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PUC-RS Vestibular de Inverno 2010 - 2º dia : Literatura Brasileira

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LITERATURA BRASILEIRA A loucura um tema presente na literatura universal. Entre o conjunto de personagens, talvez a mais conhecida seja Dom Quixote, da obra El ingenioso hidalgo Don Quijote de La Mancha, de Miguel de Cervantes, que luta contra moinhos de vento acreditando tratar-se de gigantes, apesar do aviso de seu fiel escudeiro, Sancho Pan a, de que se tratava de moinhos e n o de gigantes. Al m desse, h outros autores que representaram em seus textos situa es relacionadas a esse tema, como veremos a seguir. INSTRU O: Responder s quest es 31 a 35 com base nos textos A e B. TEXTO A Ism lia Quando Ism lia enlouqueceu, P s-se na torre a sonhar... Viu uma lua no c u, Viu outra lua no mar... No sonho em que se perdeu, Banhou-se toda em luar... Queria subir ao c u, Queria descer no mar... E no desvario seu, Na torre p s-se a cantar... Estava perto do c u Estava longe do mar... E como um anjo pendeu As asas para voar... Queria a lua do c u, Queria a lua do mar... As asas que Deus lhe deu Ruflaram de par em par... Sua alma subiu ao c u, Seu corpo desceu ao mar. PUCRS www.pucrs.br 10 Concurso Vestibular Inverno 2010 TEXTO B INSTRU O: Para responder quest o 32, analisar as afirmativas que seguem, sobre os textos A e B. O maluco respondia que sim com a cabe a, ao mesmo tempo que sapateava brandamente no assoalho. Nem para atender ao m dico, tirava os olhos do sapato novo . O programa da manh consistia numa volta pelo centro. tarde, ele deveria acompanh -lo numa visita ao seu cliente . Que tal? O maluco farejou muito todo aquele centro da cidade: a pra a, a igreja, a casa do governo, a rua principal e o seu movimento. Com o focinho no ar, a capa voando ao vento forte, s vezes se retardava. O m dico advertia-o. Ele ent o se apressava. E quando de novo se reunia ao companheiro, tinha um olhar de expectativa e de consulta. N o: o doutor Val rio s o que queria era que ele visse tudo (claro); com tempo, por m, para irem tomar o seu cafezinho. Um plano e tanto, n o assim? O caf estava quase deserto. (...) Isto tamb m j est visto decidiu o Dr. Val rio, na qualidade de guia. Vamos tocando. (...) Ao chegarem numa casa de esquina (...) o m dico come ou a consultar uns cartazes impressos entre os batentes e as vidra as das portas fechadas. Eram hor rios . O doutor n o encontrava o que queria. Mas eu tenho uma ideia de que os dias s o segundas, quartas e sextas ruminava ele, alto, sem nenhum interesse, entretanto, em ser ouvido por mais ningu m sen o por ele pr prio. O maluco tamb m avan ava o focinho querendo ajudar o doutor, mas sem saber bem o que. (O louco do Cati, p. 192-193) I. II. No texto B, apesar da loucura, o maluco consegue acompanhar o m dico e auxili -lo na busca dos hor rios para a visita ao cliente . III. Nos textos A e B, em fun o da loucura, as personagens agem, ao mesmo tempo, como se fossem animais. IV. Os textos A e B possuem formas diferentes, mas retratam o tema da loucura do mesmo modo. 32) A(s) afirmativa(s) correta(s) /s o, apenas, A) a I. B) a I e a II. C) a II e a III. D) a III e a IV. E) a I, a II e a IV. ____________________________________________________ 33) Apenas uma afirmativa N O se associa corretamente ao texto A. Qual ela? A) A manifesta o da loucura revela-se na tens o entre desejos antag nicos, marcados semanticamente pelas oposi es de verbos, substantivos e adv rbios. 31) Os textos A e B pertencem, respectivamente, a ________ e _________, autores que se alinham aos movimentos liter rios denominados _________ e _________. B) A movimenta o espacial da personagem sugere a impossibilidade de adaptar-se ao mundo real. A) Cruz e Souza Dyon lio Machado Simbolismo Romantismo C) A separa o entre o corpo e alma, relatada na ltima estrofe, confirma o car ter m sticoreligioso, uma das marcas da produ o liter ria do autor do poema. B) Manuel Bandeira Cyro Martins Modernismo Realismo D) Entre as caracter sticas do movimento ao qual o poema se alinha, destaca-se a preocupa o em garantir a musicalidade do texto. C) Alphonsus de Guimaraens Dyon lio Machado Simbolismo Modernismo D) lvares de Azevedo Moacyr Scliar Romantismo Modernismo E) A marca do poema, em fun o do seu alinhamento est tico, nomear objetivamente a loucura, evitando, assim, qualquer ambiguidade na interpreta o do texto. E) Olavo Bilac Cyro Martins Parnasianismo Realismo PUCRS www.pucrs.br No texto A, evidencia-se um estado de loucura extremo, que n o permite diferenciar a lua real da lua refletida. 11 Concurso Vestibular Inverno 2010 34) Tendo como base o texto B, correto afirmar que A) o maluco tinha dificuldade de acompanhar o seu guia em fun o do seu sapato novo. INSTRU O: Para responder quest o 36, analise as afirmativas a seguir, referentes a O Alienista, de Machado de Assis, e preencha os par nteses com V (verdadeiro) ou F (falso). B) o maluco se distanciava do m dico para fingir que queria apreender cada detalhe do conjunto das constru es existentes no centro da cidade. ( ) A novela O Alienista, de Machado de Assis, uma s tira arbitrariedade do conceito de loucura. C) o maluco n o tinha dificuldade em entender o que o m dico estava procurando durante o passeio realizado. ( ) As pesquisas de Dr. Sim o Bacamarte, protagonista de O Alienista, s o ridicularizadas pelo narrador devido ao seu cientificismo. D) o uso das express es o maluco farejou , o focinho no ar , avan ava o focinho sugere um distanciamento comportamental entre o maluco e o m dico. ( ) O Alienista demonstra como a loucura n o pode ser relativizada, pois a defini o de dem ncia um assunto consensual. ( ) Mesmo detendo o poder absoluto dos crit rios da raz o e da loucura, Sim o Bacamarte tamb m alvo de suas pr prias investiga es quanto a sua dem ncia. E) o plano do Dr. Val rio era expor o maluco para que todos percebessem a sua loucura. ____________________________________________________ INSTRU O: Para responder quest o 35, assinale com V (verdadeiro) ou com F (falso) as afirmativas sobre a obra da qual foi extra do o texto B. ( ) O Alienista estabelece um tratado cient fico detalhado que avan a nos estudos sobre a sanidade metal. 36) A sequ ncia correta de preenchimento dos par nteses, de cima para baixo, : ( ) A personagem central do romance um indiv duo assaltado pelo temor, totalmente deslocado, que n o tem nome, fam lia, ocupa o e endere o fixo. A) V F V F F B) V V F V F ( ) O maluco, no decorrer de sua trajet ria, acompanhado por in meros companheiros, que assumem a tarefa de decidir os rumos que ele deve seguir. C) F V F V V D) V V V F F ( ) O dr. Val rio s aceita atestar a loucura do maluco ap s examin -lo adequadamente. E) F F V V V ____________________________________________________ ( ) A transforma o da personagem em lobisomem no final do livro n o foi anunciada no decurso da narrativa. INSTRU O: Para responder quest o 37, leia a afirma o a seguir e preencha as lacunas adequadamente. ( ) O percurso espacial realizado pelo maluco envolve somente as cidades de Quara , Porto Alegre e Rio de Janeiro. 37) __________, em Triste Fim de Policarpo Quaresma, problematiza a rela o entre ___________ e o ___________. 35) A sequ ncia correta de preenchimento dos par nteses, de cima para baixo, : A) Monteiro Lobato o indianismo partidarismo B) Graciliano Ramos a clandestinidade regionalismo A) F V F F V C) Lima Barreto a aliena o ufanista nacionalismo B) V F V V F C) V V V F F D) Oswald de Andrade a modernidade vanguardismo D) F F F V V E) Mario de Andrade a loucura dada smo E) V V F F V PUCRS www.pucrs.br 12 Concurso Vestibular Inverno 2010 INSTRU O: Para responder quest o 38, analise o texto e as afirmativas que seguem. Muitos poetas brasileiros tematizam a loucura. Entre eles, o poeta Carlos Drummond de Andrade, que escreveu um poema intitulado Doido , transcrito a seguir. O doido passeia pela cidade sua loucura mansa. reconhecido seu direito loucura. Sua profiss o. Entra e come onde quer. H n queis reservados para ele em toda casa. Torna-se o doido municipal, respeit vel como o juiz, o coletor, os negociantes, o vig rio. O doido sagrado. Mas se endoida de jogar pedra, vai preso no cub culo mais t trico e lodoso da cadeia. I. Em certos momentos, o doido se apresenta absolutamente integrado no espa o urbano. II. Se o louco passa dos limites aceitos, perde a condi o de habitante sagrado para ser recolhido pris o. III. O doido est sempre encarcerado nas grandes cidades, pois nunca visto nos ambientes p blicos. 38) A(s) afirmativa(s) correta(s) /s o A) III, apenas. B) I e II, apenas. C) I e III, apenas. D) II e III, apenas. E) I, II, III. _____________________________________________________________________________________________________ INSTRU O: Para responder quest o 39, leia o fragmento do romance A Paix o segundo G. H. , de Clarice Lispector. dif cil perder-se. t o dif cil que provavelmente arrumarei depressa um modo de me achar, mesmo que achar-me seja de novo a mentira de que vivo. Se tiver coragem, eu me deixarei continuar perdida. Mas tenho medo do que novo e tenho medo de viver o que n o entendo. Perder-se significa ir achando e nem saber o que fazer do que se for achando. N o sei o que fazer da aterradora liberdade que pode me destruir. Mas estou t o pouco preparada para entender. Mas como fa o agora? Por que n o tenho coragem de apenas achar um meio de entrada? Oh, sei que entrei, sim. Mas assustei-me porque n o sei para onde d essa entrada. E nunca antes eu me havia deixado levar, a menos que soubesse para o qu . PUCRS www.pucrs.br 13 Concurso Vestibular Inverno 2010 39) Considerando o fragmento anterior, correto afirmar que a narradora A) demonstra uma esp cie de conflito ntimo a respeito dos seus dramas de consci ncia. B) discute com realismo assuntos pragm ticos do cotidiano. C) reflete sobre um amor idealizado, tem tica recorrente no Romantismo. D) analisa de forma objetiva e distanciada a liberdade de que desfruta. E) pouco recorre ao seu intimismo e ao seu subjetivismo. __________________________________________________________________________________________________ INSTRU O: Para responder quest o 40, leia os poemas abaixo, de Mario Quintana, e analise as afirmativas. Poema A Nunca ningu m sabe se estou louco para rir ou para chorar... Por isso o meu verso tem esse quase impercept vel tremor... A vida triste, o mundo louco! Nem vale a pena matar-se por isso. Nem por ningu m! Por nenhum amor A vida continua, indiferente! (A Cor do Invis vel) Poema B Eu estava dormindo e me acordaram E me encontrei, assim, num mundo estranho e louco... E quando eu come ava a compreend -lo Um pouco, J eram horas de dormir de novo! (Apontamentos de Hist ria Sobrenatural) I. O poema A afirma que a vida est vinculada loucura. II. O poema B discute como o mundo dominado pela racionalidade. III. O poema A sugere a irrelev ncia do amor no mundo dos loucos. IV. O poema B apresenta um mundo que nunca completamente entendido. 40) Pela an lise das afirmativas, conclui-se que est o corretas apenas A) I e II. B) I e IV. C) II e III. D) I, III e IV. E) II, III e IV. PUCRS www.pucrs.br 14 Concurso Vestibular Inverno 2010 Vestibular de Inverno 2010 2 . Dia Qu mica, Geografia, Hist ria, Literatura Brasileira, Matem tica, L ngua Espanhola e L ngua Inglesa Gabarito Importante: A 6 . coluna refere-se s quest es da prova de de l ngua inglesa. 1-C 11 - B 21 - C 31 - C 41 - B 51 - C 2-C 12 - A 22 - C 32 - A 42 - C 52 - B 3-B 13 - B 23 - D 33 - E 43 - C 53 - D 4-E 14 - D 24 - B 34 - D 44 - A 54 - D 5-B 15 - B 25 - D 35 - C 45 - B 55 - A 6-E 16 - D 26 - D 36 - B 46 - D 56 - E 7-E 17 - A 27 - A 37 - C 47 - E 57 - C 8-D 18 - E 28 - B 38 - B 48 - E 58 - C 9-D 19 - E 29 - B 39 - A 49 - D 59 - E 10 - A 20 - D 30 - A 40 - D 50 - A 60 - D l ngua espanhola, e a 7 ., s da prova 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 - D B C A D B C A D E

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