa qualidade ambiental dos cursos d gua. obriga o poluidor a pagar pelos preju zos ambientais que causa e a deixar de poluir. 50 Comer com as m os era um h bito comum na Europa, no s culo XVI. A t cnica empregada pelo ndio no Brasil e por um portugu s de Portugal era, ali s, a mesma: apanhavam o alimento com tr s dedos da m o direita (polegar, indicador e m dio) e atiravam-no para dentro da boca. Um viajante europeu de nome Freireyss, de passagem pelo Rio de Janeiro, j no s culo XIX, conta como nas casas das ro as despejam-se simplesmente alguns pratos de farinha sobre a mesa ou num balainho, donde cada um se serve com os dedos, arremessando, com um movimento r pido, a farinha na boca, sem que a m nima parcela caia para fora . Outros viajantes oitocentistas, como John Luccock, Carl Seidler, Tollenare e Maria Graham descrevem esse h bito em todo o Brasil e entre todas as classes sociais. Mas para Saint-Hilaire, os brasileiros lan am a [farinha de mandioca] boca com uma destreza adquirida, na origem, dos ind genas, e que ao europeu muito custa imitar . Alu sio de Azevedo, em seu romance Gir ndola de amores (1882), descreve com realismo os h bitos de uma senhora abastada que s saboreava a moqueca de peixe sem talher, m o . Dentre as palavras listadas abaixo, assinale a que traduz o elemento comum s descri es das pr ticas alimentares dos brasileiros feitas pelos diferentes autores do s culo XIX citados no texto. (A) (B) (C) (D) (E) Regionalismo (car ter da literatura que se baseia em costumes e tradi es regionais). Intoler ncia (n o-admiss o de opini es diversas das suas em quest es sociais, pol ticas ou religiosas). Exotismo (car ter ou qualidade daquilo que n o ind gena; estrangeiro; exc ntrico, extravagante). Racismo (doutrina que sustenta a superioridade de certas ra as sobre outras). Sincretismo (fus o de elementos culturais diversos, ou de culturas distintas ou de diferentes sistemas sociais). 19 PROVA 1 - AMARELA ENEM 2002 51 Um grupo de pescadores pretende passar um final de semana do m s de setembro, embarcado, pescando em um rio. Uma das exig ncias do grupo que, no final de semana a ser escolhido, as noites estejam iluminadas pela lua o maior tempo poss vel. A figura representa as fases da lua no per odo proposto. Considerando-se as caracter sticas de cada uma das fases da lua e o comportamento desta no per odo delimitado, pode-se afirmar que, dentre os fins de semana, o que melhor atenderia s exig ncias dos pescadores corresponde aos dias (A) 08 e 09 de setembro. (B) 15 e 16 de setembro. (C) 22 e 23 de setembro. (D) 29 e 30 de setembro. (E) 06 e 07 de outubro. 52 Na solu o aquosa das subst ncias org nicas prebi ticas (antes da vida), a cat lise produziu a s ntese de mol culas complexas de toda classe, inclusive prote nas e cidos nucl icos. A natureza dos catalisadores primitivos que agiam antes n o conhecida. quase certo que as argilas desempenharam papel importante: cadeias de amino cidos podem ser produzidas no tubo de ensaio mediante a presen a de certos tipos de argila. (...) Mas o avan o verdadeiramente criativo que pode, na realidade, ter ocorrido apenas uma vez ocorreu quando uma mol cula de cido nucl ico aprendeu a orientar a reuni o de uma prote na, que, por sua vez, ajudou a copiar o pr prio cido nucl ico. Em outros termos, um cido nucl ico serviu como modelo para a reuni o de uma enzima que poderia ent o auxiliar na produ o de mais cido nucl ico. Com este desenvolvimento apareceu o primeiro mecanismo potente de realiza o. A vida tinha come ado. Adaptado de: LURIA, S.E. Vida: experi ncia inacabada. Belo Horizonte: Editora Itatiaia; S o Paulo: EDUSP, 1979. Considere o esquema ao lado: O avan o verdadeiramente criativo citado no texto deve ter ocorrido no per odo (em bilh es de anos) compreendido aproximadamente entre (A) (B) (C) (D) (E) 5,0 e 4,5. 4,5 e 3,5. 3,5 e 2,0. 2,0 e 1,5. 1,0 e 0,5. Adaptado de GEPEQ Grupo de Pesquisa em Educa o Qu mica. USP Intera es e Transforma es III atmosfera: fonte de materiais extrativos e sint ticos. S o Paulo: EDUSP, 1998. 53 Good-bye N o mais boa noite, nem bom dia S se fala good morning, good night J se desprezou o lampi o de querosene L no morro s se usa a luz da Light Oh yes! A marchinha Good-bye, composta por Assis Valente h cerca de 50 anos, refere-se ao ambiente das favelas dos morros cariocas. A estrofe citada mostra (A) como a quest o do racionamento da energia el trica, bem como a da penetra o dos anglicismos no vocabul rio brasileiro, iniciaram-se em meados do s culo passado. (B) como a modernidade, associada simbolicamente eletrifica o e ao uso de anglicismos, atingia toda a popula o brasileira, mas tamb m como, a despeito disso, persistia a desigualdade social. (C) como as popula es exclu das se apropriavam aos poucos de elementos de modernidade, saindo de uma situa o de exclus o social, o que sugerido pelo t tulo da m sica. (D) os resultados ben ficos da pol tica de boa vizinhan a norte-americana, que permitia aos poucos que o Brasil se inserisse numa cultura e economia globalizadas. (E) o desprezo do compositor pela cultura e pelas condi es de vida atrasadas caracter sticas do morro , isto , dos bairros pobres da cidade do Rio de Janeiro. 20 PROVA 1 - AMARELA ENEM 2002 54 A tabela refere-se a um estudo realizado entre 1994 e 1999 sobre viol ncia sexual com pessoas do sexo feminino no Brasil. A partir dos dados da tabela e para o grupo feminino estudado, s o feitas as seguintes afirma es: I. II. III. IV. A mulher n o poupada da viol ncia sexual dom stica em nenhuma das faixas et rias indicadas. A maior parte das mulheres adultas agredida por parentes consang neos. As adolescentes s o v timas de quase todos os tipos de agressores. Os pais, biol gicos, adotivos e padrastos, s o autores de mais de 1/3 dos casos de viol ncia sexual envolvendo crian as. verdadeiro apenas o que se afirma em (A) I e III. (B) I e IV. (C) II e IV. (D) I, III e IV. (E) II, III e IV. 55 As cidades de Quito e Cingapura encontram-se pr ximas linha do equador e em pontos diametralmente opostos no globo terrestre. Considerando o raio da Terra igual a 6370 km, pode-se afirmar que um avi o saindo de Quito, voando em m dia 800 km/h, descontando as paradas de escala, chega a Cingapura em aproximadamente (A) (B) (C) (D) (E) 16 horas. 20 horas. 25 horas. 32 horas. 36 horas. 56 A cr nica muitas vezes constitui um espa o para reflex o sobre aspectos da sociedade em que vivemos. Eu, na rua, com pressa, e o menino segurou no meu bra o, falou qualquer coisa que n o entendi. Fui logo dizendo que n o tinha, certa de que ele estava pedindo dinheiro. N o estava. Queria saber a hora. Talvez n o fosse um Menino De Fam lia, mas tamb m n o era um Menino De Rua. assim que a gente divide. Menino De Fam lia aquele bem-vestido com t nis da moda e camiseta de marca, que usa rel gio e a m e d outro se o dele for roubado por um Menino De Rua. Menino De Rua aquele que quando a gente passa perto segura a bolsa com for a porque pensa que ele pivete, trombadinha, ladr o. (...) Na verdade n o existem meninos De rua. Existem meninos NA rua. E toda vez que um menino est NA rua porque algu m o botou l . Os meninos n o v o sozinhos aos lugares. Assim como s o postos no mundo, durante muitos anos tamb m s o postos onde quer que estejam. Resta ver quem os p e na rua. E por qu . COLASSANTI, Marina. In: Eu sei, mas n o devia. Rio de Janeiro: Rocco, 1999. No terceiro par grafo em ... n o existem meninos De rua. Existem meninos NA rua. , a troca de De pelo Na determina que a rela o de sentido entre menino e rua seja (A) (B) (C) (D) (E) de localiza o e n o de qualidade. de origem e n o de posse. de origem e n o de localiza o. de qualidade e n o de origem. de posse e n o de localiza o. 21 PROVA 1 - AMARELA ENEM 2002 57 O Puma concolor (su uarana, puma, le o da montanha) o maior felino das Am ricas, com uma distribui o biogeogr fica que se estende da Patag nia ao Canad . O padr o de distribui o mostrado na figura est associado a poss veis caracter sticas desse felino: I. II. III. IV. muito resistente a doen as. facilmente domestic vel e criado em cativeiro. tolerante a condi es clim ticas diversas. Ocupa diversos tipos de forma es vegetais. Caracter sticas desse felino compat veis com sua distribui o biogeogr fica est o evidenciadas apenas em (A) (B) (C) (D) (E) I e II. I e IV. III e IV. I, II e IV. II, III e IV. 58 Michel Eyquem de Montaigne (1533-1592) compara, nos trechos, as guerras das sociedades Tupinamb com as chamadas guerras de religi o dos franceses que, na segunda metade do s culo XVI, opunham cat licos e protestantes. ( ) n o vejo nada de b rbaro ou selvagem no que dizem daqueles povos; e, na verdade, cada qual considera b rbaro o que n o se pratica em sua terra. ( ) N o me parece excessivo julgar b rbaros tais atos de crueldade [o canibalismo] , mas que o fato de condenar tais defeitos n o nos leve cegueira acerca dos nossos. Estimo que mais b rbaro comer um homem vivo do que o comer depois de morto; e pior esquartejar um homem entre supl cios e tormentos e o queimar aos poucos, ou entreg -lo a c es e porcos, a pretexto de devo o e f , como n o somente o lemos mas vimos ocorrer entre vizinhos nossos conterr neos; e isso em verdade bem mais grave do que assar e comer um homem previamente executado. ( ) Podemos portanto qualificar esses povos como b rbaros em dando apenas ouvidos intelig ncia, mas nunca se compararmos a n s mesmos, que os excedemos em toda sorte de barbaridades. MONTAIGNE, Michel Eyquem de, Ensaios, S o Paulo: Nova Cultural, 1984. De acordo com o texto, pode-se afirmar que, para Montaigne, (A) (B) (C) (D) (E) a id ia de relativismo cultural baseia-se na hip tese da origem nica do g nero humano e da sua religi o. a diferen a de costumes n o constitui um crit rio v lido para julgar as diferentes sociedades. os ind genas s o mais b rbaros do que os europeus, pois n o conhecem a virtude crist da piedade. a barb rie um comportamento social que pressup e a aus ncia de uma cultura civilizada e racional. a ingenuidade dos ind genas equivale racionalidade dos europeus, o que explica que os seus costumes s o similares. 59 Nas discuss es sobre a exist ncia de vida fora da Terra, Marte tem sido um forte candidato a hospedar vida. No entanto, h ainda uma enorme varia o de crit rios e considera es sobre a habitabilidade de Marte, especialmente no que diz respeito exist ncia ou n o de gua l quida. Alguns dados comparativos entre a Terra e Marte est o apresentados na tabela. Com base nesses dados, poss vel afirmar que, dentre os fatores abaixo, aquele mais adverso exist ncia de gua l quida em Marte sua (A) (B) (C) (D) (E) grande dist ncia ao Sol. massa pequena. acelera o da gravidade pequena. atmosfera rica em CO2 . temperatura m dia muito baixa. 22 PROVA 1 - AMARELA ENEM 2002 As reas numeradas no gr fico mostram a composi o em volume, aproximada, dos gases na atmosfera terrestre, desde a sua forma o at os dias atuais. 60 Considerando apenas a composi o atmosf rica, isolando outros fatores, pode-se afirmar que: I. II. III. n o podem ser detectados f sseis de seres aer bicos anteriores a 2,9 bilh es de anos. as grandes florestas poderiam ter existido h aproximadamente 3,5 bilh es de anos. o ser humano poderia existir h aproximadamente 2,5 bilh es de anos. correto o que se afirma em (A) (B) (C) (D) (E) I, apenas. II, apenas. I e II, apenas. II e III, apenas. I, II e III. 61 No que se refere composi o em volume da atmosfera terrestre h 2,5 bilh es de anos, pode-se afirmar que o volume de oxig nio, em valores percentuais, era de, aproximadamente, (A) 95%. (B) 77%. (C) 45%. (D) 21%. (E) 5%. 62 A idade da pedra chegou ao fim, n o porque faltassem pedras; a era do petr leo chegar igualmente ao fim, mas n o por falta de petr leo . Xeque Yamani, Ex-ministro do Petr leo da Ar bia Saudita. O Estado de S. Paulo, 20/08/2001. Considerando as caracter sticas que envolvem a utiliza o das mat rias-primas citadas no texto em diferentes contextos hist rico-geogr ficos, correto afirmar que, de acordo com o autor, a exemplo do que aconteceu na Idade da Pedra, o fim da era do Petr leo estaria relacionado (A) (B) (C) (D) (E) redu o e esgotamento das reservas de petr leo. ao desenvolvimento tecnol gico e utiliza o de novas fontes de energia. ao desenvolvimento dos transportes e conseq ente aumento do consumo de energia. ao excesso de produ o e conseq ente desvaloriza o do barril de petr leo. diminui o das a es humanas sobre o meio ambiente. 63 De acordo com a hist ria em quadrinhos protagonizada por Hagar e seu filho Hamlet, pode-se afirmar que a postura de Hagar (A) (B) (C) (D) (E) valoriza a exist ncia da diversidade social e de culturas, e as v rias representa es e explica es desse universo. desvaloriza a exist ncia da diversidade social e as v rias culturas, e determina uma nica explica o para esse universo. valoriza a possibilidade de explicar as sociedades e as culturas a partir de v rias vis es de mundo. valoriza a pluralidade cultural e social ao aproximar a vis o de mundo de navegantes e n o-navegantes. desvaloriza a pluralidade cultural e social, ao considerar o mundo habitado apenas pelos navegantes. 23 PROVA 1 - AMARELA Exame de 2002 GABARITOS Amarela Branca Rosa Verde Q1 A A E C Q2 C B A D Q3 E A D B Q4 E E C C Q5 D A B B Q6 B D A A Q7 C B C C Q8 C C D D Q9 E C B E Q10 C A A E Q11 C C B D Q12 A E A B Q13 C C A C Q14 A C C C Q15 B E A E Q16 A E C C Q17 C D E C Q18 B A B A Q19 A C E C Q20 E C E A Q21 B B D B Q22 E E B A Q23 E C C A Q24 D B C C Q25 E A E E Q26 A E C B Q27 D B C E Q28 C E A A Q29 D E C D Q30 B D A E Q31 E B E E Q32 E B B A Q33 A C B C Q34 A C E D Q35 C D B E Q36 E B E A Q37 B A E C Q38 B E D E Q39 B B E B Q40 C B E A Q41 A E A C Q42 C E B D Q43 D A B C Q44 C A C B Q45 B C A B Q46 C E C B Q47 D B D C Q48 C A C A Q49 D C B E Q50 E D C B Q51 D C D B Q52 B B D D Q53 B C B B Q54 D D B B Q55 C C D D Q56 A D C C Q57 C E A A Q58 B D C C Q59 E B D B Q60 A B E E Q61 E D C E Q62 B C B E Q63 B A E D ENEM/2002 REDA O Vers o amarela Para que existam hoje os direitos pol ticos, o direito de votar e ser votado, de escolher seus governantes e representantes, a sociedade lutou muito. www.iarabernardi.gov.br. 01/03/02. Com cio pelas Diretas J , em S o Paulo, 1984. A pol tica foi inventada pelos humanos como o modo pelo qual pudessem expressar suas diferen as e conflitos sem transform -los em guerra total, em uso da for a e exterm nio rec proco. (...) A pol tica foi inventada como o modo pelo qual a sociedade, internamente dividida, discute, delibera e decide em comum para aprovar ou reiterar a es que dizem respeito a todos os seus membros. Marilena Chau . Convite filosofia. S o Paulo: tica, 1994. A democracia subversiva. subversiva no sentido mais radical da palavra. Em rela o perspectiva pol tica, a raz o da prefer ncia pela democracia reside no fato de ser ela o principal rem dio contra o abuso do poder. Uma das formas (n o a nica) o controle pelo voto popular que o m todo democr tico permite p r em pr tica. Vox populi vox dei. Norberto Bobbio. Qual socialismo? Discuss o de uma alternativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. Texto adaptado. Se voc tem mais de 18 anos, vai ter de votar nas pr ximas elei es. Se voc tem 16 ou 17 anos, pode votar ou n o. O mundo exige dos jovens que se arrisquem. Que alucinem. Que se metam onde n o s o chamados. Que sejam encrenqueiros e barulhentos. Que, enfim, exijam o imposs vel. Resta construir o mundo do amanh . Parte OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 desse trabalho votar. N o s cumprir uma obriga o. Tem de votar com horm nios, com ambi o, com sangue fervendo nas veias. Para impor aos vitoriosos suas exig ncias antes e principalmente depois das elei es. Andr Forastieri. Muito al m do voto. poca. 6 de maio de 2002. Texto adaptado. Considerando a foto e os textos apresentados, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema O direito de votar: como fazer dessa conquista um meio para promover as transforma es sociais de que o Brasil necessita? Ao desenvolver o tema, procure utilizar os conhecimentos adquiridos e as reflex es feitas ao longo de sua forma o. Selecione, organize e relacione argumentos, fatos e opini es, e elabore propostas para defender seu ponto de vista. Observa es: Lembre-se de que a situa o de produ o de seu texto requer o uso da modalidade escrita culta da l ngua portuguesa. O texto n o deve ser escrito em forma de poema (versos) ou narra o. O texto dever ter no m nimo 15 (quinze) linhas escritas. A reda o dever ser apresentada a tinta e desenvolvida na folha pr pria. O rascunho poder ser feito na ltima p gina deste Caderno. COMENT RIO DE REDA O Mais do que nunca, a Banca Examinadora do ENEM mostrou-se sintonizada com os assuntos que v m mobilizando a opini o p blica ao propor o direito de votar como tema a ser desenvolvido numa disserta o. Para orientar o candidato, apresentaram-se, al m de uma foto do Com cio Diretas J , realizado na capital paulista no ano de 1984, diversos fragmentos extra dos das mais diferentes fontes: o primeiro, divulgado na Internet, referindo-se diretamente luta empreendida pela sociedade para que se conquistassem os direitos pol ticos em especial aqueles relacionados ao voto; j o segundo, da fil sofa Marilena Chau , definindo a pol tica como uma inven o que possibilitou aos humanos expressar suas diferen as e conflitos por meio de discuss es, delibera es e decis es feitas em comum. No terceiro texto, Norberto Bobbio explica sua op o pela democracia por consider -la o principal rem dio contra o abuso de poder , pela via do voto popular. No quinto e ltimo texto, o jornalista Andr Forastieri convoca o segmento jovem a ir al m da obriga o e votar com horm nios, com ambi o, com sangue fervendo nas veias em suma, a participar ativamente da constru o do mundo futuro. Ap s a leitura atenta de todos esses textos, o candidato deveria selecionar as id ias e informa es que OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 fossem ao encontro de seus pr prios pontos de vista acerca do assunto. Caberia, por exemplo, proceder a uma an lise cr tica dos fatores que t m levado muitos cidad os jovens, inclusive a encarar o voto como dever, como instrumento de manuten o do establishment, e n o como meio de promo o das transforma es sociais necess rias ao pa s. Tanto para justificar quanto para condenar tal desinteresse, seria apropriado mencionar os constantes abusos de poder, protagonizados em grande parte pelos pol ticos, que t m levado o Brasil a figurar com destaque na lista dos pa ses mais corruptos do mundo. Assim, se por um lado o uso indevido da prerrogativa pol tica pode gerar nos cidad os eleitores uma apatia em rela o possibilidade de mudan as, pode, por outro, impulsionar o desejo de fazer valer o sentido real de democracia e apostar naquilo que, at onde se sabe, o nico e mais eficaz meio de p r fim aos abusos: o voto. 1a Miguilim De repente l vinha um homem a cavalo. Eram dois. Um senhor de fora, o claro de roupa. Miguilim saudou, pedindo a b n o. O homem trouxe o cavalo c bem junto. Ele era de culos, corado, alto, com um chap u diferente, mesmo. Deus te aben oe, pequenino. Como teu nome? Miguilim. Eu sou irm o do Dito. E o seu irm o Dito o dono daqui? N o, meu senhor. O Ditinho est em gl ria. O homem esbarrava o avan o do cavalo, que era zelado, mante do, formoso como nenhum outro. Redizia: Ah, n o sabia, n o. Deus o tenha em sua guarda... Mas que que h , Miguilim? Miguilim queria ver se o homem estava mesmo sorrindo para ele, por isso que o encarava. Por que voc aperta os olhos assim? Voc n o limpo de vista? Vamos at l . Quem que est em tua casa? M e, e os meninos... Estava M e, estava tio Terez, estavam todos. O senhor alto e claro se apeou. O outro, que vinha com ele, era um camarada. O senhor perguntava M e muitas coisas do Miguilim. Depois perguntava a ele mesmo: Miguilim, espia da : quantos dedos da minha m o voc est enxergando? E agora? ROSA, Jo o Guimar es, Manuelz o e Miguilim. 9 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984. Esta hist ria, com narrador observador em terceira pessoa, apresenta os acontecimentos da perspectiva de Miguilim. O fato de o ponto de vista do narrador ter Miguilim como refer ncia, inclusive espacial, fica explicitado em: a) O homem trouxe o cavalo c bem junto. b) Ele era de culos, corado, alto (...) c) O homem esbarrava o avan o do cavalo, (...) d) Miguilim queria ver se o homem estava mesmo sorrindo para ele, (...) e) Estava M e, estava tio Terez, estavam todos OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 Resolu o A refer ncia da locu o adverbial c bem junto ao espa o pr ximo de Miguilim. Note-se, contudo, que a observa o constante da formula o do teste, segundo a qual o texto apresenta um narrador observador em terceira pessoa , imprecisa. Com efeito, o narrador tem acesso ao mundo privado de Miguilim ( Miguilim queria ver se o homem estava mesmo sorrindo para ele ), o que o caracteriza como narrador onisciente. A imprecis o, por m, em nada compromete a corre o do teste. 2c O mercado financeiro mundial funciona 24 horas por dia. As bolsas de valores est o articuladas, mesmo abrindo e fechando em diferentes hor rios, como ocorre com as bolsas de Nova Iorque, Londres, Pequim e S o Paulo. Todas as pessoas que, por exemplo, est o envolvidas com exporta es e importa es de mercadorias precisam conhecer os fusos hor rios para fazer o melhor uso dessas informa es. Considerando que as bolsas de valores come am a funcionar s 09:00 horas da manh e que um investidor mora em Porto Alegre, pode-se afirmar que os hor rios em que ele deve consultar as bolsas e a seq ncia em que as informa es s o obtidas est o corretos na alternativa: a) Pequim (20:00 horas), Nova Iorque (07:00 horas) e Londres (12:00 horas). b) Nova Iorque (07:00 horas), Londres (12:00 horas) e Pequim (20:00 horas). c) Pequim (20:00 horas), Londres (12:00 horas) e Nova Iorque (07:00 horas). d) Nova Iorque (07:00 horas), Londres (12:00 horas), Pequim (20:00 horas). e) Nova Iorque (07:00 horas), Pequim (20:00 horas), Londres (12:00 horas). Resolu o O importante nesta quest o n o fazer c lculo de fusos hor rios, mas perceber que ao abrir o preg o de uma bolsa de valores, deve-se come ar com a localidade que tem o hor rio mais adiantado e terminar com aquela que tem o menor hor rio. 3e OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 O excesso de peso pode prejudicar o desempenho de um atleta profissional em corridas de longa dist ncia como a maratona (42,2km), a meia-maratona (21,1km) ou uma prova de 10 km. Para saber uma aproxima o do intervalo de tempo a mais perdido para completar uma corrida devido ao excesso de peso, muitos atletas utilizam os dados apresentados na tabela e no gr fico: Altura (m) Peso (kg) ideal para atleta masculino de ossatura grande, corredor de longa dist ncia 1,57 56,9 1,58 57,4 1,59 58,0 1,60 58,5 : : Usando essas informa es, um atleta de ossatura grande, pesando 63 kg e com altura igual a 1,59m, que tenha corrido uma meia-maratona, pode estimar que, em condi es de peso ideal, teria melhorado seu tempo na prova em a) 0,32 minuto. b) 0,67 minuto. c) 1,60 minuto. d) 2,68 minutos. e) 3,35 minutos. Resolu o De acordo com a 1 tabela, para a altura de 1,59m o peso (na realidade deveria ser massa) ideal seria de 58,0 kg. Como o atleta pesa 63 kg, ele est 5 kg acima de seu peso ideal. Pela 2 tabela, para um excesso de peso de 1kg, em uma corrida de meia-maratona, o tempo perdido de 0,67 min. Para o excesso de peso de 5 kg temos: 5 . 0,67 min = 3,35 min 4e A chuva em locais n o polu dos levemente cida. Em locais onde os n veis de polui o s o altos, os valores do pH da chuva podem ficar abaixo de 5,5, recebendo, ent o, a denomina o de chuva cida . Este tipo de OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 chuva causa preju zos nas mais diversas reas: constru o civil, agricultura, monumentos hist ricos, entre outras. A acidez da chuva est relacionada ao pH da seguinte forma: concentra o de ons hidrog nio = 10-pH, sendo que o pH pode assumir valores entre 0 e 14. Ao realizar o monitoramento do pH da chuva em Campinas (SP) nos meses de mar o, abril e maio de 1998, um centro de pesquisa coletou 21 amostras, das quais quatro t m seus valores mostrados na tabela: Amostra pH Mar o 6 4 Abril 8 5 Abril 14 6 Maio 18 7 M s A an lise da f rmula e da tabela permite afirmar que: I. da 6 para a 14 amostra ocorreu um aumento de 50% na acidez. II. a 18 amostra a menos cida dentre as expostas. III. a 8 amostra dez vezes mais cida que a 14 . IV. as nicas amostras de chuvas denominadas cidas s o a 6 e a 8 . S o corretas apenas as afirmativas a) I e II. b) II e IV. c) I, II e IV. d) I, III e IV. e) II, III e IV. Resolu o I. Errada 6 amostra pH = 4 [H+] = 10 pH [H+] = 10 4 mol/L 14 amostra pH = 6 [H+] = 10 6 mol/L A acidez (concentra o de ons hidrog nio) diminuiu 100 vezes, de 10 4 (6 amostra) para 10 6 (14 amostra). II. Correta Quanto maior o valor do pH, menor a concentra o de ons hidrog nio e, portanto, menor a acidez. A 18 amostra a menos cida dentre as citadas. III. Correta 8 amostra: pH = 5 [H+] = 10 5 mol/L 14 amostra: pH = 6 [H+] = 10 6 mol/L [H+]8 amostra = 10 . [H+]14 amostra IV. Correta Como s o denominadas chuvas cidas aquelas cujo pH menor que 5,5 (de acordo com o texto), temos como amostras de chuvas cidas a 6 (pH = 4) e a 8 (pH = 5). 5d O Protocolo de Kyoto uma conven o das Na es Unidas que marco sobre mudan as clim ticas, estabelece que os pa ses mais industrializados devem OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 reduzir at 2012 a emiss o dos gases causadores do efeito estufa em pelo menos 5% em rela o aos n veis de 1990. Essa meta estabelece valores superiores ao exigido para pa ses em desenvolvimento. At 2001, mais de 120 pa ses, incluindo na es industrializadas da Europa e da sia, j haviam ratificado o protocolo. No entanto, nos EUA, o presidente George W. Bush anunciou que o pa s n o ratificaria Kyoto , com os argumentos de que os custos prejudicariam a economia americana e que o acordo era pouco rigoroso com os pa ses em desenvolvimento. Adaptado do Jornal do Brasil, 11/04/2001 Na tabela encontram-se dados sobre a emiss o de CO2. Pa ses Emiss es de CO2 Emiss es anuais desde 1950 de CO2 (bilh es de per capita toneladas) Estados Unidos ........186,1 ....................16 a 36 Uni o Europ ia..........127,8 ......................7 a 16 R ssia ........................68,4 ......................7 a 16 China ..........................57,6 ......................2,5 a 7 Jap o ..........................31,2 ......................7 a 16 ndia ............................15,5 ..................0,8 a 2,5 Pol nia ........................14,4 ......................7 a 16 frica do Sul ................8,5 ......................7 a 16 M xico ..........................7,8 ......................2,5 a 7 Brasil ............................6,6 ..................0,8 a 2,5 World Resources 2000/2001. Considerando os dados da tabela, assinale a alternativa que representa um argumento que se contrap e justificativa dos EUA de que o acordo de Kyoto foi pouco rigoroso com pa ses em desenvolvimento. a) A emiss o acumulada da Uni o Europ ia est pr xima dos EUA. b) Nos pa ses em desenvolvimento as emiss es s o equivalentes s dos EUA. c) A emiss o per capita da R ssia assemelha-se da Uni o Europ ia. d) As emiss es de CO2 nos pa ses em desenvolvimento citados s o muito baixas. e) A frica do Sul apresenta uma emiss o anual per capita relativamente alta. Resolu o H um enorme desn vel entre as emiss es de g s carb nico dos pa ses ditos desenvolvidos (EUA, pa ses da Uni o Europ ia, Jap o) e as dos pa ses em desenvolvimento, de forma que a exig ncia de maiores rigores com as emiss es dos pa ses subdesenvolvidos n o tem sentido; eles ainda est o longe de atingir n veis cr ticos. 6b A tabela mostra a evolu o da frota de ve culos leves, OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 e o gr fico, a emiss o m dia do poluente mon xido de carbono (em g/km) por ve culo da frota, na regi o metropolitana de S o Paulo, no per odo de 1992 a 2000. Ano 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 Frota a lcool (em milhares) 1250 1300 1350 1400 1350 1250 1200 1100 1050 Frota a Gasolina (em milhares) 2500 2750 3000 3350 3700 3950 4100 4400 4800 Adaptado de Cetesb: relat rio do ano de 2000. Comparando-se a emiss o m dia de mon xido de carbono dos ve culos a gasolina e a lcool, pode-se afirmar que I. no transcorrer do per odo 1992-2000, a frota a lcool emitiu menos mon xido de carbono. II. em meados de 1997, o ve culo a gasolina passou a poluir menos que o ve culo a lcool. III. o ve culo a lcool passou por um aprimoramento tecnol gico. correto o que se afirma apenas em a) I b) I e II. c) II. d) III. e) II e III. Resolu o I correta Pelo gr fico verifica-se que at meados de 1997 a emiss o de CO pelo carro a gasolina era maior que a do carro a lcool; e como a frota a gasolina sempre foi maior que a do carro a lcool, a emiss o desse poluente pela frota dos carros a lcool menor que a da frota dos carros a gasolina. A partir dessa data, pelo aprimoramento tecnol gico dos carros a gasolina, a emiss o de CO passou a ser menor que a do carro a lcool, mas mesmo assim a emiss o desse poluente pela frota a gasolina continua a ser maior que a da frota a lcool, em raz o do maior n mero de carros. Exemplo: ano 2000 OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 Gasolina lcool Carros: 1050 x 103 4800 x 103 Emiss o de CO (g/km): Total: 13 18 18900 x 103 62400 x 103 II correta Devido ao aprimoramento tecnol gico, o ve culo a gasolina passou a poluir menos que o ve culo a lcool, a partir de meados de 1997. III errada O aprimoramento tecnol gico ocorreu no ve culo a gasolina. 7c rico Ver ssimo relata, em suas mem rias, um epis dio da adolesc ncia que teve influ ncia significativa em sua carreira de escritor. Lembro-me de que certa noite eu teria uns quatorze anos, quando muito encarregaram-me de segurar uma l mpada el trica cabeceira da mesa de opera es, enquanto um m dico fazia os primeiros curativos num pobre-diabo que soldados da Pol cia Municipal haviam carneado . (...) Apesar do horror e da n usea, continuei firme onde estava, talvez pensando assim: se esse caboclo pode ag entar tudo isso sem gemer, por que n o hei de poder ficar segurando esta l mpada para ajudar o doutor a costurar esses talhos e salvar essa vida? (...) Desde que, adulto, comecei a escrever romances, tem-me animado at hoje a id ia de que o menos que o escritor pode fazer, numa poca de atrocidades e injusti as como a nossa, acender a sua l mpada, fazer luz sobre a realidade de seu mundo, evitando que sobre ele caia a escurid o, prop cia aos ladr es, aos assassinos e aos tiranos. Sim, segurar a l mpada, a despeito da n usea e do horror. Se n o tivermos uma l mpada el trica, acendamos o nosso toco de vela ou, em ltimo caso, risquemos f sforos repetidamente, como um sinal de que n o desertamos nosso posto. VER SSIMO, rico. Solo de Clarineta. Tomo I. Porto Alegre: Editora Globo, 1978. Neste texto, por meio da met fora da l mpada que ilumina a escurid o, rico Ver ssimo define como uma das fun es do escritor e, por extens o, da literatura, a) criar a fantasia. b) permitir o sonho. c) denunciar o real. d) criar o belo. e) fugir da n usea. Resolu o A express o do texto, segundo a qual o escritor pode fazer luz sobre a realidade de seu mundo , equivale ao que prop e a alternativa c: uma das fun es do escritor e, por extens o, da literatura denunciar o real . OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 8c Artemia um camar o primitivo que vive em guas salgadas, sendo considerado um f ssil vivo. Surpreendentemente, possui uma propriedade semelhante dos vegetais que a diapausa, isto , a capacidade de manter ovos dormentes (embri es latentes) por muito tempo. Fatores clim ticos ou altera es ambientais podem subitamente ativar a eclos o dos ovos, assim como, nos vegetais, tais altera es induzem a germina o de sementes. V rios estudos t m sido realizados com artemias, pois estes animais apresentam caracter sticas que sugerem um potencial biol gico: possuem alto teor de prote na e s o capazes de se alimentar de part culas org nicas e inorg nicas em suspens o. Tais caracter sticas podem servir de par metro para uma avalia o do potencial econ mico e ecol gico da artemia. Em um estudo foram consideradas as seguintes possibilidades: A varia o da popula o de artemia pode ser usaI. da como um indicador de polui o aqu tica. I. A artemia pode ser utilizada como um agente de descontamina o ambiental, particularmente em ambientes aqu ticos. III. A eclos o dos ovos um indicador de polui o qu mica. IV. Os camar es podem ser utilizados como fonte alternativa de alimentos de alto teor nutritivo. correto apenas o que se afirma em a) l e II. b) II e III. c) I, II e IV. d) II, III e IV. e) I, II, lll e IV. Resolu o A artemia, camar o de alto valor nutritivo, pode alimentar-se de part culas org nicas e inorg nicas em suspens o, resultantes da atividade decompositora. Portanto, s o corretas as afirma es I, II e IV. 9e Narizinho correu os olhos pela assist ncia. N o podia haver nada mais curioso. Besourinhos de fraque e flores na lapela conversavam com baratinhas de mantilha e mios tis nos cabelos. Abelhas douradas, verdes e azuis, falavam mal das vespas de cintura fina achando que era exagero usarem coletes t o apertados. Sardinhas aos centos criticavam os cuidados excessivos que as borboletas de toucados de gaze tinham com o p das suas asas. Mamangavas de ferr es amarrados para n o morderem. E can rios cantando, e beija-flores beijando flores, e camar es camaronando, e caranguejos caranguejando, tudo que pequenino e n o morde, pequeninando e n o mordendo. LOBATO, Monteiro. Reina es de Narizinho. S o Paulo: Brasiliense, 1947. No ltimo per odo do trecho, h uma s rie de verbos no ger ndio que contribuem para caracterizar o ambiente fant stico descrito. Express es como camaronando , caranguejando e OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 pequeninando e n o mordendo criam, principalmente, efeitos de a) esvaziamento de sentido. b) monotonia do ambiente. c) estaticidade dos animais. d) interrup o dos movimentos. e) dinamicidade do cen rio. Resolu o Os neologismos camaronando , caranguejando e pequeninando e n o mordendo , criados a partir de substantivos e adjetivos, imprimem movimento descri o, por meio da pura enuncia o das a es expressa pelos ger ndios. Nativas do Brasil, as v rias esp cies das plantas conhecidas como fava-d anta t m lugar garantido no mercado mundial de produtos cosm ticos e farmac uticos. Elas praticamente n o t m concorrentes, pois apenas uma outra planta chinesa produz os elementos cobi ados pela ind stria mundial. As plantas acham-se dispersas no cerrado e a sua explora o feita pela coleta manual das favas ou, ainda, com instrumentos r sticos (garfos e forquilhas) que retiram os frutos das pontas dos galhos. Alguns catadores quebram galhos ou arbustos para facilitar a coleta. Depois da coleta, as vagens s o vendidas aos atacadistas locais que as revendem a atacadistas regionais, estes sim, os revendedores de fava para as ind strias. Depois de processados, os produtos s o exportados. Embora os moradores da regi o tenham um vasto conhecimento sobre h bitos e usos da fauna e flora locais, pouco ou nada sabem sobre a produ o de mudas de esp cies nativas e, ainda, sobre o destino e o aproveitamento da mat ria-prima extra da da fava d anta. Adaptado de: Extrativismo e biodiversidade: o caso da favad anta. Ci ncia Hoje, junho, 2000. 10 c Ainda que a extra o das vagens n o seja prejudicial s rvores, a estrat gia usada na sua coleta, aliada eventual press o de mercado, s o fatores que podem prejudicar a renova o natural da fava d anta. Uma proposta vi vel para que estas plantas nativas n o corram nenhum risco de extin o a) introduzir a coleta mecanizada das favas, reduzindo tanto as perdas durante a coleta quanto os eventuais danos s plantas. b) conservar o solo e aumentar a produtividade dessas plantas por meio de irriga o e reposi o de sais minerais. c) domesticar a esp cie, introduzindo viveiros que possam abastecer a regi o de novas mudas, caso isto se torne necess rio. d) proibir a coleta das favas, aplicando pesadas multas aos infratores. e) diversificar as atividades econ micas na regi o do OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 cerrado para aumentar as fontes de renda dos trabalhadores. Resolu o Uma proposta vi vel para evitar o risco de extin o da esp cie o plantio de sementes em viveiros e o transplante de novas mudas para as regi es onde ocorre diminui o da popula o. 11 c A coleta de favas feita por fam lias inteiras de trabalhadores rurais (n o-propriet rios). Enquanto o jovem apanhador de favas pode ganhar at R$7,50 por dia, os demais trabalhadores adultos ganham, em m dia, R$5,12 por dia, podendo dedicar-se a outras atividades extrativistas: a coleta de pequis e pan s, frutos vendidos beira da estrada, e de lenha, vendida a pequenos compradores. A tabela apresenta a renda m dia anual dos jovens e adolescentes de uma cidade de Minas Gerais, com essas atividades extrativistas. PRODUTO RENDA RENDA M DIA (R$) ANUAL (R$) Pequi Pan Fava-d'anta Lenha TOTAL 25 (saca) 2 (unidade) 5 (saca) 5 (carro a) 500 80 60 240 880 PARTICIPA O (%) NA RENDA TOTAL 56,81 9,09 6,81 27,29 100 Ci ncia Hoje, junho de 2000. Foram feitas as seguintes afirma es sobre a import ncia socioecon mica do extrativismo da fava-d anta: I. A desinforma o impede qualquer controle da situa o por parte dos coletores, aos quais cabe apenas o papel de trabalhadores bra ais. II. O retorno financeiro para a popula o compat vel com a import ncia dos produtos derivados da fava. III. A atividade menos rent vel porque, entre os compradores de favas, existem atravessadores, ao contr rio do que acontece na venda do pequi. IV. A atividade eleva o sal rio di rio do trabalhador, representando a fonte mais importante de sua renda anual. Est correto apenas o que se afirma em a) I, III e IV. b) II, III e IV. c) l e III. d) II e IV. e) I e IV. Resolu o O texto apresentado indica a desinforma o e a presen a de atravessadores nas atividades relacionadas coleta da fava d anta, que a menos rent vel para os trabalhadores. 12 a Os seres humanos podem tolerar apenas certos intervalos de temperatura e umidade relativa (UR), e, nessas condi es, outras vari veis, como os efeitos do sol OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 e do vento, s o necess rias para produzir condi es confort veis, nas quais as pessoas podem viver e trabalhar. O gr fico mostra esses intervalos: Adaptado de The Random House Encyclopedias, new rev, 3 ed, 1990. A tabela mostra temperaturas e umidades relativas do ar de duas cidades, registradas em tr s meses do ano Mar o Maio Outubro T ( C) UR(%) T ( C) UR(%) T ( C) UR(%) Campo Grande 25 82 20 60 25 58 Curitiba 72 19 80 18 75 27 Com base nessas informa es, pode-se afirmar que condi es ideais s o observadas em a) Curitiba com vento em mar o, e Campo Grande, em outubro. b) Campo Grande com vento em mar o, e Curitiba com sol em maio. c) Curitiba, em outubro, e Campo Grande com sol em mar o. d) Campo Grande com vento em mar o, Curitiba com sol em outubro. e) Curitiba, em maio, e Campo Grande, em outubro. Resolu o As condi es ideais podem ser observadas em Curitiba, na transi o do ver o para o outono, com vento, e em Campo Grande, em outubro, na primavera. 13 c No gr fico est o representados os gols marcados e os gols sofridos por uma equipe de futebol nas dez primeiras partidas de um determinado campeonato. OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 Considerando que, neste campeonato, as equipes ganham 3 pontos para cada vit ria, 1 ponto por empate e 0 ponto em caso de derrota, a equipe em quest o, ao final da d cima partida, ter acumulado um n mero de pontos igual a a) 15. b) 17. c) 18. d) 20. e) 24. Resolu o O gr fico tracejado (de gols marcados) est acima do gr fico cont nuo (de gols sofridos) em cinco datas e est o juntos em outras tr s datas. Assim sendo, a equipe em quest o teve cinco vit rias e tr s empates, totalizando 5 . 3 + 3 . 1 = 18 pontos. 14 a OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 Na charge, a arrog ncia do gato com rela o ao comportamento alimentar da minhoca, do ponto de vista biol gico, a) n o se justifica, porque ambos, como consumidores, devem cavar diariamente o seu pr prio alimento. b) justific vel, visto que o felino possui fun o superior da minhoca numa teia alimentar. c) n o se justifica, porque ambos s o consumidores prim rios em uma teia alimentar. d) justific vel, porque as minhocas, por se alimentarem de detritos, n o participam das cadeias alimentares. e) justific vel, porque os vertebrados ocupam o topo das teias alimentares. Resolu o A arrog ncia do felino n o se justifica porque, sendo ambos consumidores, devem lutar para obter seu alimento, por serem heter trofos. 15 b Na constru o civil, muito comum a utiliza o de ladrilhos ou azulejos com a forma de pol gonos para o revestimento de pisos ou paredes. Entretanto, n o s o todas as combina es de pol gonos que se prestam a pavimentar uma superf cie plana, sem que haja falhas ou superposi es de ladrilhos, como ilustram as figuras. A tabela traz uma rela o de alguns pol gonos regulares, com as respectivas medidas de seus ngulos internos. OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 Se um arquiteto deseja utilizar uma combina o de dois tipos diferentes de ladrilhos entre os pol gonos da tabela, sendo um deles octogonal, o outro tipo escolhido dever ter a forma de um a) tri ngulo. b) quadrado. c) pent gono. d) hex gono. e) ene gono. Resolu o Para que n o haja falhas, ou superposi o de ladrilhos, a soma dos ngulos internos dos ladrilhos, em torno do v rtice comum, deve ser igual a 360 . Assim, se um arquiteto deseja utilizar uma combina o de dois tipos diferentes de ladrilhos, sendo um deles octogonal, o outro tipo escolhido dever ser quadrado, pois 360 = 135 + 90 + 135 e, ent o, em torno do mesmo v rtice, teremos dois ladrilhos octogonais e um quadrado. 16 a Segundo uma organiza o mundial de estudos ambientais, em 2025, duas de cada tr s pessoas viver o situa es de car ncia de gua, caso n o haja mudan as no padr o atual de consumo do produto. Uma alternativa adequada e vi vel para prevenir a escassez, considerando-se a disponibilidade global, seria a) desenvolver processos de reutiliza o da gua. b) explorar leitos de gua subterr nea. c) ampliar a oferta de gua, captando-a em outros rios. d) captar guas pluviais. e) importar gua doce de outros estados. Resolu o Com a tend ncia do crescimento do consumo per capita e do aumento da popula o absoluta, a escassez de gua , nas pr ximas d cadas, algo iminente. A quest o n o se restringe apenas em ampliar o volume de gua dispon vel nem remanejar os dep sitos conhecidos disposi o, com capta o de gua subterr nea ou de lugares distantes. imperativo utilizar racionalmente os recursos h dricos, e a reutiliza o da gua a forma mais vi vel. 17 c O milho verde rec m-colhido tem um sabor adocicado. J o milho verde comprado na feira, um ou dois dias depois de colhido, n o mais doce, pois cerca de 50% dos carboidratos respons veis pelo sabor adocicado OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 s o convertidos em amido nas primeiras 24 horas. Para preservar o sabor do milho verde pode-se usar o seguinte procedimento em tr s etapas: 1 descascar e mergulhar as espigas em gua fervente por alguns minutos; 2 resfri -las em gua corrente; 3 conserv -las na geladeira. A preserva o do sabor original do milho verde pelo procedimento descrito pode ser explicada pelo seguinte argumento: a) O choque t rmico converte as prote nas do milho em amido at a satura o; este ocupa o lugar do amido que seria formado espontaneamente. b) A gua fervente e o resfriamento impermeabilizam a casca dos gr os de milho, impedindo a difus o de oxig nio e a oxida o da glicose. c) As enzimas respons veis pela convers o desses carboidratos em amido s o desnaturadas pelo tratamento com gua quente. d) Microrganismos que, ao retirarem nutrientes dos gr os, convertem esses carboidratos em amido, s o destru dos pelo aquecimento. e) O aquecimento desidrata os gr os de milho, alterando o meio de dissolu o onde ocorreria espontaneamente a transforma o desses carboidratos em amido. Resolu o O carboidrato de pequena cadeia (glicose), por polimeriza o, origina amido. Essa transforma o ocorre na presen a de enzima, que funciona como catalisador. enzima n C6H12O6 (C6H10O5)n + (n 1) H2O glicose amido Em gua quente, a enzima desnaturada, isto , ocorre altera o na sua estrutura, o que a faz perder a sua atividade catal tica. 18 b Os n veis de irradi ncia ultravioleta efetiva (IUV) indicam o risco de exposi o ao Sol para pessoas de pele do tipo II pele de pigmenta o clara. O tempo de exposi o segura (TES) corresponde ao tempo de exposi o aos raios solares sem que ocorram queimaduras de pele. A tabela mostra a correla o entre riscos de exposi o, IUV e TES. Riscos de exposi o IUV TES (em minutos) Baixo 0a2 M ximo 60 M dio 3a5 30 a 60 Alto 6a8 20 a 30 Extremo Acima de 8 M ximo 20 Uma das maneiras de se proteger contra queimaduras provocadas pela radia o ultravioleta o uso dos creOBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 mes protetores solares, cujo Fator de Prote o Solar (FPS) calculado da seguinte maneira: TPP FPS = TPD TPP = tempo de exposi o m nima para produ o de vermelhid o na pele protegida (em minutos). TPD = tempo de exposi o m nima para produ o de vermelhid o na pele desprotegida (em minutos). O FPS m nimo que uma pessoa de pele tipo II necessita para evitar queimaduras ao se expor ao Sol, considerando TPP o intervalo das 12:00 s 14:00h, num dia em que a irradi ncia efetiva maior que 8, de acordo com os dados fornecidos, a) 5. b) 6. c) 8. d) 10. e) 20. Resolu o Para IUV maior que 8, de acordo com a tabela, o valor 1 de TES de, no m ximo, 20 minutos = h. 3 Para produzir vermelhid o sem a pele estar protegida, 1 o TPD deve ser superior a 20 minutos = h. 3 De acordo com o enunciado, desejamos o valor TPP igual a 2h (intervalo entre 12h e 14h). Portanto: 2h TPP FPS = = 1 TPD h 3 FPS = 6 19 a Um estudo realizado com 100 indiv duos que abastecem seu carro uma vez por semana em um dos postos X, Y ou Z mostrou que: 45 preferem X a Y, e Y a Z. 25 preferem Y a Z, e Z a X. 30 preferem Z a Y, e Y a X. Se um dos postos encerrar suas atividades, e os 100 consumidores continuarem se orientando pelas prefer ncias descritas, poss vel afirmar que a lideran a de prefer ncia nunca pertencer a a) X. b) Y. c) Z. d) X ou Y. e) Y ou Z. Resolu o Nas condi es do problema, 1) se X encerrar suas atividades, 45 v o preferir Y a Z, 25 v o preferir Y a Z e 30 v o preferir Z a Y. Logo, 70 v o preferir Y a Z, e a lideran a ser de Y. 2) se Y encerrar suas atividades, 45 v o preferir X a Z, 25 v o preferir Z a X e 30 v o preferir Z a X. Logo, 55 v o preferir Z a X, e a lideran a ser de Z. 3) se Z encerrar suas atividades, 45 v o preferir X a Y, OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 25 v o preferir Y a X e 30 v o preferir Y a X. Logo, 55 v o preferir Y a X, e a lideran a ser de Y. Portanto, X nunca ocupar a lideran a de prefer ncia. 20 e O autor da tira utilizou os princ pios de composi o de um conhecido movimento art stico para representar a necessidade de um mesmo observador aprender a considerar, simultaneamente, diferentes pontos de vista. Adaptado de WATTERSON, Bill, Os dez anos de Calvin e Haroldo, V. 2, S o Paulo: Best News, 1996. Das obras reproduzidas, todas de autoria do pintor espanhol Pablo Picasso, aquela em cuja composi o foi adotado um procedimento semelhante : Resolu o OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 O enunciado, ao mencionar que o tradicional nico ponto de vista foi abandonado! e a perspectiva foi fraturada , remete-nos a algumas das propostas do Cubismo, corrente est tica da qual Picasso foi um dos iniciadores. Alude, especificamente, ao que se denominou simultane smo : a fus o de planos temporais e espaciais distintos, a mistura de planos, como se o observador tivesse o dom da ubiq idade e pudesse observar o objeto de v rios ngulos simultaneamente. O quadro reproduzido em e exemplifica esses procedimentos: basta observar a multiplicidade de perspectivas que faz com que os olhos e a boca de MarieTh r se pare am fragmentos de um rosto, rearticulado de uma maneira arbitr ria, n o-convencional. 21 b Em 1958, a sele o brasileira foi campe mundial pela primeira vez. O texto foi extra do da cr nica A alegria de ser brasileiro , do dramaturgo Nelson Rodrigues, publicada naquele ano pelo jornal ltima Hora. Agora, com a chegada da equipe imortal, as l grimas rolam. Convenhamos que a sele o as merece. Merece por tudo: n o s pelo futebol, que foi o mais belo que os olhos mortais j contemplaram, como tamb m pelo seu maravilhoso ndice disciplinar. At este Campeonato, o brasileiro julgava-se um cafajeste nato e heredit rio. Olhava o ingl s e tinha-Ihe inveja. Achava o ingl s o sujeito mais fino, mais s brio, de uma polidez e de uma cerim nia inenarr veis. E, s bito, h o Mundial. Todo mundo baixou o sarrafo no Brasil. Suecos, brit nicos, alem es, franceses, checos, russos, davam botinadas em penca. S o brasileiro se mantinha ferozmente dentro dos limites r gidos da esportividade. Ent o, se verificou o seguinte: o ingl s, tal como o conceb amos, n o existe. O nico ingl s que apareceu no Mundial foi o brasileiro. Por tantos motivos, vamos perder a vergonha (...), vamos sentar no meio-fio e chorar. Porque uma alegria ser brasileiro, amigos . Al m de destacar a beleza do futebol brasileiro, Nelson Rodrigues quis dizer que o comportamento dos jogadores dentro do campo a) foi prejudicial para a equipe e quase p s a perder a conquista da copa do mundo. b) mostrou que os brasileiros tinham as mesmas qualidades que admiravam nos europeus, principalmente nos ingleses. c) ressaltou o sentimento de inferioridade dos jogadores brasileiros em rela o aos europeus, o que os impediu de revidar agress es sofridas. d) mostrou que o choro poderia aliviar o sentimento de que os europeus eram superiores aos brasileiros. e) mostrou que os brasileiros eram iguais aos europeus, podendo comportar-se como eles, que n o respeitavam os limites da esportividade. Resolu o O trecho que comprova a afirma o da alternativa b o ingl s, tal como o conceb amos, n o existe. O OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 nico ingl s que apareceu no Mundial foi o brasileiro . 22 e Um terreno com o formato mostrado na figura foi herdado por quatro irm os e dever ser dividido em quatro lotes de mesma rea. Um dos irm os fez algumas propostas de divis o para que fossem analisadas pelos demais herdeiros. Dos esquemas abaixo, onde lados de mesma medida t m s mbolos iguais, o nico em que os quatro lotes n o possuem, necessariamente, a mesma rea : Resolu o Nos esquemas (A), (B), (C) e (D) cada um dos quatro 1 lotes desenhados tem exatamente da rea do ter4 reno original. No esquema (E) os quatro lotes desenhados s ter o a mesma rea se os lados indicados pelo s mbolo 1 tiverem exatamente do comprimento da base / 4 do paralelogramo configurado pelo terreno original. Assim sendo, os quatro lotes do esquema (E) n o possuem, necessariamente, a mesma rea. OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 23 e A palavra tatuagem relativamente recente. Toda a gente sabe que foi o navegador Cook que a introduziu no Ocidente, e esse escrevia tattou, termo da Polin sia de tatou ou tu tahou, desenho . (...) Desde os mais remotos tempos, vemo-la a transformar-se: distintivo honor fico entre uns homens, ferrete de ignom nia entre outros, meio de assustar o advers rio para os bret es, marca de uma classe de selvagens das ilhas marquesas (...) sinal de amor, de desprezo, de dio (...). H tr s casos de tatuagem no Rio, completamente diversos na sua significa o moral: os negros, os turcos com o fundo religioso e o bando de meretrizes, dos rufi es e dos humildes, que se marcam por crime ou por ociosidade. RIO, Jo o do. Os Tatuadores. Revista Kosmos. 1904, apud: A alma encantadora das ruas, SP: Cia das Letras, 1999. Com base no texto s o feitas as seguintes afirma es: I. Jo o do Rio revela como a tatuagem j estava presente na cidade do Rio de Janeiro, pelo menos desde o in cio do s culo XX, e era mais utilizada por alguns setores da popula o. II. A tatuagem, de origem polin sia, difundiu-se no ocidente com a caracter stica que permanece at hoje: utiliza o entre os jovens com fun o estritamente est tica. III. O texto mostra como a tatuagem uma pr tica que se transforma no tempo e que alcan a in meros sentidos nos diversos setores das sociedades e para as diferentes culturas. Est correto o que se afirma apenas em a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) I e III. Resolu o Jo o do Rio tece interessantes considera es sobre a origem e evolu o das tatuagens (s o termo de origem polin sia, pois a pr tica de tatuar o corpo j existia entre muitas outras culturas), chegando finalmente a esse costume no Rio de Janeiro de seu tempo. Assim, de acordo com o texto, n o se pode considerar que o uso de tatuagens tenha objetivos puramente est ticos e apenas ocorra entre jovens. 24 d Quando definem mol culas, os livros geralmente apresentam conceitos como: a menor parte da subst ncia capaz de guardar suas propriedades . A partir de defini es desse tipo, a id ia transmitida ao estudante a de que o constituinte isolado (mol culas) cont m os atributos do todo. como dizer que uma mol cula de gua possui densidade, press o de vapor, tens o superficial, ponto de fus o, ponto de ebuli o, etc. Tais propriedades pertencem ao conjunto, isto , manifestam-se nas rela es que as mol culas mant m entre si. Adaptado de OLIVEIRA, R. J. O Mito da Subst ncia. OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 Qu mica Nova na Escola, n 1, 1995. O texto evidencia a chamada vis o substancialista que ainda se encontra presente no ensino da Qu mica. Abaixo est o relacionadas algumas afirmativas pertinentes ao assunto. I. O ouro dourado, pois seus tomos s o dourados. II. Uma subst ncia macia n o pode ser feita de mol culas r gidas . III. Uma subst ncia pura possui pontos de ebuli o e fus o constantes, em virtude das intera es entre suas mol culas. IV. A expans o dos objetos com a temperatura ocorre porque os tomos se expandem. Dessas afirmativas, est o apoiadas na vis o substancialista criticada pelo autor apenas a) I e II. b) III e IV. c) I, II e III. d) I, II e IV. e) II, III e IV. Resolu o I. Correta De acordo com a vis o substancialista, o tomo de ouro a menor parte do ouro capaz de guardar as suas propriedades, portanto o tomo de ouro dourado. II. Correta De acordo com a vis o substancialista, a mol cula a menor parte da subst ncia capaz de guardar suas propriedades, portanto uma mol cula r gida n o pode formar uma subst ncia macia. III. Errada N o est relacionada com a vis o substancialista, pois os pontos de ebuli o e fus o dependem da intera o entre as mol culas. IV. Correta De acordo com a vis o substancialista, os objetos se expandem com o aumento da temperatura, porque os tomos se expandem. 25 e Em reportagem sobre crescimento da popula o brasileira, uma revista de divulga o cient fica publicou tabela com a participa o relativa de grupos et rios na popula o brasielira, no per odo de 1970 a 2050 (proje o), em tr s faixas de idade: abaixo de 15 anos; entre 15 e 65 anos; e acima de 65 anos. Admitindo-se que o t tulo da reportagem se refira ao grupo et rio cuja popula o cresceu sempre, ao longo do per odo registrado, um t tulo adequado poderia ser: a) O Brasil de fraldas b) Brasil: ainda um pa s de adolescentes c) O Brasil chega idade adulta d) O Brasil troca a escola pela f brica e) O Brasil de cabelos brancos OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 Resolu o Houve no per odo de 1970 2000 um aumento cont nuo da popula o adulta e idosa, indicando um processo de amadurecimento da popula o. A proje o para 2050 indica uma redu o percentual no n mero de adultos e o cont nuo aumento do n mero de idosos. 26 a Na compara o entre diferentes processos de gera o de energia, devem ser considerados aspectos econ micos, sociais e ambientais. Um fator economicamente relevante nessa compara o a efici ncia do processo. Eis um exemplo: a utiliza o do g s natural como fonte de aquecimento pode ser feita pela simples queima num fog o (uso direto), ou pela produ o de eletricidade em uma termoel trica e uso de aquecimento el trico (uso indireto). Os rendimentos correspondentes a cada etapa de dois desses processos est o indicados entre par nteses no esquema. Na compara o das efici ncias, em termos globais, entre esses dois processos (direto e indireto), verificase que a) a menor efici ncia de P2 deve-se, sobretudo, ao baixo rendimento da termoel trica. b) a menor efici ncia de P2 deve-se, sobretudo, ao baixo rendimento na distribui o. c) a maior efici ncia de P2 deve-se ao alto rendimento do aquecedor el trico. d) a menor efici ncia de P1 deve-se, sobretudo, ao baixo rendimento da fornalha. e) a menor efici ncia de P1 deve-se, sobretudo, ao alto rendimento de sua distribui o. Resolu o O rendimento global o produto dos rendimentos das diversas etapas: OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 No processo direto (P1): 1 = 0,95 . 0,70 = 0,665 No processo indireto (P2): 2 = 0,40 . 0,90 . 0,95 = 0,342 Portanto, o processo direto apresenta maior rendimento e o mais eficiente. O que mais compromete a efici ncia do processo indireto o baixo rendimento da termoel trica (0,40). 27 d O c digo de barras, contido na maior parte dos produtos industrializados, consiste num conjunto de v rias barras que podem estar preenchidas com cor escura ou n o. Quando um leitor ptico passa sobre essas barras, a leitura de uma barra clara convertida no n mero 0 e a de uma barra escura, no n mero 1. Observe ao lado um exemplo simplificado de um c digo em um sistema de c digo com 20 barras. Se o leitor ptico for passado da esquerda para a direita ir ler: 01011010111010110001 Se o leitor ptico for passado da direita para a esquerda ir ler: 10001101011101011010 No sistema de c digo de barras, para se organizar o processo de leitura ptica de cada c digo, deve-se levar em considera o que alguns c digos podem ter leitura da esquerda para a direita igual da direita para a esquerda, como o c digo 00000000111100000000, no sistema descrito acima. Em um sistema de c digos que utilize apenas cinco barras, a quantidade de c digos com leitura da esquerda para a direita igual da direita para a esquerda, desconsiderando-se todas as barras claras ou todas as escuras, a) 14 b) 12 c) 8 d) 6 e) 4 Resolu o Se um sistema de c digos utiliza apenas cinco barras, a quantidade de c digos com leitura da esquerda para a direita igual da direita para a esquerda, desconsiderando-se todas as barras claras ou todas as escuras 6, pois: 1) As barras A,B,C,D,E podem estar preenchidas com cor escura ou n o, ou seja, 2 possibilidades cada. OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 2) A e E devem estar preenchidas com a mesma cor: 2 possibilidades. B e D devem estar preenchidas com a mesma cor: 2 possibilidades. C tem 2 possibilidades de preenchimento. 3) Assim, existem 2.2.2 = 8 c digos com leitura da esquerda para a direita igual da direita para a esquerda, das quais 2 t m todas as barras claras ou todas escuras. Logo, a resposta 8 2 = 6. 28 c 1 (...) o recurso ao terror por parte de quem j det m o poder dentro do Estado n o pode ser arrolado entre as formas de terrorismo pol tico, porque este se qualifica, ao contr rio, como o instrumento ao qual recorrem determinados grupos para derrubar um governo acusado de manter-se por meio do terror . 2 Em outros casos os terroristas combatem contra um Estado de que n o fazem parte e n o contra um governo (o que faz com que sua a o seja conotada como uma forma de guerra), mesmo quando por sua vez n o representam um outro Estado. Sua a o aparece ent o como irregular, no sentido de que n o podem organizar um ex rcito e n o conhecem limites territoriais, j que n o prov m de um Estado . Dicion rio de Pol tica (org.) BOBBIO, N., MATTEUCCI, N. e PASQUINO, G., Bras lia: Edunb,1986. De acordo com as duas afirma es, poss vel comparar e distinguir os seguintes eventos hist ricos: I. Os movimentos guerrilheiros e de liberta o nacional realizados em alguns pa ses da frica e do sudeste asi tico entre as d cadas de 1950 e 70 s o exemplos do primeiro caso. II. Os ataques ocorridos na d cada de 1990, como s embaixadas de Israel, em Buenos Aires, dos EUA, no Qu nia e Tanz nia, e ao World Trade Center em 2001, s o exemplos do segundo caso. III. Os movimentos de liberta o nacional dos anos 50 a 70 na frica e sudeste asi tico, e o terrorismo dos anos 90 e 2001 foram a es contra um inimigo invasor e opressor, e s o exemplos do primeiro caso. correto o que se afirma apenas em a) I. b) II. c) l e ll. d) I e III. Resolu o OBJETIVO e) Il e III. E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 A afirma o II se encaixa perfeitamente no segundo conceito transcrito no enunciado da quest o. De fato, os tr s eventos mencionados s o comumente atribu dos organiza o terrorista Al-Qaeda embora no caso da embaixada israelense em Buenos Aires existam outras possibilidades igualmente plaus veis. O terrorismo praticado nesses casos enquadra-se na defini o de a o praticada contra um Estado (ou Estados) dos quais os terroristas n o fazem parte, sendo que os pr prios terroristas n o representam um Estado. Quanto aos movimentos guerrilheiros afro-asi ticos entre os anos 50 e 70, embora tenham tido um aspecto predominantemente militar, recorreram eventualmente a pr ticas terroristas o que nos permite enquadr -los no primeiro conceito. 29 d Os n meros e cifras envolvidos, quando lidamos com dados sobre produ o e consumo de energia em nosso pa s, s o sempre muito grandes. Apenas no setor residencial, em um nico dia, o consumo de energia el trica da ordem de 200 mil MWh, Para avaliar esse consumo, imagine uma situa o em que o Brasil n o dispusesse de hidrel tricas e tivesse de depender somente de termoel tricas, onde cada kg de carv o, ao ser queimado, permite obter uma quantidade de energia da ordem de 10 kWh. Considerando que um caminh o transporta, em m dia, 10 toneladas de carv o, a quantidade de caminh es de carv o necess ria para abastecer as termoel tricas, a cada dia, seria da ordem de a) 20. b) 200. c) 1.000. d) 2.000. e) 10.000. Resolu o Usando a regra de proporcionalidade, temos: 1 kg 10 kWh M 200 . 103 . 103 kWh 200 . 106 M = kg = 2 . 107 kg 10 Por outro lado, em rela o quantidade de caminh es, temos: 1 . 104 kg n .. 2 . 107 kg 2 . 107 n = 104 n = 2 . 103 30 b S falta o Senado aprovar o projeto de lei [sobre o uso de termos estrangeiros no Brasil] para que palavras como shopping center, delivery e drive-through sejam proibidas em nomes de estabelecimentos e marcas. OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 Engajado nessa valorosa luta contra o inimigo ianque, que quer fazer rea de livre com rcio com nosso inculto e belo idioma, venho sugerir algumas outras medidas que ser o de extrema import ncia para a preserva o da soberania nacional, a saber: Nenhum cidad o carioca ou ga cho poder dizer Tu vai em espa os p blicos do territ rio nacional; Nenhum cidad o paulista poder dizer Eu lhe amo e retirar ou acrescentar o plural em senten as como Me v um chopps e dois pastel ; Nenhum dono de borracharia poder escrever cartaz com a palavra borraxaria e nenhum dono de banca de jornal anunciar Vende-se cigarros ; Nenhum livro de gram tica obrigar os alunos a utilizar coloca es pronominais como casar-me-ei ou ver-se- o . PIZA, Daniel. Uma proposta imodesta. O Estado de S. Paulo, S o Paulo, 8/04/2001. No texto acima, o autor a) mostra-se favor vel ao teor da proposta por entender que a l ngua portuguesa deve ser protegida contra deturpa es de uso. b) ironiza o projeto de lei ao sugerir medidas que inibam determinados usos regionais e socioculturais da l ngua. c) denuncia o desconhecimento de regras elementares de concord ncia verbal e nominal pelo falante brasileiro. d) revela-se preconceituoso em rela o a certos registros ling sticos ao propor medidas que os controlem. e) defende o ensino rigoroso da gram tica para que todos aprendam a empregar corretamente os pronomes. Resolu o A s rie de recomenda es para inibir usos regionais e socioculturais da l ngua evidentemente ir nica, n o s pelo absurdo da imposi o, como tamb m pela sua inexeq ibilidade. Essas sugest es corroboram o tom ir nico de passagens como inimigo ianque , extrema import ncia para a preserva o da soberania nacional , dentre outras, presentes no primeiro par grafo. A corvina um peixe carn voro que se alimenta de crust ceos, moluscos e pequenos peixes que vivem no fundo do mar. bastante utilizada na alimenta o humana, sendo encontrada em toda a costa brasileira, embora seja mais abundante no sul do Pa s. A tabela registra a concentra o m dia anual de merc rio no tecido muscular de corvinas capturadas em quatro reas. OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 Concentra o Caracter sticas da rea reas de colem dia anual de ta das corvinas merc rio em tecido muscular (nanogramas/ grama) Ba a de Guanabara (RJ) 193,6 rea de intensa atividade portu ria, que recebe esgotos dom sticos n o tratados e rejeitos industriais de cerca de 6.000 fontes. Ba a de Ilha Grande (RJ) 153,8 Recebe rejeitos de parque industrial ainda em fase de crescimento e uma das principais fontes de pescado do estado. Ba a de Sepetiba (RJ) 124,0 rea sujeita a eficientes efeitos de mar e com baixa atividade pesqueira, sem fontes industriais de contamina o por merc rio. Lagoa da Concei o (SC) 90,6* Importante fonte de pescado no litoral catarinense, na qual praticamente inexiste contamina o industrial por merc rio. *Concentra o natural de merc rio, caracter stica de local n o contaminado. KEHRIG. H. A. & MALM, O. Merc rio: uma avalia o na costa brasileira. Ci ncia Hoje, outubro, 1997. 31 e Comparando as caracter sticas das quatro reas de coleta s respectivas concentra es m dias anuais de merc rio nas corvinas capturadas, pode-se considerar que, primeira vista, os resultados a) correspondem ao esperado, uma vez que o n vel de contamina o proporcional ao aumento da atividade industrial e do volume de esgotos dom sticos. b) n o correspondern ao esperado, especialmente no caso da Lagoa da Concei o, que n o apresenta contamina o industrial por merc rio. c) n o correspondem ao esperado no caso da Ba a da Ilha Grande e da Lagoa da Concei o, reas nas quais n o h fontes industriais de contamina o por OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 merc rio. d) correspondem ao esperado, ou seja, corvinas de regi es menos polu das apresentam as maiores concentra es de merc rio. e) correspondem ao esperado, exce o aos resultados da Ba a de Sepetiba, o que exige novas investiga es sobre o papel das mar s no transporte de merc rio. Resolu o As concentra es m dias anuais de merc rio nas corvinas capturadas correspondem ao esperado nas Ba as de Guanabara e Ilha Grande, devido grande atividade industrial. Na Ba a de Sepetiba, isenta de atividade industrial, a concentra o elevada em rela o normal pode ser atribu da s varia es das mar s. 32 e Segundo a legisla o brasileira, o limite m ximo permitido para as concentra es de merc rio total de 500 nanogramas por grama de peso mido. Ainda levando em conta os dados da tabela e o tipo de circula o do merc rio ao longo da cadeia alimentar, podese considerar que a ingest o, pelo ser humano, de corvinas capturadas nessas regi es, a) n o compromete a sua sa de, uma vez que a concentra o de merc rio sempre menor que o limite m ximo permitido pela legisla o brasileira. b) n o compromete a sua sa de, uma vez que a concentra o de poluentes diminui a cada novo consumidor que se acrescer cadeia alimentar. c) n o compromete a sua sa de, pois a concentra o de poluentes aumenta a cada novo consumidor que se acrescentar na cadeia alimentar. d) deve ser evitada, apenas quando entre as corvinas e eles se interponham outros consumidores, como, por exemplo, peixes de maior porte. e) deve ser evitada sempre, pois a concentra o de merc rio das corvinas ingeridas se soma j armazenada no organismo humano. Resolu o A ingest o de corvinas contaminadas com merc rio deve ser evitada pelo ser humano devido ao efeito cumulativo desse metal. 33 a Segundo mat ria publicada em um jornal brasileiro, Todo o lixo (org nico) produzido pelo Brasil hoje cerca de 20 milh es de toneladas por ano seria capaz de aumentar em 15% a oferta de energia el trica. Isso representa a metade da energia produzida pela hidrel trica de Itaipu. O segredo est na celulignina, combustivel s lido gerado a partir de um processo qu mico a que s o submetidos os res duos org nicos . O Estado de S o Paulo, 01/01/2001 Independentemente da viabilidade econ mica desse processo, ainda em fase de pesquisa, na produ o de OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 energia pela t cnica citada nessa mat ria, a celulignina faria o mesmo papel a) do g s natural em uma usina termoel trica. b) do vapor d' gua em uma usina termoel trica. c) da queda d' gua em uma usina hidrel trica. d) das p s das turbinas em uma usina e lica. e) do reator nuclear em uma usina termonuclear. Resolu o Pelo texto, a celulignina um combust vel, e a produ o de energia a partir dela se daria pela rea o qu mica de combust o. Dentre as alternativas citadas, a nica em que a produ o de energia ocorre atrav s de combust o a do g s natural em uma usina termoel trica. 34 a Numa rea de praia, a brisa mar tima uma conseq ncia da diferen a no tempo de aquecimento do solo e da gua, apesar de ambos estarem submetidos s mesmas condi es de irradia o solar. No local (solo) que se aquece mais rapidamente, o ar fica mais quente e sobe, deixando uma rea de baixa press o, provocando o deslocamento do ar da superf cie que est mais fria (mar). noite, ocorre um processo inverso ao que se verifica durante o dia. Como a gua leva mais tempo para esquentar (de dia), mas tamb m leva mais tempo para esfriar ( noite), o fen meno noturno (brisa terrestre) pode ser explicado da seguinte maneira: a) O ar que est sobre a gua se aquece mais; ao subir, deixa uma rea de baixa press o, causando um deslocamento de ar do continente para o mar. b) O ar mais quente desce e se desloca do continente para a gua, a qual n o conseguiu reter calor durante o dia. c) O ar que est sobre o mar se esfria e dissolve-se na gua; forma-se, assim, um centro de baixa press o, OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 que atrai o ar quente do continente. d) O ar que est sobre a gua se esfria, criando um centro de alta press o que atrai massas de ar continental. e) O ar sobre o solo, mais quente, deslocado para o mar, equilibrando a baixa temperatura do ar que est sobre o mar. Resolu o Durante a noite, a gua mant m-se aquecida pelo calor recebido durante o dia; o ar aquecido sobe, formando uma zona de baixa press o. Ao mesmo tempo, em terra, o r pido esfriamento da superf cie forma uma zona de alta press o e o ar continental come a, ent o, a se deslocar para o mar para cobrir a diferen a de press o, formando a brisa terrestre. 35 c Entre as in meras recomenda es dadas para a economia de energia el trica em uma resid ncia, destacamos as seguintes: Substitua l mpadas incandescentes por fluorescentes compactas. Evite usar o chuveiro el trico com a chave na posi o inverno ou quente . Acumule uma quantidade de roupa para ser passada a ferro el trico de uma s vez. Evite o uso de tomadas m ltiplas para ligar v rios aparelhos simultaneamente. Utilize, na instala o el trica, fios de di metros recomendados s suas finalidades. A caracter stica comum a todas essas recomenda es a proposta de economizar energia atrav s da tentativa de, no dia-a-dia, reduzir a) a pot ncia dos aparelhos e dispositivos el tricos. b) o tempo de utiliza o dos aparelhos e dispositivos. c) o consumo de energia el trica convertida em energia t rmica. d) o consumo de energia t rmica convertida em energia el trica. e) o consumo de energia el trica atrav s de correntes de fuga. Resolu o Em todas as situa es propostas est presente o efeito joule, que trata da transforma o de energia el trica em t rmica. 36 e A chuva determinada, em grande parte, pela topografia e pelo padr o dos grandes movimentos atmosf ricos ou meteorol gicos. O gr fico mostra a precipita o anual m dia (linhas verticais) em rela o altitude (curvas) em uma regi o em estudo. OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 De uma an lise ambiental desta regi o concluiu-se que: I. Ventos oce nicos carregados de umidade depositam a maior parte desta umidade, sob a forma de chuva, nas encostas da serra voltadas para o oceano. II. Como resultado da maior precipita o nas encostas da serra, surge uma regi o de poss vel desertifica o do outro lado dessa serra. III. Os animais e as plantas encontram melhores condi es de vida, sem per odos prolongados de seca, nas reas distantes 25km e 100km, aproximadamente, do oceano. correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) I e II, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. Resolu o No gr fico observa-se a maior altitude a 150km de dist ncia do litoral. Nessa regi o ocorrem chuvas topogr ficas (de relevo). Como o vento mido deixa a maior parte de sua umidade no lado voltado para o mar (barlavento), o outro lado da regi o montanhosa ter problemas de aridez. O trecho com maior biodiversidade encontrado no lado mais mido, favor vel forma o de florestas e presen a de animais. 37 b O continente africano em seu conjunto apresenta 44% de suas fronteiras apoiadas em meridianos e paralelos; 30% por linhas retas e arqueadas, e apenas 26% se referem a limites naturais que geralmente coincidem com os de locais de habita o dos grupos tnicos MARTIN, A. R., Fronteiras e Na es. Contexto, S o Paulo, 1998. Diferente do continente americano, onde quase que a totalidade das fronteiras obedecem a limites naturais, a frica apresenta as caracter sticas citadas em virtude, principalmente. a) da sua recente demarca o, que contou com t rmicas cartogr ficas antes desconhecidas. b) dos interesses de pa ses europeus preocupados com a partilha dos seus recursos naturais. c) das extensas reas des rticas que dificultam a demarca o dos limites naturais . d) da natureza n made das popula es africanas, especialmente aquelas oriundas da frica Subsaariana. OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 e) da grande extens o longitudinal, o que demandaria enormes gastos para demarca o. Resolu o A partilha da frica est ligada aos interesses europeus no continente, onde n o houve respeito s diferen as tnicas, culturais e econ micas das popula es. 38 b A capa de uma revista de grande circula o trazia a seguinte informa o, relativa a uma reportagem daquela edi o: O brasileiro diz que feliz na cama, mas debaixo dos len is 47% n o sentem vontade de fazer sexo . O texto abaixo, no entanto, adaptado da mesma reportagem, mostra que o dado acima est errado: "Outro problema predominantemente feminino a falta de desejo 35% das mulheres n o sentem nenhuma vontade de ter rela es. J entre os homens, apenas 12% se queixam de falta de desejo". Considerando que o n mero de homens na popula o seja igual ao de mulheres, a porcentagem aproximada de brasileiros que n o sentem vontade de fazer sexo, de acordo com a reportagem, a) 12%. b) 24%. c) 29%. d) 35%. e) 50%. Resolu o Se p for a popula o em faixa et ria sexualmente ativa, p p ser o n mero de mulheres e o n mero de ho2 2 mens. De acordo com a reportagem, o n mero de brasileiros que n o sentem vontade de fazer sexo p p 35% . + 12% . = 23,5% p, 2 2 aproximadamente 24%. 39 b Considere o papel da t cnica no desenvolvimento da constitui o de sociedades e tr s inven es tecnol gicas que marcaram esse processo: inven o do arco e flecha nas civiliza es primitivas, locomotiva nas civiliza es do s culo XIX e televis o nas civiliza es modernas. A respeito dessas inven es s o feitas as seguintes afirma es: I. A primeira ampliou a capacidade de a o dos bra os, provocando mudan as na forma de organiza o social e na utiliza o de fontes de alimenta o, II. A segunda tornou mais eficiente o sistema de transporte, ampliando possibilidades de locomo o e provocando mudan as na vis o de espa o e de tempo. III. A terceira possibilitou um novo tipo de lazer que, envolvendo apenas participa o passiva do ser humano, n o provocou mudan as na sua forma de conceber o mundo. Est correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) I e II, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 Resolu o A afirma o III est incorreta porque a televis o, ao deixar o espectator em uma posi o passiva, constituise em uma important ssima modeladora de opini o nas sociedades atuais (e n o propriamente modernas ) haja vista sua import ncia na sociedade de consumo e nas campanhas eleitorais. As duas outras afirma es s o corretas e se explicam por si mesmas: a primeira, ao enfatizar a import ncia do arco e da flecha na amplia o das possibilidades de ca ar entre os homens primitivos (que ainda n o haviam constitu do civiliza es ); a segunda, j no contexto do industrialismo do s culo XIX, ao mostrar que a inven o da locomotiva n o apenas serviu para dinamizar as atividades econ micas, como tamb m modificou os pr prios conceitos de tempo e espa o vigentes at ent o. 40 c Para testar o uso do algicida sulfato de cobre em tanques para cria o de camar es, estudou-se, em aqu rio, a resist ncia desses organismos a diferentes concentra es de ons cobre (representados por Cu2+). Os gr ficos relacionam a mortandade de camar es com a concentra o de Cu2+ e com o tempo de exposi o a esses ons. OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 Se os camar es utilizados na experi ncia fossem introduzidos num tanque de cria o contendo 20.000 L de gua tratada com sulfato de cobre, em quantidade suficiente para fornecer 50 g de ons cobre, estariam vivos, ap s 24 horas, cerca de a) 1/5. b) 1/4. c) 1/2. d) 2/3. e) 3/4. Resolu o C lculo da concentra o de ons cobre em mg/L no tanque de cria o pela adi o de 50g de ons cobre em 20.000L de gua: 50.000mg 20.000L x 1L x = 2,5mg/L Pelo gr fico II, observamos que com um tempo de exposi o de 24 horas, a concentra o de ons Cu2+, que causa a mortandade de 50% dos camar es, de aproximadamente 2,5mg/L. Conclu mos que, ap s 24 horas de exposi o aos ons Cu2+, a metade (1/2) dos camar es ainda estar viva. Existem muitas diferen as entre as culturas crist e isl mica. Uma das principais diz respeito ao Calend rio. Enquanto o Calend rio Crist o (Gregoriano) considera um ano como o per odo correspondente ao movimento de transla o da Terra em torno do Sol aproximadamente 365 dias, o Calend rio Mu ulmano se baseia nos movimentos de transla o da Lua em torno da Terra aproximadamente 12 por ano, o que corresponde a anos intercalados de 254 e 255 dias. 41 a Considerando que o Calend rio Mu ulmano teve in cio em 622 da era crist e que cada 33 anos mu ulmanos correspondem 32 anos crist os, poss vel estabelecer uma correspond ncia aproximada de anos entre os dois calend rios, dada por: (C = Anos Crist os e M = Anos Mu ulmanos) a) C = M + 622 (M/33). b) C = M 622 + (C 622/32). c) C = M 622 (M/33). d) C = M 622 + (C 622/33). e) C = M + 622 (M/32). Resolu o Observe, no esquema abaixo, que a cada (C 622) anos do Calend rio Crist o (Gregoriano) corresponde a M anos Mu ulmanos. Assim sendo, por regra de tr s, temos OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 Crist o 32 Mu ulmano 33 C 622 M 32 33 C 622 = . M 32 = C 622 M 33 M C = M + 622 ( ) 33 42 c O ano mu ulmano composto de 12 meses, dentre eles Ramad , m s sagrado para os mu ulmanos que, em 2001, teve in cio no m s de novembro do Calend rio Crist o, conforme a figura que segue a) 01 de novembro. b) 08 de novembro. c) 16 de novembro. d) 20 de novembro. e) 28 de novembro. Resolu o O Crescente o s mbolo do islamismo, pois Maom fugiu de Meca para Medina, em 622 d.C. (epis dio conhecido como H gira), depois que o eclipse lunar por ele anunciado foi apenas parcial deixando vis vel uma quarta parte da Lua. Por essa raz o, o Crescente aparece em numerosas bandeiras de pa ses isl micos. Ora, se a fase da Lua Nova se completou em 15 de novembro de 2001, a fase do Quarto Crescente come ou no dia subseq ente, dando in cio ao m s do Ramad no calend rio mu ulmano, que lunar, todos os meses come am no 1 dia da fase do Quarto Crescente. 43 d Em usinas hidrel tricas, a queda d' gua move turbinas que acionam geradores. Em usinas e licas, os geradores s o acionados por h lices movidas pelo vento. Na convers o direta solar-el trica s o c lulas fotovoltaicas que produzem tens o el trica. Al m de todos produzirem eletricidade, esses processos tem em comum o fato de a) n o provocarem impacto ambiental. b) independerem de condi es clim ticas. c) a energia gerada poder ser armazenada. OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 d) utilizarem fontes de energia renov veis. e) dependerem das reservas de combustiveis f sseis. Resolu o As fontes de energia hidrel trica, e lica e solar independem das reservas de combust veis f sseis e baseiam-se em recursos renov veis. No entanto, no caso das hidrel tricas, a forma o de um reservat rio provoca impactos ambientais, al m do que essas fontes n o permitem armazenamento. 44 c Uma nova preocupa o atinge os profissionais que trabalham na preven o da AIDS no Brasil. Tem-se observado um aumento crescente, principalmente entre os jovens, de novos casos de AIDS, questionando-se, inclusive, se a preven o vem sendo ou n o relaxada. Essa tem tica vem sendo abordada pela m dia: Medicamentos j n o fazem efeito em 20% dos infectados pelo v rus HIV. An lises revelam que um quinto das pessoas rec minfectadas n o haviam sido submetidas a nenhum tratamento e, mesmo assim, n o responderam s duas principais drogas anti-AIDS. Dos pacientes estudados, 50% apresentavam o v rus FB, uma combina o dos dois subtipos mais prevalentes no pa s, F e B". Adaptado do Jornal do Brasil, 02/10/2001. Dadas as afirma es acima, considerando o enfoque da preven o, e devido ao aumento de casos da doen a em adolescentes, afirma-se que I. O sucesso inicial dos coquet is anti-HIV talvez tenha levado a popula o a se descuidar e n o utilizar medidas de prote o, pois se criou a id ia de que estes rem dios sempre funcionam. II. Os v rios tipos de v rus est o t o resistentes que n o h nenhum tipo de tratamento eficaz e nem mesmo qualquer medida de preven o adequada. III. Os v rus est o cada vez mais resistentes e, para evitar sua dissemina o, os infectados tamb m devem usar camisinhas e n o apenas administrar coquet is. Est correto o que se afirma em a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. Resolu o Como os rem dios nem sempre funcionam, e estando os v rus cada vez mais resistentes, a preven o muito importante para evitar o aumento da incid ncia dessa mol stia. 45 b Um jornalista publicou um texto do qual est o transcritos trechos do primeiro e do ltimo par grafos: Mam ezinha, minhas m ozinhas v o crescer de novo? Jamais esquecerei a cena que vi, na TV francesa, de uma menina da Costa do Marfim falando com a enfermeira que trocava os curativos de seus dois OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 cotos de bra os. (...) . ...................................................................................... Como manter a paz num planeta onde boa parte da humanidade n o tem acesso s necessidade b sicas mais elementares? (...) Como reduzir o abismo entre o campon s afeg o, a crian a faminta do Sud o, o Severino da cesta b sica e o corretor de Wall Street? Como explicar ao menino de Bagd que morre por falta de rem dios, bloqueados pelo Ocidente, que o mal se abateu sobre Manhattan? Como dizer aos chechenos que o que aconteceu nos Estados Unidos um absurdo? Vejam Grozny, a capital da Chech nia, arrasada pelos russos. Algu m se incomodou com os sofrimentos e as milhares de v timas civis, inocentes, desse massacre? Ou como explicar menina da Costa do Marfim o sentido da palavra civiliza o quando ela descobrir que suas m os n o crescer o jamais? . UTZERI, Fritz. Jornal do Brasil, 17/09/2001. Apresentam-se, abaixo, algumas afirma es tamb m retiradas do mesmo texto. Aquela que explicita uma resposta do autor para as perguntas feitas no trecho citado : a) tristeza e indigna o s o grandes porque os atentados ocorreram em Nova lorque . b) ao longo da hist ria, o homem civilizado globalizou todas as suas mazelas . c) a Europa nos explorou vergonhosamente . d) o neoliberalismo institui o deus mercado que tudo resolve . e) os neg cios das ind strias de armas continuam de vento em popa . Resolu o O texto oferece uma vis o dos problemas do planeta, como desigualdade social, fome, guerras e outras mazelas, hoje globalizadas. 46 c A leitura do poema Descri o da guerra em Guernica traz lembran a o famoso quadro de Picasso. Entra pela janela o anjo campon s; com a terceira luz na m o; minucioso, habituado aos interiores de cereal, aos utens lios que dormem na fuligem; os seus olhos rurais n o compreendem bem os s mbolos desta colheita: h lices, motores furiosos; e estende mais o bra o; planta no ar, como uma rvore a chama do candeeiro. (...) Carlos de Oliveira in ANDRADE, Eug nio. Antologia Pessoal da Poesia Portuguesa. Porto: Campo das Letras, 1999. Uma an lise cuidadosa do quadro permite que se identifiquem as cenas referidas nos trechos do poema. OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 Pablo Picasso, Guernica, 1937. Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, Madri. Podem ser relacionadas ao texto lido as partes: a) a1, a2, a3 b) f1, e1, d1 c) e1, d1, c1 d) c1, c2, c3 e) e1, e2, e3 Resolu o As imagens referidas no poema de Carlos de Oliveira, especialmente anjo campon s , a terceira luz na m o e a chama do candeeiro , s o perfeitamente identific veis no quadrante superior direito da reprodu o da tela de Picasso, entre as diversas formas simb licas, metaf ricas e n o-descritivas, atrav s das quais o pintor d substantividade ao horror da guerra e desumanidade do homem contra os seus iguais, dos quais Guernica tornou-se s mbolo universal. 47 d O diagrama mostra a utiliza o das diferentes fontes de energia no cen rio mundial. Embora aproximadamente um ter o de toda energia prim ria seja orientada produ o de eletricidade, apenas 10% do total s o obtidos em forma de energia el trica til. A pouca efici ncia do processo de produ o de eletricidade deve-se, sobretudo, ao fato de as usinas a) nucleares utilizarem processos de aquecimento, nos quais as temperaturas atingem milh es de graus Celsius, favorecendo perdas por fiss o nuclear. b) termel tricas utilizarem processos de aquecimento a baixas temperaturas, apenas da ordem de centenas de graus Celsius, o que impede a queima total OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 dos combust veis f sseis. c) hidrel tricas terem o aproveitamento energ tico baixo, uma vez que parte da gua em queda n o atinge as p s das turbinas que acionam os geradores el tricos. d) nucleares e termel tricas utilizarem processos de transforma o de calor em trabalho til, no qual as perdas de calor s o sempre bastante elevadas. e) termel tricas e hidrel tricas serem capazes de utilizar diretamente o calor obtido do combust vel para aquecer a gua, sem perda para o meio. Resolu o De um modo geral, o baixo rendimento ocorre na transforma o de calor em trabalho, pois h uma grande perda de calor. Esta transforma o de calor em trabalho, causa determinante do baixo redimento, aparece nas usinas nucleares e termel tricas e n o nas hidrel tricas, onde ocorre transforma o de energia mec nica em el trica. 48 c Em mar o de 2001, o presidente dos Estados Unidos da Am rica, George W. Bush, causou pol mica ao contestar o pacto de Kyoto, dizendo que o acordo prejudicial economia norte-americana em um momento em que o pa s passa por uma crise de energia (...) O protocolo de Kyoto prev que os pa ses industrializados reduzam suas emiss es de CO2 at 2012 em 5,2%, em rela o aos n veis de 1990. Adaptado da Folha de S o Paulo, 11/04/2001. O gr fico mostra o total de CO2 emitido nos ltimos 50 anos por alguns pa ses, juntamente com os valores de emiss o m xima de CO2 por habitante no ano de 1999. Dados populacionais aproximados (n de habitantes): EUA: 240 milh es Brasil: 160 milh es Se o Brasil mantivesse constante a sua popula o e o seu ndice anual m ximo de emiss o de CO2, o tempo necess rio para o Brasil atingir o acumulado atual dos OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 EUA seria, aproximadamente, igual a a) 60 anos. b) 230 anos. c) 460 anos. d) 850 anos. e) 1340 anos. Resolu o No gr fico, observa-se que a diferen a entre o total de CO2 emitido pelos EUA e pelo Brasil cerca de 180 bilh es de toneladas. Se o Brasil mantiver constante a sua popula o e o seu ndice anual m ximo de emiss o de CO2, o tempo necess rio para o Brasil atingir o acumulado atual dos EUA aproximadamente 460 anos, pois: 1) Emiss o de CO2 por ano: 2,5 toneladas/habitante . 160 milh es de habitantes = = 0,4 bilh o de toneladas 2) Tempo necess rio em anos cerca de: 180 bilh es = 450 anos 0,4 bilh o 49 d Nos peixamentos designa o dada introdu o de peixes em sistemas aqu ticos, nos quais a qualidade da gua reduziu as popula es nativas de peixes podem ser utilizados peixes importados de outros pa ses, peixes produzidos em unidades de piscicultura ou, como o caso da grande maioria dos peixamentos no Brasil, de peixes capturados em algum ambiente natural e liberados em outro. Recentemente come aram a ser utilizados peixes h bridos, como os paquis , obtidos por cruzamentos entre pacu e tambaqui; tamb m h brida a esp cie conhecida como surubim ou pintado, pisc voro de grande porte. Em alguns julgamentos de crimes ambientais, as senten as, de modo geral, condenam empresas culpadas pela redu o da qualidade de cursos d' gua a realizarem peixamentos. Em geral, os peixamentos tendem a ser repetidos muitas vezes numa mesma rea. A respeito da realiza o de peixamentos pelas empresas infratoras, pode-se considerar que essa penalidade a) n o leva mais em conta os efeitos da polui o industrial, mas sim as suas causas. b) faz a devida diferencia o entre quantidade de peixes e qualidade ambiental. c) indutora de a o que reverte uma das causas b sicas da polui o. d) confunde quantidade de peixes com boa qualidade ambiental dos cursos d' gua. e) obriga o poluidor a pagar pelos preju zos ambientais que causa e a deixar de poluir. Resolu o A penalidade configura uma confus o porque considera que o aumento do n mero de peixes melhoraria a qualidade ambiental dos cursos d gua. 50 e Comer com as m os era um h bito comum na Europa, no s culo XVI. A t cnica empregada pelo ndio no OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 Brasil e por um portugu s de Portugal era, ali s, a mesma: apanhavam o alimento com tr s dedos da m o direita (polegar, indicador e m dio) e atiravam-no para dentro da boca. Um viajante europeu de nome Freireyss, de passagem pelo Rio de Janeiro, j no s culo XIX, conta como nas casas das ro as despejam-se simplesmente alguns pratos de farinha sobre a mesa ou num balainho, donde cada um se serve com os dedos, arremessando, com um movimento r pido, a farinha na boca, sem que a m nima parcela caia para fora . Outros viajantes oitocentistas, como John Luccock, Carl Seidler, Tollenare e Maria Graham descrevem esse h bito em todo o Brasil e entre todas as classes sociais. Mas para Saint-Hilaire, os brasileiros lan am a [farinha de mandioca] boca com uma destreza adquirida, na origem, dos ind genas, e que ao europeu muito custa imitar . Alu sio de Azevedo, em seu romance Gir ndola de amores (1882), descreve com realismo os h bitos de uma senhora abastada que s saboreava a moqueca de peixe "sem talher, m o". Dentre as palavras listadas abaixo, assinale a que traduz o elemento comum s descri es das pr ticas alimentares dos brasileiros feitas pelos diferentes autores do s culo XIX citados no texto. a) Regionalismo (car ter da literatura que se baseia em costumes e tradi es regionais). b) Intoler ncia (n o-admiss o de opini es diversas das suas em quest es sociais, pol ticas ou religiosas). c) Exotismo (car ter ou qualidade daquilo que n o ind gena; estrangeiro; exc ntrico, extravagante). d) Racismo (doutrina que sustenta a superioridade de certas ra as sobre outras). e) Sincretismo (fus o de elementos culturais diversos, ou de culturas distintas ou de diferentes sistemas sociais). Resolu o A no o de sincretismo, como a explicitada na alternativa, est evidenciada na cita o de Saint-Hilaire, que sup e a fus o de h bitos europeu e ind gena, como se pode depreender da afirma o: lan am [farinha de mandioca] boca com uma destreza adquirida na origem, dos ind genas, e que ao europeu muito custa imitar . Nas demais cita es, a no o do sincretismo de h bitos , no m ximo, impl cita, se n o impertinente. 51 d Um grupo de pescadores pretende passar um final de semana do m s de setembro, embarcado, pescando em um rio. Uma das exig ncias do grupo que, no final de semana a ser escolhido, as noites estejam iluminadas pela lua o maior tempo poss vel. OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 A figura representa as fases da lua no per odo proposto. Considerando-se as caracter sticas de cada uma das fases da lua e o comportamento desta no per odo delimitado, pode-se afirmar que, dentre os fins de semana, o que melhor atenderia s exig ncias dos pescadores corresponde aos dias a) 08 e 09 de setembro. b) 15 e 16 de setembro. c) 22 e 23 de setembro. d) 29 e 30 de setembro. e) 06 e 07 de outubro. Resolu o O melhor per odo para a pesca seria com a Lua Cheia, que ocorrer pr ximo a 2 de outubro, ou seja, 29 e 30 de setembro considerando que a figura apresenta o branco do desenho como a face iluminada e o preto como a face escura; o Sol estaria localizado direita da figura. Lembrando que 6 e 7 de outubro j estaremos pr ximos ao quarto minguante. 52 b Na solu o aquosa das subst ncias org nicas prebi ticas (antes da vida), a cat lise produziu a s ntese de mol culas complexas de toda classe, inclusive prote nas e cidos nucl icos. A natureza dos catalisadores primitivos que agiam antes n o conhecida. quase certo que as argilas desempenharam papel importante: cadeias de amino cidos podem ser produzidas no tubo de ensaio mediante a presen a de certos tipos de argila. (...) Mas o avan o verdadeiramente criativo que pode, na realidade, ter ocorrido apenas uma vez ocorreu quando uma mol cula de cido nucl ico "aprendeu" a orientar a reuni o de uma prote na, que, por sua vez, ajudou a copiar o pr prio cido nucl ico. Em outros termos, um cido nucl ico serviu como modelo para a reuni o de uma enzima que poderia ent o auxiliar na produ o de mais cido nucl ico. Com este desenvolvimento apareceu o primeiro mecanismo potente de realiza o. A vida tinha come ado. Adaptado de: LURIA, S.E. Vida: experi ncia inacabada. Belo Horizonte: Editora Itatiaia; S o Paulo: EDUSP, 1979. Considere o esquema abaixo: OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 Adaptado de GEPEQ Grupo de Pesquisa em Educa o Qu mica. USP Intera es e Transforma es da atmosfera: fonte de materiais extrativos e sint ticos. S o Paulo: EDUSP, 1998. O "avan o verdadeiramente criativo" citado no texto deve ter ocorrido no per odo (em bilh es de anos) compreendido aproximadamente entre a) 5,0 e 4,5. b) 4,5 e 3,5. c) 3,5 e 2,0. d) 2,0 e 1,5. e) 1,0 e 0,5. Resolu o O avan o verdadeiramente criativo, isto , a a o do cido nucl ico, ocorreu, de acordo com o esquema anexo, entre 4,5 e 3,5 bilh es de anos atr s. 53 b Good-bye N o mais boa noite, nem bom dia S se fala good morning, good night J se desprezou o lampi o de querosene L no morro s se usa a luz da Light Oh yes! A marchinha Good-bye, composta por Assis Valente h cerca de 50 anos, refere-se ao ambiente das favelas dos morros cariocas. A estrofe citada mostra a) como a quest o do racionamento da energia el trica, bem como a da penetra o dos anglicismos no vocabul rio brasileiro, iniciaram-se em meados do s culo passado. b) como a modernidade, associada simbolicamente eletrifica o e ao uso de anglicismos, atingia toda a popula o brasileira, mas tamb m como, a despeito disso, persistia a desigualdade social. c) como as popula es exclu das se apropriavam aos poucos de elementos de modernidade, saindo de uma situa o de exclus o social, o que sugerido pelo t tulo da m sica. d) os resultados ben ficos da pol tica de boa vizinhan a norte-americana, que permitia aos poucos que o Brasil se inserisse numa cultura e economia globalizadas. e) o desprezo do compositor pela cultura e pelas condi es de vida atrasadas caracter sticas do morro , isto , dos bairros pobres da cidade do Rio de Janeiro. Resolu o As letras da marchinha trazem-nos o problema da desiOBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 gualdade social, que faz com que o avan o da modernidade se revista, muitas vezes, de aspectos relacionados ao uso do vern culo; de fato esse avan o n o foi respons vel pelas melhorias sociais de que as popula es exclu das necessitavam. Usa-se o ingl s para fazer-se uma par dia chegada de energia el trica ao morro pelas m os de uma companhia canadense, a Light Power Co. Percebe-se que, ao mesmo tempo em que os anglicismos substituem os termos em portugu s, a chegada de luz el trica ao morro tardia. Assinale-se, entretanto, um certo exagero na alternativa ao se afirmar que a modernidade, associada eletrifica o e ao uso de anglicismos, atingiu toda a popula o brasileira naquele momento. 54 d A tabela refere-se a um estudo realizado entre 1994 e 1999 sobre viol ncia sexual com pessoas do sexo feminino no Brasil. Tipifica o do agressor identificado Quant. % Quant. % Quant. % Pai biol gico 13 21,7 21 13,9 6 6 Padrasto 10 16,7 16 10,6 0 0 Pai adotivo 1 1,6 0 0 0 0 Tio 7 11,6 14 9,4 1 1,4 Av 6 10,0 0 0 1 1,4 Irm o 0 0 7 4,6 0 0 Primo 0 0 5 3,4 1 1,4 Vizinho 10 16,7 42 27,8 19 27,9 Parceiro e ex-parceiro 13 7,5 17 25,2 Conhecido (trabalho) 8 5,3 5 7,3 Outro conhecido 13 21,7 25 16,5 18 26,5 TOTAL 60 100 151 100 68 100 ( ) N o aplic vel Crian as Adolescentes Adultas Fonte: Jornal da Unicamp, N 162. Maio 2001. A partir dos dados da tabela e para o grupo feminino estudado, s o feitas as seguintes afirma es: I. A mulher n o poupada da viol ncia sexual dom stica em nenhuma das faixas et rias indicadas. II. A maior parte das mulheres adultas agredida por parentes consang neos. III. As adolescentes s o v timas de quase todos os tipos de agressores. IV. Os pais, biol gicos, adotivos e padrastos, s o autores de mais de 1/3 dos casos de viol ncia sexual envolvendo crian as. verdadeiro apenas o que se afirma em a) I e III. b) I e IV. c) II e IV. d) I, III e IV. e) Il, III e IV. OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 Resolu o I) Verdadeiro. Conforme a tabela fornecida, pode-se afirmar, com certeza, que a mulher n o poupada da viol ncia sexual dom stica em nenhuma das faixas et rias indicadas. II) Falso. A maior parte das mulheres adultas agredida por conhecidos (33,8%), vizinhos (27,9%) e parceiros ou ex-parceiros (25,2%). III) Verdadeiro. As adolescentes s o v timas de quase todos os tipos de agressores, pois s n o s o agredidas pelos pais adotivos e pelos av s. IV) Verdadeiro. Conforme a tabela, o pai, biol gico ou n o, o autor de 21,7% + 16,7% + 1,6% que = 40% dos casos de viol ncia sexual envolvendo crian as. Obs.: Na tabela publicada, a quantidade de adultas agredidas por pai biol gico 6 de um total de 68, o que corresponde a 8,8% e n o 6% como est impresso. 55 c As cidades de Quito e Cingapura encontram-se pr ximas linha do equador e em pontos diametralmente opostos no globo terrestre. Considerando o raio da Terra igual a 6370 km, pode-se afirmar que um avi o saindo de Quito, voando em m dia 800 km/h, descontando as paradas de escala, chega a Cingapura em aproximadamente a) 16 horas. b) 20 horas. c) 25 horas. d) 32 horas. e) 36 horas. Resolu o A dist ncia entre dois pontos da linha do equador, diametralmente opostos, corresponde metade da circunfer ncia terrestre: 2 R s = = 3,14 . 6370km 20 000km 2 s Sendo Vm = , vem: t s 20000 t = = (h) t = 25h Vm 800 56 a A cr nica muitas vezes constitui um espa o para reflex o sobre aspectos da sociedade em que vivemos. Eu, na rua, com pressa, e o menino segurou no meu bra o, falou qualquer coisa que n o entendi. Fui logo dizendo que n o tinha, certa de que ele estava pedindo dinheiro. N o estava. Queria saber a hora. Talvez n o fosse um Menino De Fam lia, mas tamb m n o era um Menino De Rua. assim que a gente divide. Menino De Fam lia aquele bem-vestido com t nis OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 da moda e camiseta de marca, que usa rel gio e a m e d outro se o dele for roubado por um Menino De Rua. Menino De Rua aquele que quando a gente passa perto segura a bolsa com for a porque pensa que ele pivete, trombadinha, ladr o. (...) Na verdade n o existem meninos De rua. Existem meninos NA rua. E toda vez que um menino est NA rua porque algu m o botou l . Os meninos n o v o sozinhos aos lugares. Assim como s o postos no mundo, durante muitos anos tamb m s o postos onde quer que estejam. Resta ver quem os p e na rua. E por qu ." COLASSANTI, Marina. In: Eu sei, mas n o devia. Rio de Janeiro: Rocco,1999. No terceiro par grafo em "...n o existem meninos De rua. Existem meninos NA rua.", a troca de De pelo Na determina que a rela o de sentido entre "menino" e "rua" seja a) de localiza o e n o de qualidade. b) de origem e n o de posse. c) de origem e n o de localiza o. d) de qualidade e n o de origem. e) de posse e n o de localiza o. Resolu o Segundo o texto, o fato de estarem na rua uma circunst ncia que define os meninos apenas espacialmente (indica onde est o), e n o essencialmente (n o indica quem s o nem como s o). Portanto, ela substitui uma atribui o de qualidade ( de rua ) por uma indica o de circunst ncia espacial ( na rua ). 57 c O Puma concolor (su uarana, puma, le o da montanha) o maior felino das Am ricas, com uma distribui o biogeogr fica que se estende da Patag nia ao Canad . O padr o de distribui o mostrado na figura est associado a poss veis caracter sticas desse felino: I. muito resistente a doen as. II. facilmente domestic vel e criado em cativeiro. III. tolerante a condi es clim ticas diversas. OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 IV. Ocupa diversos tipos de forma es vegetais. Caracter sticas desse felino compat veis com sua distribui o biogeogr fica est o evidenciadas apenas em a) I e II. b) I e IV. c) III e IV. d) I, Il e IV. e) II, III e IV. Resolu o A ampla distribui o geogr fica do Puma pode ser explicada pela sua toler ncia a condi es clim ticas diversas, permitindo a ocupa o de diferentes biomas. 58 b Michel Eyquem de Montaigne (1533-1592) compara, nos trechos, as guerras das sociedades Tupinamb com as chamadas guerras de religi o dos franceses que, na segunda metade do s culo XVI, opunham cat licos e protestantes. (...) n o vejo nada de b rbaro ou selvagem no que dizem daqueles povos; e, na verdade, cada qual considera b rbaro o que n o se pratica em sua terra. ( ...) N o me parece excessivo julgar b rbaros tais atos de crueldade [o canibalismo], mas que o fato de condenar tais defeitos n o nos leve cegueira acerca dos nossos. Estimo que mais b rbaro comer um homem vivo do que o comer depois de morto; e pior esquartejar um homem entre supl cios e tormentos e o queimar aos poucos, ou entreg -Io a c es e porcos, a pretexto de devo o e f , como n o somente o lemos mas vimos ocorrer entre vizinhos nossos conterr neos; e isso em verdade bem mais grave do que assar e comer um homem previamente executado. (...) Podemos portanto qualificar esses povos como b rbaros em dando apenas ouvidos intelig ncia, mas nunca se compararmos a n s mesmos, que os excedemos em toda sorte de barbaridades. MONTAIGNE, Michel Eyquem de, Ensaios, S o Paulo: Nova Cultural, 1984. De acordo com o texto, pode-se afirmar que, para Montaigne, a) a id ia de relativismo cultural baseia-se na hip tese da origem nica do g nero humano e da sua religi o. b) a diferen a de costumes n o constitui um crit rio v lido para julgar as diferentes sociedades. c) os ind genas s o mais b rbaros do que os europeus, pois n o conhecem a virtude crist da piedade. d) a barb rie um comportamento social que pressup e a aus ncia de uma cultura civilizada e racional. e) a ingenuidade dos ind genas equivale racionalidade dos europeus, o que explica que os seus costumes s o similares. Resolu o A resposta correta resulta da simples interpreta o do texto apresentado. Podemos, por m, refor -la considerando o conceito antropol gico de cultura: conjunto da produ o coletiva de uma comunidade, independentemente de seu n vel de adiantamento t cnico. OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 Assim sendo, n o se podem estabelecer ju zos de valor entre diferentes culturas, com base exclusivamente nas diferen as ou no aparente exotismo dos costumes de uma comunidade. Obs.: No texto transcrito, Montaigne comete uma contradi o, ao considerar as pr ticas adotadas pelos europeus, nas guerras entre cat licos e protestantes, mais conden veis que o canibalismo dos tupinamb s. Para chegar a essa conclus o, o pensador franc s estabeleceu ju zos pessoais, sem considerar os valores predominantes na sociedade de seu tempo. 59 e Nas discuss es sobre a exist ncia de vida fora da Terra, Marte tem sido um forte candidato a hospedar vida. No entanto, h ainda uma enorme varia o de crit rios e considera es sobre a habitabilidade de Marte, especialmente no que diz respeito exist ncia ou n o de gua l quida. Alguns dados comparativos entre a Terra e Marte est o apresentados na tabela. PLANE- Dist ncia Massa (em Acelera o Composi o ao Sol (km) rela o da gravidade da atmosfera TA terrestre) (m/s2) TERRA 1,00 9,8 0,18 3,7 149 milh es MARTE 228 milh es Temperatura M dia Gases predo288K minantes: Nitrog nio (N) (+ 15 C) e Oxig nio (O2) G s predominante: Di xido de Carbono (CO2) 218K ( 55 C) Com base nesses dados, poss vel afirmar que, dentre os fatores abaixo, aquele mais adverso exist ncia de gua l quida e Marte sua a) grande dist ncia ao Sol. b) massa pequena. c) acelera o da gravidade pequena. d) atmosfera rica em CO2. e) temperatura m dia muito baixa. Resolu o Em Marte, a press o atmosf rica menor do que na Terra e, portanto, a temperatura de fus o da gua maior que 0 C. Como a temperatura m dia da ordem de 55 C, n o h possibilidade de encontrarmos gua l quida. As reas numeradas no gr fico mostram a composi o em volume, aproximada, dos gases na atmosfera terrestre, desde a sua forma o at os dias atuais. OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 60 a Considerando apenas a composi o atmosf rica, isolando outros fatores, pode-se afirmar que: I. n o podem ser detectados f sseis de seres aer bicos anteriores a 2,9 bilh es de anos. II. as grandes florestas poderiam ter existido h aproximadamente 3,5 bilh es de anos. III. o ser humano poderia existir h aproximadamente 2,5 bilh es de anos. correto o que se afirma em a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e II apenas. d) II e III apenas. e) I, II e III. Resolu o Seres aer bicos n o podem ter existido antes de 2,9 bilh es de anos atr s, devido aus ncia do g s oxig nio na atmosfera. 61 e No que se refere composi o em volume da atmosfera terrestre h 2,5 bilh es de anos, pode-se afirmar que o volume de oxig nio, em valores percentuais, era de, aproximadamente, a) 95%. b) 77%. c) 45%. d) 21%. e) 5%. Resolu o Pela leitura do gr fico, percebe-se que h 2,5 bilh es de anos a porcentagem de oxig nio (regi o VI) na atmosfera terrestre era, aproximadamente, 5%. 62 b A idade da pedra chegou ao fim, n o porque faltassem pedras; a era do petr leo chegar igualmente ao fim, mas n o por falta de petr leo . Xeque Yamani, Ex-ministro do Petr leo da Ar bia Saudita.O Estado de S. Paulo, 20/08/2001. Considerando as caracter sticas que envolvem a utiliza o das mat rias-primas citadas no texto em diferentes contextos hist rico-geogr ficos, correto afirmar que, de acordo com o autor, a exemplo do que aconteceu na Idade da Pedra, o fim da era do Petr leo estaria relacionado a) redu o e esgotamento das reservas de petr leo. b) ao desenvolvimento tecnol gico e utiliza o de novas fontes de energia. OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2 c) ao desenvolvimento dos transportes e conseq ente aumento do consumo de energia. d) ao excesso de produ o e conseq ente desvaloriza o do barril de petr leo. e) diminui o das a es humanas sobre o meio ambiente. Resolu o O iminente colapso da era do petr leo deve-se op o por fontes de energia associadas a novas tecnologias, e n o escassez de combust ves f sseis. 63 b De acordo com a hist ria em quadrinhos protagonizada por Hagar e seu filho Hamlet, pode-se afirmar que a postura de Hagar a) valoriza a exist ncia da diversidade social e de culturas, e as v rias representa es e explica es desse universo. b) desvaloriza a exist ncia da diversidade social e as v rias culturas, e determina uma nica explica o para esse universo. c) valoriza a possibilidade de explicar as sociedades e as culturas a partir de v rias vis es de mundo. d) valoriza a pluralidade cultural e social ao aproximar a vis o de mundo de navegantes e n o-navegantes. e) desvaloriza a pluralidade cultural e social, ao considerar o mundo habitado apenas pelos navegantes. Resolu o A interpreta o da tira (e n o propriamente hist ria em quadrinhos ) somente pode corresponder alternativa b, que revela uma vis o de mundo dualista (e implicitamente manique sta), imposta de forma unilateral. Essa , ali s, a vis o das ideologias racistas, imperialistas ou mesmo de cunho religioso exclusivista. Todavia, houve uma impropriedade ao se considerar que o personagem Hagar desvaloriza (no sentido de minimizar) a diversidade social , j que ocorre exatamente o contr rio: um reconhecimento (e enfatiza o) dessa diversidade, como forma de afirmar a superioridade do grupo dominante. OBJETIVO E N E M - A g o s t o /2 0 0 2

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